sexta-feira, 19 de janeiro de 1990

Os Esquimós.


imagem:mind42.com

“No ponto de vista arqueológico, nativos siberianos históricos que migraram para a América, denominados da espécie mongolóide, esquimó, aleúte e etc...”.

 

Quando os espanhóis desembarcaram na América e chegaram as terras recém descobertas do novo mundo, no final do século XV, surpreenderam-se com o brilho, o esplendor e a opulência dos nativos pois, encontraram algumas avançadas civilizações no México, na América Central e no Peru, a pompa de seus imperadores, o requinte de suas cerimônias religiosas, o alto nível de suas produções culturais e artísticas indicavam que aqueles povos possuíam uma longa história e rica, mas a pretensão dos europeus em impor seus padrões aos povos pré – colombianos serviu apenas para interromper o processo que havia dado origem à cultura rica e singulares, entre as quais destacavam-se as dos Incas e Astecas. Às tribos que viviam entre o norte do México e o sul das montanhas rochosas, como a dos navajos, os espanhóis chamaram de pueblos (inscrições rupestres dos navajos). Até hoje, porém, as origens do povoamento do continente americano ainda são pouco conhecidas. Os especialistas concordam que, há cerca de 40.000 anos, populações caçadoras da Ásia Norte – Oriental teriam emigrado em direção à América.   

Hipóteses Sobre A Ocupação das Américas.

Conforme as hipóteses mais aceitas, essa migração foi feita através do Estreito de Bering, ou seguindo as cadeias formadas pelas Ilhas Aleútas. Alguns autores acreditam que, graças as variações no nível do mar, esses povos puderam atravessar o Estreito a pé, em determinadas ocasiões. Depois deste, ocorreram muitos fluxos migratórios e, ao que parece, uma nova onda de populações penetrou na América, por volta de 12.500 a.C.

Do Alasca e das regiões Árticas, as tribos da Ásia difundiram-se no novo mundo seguindo três rotas principais: a Costa Setentrional do Alasca e do Canadá, as pradarias situadas a leste das Montanhas Rochosas, e a Costa do Oceano Pacífico. A reconstrução mais aproximada que se pode obter da história dessas populações pioneiras depende basicamente dos fósseis e vestígios que deixaram através dos tempos. Segundo alguns especialistas, os mais antigos vestígios de artigos de manufaturados encontrados na América (raspadeiras, lascas de vários tipos), remontariam a cerca de 40.000 anos. Essa datação, porém, não é aceita por todos os estudiosos, que também divergem quanto a antiguidade dos primeiros restos de fósseis humanos. Para alguns cientistas, esses fósseis podem ser situados por volta de 15.000 aC. Sabe-se que o povoamento das Américas teve início por volta de 40.000 anos atrás. Nesse período, um rebaixamento do nível dos oceanos deixou emersa uma larga faixa de terra entre a Sibéria e o Alasca. Os primeiros imigrantes foram, portanto os asiáticos, ainda geneticamente pouco mongolizados, mas que transmitiram aos seus descendentes vários traços característicos das populações ditas amarelas, como, por exemplo, grupo sanguíneo exclusivamente do tipo O, cabelo preto e liso, pouca pilosidade, etc. Pelos cálculos dos arqueólogos e dos estudiosos de Paleodemografia, deviam ser poucos numerosos, e demoraram aproximadamente 25.000 anos para povoar toda a América do Norte, mantendo até 12.000 BP uma densidade fraca (por volta de 0,1 habitante por Km²). Até então suas armas eram rudimentares e a caça aos grandes animais, a mais rentável, devia fazer-se de perto, usando-se varas armadas com pontas sem farpa do tipo Clóvis, a fim de serem retiradas imediatamente do animal ferido, sem deixar o atacante desarmado.

Por volta de 11.200 BP, o armamento melhora com a utilização do propulsor (uma vara de gancho), que permite lançar até 70 metros de distância, dardos cuja ponta era do tipo Folsom, mais leve e com sofisticado sistema de encabamento. Essa inovação tornou a caça ao mamute e ao bisão gigante tão eficiente que estes logo desapareceram, enquanto a população humana crescia rapidamente. Com isto, os espaços livres reduziram-se, obrigando os homens a explorar, de uma forma mais intensa, os recursos do seu território, levando-os a divergirem culturalmente de maneira mais acelerada. E com isso, acabava-se a fase pioneira da ocupação do continente norte-americano, que realizou-se num ritmo médio inferior a um quilômetro por ano. Os ancestrais dos Ameríndios vieram do nordeste da Ásia. Evidências arqueológicas e antropofísicas convincentes indicam que da Sibéria migraram através da ponte de terra de Bering para o Alasca, há 13.000 anos passados e há 11.000 anos já haviam chegado ao Sul do Chile.

As Culturas mais Antigas.

Numerosos vestígios foram encontrados na parte Sul – Ocidental dos Estados Unidos: o clima quente e seco favoreceu sua conservação. Nessa região, desenvolveram-se as mais antigas culturas pré – colombianas, às quais deu-se o nome da localidade onde os principais vestígios foram encontrados. Assim em um período compreendido entre 15.000 e 7.000 aC, floreceram as culturas de Sandia, Clóvis e de Folsom (todas situadas no Novo México), a cultura de Yuma (Arizona) e a cultura de Cochise (Texas central e Arizona meridional). As mais antigas foram culturais da região Ártica devem-se as populações Esquimós. Elas desenvolveram-se no Alasca, Groelândia, Labrador e Canadá, tendo sido unificadas, por volta de 900 a.C, pela cultura de Thule, uma cultura de navegadores e caçadores de baleias.

Fisicamente os nativos americanos são classificados como mongolóides, tendo esta raça geográfica desenvolvido-se no nordeste asiático, em adaptação às condições de frio extremo. Aqueles, de aspecto mongolóide mais acentuado, encontram-se no extremo noroeste da América entre os de fala Esquimó e Na-dene. Contudo, todos os grupos possuem vestígios de caracteres mongolóides, os esqueletos originários de sítios arqueológicos mostram que os primeiros imigrantes faltavam as especializações adaptativas ao frio, tão característicos dos nativos siberianos históricos.

A Vida dos Esquimós.

Os esquimós e os seus parentes aleútes chegaram há relativamente pouco tempo, tendo se deslocado para o Ártico americano a partir da Sibéria entre 4.000 e 5.000 anos atrás. Eram, e são, diferentes dos índios americanos sob aspectos, como biológicos, linguísticos e culturais. Levaram com eles uma aperfeiçoada tecnologia lítica, que adaptaram a medida das necessidades, para lhes permitir penetrar no ambiente hostil e sem árvores do Ártico. A tecnologia esquimó foi descrita como sendo dominada pela engenhosidade. Em alguns caso, como nos arpões, nos caiaques e nos trenós de cães, as suas tecnologias são altamente sofisticadas, ao ponto de provavelmente não poderem ser melhoradas. De um modo substancial dentro das limitações dos materiais tradicionais. Alguns acessórios, como o mata - lobos ou o flutuador de pele de foca, são simples mais engenhosos. O mata – lobos é uma tira de barba de baleia, aguçada nas duas extremidades, que é encurvada e congelada num naco de gordura. Quando ela é engolida por um lobo esfomesdo, descongela, endireita-se e mata o animal.

Os flutuadores de pele de foca são utilizados pelos tripulantes dos caiaques, que os amarram os arpões. Os animais arpoados esforçam-se a puxar pelo flutuador em vez de o fazerem com os frágeis caiaques, até se cansarem e morrerem. As ferramentas inteligentes, as lâmpadas de óleo e os mamíferos marinhos permitiram que bandos de esquimós penetrassem e sobrevivessem no ambiente mais hostil do mundo. A longa noite ártica dava-lhes tempo para os divertimentos e para o artesanato. A vida dos esquimós demonstrou ser resistente às pressões do século XX, mas os equipamentos modernos substituíram muitas das ferramentas tradicionais. A broca de arco permite a abertura rápida de furos finos e precisos em materiais duros. Antes da introdução do comércio do ferro, os artesãos esquimós usavam a pedra, o cobre e o ferro meteórico para o fabrico de pontas. As aves eram capturadas das maneiras mais diversas por causa da carne e das penas. Para as capturar e matar, os esquimós serviam-se de lanças, redes e até de bolas. O iglu é apenas um dos tipos de casas de neve e gelo, mas foi o que mais prendeu a imaginação dos não esquimós. As peles, ervas e pedras servem para a fabricação de abrigos noutras ocasiões, pois nem no Ártico o inverno dura para sempre.

Texto: Prof. Vanessa.

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