quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Como a 1ª Guerra revolucionou os relógios.

COMO A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL REVOLUCIONOU OS RELÓGIOS

Mesmo que essa seja uma invenção antiga, o relógio de pulso passou por impressionantes melhorias durante a Grande Guerra
ANDRÉ NOGUEIRA PUBLICADO EM 26/09/2019
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- Reprodução
Hoje em dia, temos interiorizado que o lugar do relógio é exatamente no pulso. Entretanto, nem sempre foi assim: anteriormente, eles eram colocados nos bolsos. A mudança de posição do relógio foi uma importante solução que o utensílio pudesse ser discreto e ao mesmo tempo em que podemos checar as horas com as mãos ocupadas.
Há relatos sobre a mudança desde o início do século 19, mas sabe-se que ficou plenamente disseminado entre os homens europeus após o uso por Alberto Santos Dumont na aviação.
Todavia, foi na Guerra que o relógio apareceu como solução ideal, tornando-se uma tendência. Isso teria começado na Guerra dos Bôeres, quando os britânicos perceberam a utilidade de liberar as mãos - usadas para checar as horas durante a batalha. Na transição do século 19 para o 20, esse processo ganhou espaço, passando pela popularização proporcionada por Santos Dumont até culminar na Primeira Guerra, marco do uso dos relógios de pulso.
Crédito: Reprodução
Com a disseminação do relógio de pulso entre os sodados, os exércitos começaram a incrementar sua prática de guerra, tornando o item tendência não somente no campo de batalha, mas também entre os civis, que a partir de então associavam o relógio à bravata masculina.
Assim foi iniciado um movimento de inovações no design dos relógios. Nas trincheiras, as pulseiras, como eram chamadas, tinham uma estética radical, herdada dos relógios de bolso. Como o cenário era de violência, a proteção do objeto passava pelo uso do cristal como elemento de contenção de choques, não deixando o corpo do relógio exposto, normalmente revestido por dobradiças para não obscurecer os numerais.
Crédito: Reprodução
Esse apelo estético, belo e harmonioso, descambava num problema para os soldados - a proteção do relógio muitas vezes podia atrapalhar na hora de ver as horas. A elegância irônica dos relógios da Primeira Guerra demonstra como a manutenção da beleza estética pôde surgir de um simples problema de durabilidade - esta também podia ser complicada, pois o cristal de revestimento era consideravelmente frágil, só sendo substituído em 1930 pelo acrílico.
Outro aspecto comum dos relógios na Guerra era a incrementação de nomes, títulos, fotos e outros detalhes no corpo do objeto. Mesmo que as plaquetas de identificação militar tivessem sido inventadas na Primeira Guerra, os relógios eram formas importantes de reconhecimento dos soldados.
Crédito: Reprodução
O design atual dos relógios de bolso permanece pouco mudado desde a metade do século passado. Ao mesmo tempo, muitas inovações da Guerra para os relógios não permaneceram como o caso dos relógios da Enicar, que possuíam um item acrescentado, em forma de lágrima, que guardava uma bússola de prata esterlina. Estética e praticamente, era maravilhoso, mas não foi para a frente.

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