quarta-feira, 23 de maio de 1990

Livro: O Cotidiano no Imaginário Medieval.


O Cotidiano no Imaginário Medieval de José Roberto Mello.


ROMANCES ARTURIANOS - 1ª obra crônica em 1135, Geoffrey de Monmouth, Inglaterra, história dos reis da Bretanha, onde o reinado de Artur constituía o ponto alto. Em 1148, poema da vida do Mago Merlim, Vita Merlini, cujas profecias compusera também em 1135, inserindo as no texto da história. Não se sabe se o autor acreditava nas lendas. Em 1155, foi traduzido para o anglo-normando por Wace.

No século XII foi traduzido para o inglês, por Layamon - tem 200 manuscritos com cópias da obra, mas 50 datados do século XII. 40 anos depois aparecem as obras francesas, a principal é de Chretien de Troyes e a autora Maria de França, estrangeira escrevia na corte Inglesa. Compôs contos curtos em verso entre 1160 e 1178 o único arturiano é o Lai de Lanval - herói acusado pela rainha Guinevra.

Troyes, grande autor do século XII, dedicou-se aos clássicos e depois aos bretões. A partir de 60 usa Artur e cria.

Cligés, Erec et Enide, Yvain ou Le Chevalier au lion (Y van ou o cavaleiro do leão), Lancelot ou Le Chevalier à La Charrete (Lancelote ou o cavaleiro da carroça) e Perceval ou Le Conte dou Graal (Percival ou o conto do Graal), ficou inacabado, gerou outras continuações que procuravam esclarecer o mistério do Graal.

Os personagens e as histórias, lendas agruparam-se em ciclos como ex: Lancelot e Tristão e Isolda em prosa no início do século XIII. Depois de Troyes, surge Roberto de Boron da Borgonha - criou um ciclo em verso entre 1191 – 1200, mas restou-se apenas 2 obras. Le Roman de I'Estoire dou Graal - romance da história do Graal, também conhecido como Roman de Joseph d'Arimathie e Merlin (Mérlim), historiadores o passaram para a prosa no século XIII e criaram o ciclo Lancelot em prosa ou Graal Vulgata integrado por 5 romances.

A Estória toda inicia na Palestina, surgimento do Graal, (Jesus bebeu nele na última ceia, José de Arimatéia recolheu seu sangue na Cruz), vinda para Grã Bretanha, e custódia no castelo de Corbenic.

Merlin - conta o nascimento do mago, a corte de Londres com Uter Pen Dragon, pai de Artur, sua morte e o advento deste no trono.

Lancelot - começo com lutas entre Claudas, senhor da Terra Deserta (o Berr, na França) e os reis Ban de Banoic, pai de Lancelot e seu irmão Bohors de Gaunes, pai de Lionel e Bohors. A estória da carroça, o resgate de Guinevra raptada por Meleagant é só um narrativo. O que acontece é que a infância e a juventude do herói, vai até o nascimento e infância do seu filho Galaad.

Galaad - personagem principal da obra Quest del saint Graal, onde o jovem Galaad chega a corte de Artur e anuncia as aventuras do Graal, na festa de Pentecostes, e vai até a morte dele.

A Morte do Rei Artur - é o retorno dos sobreviventes e o relato das aventuras é o romance final do ciclo, anexada mais tarde a Estoire del Saint Graal e Merlin.

Geoffrey de Monmouth - encerra o domínio dos bretões com a traição de Moidret, narrativa diferente (cunho dramático e realista), dramas da sociedade arturiana, jogo de sentimentos dominam, ódio, amor, ciúme, fidelidade, até o trágico desfecho na planície de Salisbury.

Demanda do Sato Graal - é uma versão portuguesa do século XIV.

Mais tarde, introduções e continuações foram acrescentadas a Percival e a Merlim.

A lenda de Tristão tem origem céltica e foi atraído para o ciclo arturiano e diversificado por 2 autores Thomas e Béroul, depois tomou o rumo de prosa. Surgem obras arturianas de nome similar às francesas.

Capítulo 5 - Mancha fosforecente num dos ombros exibido or Havelock o dinamarquês, provando ser da realeza. Artur criado incógnito por um vassalo de seu pai, Uter, arrancou da pedra a espada que ninguém mais conseguia, provando ser da realeza, ele possuía também outros atributos como o porte, a beleza, fisionomia nobre, sendo ele reconhecido por qualquer um. A concepção literária compara-se a imagem popular fornecida por tratados políticos e outras fontes, mas não dá grande ênfase ao espírito de justiça, um dos principais requisitos do governante. Artur aparece algumas vezes desempenhando a função judicial. Bravura cavalheiresca, prodigalidade. Observa-se o espírito feudal como na ação do rei que deveria distribuir dons e presentes aos seus homens, virtude antiga dos chefes das tribos germânicas dos séculos V e VI., do outro lado o monarca avaro que em vez de dar tomava os bens de seus homens.

Santo Graal, completude, vida eterna, felicidade, encontrá-lo é encontrar a si mesmo.

Intervenção divina - punição divina para o rei que esquece de suas virtudes, epidemias, fracasso nas guerras, discórdias internas. Quando isto acontece costumava aparecer alguém para aconselhar o rei como Merlim o fazia.

No Lancelot, Artur fracassa na guerra e é visitado por um sábio que lhe explica as derrotas, e Ter ignorado uma das regras de ouro da boa governanta, o socorro a um vassalo necessita do (o rei Ban pai de Lancelot, atacado por Claudas da Terra Deserta).

Funções: governante real, manter a paz e a justiça, proteger os fracos contra os poderosos e o reino contra os inimigos (tal a essência da promessa de Artur no juramento da coroação (Merlim)).

A Bravura Cavalheiresca - para proteger o povo, Artur, fora as lutas do início do reinado para a afirmação de seu poder e as do final, contra Lancelot, Roma e o sobrinho Mordret, nada mais fez, ele era o mais poderoso chefe da cristandade, foi solicitando pessoalmente a combater o gigante Frollo, um dos governantes da Gália Romana. Lancelot tentou afastar Artur oferecendo-se para lutar em seu lugar. Artur dirigia a corte, caçava e aguardava as batalhas que lhe batessem a porta. Não iam em qualquer uma pois ele era o rei e precisava se proteger e não deixar o reino só.

Historiador E. K. Peters, colocou Artur na galeria dos regentes inúteis, por inatividade, inércia, há uma indagação sobre isso. Tem-se dois fatores a própria essência da função real, e um costume original da cultura deles. Rei, intermediário entre as forças terrenas e sobrenaturais indispensável na sociedade. Reino, sem rei ou com ele, criança, as desordens na Grã Bretanha, subsequentes a morte de Uter Pendragon ai estavam para demonstrá-la. A sociedade gostava de ressaltar os modelos de cavaleiros nos reinos como Ricardo Coração de Leão, e Eduardo I da Inglaterra.

Cavaleiro - liberdade de ir e vir, ao sabor da aventura, preso ao mundo aventuroso. No século XI, entravam numa elite num grupo chamado ordem da cavalaria.

Cavalaria - origem militar e econômico, com o desenvolvimento do emprego do cavalo de guerra, época carolíngia séculos VIII e IX, o equipamento era caro, o cavalo, a armadura, escudo, lança e espada. E precisavam ainda de alimentação adequada e tempo para treinamento, isto servia somente para abonados. Após o primeiro período o grupo torna-se fechado e selecionado, a ordem da cavalaria, ingressa mediante um ritual. A igreja influenciou a ordem codificando-a e dando uma função perante a sociedade.

Lancelot - a sua educadora é a fada Niniane, que mostra e explica o sentido da instituição da cavalaria.

Padrão ético para cavaleiros - coragem, força, lealdade, piedade e justiça.

Autores medievais - não sabem ao certo mas inclinam-se para o lado do senso comum, onde qualquer um com bons atributos tornava-se um cavaleiro e de outro lado, a hereditariedade, filho de peixe peixinho é, ou eleição escolha natural.

Percival - cuja a mãe desiludida com a cavalaria, por Ter perdido o marido, criara o filho longe de tudo, principalmente das armas, mas na sua adolescência encontrou com cavaleiros de Artur, despertou a vocação e abandonou o lar para seguir seu destino.

Padrão moral - especialista nas armas, defensor dos fracos, viúvas, injustiçados e a Santa Igreja.

Simbologia e igreja - a simbologia do equipamento na parte nobre consiste de lança, escudos, cota de malhas, elmo e espada, é relacionada com a proteção a igreja.

O povo representado pelo cavalo pois deve suportar materialmente o cavaleiro para melhor lutar, já a igreja lhe dá o amparo espiritual.

Padrão ético - tipo atlético da época, bem de corpo, sarado, musculoso, belo, cabelos louros, encaracolados, valente e bravo.

Defeitos - deslealdade, felonia, covardia e traição.

Paz de Deus - proibia combates a certos perímetros.

Trégua de Deus - confinando-os combates a certos períodos do ano.

Código ético - indicado a circunstâncias e os indivíduos contra os quais poderiam ser empregadas as armas. Aos poucos a cavalaria foi sendo cristianizada com um cerimonial organizado em regras.

Cruzadas - a tarefa dos cavaleiros era combater infiéis, toma do primeiro ciclo da literatura francesa, canções de gesta.

São Bernardo de Claraval, século XII nas ordens militares, na terra Santa, a dos cavaleiros do Hospital de S. José de Jerusalém ou Hospitalárias e a dos cavaleiros do tempo, ou templários e etc.

Monge cavaleiro com ideal laico e religioso, retomado no ciclo Vulgata do Graal, o autor distingue dois tipos a cavalaria terrena e a cavalaria celestial com a influência da igreja. A terrena dos homens e a celestial dos anjos.

LEGENDÁRIO CÉLTICO. Folclore, Lendas e Tradições.

Fonte (s): Livro de Taliesin – Lendário poeta do século VI.

Maravilhas da Bretanha (De Mirabilibus Brittanniae) de Nennius, início do século IX.

Tradição local: a impressão das patas do cão de Arthur, cujo nome era Cabal, na maior pedra em um conjunto rochoso no Breconshire.

Túmulo do filho de Arthur, chamado Amr, nas nascentes do rio de mesmo nome, atual Rio Gamber no Herefordshire.

Aparecimento de estórias sobre Merlin em Gales no século IX.

Manuscritos do final do século XII em diante, como Livro Negro de Carmarthen (c. 1200) e o Livro Vermelho de Hergest (c. 1400).


Por: Prof. Vanessa.

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