Um dos aspectos centrais da Shariah, ou "lei islâmica'', é o conceito de "urf'' (árabe: عرف) ou "costume'', através do qual hábitos positivos de modo geral de uma população permanecem inalterados diante de uma dominância ou presença islâmica, sendo uma regra historica muito importante na difusão da religião no mundo. Quando aplicado, pode levar à depreciação ou inoperabilidade de um certo aspecto da própria shariah devido ao costume ou circunstância. O urf detém tanta autoridade quanto o ijma (consenso) e até mais do que o qiyas (raciocínio legal por analogia). Ele é o equivalente islâmico da "lei comum", e é uma das fontes de onde é derivada a própria shariah. Em aspectos práticos, isso pode ser observado por exemplo no véu das mulheres muçulmanas. O Alcorão em si não faz nenhuma referencia ao uso de um tipo de véu especifico, e sim aconselha a vestimenta com modéstia pelas mulheres e um véu genérico, que ao longo do mundo islâmico usam completa ou parcialmente diferentes tipos de: abaya, amira, bushiyya, batula, burqa, chador, dupatta, elechek, hijab, kalpak, kerudung. kimeshek, niqab, oramal, kurhar, paranja, shayla, etc. Todos modos de vestimenta culturais já presentes antes do advento do Islã, complemente diferentes, mas que por atender ao preceito de modéstia geral, são aceitos pela shariah como urf ainda que localmente possam divergir. Ex: em áreas mais conservadoras do Golfo, uma paquistanesa usando uma dupatta seria considerado algo contra o conceito de modéstia ali dominante, assim como uma afegã usando burca entre os muçulmanos hui da China também seria uma afronta social. Tudo isso cabendo dentro da shariah, visto que as duas populações apresentadas possuem um ''urf'' diferente.
Por: Mansur Peixoto
Por: Mansur Peixoto
Fonte: historiaislamica.com
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