terça-feira, 22 de maio de 1990

Livro: O Impressionismo.

    

       Movimento artístico e escola de pintura surgido na França no séc. XIX. É a impressão tal qual foi percebida materialmente. O pintor se propõe a representar a partir das suas impressões pessoais, sem regras estabelecidas. A visão sempre renovada em função da luz e de suas variações, passará a ser o verdadeiro tema do quadro. Os pintores vão trabalhar ao ar livre. 

       Os aspectos mais efêmeros vão atrair os pintores: o mar, seus horizontes, o céu, as nuvens, o sol e suas vibrações, a fumaça, a neve, etc. Os pintores serão levados a executar séries que acompanham as transformações de um determinado local em diversas horas do dia. Os artistas não representarão as formas e abandonam alguns princípios tradicionais da arte pictórica. É banido o desenho e o contorno que define com precisão. A perspectiva deixa de ser baseada nas regras e é realizada em primeiro plano pela degradação de coloridos e tons que marcam o espaço e o volume. 

          Uso das cores azul ultramar, cobalto, azul da Prússia, cerúleo, etc. Uso de tons de maior grau até o mias claro. As sombras são coloridas. Excluem negros, cinzentos, marrons ou terra. Preferem tons de azuis, verdes, amarelos, laranjas, vermelhos e violetas. 

         O impressionista vê as linhas reais e vivas sem forma geométrica, mas construídas com mil pinceladas irregulares que de longe estabelecem a vida. O impressionista vê a perspectiva criada por milhares de pequenos tons e pinceladas. O impressionista vê de forma em vibrações coloridas. Tudo se resolve e aparece. O que se obtém na tela são as vibrações coloridas. 

       A origem da palavra "impressionismo" pode ter vindo de um artigo intitulado " A exposição dos impressionistas", escrito pelo jornalista Louis Leroy em 25/04/1874. Inspirado por uma tela exposta de Claude Monet (impressão do sol nascente), que hoje a obra encontra-se no Museu Marmottan em Paris, na França. Segundo Louis Leroy, a palavra impressionista, marcava o artista que abandonava a expressão tradicional e traduziu melhor as suas impressões visuais. O impressionismo já tinha sido designado para essa nova maneira de pintar. O texto "Souvenirs" de Antonin Proust, falando sobre o artista Edouard Manet, foi estudado por Louis Dimier, que encontrou a palavra nascida de uma discussão de 1858. 

    Os elementos que fazem parte da base impressionista são valores sutis da luz e da atmosfera. Manchas ou pinceladas coloridas sugerem a mobilidade da vida com essência realista. Efeitos sugeridos pela cor e a luz. Os artistas não são considerados grandes desenhistas, mas sim, grandes coloristas que buscam a riqueza e a beleza da pasta. 

       Em Veneza, cidade das miragens coloridas, que acreditam ser o local de nascimento da estética de luz, cor e sensação dos princípios básicos. Uma feitura livre com pinceladas visíveis, buscam traduzir os reflexos luminosos que propiciam a ilusão da vida. Na Espanha, a Península Ibérica é marcada e retratada por El Greco, Velázquez e Goya. 

        El Greco (1541-1614), introduz em 1577, uma técnica original, pinceladas fragmentadas, coloridas e ousadas como manchas vibrantes. 

        Os retratos de Velázquez são esboçados por manchas voluntariamente imprecisas.

          Chardin (1699-1779), pratica os retoques e reflexos. Não pinta paisagens. Pinta objetos e natureza morta. Emprega pequenas pinceladas justapostas como uma mistura ótica de tons.

         Fragonard (1732-1806), é um colorista e sua técnica é em hachuras fragmentadas, apressadas e vibrantes que traduz a cintilação luminosa e a turbulência da vida. 

           Eugene Delacroix (1798-1863), explicou o "mistério dos reflexos", também chamados de "reflexos auditivos". Onde 2 dois tons se tocam e se roubam mutuamente. Um ganha o tom do outro e pode surgir um outro tom no meio desta mistura. 

Bibliografia: SERULLAZ, Maurice, O Impressionismo, 13 Coleção Cultura Contemporânea, Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1989.                

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