ENTRE DEMÔNIOS E A GUILHOTINA: A SANGUINÁRIA HISTÓRIA DE JOÃO E MARIA
O conto original, escrito pelos Irmãos Grimm, relata uma versão obscura — e diferente do que estamos habituados
DANIELA BAZI PUBLICADO EM 28/01/2020
A história de João e Maria é um conto de fadas que ultrapassa gerações. Publicada pela primeira vez em 1812, de autoria dos Irmãos Grimm, a narrativa fala de dois irmãos que foram abandonados na floresta por seu pai e a madrasta devido a falta de dinheiro para sustentar todos e, enquanto procuravam o caminho de volta para casa, acabaram sendo capturados por uma bruxa que tinha o objetivo de "assá-los" após comerem sua casa feita de doces.
As crianças conseguem fugir da mulher, atirando-a no forno, e reencontram seu pai que havia acabado de perder a mulher, voltando para casa felizes com o dinheiro encontrado na casa da bruxa. Entretanto, esta não seria a versão original da história.
O conto real tinha o nome de "As Crianças Perdidas", e se passa na Idade Média. Longe de ser um conto infantil: é uma representação das dificuldades passadas na época devido à falta de comida. Por isso, era comum que os pais matassem seus filhos ou os abandonassem por não conseguirem sustentar os familiares.
Ao invés de João e Maria, o nome dos irmãos era Jean e Jeanette e, assim como a versão dos Grimm, foram largados na floresta por seus pais. Para encontrarem seu caminho de volta para casa, as crianças sobem em uma árvore e avistam dois telhados, sendo um branco e o outro vermelho.
Jean e Jeanette decidem se encaminhar para a casa de telhado vermelho, e encontram com uma doce e gentil senhora que afirmava ser dona da casa e recebeu as crianças. Seu único pedido foi para que não fizessem barulho, pois seu marido atacaria caso descobrisse o que estava acontecendo.
O homem em questão era um demônio, e sentiu o cheiro dos jovens que rezavam constantemente para encontrar seus pais, que acabaram sendo aprisionados para que fossem devorados. Jean seria o primeiro e, por estar muito magro, recebia comida todos os dias de sua própria irmã para que se tornasse mais apetitoso ao monstro.
Quando o demônio iniciou os testes para saber se o garoto já estava pronto, Jeanette conseguiu ajudar seu irmão a enganá-lo com um rabo de rato, que disfarçava como próprio dedo. A tentativa funcionou por duas vezes até serem descobertos. Como consequência, o diabo decidiu que criaria uma guilhotina para cortar a cabeça de Jean.
Ao optar por um passeio, as crianças chamaram a adorável senhora que os havia recepcionado e perguntaram como o objeto funcionava. Os irmãos puderam enganá-la e em seguida cortaram a cabeça da idosa, fugindo com a carroça do demônio cheio de ouro e prata. A figura diabólica foi enfurecida atrás de Jean e Jeanette.
Uma lavadeira que morava ali perto percebeu toda a situação e decidiu ajudar as crianças. Ela enganou o demônio fingindo auxiliá-lo a passar pelo rio, mas acabou puxando a ponte improvisada fazendo com que ele caísse na água e morresse afogado. Com isso, Jean e Jeanette conseguiram encontrar o caminho de volta para casa e entregar toda a fortuna roubada para seus pais, vivendo felizes para sempre.
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