ALFREDO, O GRANDE: O REI QUE SALVOU A INGLATERRA DA AMEAÇA VIKING
Responsável por várias ações defensivas contra os povos vikings que tentavam tomar o território inglês, o rei é tido como responsável por ter livrado o território dos escandinavos
CAIO TORTAMANO PUBLICADO EM 04/12/2019
Conhecido como Alfredo, o Grande, não foi o monarca inglês com a imagem mais viril. Outros reis como William de Normandia, Ricardo I e Henrique VIII eram tidos como figuras muito mais bravas, porém apenas Alfredo foi chamado de “o Grande”.
Nascido em um momento de desunião entre os ingleses, seu pai, Etelvufo, chefiava Wessex, ao sul do território. Sendo o último da linha de sucessão familiar de um total de cinco filhos, Alfredo foi consagrado rei após a morte do seu irmão (o quarto na linha), aos 22 anos de idade.
Nada em Alfredo remetia a imagem real. O monarca era naturalmente fraco devido a doenças intestinais que o acometiam, tanto que sua dieta se limitava a leite, água, vegetais e mingau. No entanto, apesar dessas limitações, Alfredo era tido como um homem de muita boa vontade, esperto e inteligente.
Durante seu reinado, Alfredo se dedicou a expandir a educação por toda sua população, afrontando até a Igreja por querer que as pessoas aprendessem a língua local ao invés do latim.
No entanto, o maior problema do rei não era a Igreja. Seu reino sofreu com o ataque dos vikings. Enquanto seu irmão esteve no trono, momento que antecedeu o reino de Alfredo, os guerreiros expandiram seus saques tornando-os maiores e mais frequentes.
Durante o comando do sucessor, os nórdicos já eram uma ameaça real e próxima, ocupavam tanto o leste do país como o norte. A ocupação obrigou o rei a pagar constantes tributos para adiar qualquer tipo de ataque dos povos escandinavos.
Em 876, um líder viking chamado Guthrum atacou o reino de Alfredo. Depois de uma série de batalhas os invasores prometeram trégua, que não durou muito tempo. Por mais que tenha repelido os ataques inimigos em Devon, ele foi surpreendido em Chippenham, obrigando-o a fugir para evitar uma possível captura. Enquanto procurado, o rei fortalecia seus súditos e aumentava o seu exército.
O carisma e liderança do rei era tamanho que convenceu os nobres a recrutarem um exército enquanto estavam em marcha, tanto em terras no controle dos vikings como nas de controle saxão.
A Batalha de Edington ficou conhecida como a imponente vitória de Alfredo sobre Guthurum. A derrota fez com que os escandinavos se convertessem ao cristianismo e reinassem nas terras ao leste em nome do rei inglês.
O tratado entre os dois líderes também envolveu o reino de Mercia, um dos mais poderosos da Inglaterra. Antes da batalha, o local pertencia somente aos escandinavos, mas com o acordo o território passou a ser divido entre os dois.
Apesar da vitória sob Guthurum, Alfredo ainda tinha que lidar com os vikings do norte, fazendo com que o rei reunisse mais uma vez um exército para conter as invasões e ampliando a frota marítima inglesa, fundamental para levar tropas de um lugar ao outro do país em menos tempo.
O Grande, além de todas essas ações, foi responsável por reformar as leis anglo-saxônicas, codificando e anotando as leis existentes em diferentes reinos. Também foram incluídas normas baseadas, entre outras escrituras, no Novo Testamento.
No tempo de sua morte, em 899, Alfredo foi reconhecido como o rei de todas as terras Anglo-Saxônicas, e passou a ser venerado pela Igreja Católica com “defensor da fé”, e conhecido por todos como o homem que impediu o controle viking das terras inglesas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário