sábado, 1 de janeiro de 2022

Os Mistérios do Deserto do Saara.


Os mistérios do deserto do Sahara
O deserto do Sahara, um local misterioso e espectacular, é unico no mundo, quer pelo seu ecossistema, quer pelo seu tamanho. Neste artigo, vamos referir algumas curiosidades sobre o deserto do Sahara, todas bastantes interessantes e que nos poderão ajudar a conhecê-lo um pouco melhor.
Começemos por referir algumas curiosidades elementares sobre o deserto do Sahara.
  1. É o terceiro maior deserto do mundo graças a uma extensão de 9.065.253 km2, logo após a Antártida e o Ártico, sendo sua área equiparável à da Europa (10 400 000 km²) e à área dos Estados Unidos, e maior que a área de muitos países continentais tais como BrasilAustrália e Índia.
  2. O Sahara Ocidental é oficialmente chamado de "República Democrática Árabe Saaraui", uma área reconhecida como estado independente, mas apenas por alguns países, não por todos, e anteriormente era conhecido como Sahara espanhol. O deserto do Sahara compreende parte dos seguintes países e territórios: ArgéliaChadeEgiptoLíbiaMaliMauritâniaMarrocosNígerSaara OcidentalSudão e Tunísia. Actualmente vivem cerca de 2,5 milhões de pessoas na região do Sahara.
  3. Cenas de muitas séries e filmes foram gravadas no deserto do Sahara, incluindo "Star Wars" ou "Os Salteadores da Arca Perdida" .
  4. Nos tempos antigos, os habitantes do deserto costumavam deixar esculturas em abrigos e cavernas, e muitas delas ainda são preservadas hoje, e geralmente representavam animais, desenhos abstratos e pessoas.
  5. No deserto do Sahara vive a mais pequena espécie de raposa do mundo, que é conhecida como "fennec, ou raposa do deserto", esta raposa tem orelhas grandes e é uma espécie nocturna que vive em abrigos subterrâneos no deserto.
  6. A maior superfície salina do mundo é o "Chott El Jerid", um lago que tem 7.000 km2, e que só tem água na época das chuvas, o resto do ano fica seco devido ao calor.
  7. Em grande parte do Sahara pode-se encontrar a chamada "Rosa de Jericó", uma planta muito especial pois é muito resistente e, quando seca, os galhos encolhem e formam uma bola, podendo ficar nessa posição por diversos anos, e quando entra em contacto com água ou humidade, hidrata-se e volta à sua forma original.
  8. Na área do Sahara que pertence ao Sudão, existem cerca de 250 pirâmides que pertenceram ao povo kushita, não são tão famosas quanto os do Egipto, mas valem a pena ser vistas, pois formam uma paisagem espectacular.
  9. Pode parecer incrível, dado conhecermos a Sahara como é hoje, mas nos tempos antigos o Sahara era uma selva imensa, existem muitas hipóteses e teorias sobre esta mudança, sendo que a mais consensual entre todas, é de de que há milhões de anos esta área tornou um deserto devido à seca do Mar de Tétis.
  10. O deserto é rico em história, e diversos fósseis de dinossauros e outros animais bem como resquícios de diversas civilizações já foram encontrados ali. O Sahara moderno geralmente é isento de vegetação, exceto no vale do Nilo, em poucos oásis, e nalgumas montanhas.
O Sahara pode esconder muito mais segredos do que a gente imagina, as longas faixas de areia do deserto do Sahara já engoliram animais, pessoas e cidades inteiras ao longo de eras. O Sahara é o maior deserto quente do mundo, de modo que aqueles que se perdem nas suas infindáveis planícies arenosas dificilmente acabam sendo vistos novamente. De facto, no mundo antigo, esse deserto era conhecido por fazer com que vários exércitos inteiros que marchavam através dele desaparecessem para sempre.
No entanto, graças ao grande auxílio da tecnologia moderna, os pesquisadores estão finalmente começando a desvendar os mistérios do Sahara, que por sinal não são poucos! Por isso, resolvemos listar aqui algumas descobertas das mais incríveis que já foram feitas no deserto do Sahara, e que escondeu do mundo por muito tempo, mas que finalmente come çaram a ser descobertas.
Meteoritos e crateras.
A Terra sempre foi bombardeada por rochas e meteoritos vindos do espaço, a maioria acaba sendo desintegrada inofensivamente na atmosfera, deixando nada mais do que um raio de luz no céu. No entanto, outros meteoritos que atingem o chão podem promover impactos incríveis, e como muitos desses casos aconteceram no passado distante, as crateras deixadas para trás por tais impactos são frequentemente negligenciadas porque a erosão ou o crescimento das plantas as cobrem.
No entanto, no caso dos desertos, as cicatrizes ainda podem ser vistas, como por exemplo a Cratera Kamil, de 45 metros de largura, no Sahara da zona Sudoeste do Egipto, que indica o local exato onde um meteorito caiu à cerca de 5.000 anos atrás. Mas não são apenas as crateras deixadas pelos meteoritos que podem ser encontradas por lá, ao redor da Cratera Kamil, fragmentos do próprio meteorito foram descobertos, indicando o rastro para onde o impacto espalhou estilhaços pela areia.
Curiosamente, este não é um facto isolado, pois quase um quinto de todos os meteoritos que foram recuperados até hoje vieram do Sahara, acredita-se que isso acontece porque os meteoritos destacam-se nas areias, muitas vezes apenas “esperando para serem apanhados”, e apenas as neves da Antártida fornecem um lugar melhor para caçar meteoritos.
Fortalezas perdidas.
O desenvolvimento dos satélites passou a permitir a exploração dos desertos mais inóspitos, incluindo o Sahara, e em 2010, satélites detectaram os vestígios e as ruínas de mais de 100 fortalezas pertencentes aos antigos garamantes, povo que habitou a região entre 500 A.C.e 700 D.C. As imagens desta área já tinha sido bem analisada pela indústria do petróleo, em busca de locais para perfurar, mas os arqueólogos foram capazes de ir mais além, e ao escrutinar mais detalhadamente as imagens de satélite, obtiveram resultados mais específicos.
Mais tarde, pesquisadores no terreno puderam confirmar que as estruturas foram realmente construídas pelos garamantes, um povo que na época do auge da civilização, conseguiu a incrível proeza de prosperar numa área incrivelmente árida, e para conseguir cultivar essas terras, eles tiveram que construir canais subterrâneos que forneciam água a antigos reservatórios.
Acredita-se que, quando esta fonte de água se veio a esgotar, os campos acabaram perdendo rendimento, levando os garamantes a abandonarem o local, e com o passar do tempo, a acção dos ventos do Sahara acabou revelando os restos das suas fortalezas e aldeias, permitindo a descoberta dessa civilização.
A estrutura de Nabta Plaia
Onde quer que a água possa ser encontrada num deserto, é quase sempre possível algum traço de vida nessa região. Quando as pessoas viviam perto de Nabta Plaia, no sul do Egipto, entre 9 a 6.000 anos atrás, esta área estava sujeita a inundações anuais que criavam um lago, e por causa disso, tribos neolíticas dirigiam-se periódicamente ao local para alimentar os seus animais.
Essas pessoas não apenas viveram lá, mas desenvolveram -se de tal modo que até chegaram a desenvolver uma cultura de sacrifício, muito usual na época, pois fósseis de vacas, ovelhas e cabras, foram encontrados enterrados ritualmente no local, e para isso, cerca de 6 mil anos atrás, as pessoas em Nabta montaram uma estrutura ritual circular com grandes blocos de pedra. Tem sido alegado que este círculo de pedra, que antecede Stonehenge por aproximadamente 1.000 anos, é a mais antiga estrutura astronómicamente alinhada já conhecida, ainda há bastantes debates sobre o que exactamente o círculo aponta, mas recentes pesquisas revelam que se alinha com a posição do Cinturão de Orion.
O rio Tamanrasett
Na verdade, o deserto do Sahara nem sempre existiu como o conheçemos hoje, como o clima do nosso planeta mudou ao longo de milhões de anos, as fronteiras das areias também passaram por mudanças, e assim como os cientistas procuram evidências antigas de água em Marte, os investigadores voltaram sua atenção para a história do Sahara.
Recentes pesquisas revelaram que, o que antes teria sido a 12ª maior bacia de drenagem do mundo, fluiu de dentro do Sahara, os vestígios desse rio foram encontrados na Mauritânia quando foi descoberto um desfiladeiro submarino ao largo da costa, e que havia sido escavada pelo rio. A confirmação final da presença de um “rio perdido” no Sahara foi então feita por satélite, e esse rio já extinto, é agora chamado de rio Tamanrasett, e os pesquisadores continuam a descobrir mais sobre esse antigo corpo de água, que pode ter secado há “apenas” 5.000 anos.
Fósseis das primeiras espécies de baleias
Não foram apenas os rios que desapareceram do Sahara. No tempo geológico, o que antes era um oceano tornou-se um dos lugares mais secos da Terra, e em Wadi Al-Hitan, no Egipto, evidências claras do extinto Oceano Tétis já foram encontradas. Conhecida como “Vale das Baleias”, essa região é um dos melhores, embora mais improváveis, locais para a descoberta de fósseis de baleias.
Os fósseis encontrados nessa região, ajudam a fornecer informações muito preciosas, sobre como as baleias evoluíram, pois quando os ancestrais das baleias modernas morreram, aproximadamente 37 milhões de anos atrás, os seus corpos ficaram cobertos de sedimentos, e quando a crosta da Terra se elevou, a sua antiga “casa” veio a ser revelada.
Hoje, esses esqueletos de cerca de 15 metros de comprimento, estão sendo estudados por grupos de paleontólogos, que também procuram conhecer melhor as criaturas com as quais essas antigas baleias compartilhavam o mar. O mais interessante é que dentes de tubarões grandes também já foram encontrados ao lado dos ossos destas baleias.
A Estrutura de Richat
Por esta altura parece impossível que a natureza ainda nos consiga surpreender, mas ainda existem imensos lugares extraordinários por descobrir, com, por exemplo, uma formação natural impressionante e espectacular, a Estrutura de Richat, um lugar também conhecido como Olho de África ou Olho do Sahara.
Situada no deserto do Sahara, na Mauritânia, a Estrutura de Richat é na realidade um acidente geográfico muito particular, que chamou a atenção quando começaram as primeiras missões espaciais. Até então, ninguém tinha dado conta que este lugar tem a forma de um olho, já que apenas é possível ser apreciado a grande altura, o que nos faz recordar as Linhas de Nazca. Mas aqui há uma grande diferença: enquanto as enigmáticas linhas de Nazca podem ser apreciadas perfeitamente a partir de um avião, para ver a Estrutura de Richat na sua plenitude, é necessário contemplá-las a partir do espaço sideral.
A estrutura de Richat foi descoberta no verão de 1965 por dois astronautas que estavam a realizar uma missão espacial, é caracterizada por ter um diâmetro de 50 quilómetros, e é formada por linhas em espiral. Tem indubitavelmente um tamanho descomunal, e por essa razão os astronautas utilizam o Olho de África como ponto de referência nas suas missões espaciais.

Apesar de terem passado já quase 50 anos sobre a sua descoberta, a origem da Estrutura de Richat não é ainda muito clara, é afirmado por muitos que este enorme acidente geográfico terá sido provocado pelo impacto de um meteorito, o que explicaria a sua forma circular, no entanto, a maior parte dos estudos afirma que terá sido provavelmente o resultado de uma erupção vulcânica atípica, ocorrida há 100 milhões de anos, no período cretáceo, que posteriormente teria afundado devido a um longo processo de erosão até deixar o núcleo a descoberto.
Com efeito, parece que o centro é formado por rochas dos períodos proterozóico e ordoviciano, ou seja, tem muitos milhões de anos, mas tal como acontece a muitas outras formações naturais noutras zonas do planeta. Embora se possa obter imagens realmente belas do Olho de África a partir do espaço sideral, a verdade é que é muito difícil ir a esta zona de África, já que está muito longe de ser um lugar turístico. Em contrapartida, observar as imagens obtidas a partir do espaço é realmente espectacular, pois as imagens obtidas são verdadeiramente surpreendentes com e uniformidade quase perfeita desta curiosa e impressionante formação geológica no maior deserto do mundo.
Atenção ao ver as fotos, pois embora se possam observar diferentes cores nas fotografias, isso não significa que a Estrutura de Richat vá mudando de tonalidades, na realidade esta diferença nas cores das imagens tem a ver com a hora do dia ou com a estação do ano em que foram tiradas.
Fontes:
Wikipédia - O Deserto do Sahara
Joseph Bison - Mythes et réalités d'un désert convoité: le Sahara
Kevin White & David Mattingly - Ancient Lakes and rivers of the Sahara
Mariana Lourenço - Curiosidades sobre o deserto do Sahara
Rómulo Silva - Descobertas incríveis feitas no deserto do Sahara
Foto 1 - O deserto do Sahara
Foto 2 - A Cratera Kamil
Foto 3 - Os vestígios das fortalezas dos garamantes
Foto 4 - As ruínas das fortalezas dos garamantes
Foto 5 - A estrutura de Nabta Plaia
Foto 6 - Mapa com o provável curso do rio Tamanrasett
Foto 7 - Fósseis das primeiras espécies de baleias
Foto 8 a 12 - A Estrutura de Richat
Foto 13 - Mapa do Sahara
Foto 14 - Um oásis no deserto
Foto 15 - Imagem do deserto do Sahara
Foto 16 e 17 - As piramides Kushitas
Foto 18 - A fennec, a raposa do deserto
foto 19 - A rosa de Jericó
foto 20 e 21 - Chott El Jerid, o lago do deserto

Publicação de João Luis Gomes.



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Boa pesquisa.

 

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