PANTERAS NEGRAS: O MOVIMENTO ARMADO QUE PROTEGIA NEGROS DA VIOLÊNCIA POLICIAL
Criado na década de 60, nos Estados Unidos, o grupo defendia a resistência e luta contra o racismo estrutural da época
VICTÓRIA GEARINI PUBLICADO EM 04/12/2019
Fundado em outubro de 1966, nos Estados Unidos, o movimento Panteras Negras surgiu para defender os bairros em que a maioria da população era negra, a fim de proteger os moradores contra a violência policial.
Inicialmente, o grupo pregava a resistência e a luta armada, com o objetivo de combater as opressões sofridas pelos negros. Rapidamente o movimento se espalhou pelos Estados Unidos, e no final da década de 60, atingiu cerca de 2 mil integrantes e se estabilizou nas principais cidades norte-americanas.
Devido ao racismo estrutural presente na época, as autoridades logo repreenderam os Panteras Negras. Entre 1966 a 1970, diversos tiroteios em Nova York e Chicago foram feitos e pelo menos 34 membros da comunidade negra foram mortos por policiais.
Em 1968, o diretor do FBI declarou que o movimento Panteras Negras era “a maior ameaça à segurança interna americana”. Devido as perseguições governamentais, o número de militantes diminuiu gradativamente, até que os líderes renunciariam e passaram a se dedicar aos serviços de assistência social das comunidades negras.
No início dos anos 80, o movimento foi oficialmente desfeito. Atualmente, o legado dos Panteras Negras é associado as conquistas pelos direitos civis dos norte-americanos negros e virou um grande símbolo na luta contra o racismo no resto do mundo.
A obra Radical Chic & Mau-Mauing the Flak Catchers, do romancista Tom Wolfe retrata este período. O nome do livro foi criado pelo escritor, em 1970, quando o compositor Leonard Bernstein deu uma festa em homenagem aos Panteras Negras. O autor busca recriar este episódio de maneira fiel ao ocorrido, mostrando o controverso encontro entre os militantes e o establishment liberal branco.
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