segunda-feira, 26 de fevereiro de 1990

Arte no Romantismo.



Romantismo.

No Romantismo vai emergir no momento em que se cultiva a ideologia dos Estados Nacionais modernos, começo da modernidade, momento em que se cultiva a ideologia nacional buscando-se as raízes. Se vê uma recuperação do gótico e como exemplo vemos a obra do Parlamento Inglês, mais na forma.

Predominantemente temos os temas vinculados as lutas de independência, revolução de 1830, uma revolução liberal, a qual é retratada a liberdade, como uma mulher segurando uma bandeira vermelha, a figura feminina com o barrete frígio na cabeça, luta vinculada a revolução francesa como vemos na obra A Liberdade conduzindo o Povo do artista Delacroix. O romantismo vai caracterizar-se pelo religioso novamente cultivado.




Quadro Luta de Jacó e o Anjo cultiva novamente a religião, no plano de fundo observamos uma natureza brava, cerrada, fechada e densa que envolve a cena. Noção de movimento quebrando o eixo vertical, jogo de luz e sombra, nova concepção de ciência que revela-se na nova pintura.


Com o romantismo teremos na filosofia alemã sobretudo com Hegel (filósofo, romântico, alemão), desenvolvimento de pensamento que vai enfatizar as idéias iluministas, mas no 2° momento desenvolve-se o pensamento filosófico que valoriza a subjetividade, a noção de artista como gênio criador e de caráter divino, negação da cultura profana e valorização da subjetividade da noção de um estado que conduza tanto no pensamento iluminista como no romantista.

A disciplina estética surge como uma derivação da teoria do conhecimento, com caráter científico e caráter especulativo que se caracteriza por ter um estudo sobre a beleza. Ela está preocupada com a repetição da obra de arte. O conhecimento é algo que começa a ser discutido e estudado através da percepção, e acaba permitindo todo o desenvolvimento de toda uma disciplina que é estética e se organiza neste final do século XVII, início do século XVIII, baseado nesta noção de recepção da obra, se ela é difundida na sociedade.

Toda a noção de história da arte de Winckelmann vai se estruturar na tradição clássica greco-romana. De um lado no campo das artes está se organizando, estão se dividindo em formas de conhecimentos, ou seja estão se formando disciplinas como Estética e História da Arte, que estão preocupadas em avaliar a obra de arte, estudar a arte do passado até a contemporaneidade, por outro lado é neste século XVIII que surge a crítica de arte como instituição e o primeiro crítico é Diderot, um filósofo iluminista, que começa a escrever sobre as obras e os salões, a academia ensina uma forma de arte, os salões expõem de uma forma. O iluminismo dá ao homem o poder da autonomia e a busca religiosa não é mais aceita pela história da arte. Apesar do discurso do artista que apresenta uma ruptura com a tradição clássica, no seu trabalho não aparece a ruptura por que ele trabalha com elementos eternos e duradouros.

Goya, situa-se no romantismo, conhecido por ser pintor da corte espanhola, pinta a família real, o quadro de 1800 mostra a rainha e o rei Carlos. Nunca foram retratados idealizados, retratados mais realistas e as vezes irônicos, ao mesmo tempo, Goya, fez cartões para tapeçaria como mostra a obra O Guarda - Chuva, dando continuidade ele retrata contrastes, luminosos com escuros, assim diferencia-se de outros artistas como vemos na obra Moças de Balcão. A Cúpula da Igreja de Madri, mulheres de balcão, mulheres do povo não da nobreza, figuras expressivas.


 Tornou-se conhecido com a obra O Fuzilamento de 3 de maio, 1814, mostra uma visão pessoal do fuzilamento, o fuzilado está em destaque, os guardas estão na borda do quadro e suas armas estão em evidência, o fuzilado é um herói que resiste bravamente, já existe uma figura tombada com muito sangue. A pintura mostra a Espanha resistindo ao inimigo francês.


O Colosso, gigante que se impõe a sociedade espanhola, mostra uma mudança para retratar a dominação e a resistência da dominação, Goya, se afasta da corte e começa a trabalhar com questões emocionais e etc.



As Bruxas, misticismo popular, início do século XIX, para expressar a cultura popular, é o emocional, o místico que ele retrata e não a beleza.


 Mulher Nua, Maja Desnuda, 1800, Duquesa de Alba, dama da aristocracia espanhola, nua, sem roupa, mulher da sociedade espanhola que choca.    


ROMANTISMO FRANCES.

1815 à 1850, a partir de 1830 no Museu do Luvre, são apresentados 3.100 quadros e só 1000 foram aceitos e estes serão dos grandes pintores. Temas Românticos como a Bíblia e a antiguidade clássica, temas históricos e com caráter jornalístico, crônica mundana e fatos diversos, o cotidiano. Temas da Natureza como paisagens, o crescimento industrial e a poluição. Temas teatrais como obras de Shaekspire, Mac Bat, Hamlet. A natureza era pano de fundo e agora ela é o tema. Temas de loucos, temas da religiosidade e temas da morte. Os artistas deste período que se destacaram foram Chasseaurieu, Horace Vernet, Coture, Delacroix, Fraconnier, Musset, Ingres, Corot, Gericault, Gasset, John Martin, Delaroche, Monet, Gustave Moureau, Cézanne e Le Conte.

Em 1820 a Academia de Belas Artes é criada, em 1821 Revolução de Porto, cidade de Portugal, D. João, Processo de Independência do Brasil, os artistas situam-se com a Missão Artística Francesa, veio para o Brasil para fundar a Academia e ensinar a arte. O indivíduo praticava em madeira, sistema erudito da arte, terão organizado disciplinas como arquitetura, desenho e assim por diante para passar a cultura européia. O diretor era português e os professores franceses. A importância dos sistemas eruditos no campo das artes, é instaurado num salão de belas artes e os artistas expõem suas obras e recebem prêmios, em 1850 recebem prêmios de viagens ao exterior para estudar no exterior, um convênio do Brasil com a Itália, e frança por que eram centros da arte e os mestres haviam se formado, os alunos premiados saíam daqui orientados para chegar lá e serem orientados. Faziam arte lá e mandavam para cá para que seus orientadores avaliassem e acompanhassem o desempenho do trabalho deles. Em 1853, Vitor Meireles, foi para lá. O artista tinha que ter perfeição no desenho, na técnica, pincelada invisível. Os artistas que iam para lá não renovavam suas técnicas, por que elas eram de forte tradição clássica e mantinha perpetuando o ciclo da arte clássica e mais acadêmica. Grand Jean De Montigny, escola onde ele morava no Rio de Janeiro, vivia na periferia da Zona Rural como Nicolas Taunay.

Saltando para o séc. XIX, passamos para a 2ª geração de artistas que são brasileiros Vitor Meireles e Pedro Américo, 1841 até 1889, no Segundo Império. Félix Toner, francês, um dos membros da missão artística e foi professor de D. Pedro II, vai estimular muito as artes plásticas. Momento que começa a cultivar o nacionalismo e a introdução do romantismo no Brasil.   

NICOLAS TAUNAY, com o quadro O MENINO LENDO, tonalidades escuras a luz está apenas no menino dando o destaque, o ambiente mostra aspectos intelectuais, a presença de livros e cadernos. Em outra obra, RETRATO, onde o rosto se sobressai e é iluminado, emerge do fundo escuro.   

DEBRET, tem formação iluminista de caráter científico, registra traços étnicos das figuras negras e índios, como seu vestuário e penteados, mostrando as origens culturais diferentes, fazia este estudo classificatório escreveu e publicou a Viajem Pitoresca Pelo Brasil, documento a vida social, sobretudo no RJ. Fez aquarelas e pinturas à óleo, faz com temas da corte e temas históricos, com rigor mais acentuado e depois as aquarelas sobre os atos e costumes sociais, mostra os produtos de comércio, as vestimentas, natureza morta representada pela cesta que os escravos carregam, em outra obra os carregadores de água mostram bem a paisagem do RJ. Nas frutas Debret se transforma colorindo mais quebrando com o padrão neoclássico.


No quadro D. JOÃO VI, de Debret, o artista liberal, e terá que conviver com o regime monárquico absolutista do Brasil e conviver com o regime escravocrata, mostra um ambiente carregado, pose de corte, desproporção no corpo de D. JOÃO VI.


A COROAÇÃO DE D. PEDRO I, a rigidez da perspectiva do desenho, limitação na representação das pinturas, postura gestual sem naturalidade, pintura oficial e diferente do Debret dos aquarelos.


Em A CHEGADA DE DNA. LEOPOLDINA, um Debret diferente das outras pinturas dele, a disposição das figuras e dos elementos, a narrativa e o resto direcionam para o centro do quadro, utiliza mais cores. Dando um salto para o século XIX, passamos. 


O quadro 1ª MISSA NO BRASIL, de Vitor Meireles, estuda a carta de Pedro Vaz de Caminha, para saber como se dá este contexto de local, ambiente, presenças. Temos a organização das figuras num espaço natural, uma pintura luminosa, com a presença de paisagem, portugueses e índios, obra de grandes dimensões. O artista estava na França e executou a obra lá mesmo, após mandou-a para o Brasil para que o mestre brasileiro pudesse corrigir. Assim as obras iam e vinham limitando as formas de plasticidade.


O quadro A BATALHA DE GUARARAPES, de Vitor Meireles, é da batalha que ocorre em Pernambuco com os portugueses e holandeses, Vitor vai para Pernambuco e estuda o momento, ele não vivenciou. Os heróis sobre o cavalo mostra a idealização, apenas uma cena histórica representada.


RETRATO, de Vitor Meireles, pinta tipos sociais e regionais mostrando vestimentas e costumes. O retrato mostra bem a luz sobre o rosto e o restante é de penumbra. 

Arquivo Pessoal, História da Arte, 2001.

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