segunda-feira, 18 de maio de 1992

O Diário de Colombo.

 O Diário de Colombo.

1) MOMENTO HISTÓRICO.

 

Século XV, em 1492, o exército de Isabel consegue reconquistar Granada, Colombo já tem as Capitulações de Santa Fé, oferece a Isabel a possibilidade de descobrir uma nova rota com a exclusividade para a Espanha de chegada as Índias e de conversão a uma grande população ao cristianismo. Pois a Espanha queria expandir seu território e seus conhecimentos em rotas marítimas. Colombo saiu para encontrar as Índias mas acabou indo parar na América. A primeira viagem de Colombo foi de 1º de Agosto até Outubro de 1492, a Segunda viagem foi de Setembro à Novembro de 1493 e a terceira viagem foi de Junho de 1496 até Maio de 1498. O objetivos eram as riquezas, o ouro (metal), as especiarias encontradas, a descoberta do continente, as rotas e cristianizar os índios transformando-os em fiéis.

 

2) PUBLICAÇÃO.

 

ARRANZ, Luiz (Edit. Cristobal Cólon. Diário de Bordo) Editorial História 16, Madrid, 1985.

 Escrito em 1492, (no polígrafo de 11 de outubro até 11 de novembro de 1942).

 

3) COMENTÁRIOS, NOTAS EXPLICATIVAS E GRAFIAS.

 

As partes do texto que estão escritas nas formas de itálico e negrito, Colombo contava para seu filho. Todas as notas explicativas são de ARRANZ, Luis.

 

Nota 38, acerca do nome de Rodrigo de Triana, seu verdadeiro nome era Juan Rodriguez Bermejo, que veio dos Molinos, na terra de Sevilha. “... La explicación de que la historia haya acuñado el nombre de Rodrigo de Triana en lugar del de Juan Rodriguez Bermejo hay que buscarla en el anarquía ortográfica de esa época.” Pág. 88.

 

Nota 43, a ilha encontrada por Colombo foi batizada por ele mesmo como São Salvador. Hoje chamada de Ilha Watlings no arquipélago de Bahamas. Pág. 90.

 

Nota 46, Arranz, explica que a palavra almadía, que Colombo emprega para se referir as canoas é a mesma empregada pelos portugueses para se referir as pirogas da África Ocidental. Pág. 92.

 

Nota 48, fala da moeda de cobre portuguesa cunhada no tempo de Juan I, para comemorar a tomada de Ceuta em 1415. Pág. 92.

 

Nota 50, o grande objetivo de Colombo, desde Marco Polo, era encontrar ouro que existia em grande quantidade em Cipango (Japão). Pág. 93.

 

Nota 57, Santa Maria de La Concepcion, seu nome atual é Cayo Rum. Pág. 95.

 

Nota 67, moeda de ouro equivalente a 435 maravedies. Pág. 101.

 

Nota 70, Colba, é na verdade Cuba. Pág. 105.

 

 

4) A EMPRESA (CORTE DE FERNANDO E ISABEL)–(VIAGEM).

 

 

Além do prestígio de conquistar mais territórios e mais riquezas, a corte queria fiéis para cristianizar. Ela funcionava como uma empresa, financiou a viagem e controlava com muitas normas. Ofereceu um prêmio de 10.000 maravedies para aquele que primeiro avistasse terra firme. A corte recebeu um testemunho escrito por Rodrigo de Escobedo e Rodrigo Sanchez de Sergóvia que deu fé e testemunhou sobre a posse da ilha, contaram também que alí não haviam monstros, somente papagaios falantes “ Ninguna bestia de ninguna manera vi, salvo papagayos en esta isla. ” . Colombo fez um relato das folhas, ervas e seus cheiros e as comparou com as especiarias do oriente, assim pôde garantir a coroa, coisas que havia descoberto.

 

 

5) COLOMBO SOBRE A VIAGEM E AS ROTAS.

 

 

Na maior parte do tempo o mar estava muito calmo, os tripulantes eram visitados sempre por pardais, gaivotas e outras aves. No mar, apareciam paus, troncos com caramujos, cana, ervas e muitas algas. Estes sinais indicam terra firme próximo e com isso, os marinheiros (que já queriam criar uma revolta e estavam com muito medo), alegram-se, Colombo também os acalmava.

 

Colombo achava que a ilha San Salvador estava em linha reta com a Canária. Continuou a procurar e a tomar posse das outras ilhas pois queria encontrar realmente as Índias. Partindo para outras ilhas, após San Salvador, chegou a Ilha de Santa Maria de la Concepcion, “... mi voluntad era de no pasar por ninguna isla de que no tomasse posesión, puesto que, tomado de una, se puede decir de todas.” (Cristóvão Colombo). Depois chegou a uma terceira, na ponta da ilha de Fernandina, a Quarta era Isabela, e a Quinta a ilha Juana (Cuba). Colombo procurava o cacique para obter dele o ouro, chegou a Colba e achava ser Cipango.

 

 

6) VISÃO DE COLOMBO SOBRE O LUGAR (natureza, árvores).

 

 

Árvores muito verdes, e frutas de diversas qualidades, nenhum monstro estranho, somente papagaios. A ilha é bem grande, é plana tem muitas árvores verdes e uma lagoa grande no meio, sem nenhuma montanha e toda ela verde que dava prazer em olhar, cheirava as folhas e as descrevia como se fossem as especiarias do oriente. “...árboles muy verdes y muchas aguas y una laguna en medio muy grande, sin ninguna montaña, y toda ella verde, ... “. Colombo impressionado se dá conta de que a ilha é muito fértil e que tudo nascia nela (inclusive o ouro), mas pelo pouco tempo não podia recolher tudo para levar à rainha, pois tinha que encontrar logo a ilha de Cipango.

 

 

Junto a ilha existiam hortas de árvores verdejantes que lembravam as de Castela nos meses de abril e maio, e muita água. As pequenas ilhas que ele achava eram todas planas, férteis, sem montanhas, povoadas e entram em guerra entre si, embora sejam bem simples e os corpos dos homens lindos. Colombo resolveu ir para a maior ilha que era distante cinco léguas de São Salvador. Empenhado em encontrar a ilha de Samoet, onde dizem estar o ouro, os habitantes são iguais, mas ali os peixes são tão maiores do que os peixes da Espanha, há também baleias, galos de muitas cores, papagaios e lagartos. Neste cabo do ilhéu, encontrou arvoredos grandes e verdes, grandes lagunas, as folhagens lembram o mês de abril em Andaluzia; e o canto dos passarinhos era de dar vontade de nunca mais ir embora e os bandos de papagaios são grandes bastantes que escurecem o sol, e há tantas espécies de aves e passarinhos e tão diferentes dos da Espanha.

 

7) CITAÇÕES DA VISÃO DE COLOMBO SOBRE A GENTE.

 

Após a visão da mata verde, o que Colombo viu foi muita gente nua. Logo que ele desceu da caravela, mais gente aparecia. Demonstraram amizade e facilidade em converter-se pelo amor e não pela força. Os índios receberam de Colombo, gorros coloridos e miçangas além de outras coisas de pouco valor mas que receberão com muita gratidão. “... andan todos desnudos como su madre los parió, ... ” Os índios nadaram até o navio com presentes que eram papagaios, fois de algodão, laços e anzóis e trocavam tudo, além da boa vontade aparentemente muito pobres, andavam todos nús, só viu uma mulher gorda e as outras eram magras, todos eram muito jovens com menos de 30 anos, bem feitos, com caras simpáticas, corpos bonitos e cabelos grossos como os do cavalo, os cabelos caem por cima da sobrancelha e os fios da nuca são longos sem nunca terem cortado. Usam pinturas nos corpos, pintam-se de preto, são da cor dos canários, não são brancos nem pretos, mas se pintam de branco e de vermelho e do que bem querem, uns pintam a só cara, ou o corpo todo, ou só os olhos, ou só o nariz. Não usam armas e nem sabem o que é, se cortam com ingenuidade na espada que Colombo mostrou, não possuem ferro, suas lanças são varas sem ferro, algumas tem dentes de peixe e outras uma série de variedades de enfeites diferentes. Os nativos são bem grandes de boa estatura, fazem gestos elegantes mas, possuem feridas no corpo em forma de cicatrizes, de ataques que recebiam de outros povos de outras ilhas “... allí venían gente de ostras islas que estaban acerca y los querían tomar y se defendían. “ . Os índios são muito ingênuos e trabalhadores, servidores e seriam fáceis de cristianizá-los, além do mais, por que pareciam que não tinham religião. Suas cabeças e rostos são largos, têm olhos bonitos e grandes, pernas torneadas e não tem barriga, usavam como embarcação a piroga feitas de tronco de uma árvore como um barco comprido e de um só pedaço, e tão grandes que alguns continham lugares para 40 ou 45 homens e outras pequenas onde cabiam apenas uma pessoa, remavam com uma pá semelhante as do forno, as pirogas eram velozes, e quando elas emborcam todos colocavam-se a endireita-las. As azagayas eram anzóis de metal que os índios traziam juntamente com o algodão e outras especiarias, querendo trocar por qualquer outra coisa. Os índios usavam um pedaço de ouro pendurado no nariz. Ao contornar a ilha encontraria este rei que tem grandes vasos de ouro e que provavelmente teria muito mais.

 

 

Os habitantes eram extremamente sossegados, quando Colombo percorreu a ilha alguns nativos vieram trazendo-lhe água, e o que comer. Homens e mulheres perguntavam-no se tinham vindo do céu. Pois o povo nunca tinha visto gente vestida, com barba e que vinha de caravelas grandes. Que dominavam o mar, e as armas. Colombo avistou outra ilha e lhe deu o nome de Santa Maria de La Concepcion, mas foi até lá por causa que os nativos disseram a ele que as pessoas daquela ilha usavam argolas de ouro nas pernas e nos braços.  

 

8) COLOMBO NA ÚLTIMA CARTA (RESULTADOS PROMISSORES).

 

Na carta que Colombo manda para seu amigo Luis de Santagel, conta que haviam muitas ilhas povoadas e que tinha tomado posse e pregado a bandeira real. Cada ilha recebia um nome novo em homenagem à alguém. Via terras altas, muitas serras e montanhas grandes, encantou-se com a variedade das árvores e seus tons de verde. A quantidade de flores e árvores frutíferas e a qualidade das ervas eram alvo de Colombo. Os imensos campos, o mel e as aves, mas o que ele queria era as minas de metal. As pessoas sempre muito amáveis, davam de tudo, faziam de tudo e aceitavam tudo com muita gratidão. Mais o maior objetivo de Colombo era o ouro, que não achou quase nada, apenas alguns anzóis e argolas. Como resultados promissores o que valeu mesmo foi a conquista de novos territórios e a descoberta de novas rotas. Outros pontos favoráveis que pode-se considerar foram as especiarias, as frutas, as plantas, os papagaios e que o fim do mundo com monstros e bestas não existia. O que realmente existia era uma espécie de paraíso maravilhoso com gente nua e muito ingênua.     

 

 

BIBLIOGRAFIA.

 

 

ARRANZ, Luiz (Edit. Cristobal Cólon. Diário de Bordo) Editorial História 16, Madrid, 1985.

 

Cristóvão Colombo, Diários da Descoberta da América, nº 128, L&PM POCKET

 

Michelis, Dicionário de Espanhol – Português, Português – Espanhol.


Por Vanessa Candia.

História do Brasil.

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