quarta-feira, 30 de maio de 1990

Livro: Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, de Perry Anderson.


Perry Anderson.

Povos Bárbaros.


Os germanos eram agricultores – modo de produção comunal primitivo. Os clãs eram matrilineares. Os chefes das tribos decidiam que parte do solo deveria ser cultivada e distribuíam-na entre os clãs. Os germanos vendiam o gado, ou capturavam escravos de outras tribos para comercializarem com os romanos. Na época de Tácito, a redistribuição de terras deixou de ser pelos clãs para ser direta aos indivíduos e a frequência diminuiu. Os germanos não se fixavam em um território para os seus cultivos, eles migravam em grande escala. A aristocracia com fortuna acumulada possuía um grupo que exercia o poder nas tribos mas alguns guerreiros livres às rejeitavam. Estes guerreiros possuíam um grupo de ataque. Forma-se um sistema de cortesão, as tribos estavam se trasformando em uma ordem feudal. Rompimento crítico com o sistema social. A morte do sistema de clãs. Aristocracia feudal formada com próprio e novo sistema. A pressão romana acelerou a diferença social e a desintegração dos modos de produção comunitários nas florestas germânicas, por meios de trocas comerciais, o sistema romano adquiria mais poder e elevou as tribos a maior diferença social e elevou os níveis de organização militar e política. Germanos que defendiam seus interesses romanos dentro do mundo bárbaro em troca de dinheiro, apoio político e proteção militar. Surge o feudalismo. Foram fragmentadas as unidades políticas, econômicas e militares. As províncias recaíram em desordem e a confusão atacou a administração que prendeu o rumo. Houve rebelião social e banditismo que reinou por uma grande área. Culturas locais arcaicas e sepultadas vieram a superfície. 

Os povos bárbaros possuíam comunidades primitivas. Todos tinham religiões pagãs ancestrais e depois o arianismo. Não tinham linguagem escrita. Poucos possuíam qualquer sistema de propriedade articulado ou estabilizado. Após a invasão, a 1ª questão fundamental foi a disposição econômica das terras. O sistema adotado foi o de hospitalitas. Começa a formação do Estado e a autoridade sobre a comunidade guerreira livre. A comunidade romana manteve o seu aparelho administrativo, sua estrutura, seu pessoal e o seu sistema jurídico. Na Itália ostrogoda onde o aparato militar germânico característico desta fase eram ainda monarquias rudimentares, apoiadas por guardas reais ou cortes domésticas. O impacto econômico, ideológico e político da 1ª onda de invasões bárbaras, desta maneira era limitado relativamente positivo uma vez que estava irreversívelmente demolidas as defesas.

Os visigodos viajaram dos Balcãs para a Espanha. Os ostrogodos viajaram da Verânia para a Itália. Os vândalos viajaram da Silésia para a Tunísia. Os burgundios viajaram da Pomerânia para a Savóia.

A 2ª fase bárbara destaca-se 3 episódios. A conquista Franca da Gália, a ocupação Anglo - Saxônica da Inglaterra e um século depois o assalto lombardo à Itália. A sedimentação cultural da 2ª onda de invasões foi muito mais profunda e mais duradoura que a 1ª. O dualismo rígido e instável do século V, desapareceu aos poucos no século VI.

A conquista Franca na Gália – os francos possuíam um movimento de colonização armada, a nobreza recebia terras e cargos, adotaram o catolicismo, o rebaixamento dos níveis urbanos permitiu elevação na Gália.

A ocupação Anglo–Saxônica da Inglaterra – possuíam um movimento de colonização armada, a Inglaterra foi germanizada, as diferenças entre a ordem romana e germânica eram os métodos de cultivo, os anglo – saxões foram convertidos por missões romanas no século VII.

O assalto lombardo à Itália – invasões de caráter militar, os lombardos aniquilaram os romanos e fizeram alguns de escravos, os lombardos organizaram-se em colônias militares com própria administração. Usavam leis e normas germânicas, aceitaram o catolicismo.


Por: Prof. Vanessa.

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