sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Breve olhar sobre a Independência do Brasil.


A pequena aldeia que era o Rio de Janeiro, fora povoada de homens da corte com retumbantes títulos nobiliários. Estes, trouxeram consigo luxos ignorados, prazeres desconhecidos na cidadezinha rústica e primitiva. E, sobretudo, trouxeram o apreciado hábito de viver as custas do orçamento oficial, de receber dotações e desfrutar privilégios. Um dos pilares essenciais da relação colonial Portugal-Brasil havia sido liquidado: o monopólio comercial, herança de um mercantilismo ao qual se havia aferrado os governantes de um reino atrasado quanto ao desenvolvimento capitalista, já em marcha na Inglaterra, França e Holanda. Até aí, a Inglaterra já obtivera tarifas alfandegarias privilegiadas para introduzir suas mercadorias e estas, obviamente, inundaram o Brasil tal como acontecia no resto da América sob as mesmas circunstâncias favoráveis aos britânicos. Esforços para criar indústrias metalúrgicas e têxteis acabaram fracassando pela impossibilidade de competir com os produtos estrangeiros. As grandes fazendas agrícolas (unidade produtiva por excelência, na época) retraem-se em si mesmas e, apesar de ainda manterem certos laços mercantis, iniciam um processo de economia de subsistência. A massa de dinheiro, em mãos dos empresários agrícolas diminui em virtude de um certo retrocesso a uma economia natural. Em consequência, cai a demanda de produtos manufaturados importados. A aristocracia tradicional e aristocracia do latifúndio escravagista, sente-se solidária com os burocratas preteridos e vice-versa. Daí saem as ideias separatistas. Porem, o conflito fundamental, ao qual se subordinam todos os outros, estabelece entre o monopólio e o livre comércio. O capitalismo Europeu era compatível com a sociedade escravagista, exigia apenas a liberdade de comercializar e fazer circular as mercadorias. De modo que a independência foi proclamada a 7 de setembro de 1822, e a 12 de outubro quando o Brasil  teve D. Pedro I como seu imperador. O poder central mudou de mãos, é certo, mas não existiu a ruptura que se verificou em quase toda a América Latina. A independência brasileira consumou-se pacificamente. Houve ajustes, conchavos, acordos entre grupos econômicos e políticos que discordavam entre si.

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