Documentos da História do
Brasil -
A GUERRA DOS FARRAPOS - 1835
"Compatriotas.
O amor à ordem e à liberdade, (...) correr convosco à salvação de nossa querida
pátria. (...) Compatriotas! vossos votos justas exigências já estão
satisfeitas. Caducou aquela autoridade cujo manto cobria os atentados de homens
perversos, que têm conduzido esta benemérita província à borda do precipício.
(...), mas sim para garantir as liberdades pátrias de seus ataques, tanto mais
terríveis, por isso que eram exercidos à sombra da Carta Constitucional;
corresses emfim às armas para sustentar em sua pureza os princípios políticos,
que nos conduziram ao sempre memoravel sete d'abril, dia glorioso de nossa
regeneração, e total independência. (...) Apressuremo-nos, pois, a manifestar
aos nossos irmãos habitantes das mais províncias da união brasileira, os
fundamentos das nossas queixas e o dos nossos temores. Conheça o Brasil que o
dia 20 de setembro de 1835 foi a consequência inevitável de uma má e odiosa
administração; e que não tivemos outro objeto, e não nos propuzemos a outro
fim, que restaurar o império da lei, afastando de nós um administrador inepto e
faccioso, sustentando o trono do nosso jovem monarca e a integridade do império.
Sim, compatriotas, devemos ao Brasil, que neste momento tem seus olhos fitos em
nós, esta manifestação tanto mais sincera e pronta, quanto maior é o dever em
que nos achamos de desvanecer os temores com que nossos inimigos o quizerem
alarmar, acusando-nos de sustentar vistas de desunião e república.
Desgraçadamente nesta província, como nas demais do império, existe uma facção
retrograda adversa por princípios e interesses à nova ordem de cousas, e
inimiga implacável de todos aqueles que professam decidido amor às liberdades
pátrias. (...) Compatriotas! O nome da pátria nunca soou em vão aos meus
ouvidos, e sempre me prestei voluntário a prestar-lhe meus serviços; (...)
Compatriotas! Vós testemunhasses esta verdade, e os cidadãos mais decididos pela
causa do povo foram o alvo de uma sistemática perseguição; (...) injustas
perseguições; vimos cidadãos armados contra cidadãos; vimos deportações; (...)
e vimos finalmente impunes a escandalosa introdução de africanos, e da moeda de
cobre, terríveis açoites desta malfadada província. (...) Chegou a época da
instalação da nossa Assembléia provincial, e a fala do presidente arrancou a
máscara com que cobria uma política hipócrita e rasteira: (...), projetou
sobrecarregá-los com um novo e oneroso imposto de dez mil réis anual sobro cada
légua quadrada; imposto contrário aos princípios de economia política, (...)
Devia-se necessariamente prever o descontentamento (...) Os militares do Brasil
regenerado vertem seu sangue para defender a pátria, e não para oprimi-Ia.
(...) são estes os mais (...) oprimidos pelo imposto. (...) O governo
(...)desapareceu de nossa cena política, a ordem se acha restabelecida. Com
esse triunfo dos princípios liberais minha ambição está satisfeita, e no
descanso da vida privada a que tão somente aspiro, (...). Respeitando o
juramento que prestamos ao nosso Código sagrado, ao trono Constitucional, e à
conservação da integridade do Império, comprovareis aos inimigos de nosso
sossego e felicidade, (...) património é a liberdade, e que estais na obrigação
de defendê-la a custa de vosso sangue e de vossa existência. (...) suas bênçãos
se nos acompanharão ao sepulcro se lhes deixarmos o de virtude e patriotismo.
Porto Alegre, 25 de setembro de 1835.
Bento Gonçalves da Silva".
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