segunda-feira, 25 de fevereiro de 1991

Nostradamus.


Nostradamus.

Retrato original de seu filho César.

Michel de Nostredame ou Miquèl de Nostradama, mais conhecido sob o nome de Nostradamus (Saint-Rémy-de-Provence, 14 de dezembro de 1503 ou 21 de dezembro de 1503, no sul da França, foi um apotecário e médico da Renascença que praticava a alquimia (como muitos dos médicos do século XVI). Ficou famoso por sua suposta capacidade de vidência. Em 1555, escreveu e lançou um livro de centúrias (As Profecias), versos codificados que seriam previsões do futuro.
Sofria de epilepsia psíquica, de gota e de insuficiência cardíaca. Morreu em 2 de julho de 1566 em Salon-de-Provence, vítima de um edema cárdio-pulmonar.

Infância e origens.

Seus pais eram Jaumet (ou Jacques) de Nostredame e Reynière (ou Renée) de Saint-Rémy. Filho mais velho do casal (eram 8 filhos), seu Nostredame vem de seu avô (judeu), que escolheu o nome de Pierre de Nostredame por acreditar que assim nostradamus seria médium, quando da sua conversão ao catolicismo.

Época de estudante.

Quando tinha 15 anos, Nostredame entrou na Universidade de Avignon para cursar o bacharelado. Depois de pouco mais de um ano, quando ele estava estudando o Trivium (gramática, retórica e lógica), teve que sair de lá por causa de uma epidemia de peste negra. Viajou pelo país por oito anos, de 1521 a 1529, em busca de ervas medicinais. Em 1529, após alguns anos como apotecário (farmacêutico), ele entrou na Universidade de Montpellier para cursar doutorado em medicina. Em 1530, ele foi expulso da universidade porque eles descobriram que ele era apotecário (e isso era proibido). O documento de expulsão (BIU Montpellier, Register S 2 folio 87) ainda se encontra na biblioteca da universidade. Depois da expulsão, Nostredame voltou a ser apotecário e se tornou famoso por criar uma "pílula rosa" que supostamente protegia as pessoas daquela praga por conter altas doses de vitamina C.

Astronomia.

Astrônomo, utilizava o conhecimento científico da astronomia, e embora fizesse previsões, as mesmas não se baseavam em fundamentos astrológicos. Em 1531, Nostredame foi convidado por Julius Caesar Scaliger, um líder polímata, para ir a Agen. Lá ele casou-se com uma mulher de nome ainda incerto (provavelmente Henriette d'Encausse), e teve dois filhos com ela. Em 1537, sua esposa e os dois filhos morreram supostamente por causa da peste negra. Então viajou pela França e provavelmente pela Itália. Em 1545, ajudou o físico Louis Serre para combater um surto da praga em Marselha e depois em Salon-de-Provence e Aix-en-Provence. Depois, em 1547, casou-se com uma viúva chamada Anne Ponsarde Gemelle e teve seis filhos com ela (três filhos e três filhas).

Carreira como vidente.

Com seus conhecimentos sobre o ocultismo e com a sua habilidade de prever o futuro, começou a escrever uma série de almanaques anuais, sendo o primeiro em 1550, e passou a utilizar o seu nome em latim, Nostradamus. Quando ele lançou o livro Les Propheties (As Profecias), muitas pessoas passaram a pensar que ele era o demônio e o chamavam de herege. Mas outras classes sociais aprovaram a publicação, porque suas centúrias inspiravam profecias espirituais. Então o livro chamou a atenção de Catarina de Médicis, esposa de Henrique II de França, que era uma grande admiradora de Nostradamus, e depois ela o chamou para Paris para perguntar a ele qual seria o futuro de seus filhos através do horóscopo.

Últimos anos e morte.

Tumba no Collégiale St-Laurent, Salon.
Em 1566, a gota se transformou em edema. Em 1 de Julho, um dia antes de morrer, Nostradamus supostamente previu a sua própria morte, dizendo ao seu secretário Jean de Chavigny: "Você não me achará vivo ao amanhecer". No dia seguinte, ele foi encontrado morto próximo de sua cama e de um banquinho (Presságio 141 [originalmente 152] em Novembro de 1567, que foi postumamente editado por Chavigny para adaptação). Ele foi enterrado em uma capela local Franciscana e depois foi novamente enterrado no Collégiale St-Laurent durante a Revolução Francesa, onde está enterrado até os dias de hoje.

Carreira e vida pessoal.

As profecias de Nostradamus encontram-se ligadas à história do catolicismo, e, em prefácios, ele aponta esta preocupação claramente. Foi considerado como homem erudito, além de seu tempo e aliava-se ao fato de conhecer o latim e talvez o grego , que lhe possibilitavam obter conhecimentos de fontes importantes. Sua grande erudição, conhecimentos de astrologia e astronomia, aliados à intuição, permitiam-lhe um raciocínio bastante acurado a respeito do futuro. De qualquer forma, gerou um impacto em milhões de pessoas, que vêm se pondo em contato com seus escritos nesses quase quinhentos anos. Teve contatos com três reis da França Rei Henrique II , Rei Francisco II e Rei Carlos IX, graças à rainha Catarina de Médicis, esposa do primeiro e mãe dos seguintes. Há indícios que tenha estudado Medicina, mas provas apontam na direção que não tenha se formado, por ter sido expulso da escola de Montpellier, mas de qualquer maneira dedicou muito do seu tempo ao estudo da Astrologia, Alquimia, Literatura e talvez Teologia. Há rumores que, muito jovem, depois de aprender latim, grego e hebraico, viajou por diversas cidades da França, permanecendo durante anos em Bordeaux, Agen e Avignon , onde dizem que combateu epidemias de peste em condições pouco conhecidas. No entanto, sua ligação com a endemia pode ser inferida por um livro sobre a doença que escreveu mais tarde, mas essa mesma peste, dizem, condenou-o a ficar sem família. Em seus versos, podem-se ver citações de autores como Plutarco, Platão e Jamblico, dentre os filósofos gregos. Casou numa pequena cidade, com uma viúva de nome Anna Gemella, de quem teve seis filhos. Passou a residir em Salon de Provence. Foi nessa altura que começou a escrever suas "Centúrias" e quando já tinha boa fama por publicar anualmente almanaques, o que fez por mais de dez anos. Havia sempre alguns versos que, muito mais tarde, selecionaram dos almanaques e imprimiram como livro avulso. Escreveu um livro de receitas de cosméticos. Num curto espaço de tempo, suas profecias tornaram-se conhecidas, com supostos acertos que encontravam relação com certos acontecimentos. O Rei Henrique II convidou-o a fazer uma viagem até Paris em 1556, cidade que ficava distante um mês em viagem por carruagem da Provença (Salon), onde ele residia. Ele pôde conhecer seus filhos: Francisco II e Carlos IX, que se tornaram reis, mas viveram pouco e governaram sob a regência de sua mãe Catarina, com a morte do rei, três anos depois (considerada por alguns como prevista na Centúria I-35, mas o próprio Nostradamus não confirmou isso quando do falecimento do rei). De qualquer forma, essa quadra trouxe muita fama ao vidente. Sua fama aumentou de maneira significativa, indo além das fronteiras. Dizem que, de todos os cantos da Europa chegavam celebridades que o procuravam para conhecer o futuro, para conhecê-lo pessoalmente. A saúde dele começa a ser abalada, não acompanhando sua fama. Seus livros são editados na Itália e na Alemanha. Por conta da sua fama, muitos livros apareceram com quadras adicionais as suas centúrias, e que não podem ser com certeza atribuídos a Nostradamus. Sofrendo de gota e artrite, piorou em meados de 1566, vindo a falecer no dia 2 de Julho de 1566.Seus restos mortais sepultados em outro local inicialmente, foram trasladados para uma outra igreja em Salon (a Igreja de São Lourenço), onde permanecem até hoje.


Imagem da Tumba.

Profecias.


Centurias impressas em Turim em 1720.

Suas profecias compõem-se de quadras em versos métricos decassílabos, reunidas em grupos de cem, dai o nome de centúrias. Foram publicadas em várias ocasiões; uma pequena parte em 1555, outra em 1557, sendo que das três últimas centúrias conhecemos apenas edições póstumas. Durante cerca de dez anos, ele publicou um almanaque anual, com fatos astrológicos, informações variadas e milhares de presságios. Alguns presságios escritos em versos - mais precisamente cento e quarenta e um - foram estudados em separado por serem muito similares às quadras das Profecias. Exegetas que estudaram esta parte de seu trabalho afirmam que se tratavam de acontecimentos na sua época ou próximos, e, portanto, de pouco valor para a época presente. Segundo os entusiastas, Nostradamus teria previsto, entre outras coisas, a queda da União Soviética na quadra em que diz: "Um dia serão amigos os dois grandes chefes…". No entanto, os céticos apontam que essas "previsões" só são interpretadas corretamente depois dos fatos, nunca antes. Astrologicamente, pode-se ver que algumas quadras previam conjunções de planetas em datas futuras e respondem bem aos fatos que aconteceram naquelas datas. Pesquisadores de universidades muito conhecidas como Ottawa, Cambridge e Sorbonne desenvolveram uma teoria em que as quadras de Nostradamus se baseavam num fato histórico anterior à sua obra e inspiravam as quadras "futuras". Algumas citações de Plutarco, um historiador grego, são literais, outras, do historiador romano Suetonio, outras do Mirabilis Liber, etc. Devemos lembrar que entre a morte de Nostradamus em 1566 e 1650 apareceram muitos livros,principalmente porque rendiam muito dinheiro, arvorando-se produzidos por Nostradamus, de modo que há entre eles duas versões para o prefácio apresentado na primeira edição , denominado "Carta a César" e sete versões para o prefácio final denominado "Carta ao Rei Henrique II".

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