domingo, 19 de abril de 2020

Maria Sophia Von Erthal, a Baronesa que inspirou Branca de Neve.

MADRASTA MÁ E FLORESTA MACABRA: MARIA SOPHIA VON ERTHAL, A BARONESA QUE INSPIROU BRANCA DE NEVE

A personagem, que inspirou narrativas bizarras e mágicas, muito se parece com Erthal
NICOLI RAVELI PUBLICADO EM 19/04/2020
Maria Sophia von Erthal (à esquerda) e Branca de Neve (à direita)
Maria Sophia von Erthal (à esquerda) e Branca de Neve (à direita) - Divulgação
É fato que a história da Branca de Neve faz parte da vida de adultos e crianças e que já foi contada milhares de vezes, em versões macabras e encantadoras. A princesa de pele branca como a neve já foi citada em inúmeras peças teatrais e filmes.
Entretanto, pouco se sabe sobre a origem da história. De acordo com pesquisadores, a narrativa da baronesa Maria Sophia von Erthal teria inspirado os Irmãos Grimm dar vida ao conto da princesa.
Ilustração de Maria Sophia von Erthal / Crédito: Divulgação

Maria cresceu em um grande castelo localizado em Lohr am Main, a cerca de 100 quilômetros de Bamberg, na Baviera. Ela era filha do príncipe Philipp Christoph, dono de terras do século 18.
Vida real e o conto.
Segundo o historiador Karlheinz Bartels, o conto reproduziu a vida da burguesa em diversos momentos. Após a morte da baronesa Von Bettendorff, Christoph casou-se novamente. No entanto, a nova esposa sempre alegava que não gostava de seus enteados. 
O dado lembra bastante a madrasta presente na narrativa da Branca de Neve. Assim como a princesa, Maria também sofreu nas mãos da companheira do pai, conhecida por sua característica ameaçadora.
Além disso, o castelo que abrigava Erthal era famoso por ter um espelho com uma superfície extremamente lisa e uniforme, algo incomum no período. Vale lembrar que na narrativa da princesa, a madrasta má sempre questiona a um espelho falante "Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?". 
O conto também descreve uma floresta misteriosa, da mesma maneira que a cidade de Lohr abriga uma mata marcada por ladrões e animais selvagens. Para completar o cenário, Branca de Neve percorreu sete colinas em direção a cabana dos anões que era próxima a uma mina.
Pode-se alcançar uma mina em Lohr após cruzar sete colinas. Não obstante, diversas crianças trabalhavam no local – o que pode ser comparado aos anões.
Entretanto, alguns pontos cruciais da história da princesa não fazem parte da trajetória de Maria, como a curiosa maçã envenenada, um príncipe encantado e o caixão de vidro. Além disso, a vida da burguesa revelou um final que não é mencionado no conto: a mulher, que era cega desde jovem, morreu solteira aos 71 anos.
A lápide.
Sua lápide, que estava em uma igreja de Bamberg, na Alemanha, foi levada para um hospital construído pelo irmão da falecida. Mais tarde, devido a restauração da instituição, a estrutura foi doada ao Museu Diocesano localizado na mesma cidade.
No acervo, ela foi restaurada e exposta. A partir de então, Holger Kempkers, diretor do local, alegou que a trajetória de Sophia tornou-se o núcleo da Branca de Neve.
Apresentação da lápide da Branca de Neve / Crédito: Divulgação/Press Office Archdiocese of Bamburg 

Foi então que os Irmãos Grimm deram vida ao conto da Branca de Neve em 1812. Mais tarde, em 1937, Walt Disney criou a animação que deu fama à história. A partir de então, a filmagem teve diversas adaptações.
“Os irmãos Grimm transformaram em literatura as histórias que ouviram da população local”, afirmou Kempkers. Além disso, ele também alegou que há informações de que Maria foi a modelo para a personagem Branca de Neve.
Cena do filme Branca de Neve / Crédito: Divulgação

“Hoje, quando você faz um filme sobre uma pessoa histórica, também há ficção. Então, neste caso, acho que existe uma base histórica, mas também há elementos fictícios”, completou.

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