O QUE CAUSOU O FIM DA RELAÇÃO DE D. PEDRO I COM A MARQUESA DE SANTOS?
O casal permaneceu junto durante sete anos, entre 1822 e 1829
REDAÇÃO PUBLICADO EM 05/02/2022
Domitila de Castro, também conhecida como Marquesa de Santos, entrou para a história do Brasil como amante do imperador D. Pedro I, tendo mantido um relacionamento durante sete anos com o monarca. Mas o que fez com a relação do casal chegasse ao fim?
A historiadora Mary del Priore, quem escreveu um livro sobre o triângulo amoroso entre Domitila, Pedro e sua esposa, a imperatriz Leopodina, respondeu essa questão em entrevista à revista Istoé em 2016.
Uma grande (e conflituosa) paixão
Para a autora de "A Carne e o Sangue", publicado em 2012, os amantes foram unidos por um sentimento muito forte, ainda que a relação tenha sido repleta de altos e baixos.
"O sentimento que os uniu foi muito forte. Uma paixão, sem dúvida. E duradoura, zelosa, plena de afetos e cuidados: pequenos e grandes presentes, delicadezas, apelidos e diminutivos típicos da linguagem amorosa e uma grande atração sexual que deixou muitas marcas na documentação", disse Priore, referindo-se às inúmeras cartas trocadas pelos amantes, as quais sobreviveram ao tempo.
A historiadora também disse na entrevista que, por outro lado, o relacionamento também foi marcado por brigas, "sobretudo por ciúmes dele, que a vigiava o tempo todo. Ela ressalta, inclusive, um episódio em que Pedro chegou "a disparar num tenente que frequentava os salões da marquesa".
Motivo da separação
De acordo com Mary, a separação do casal se deu "indiscutivelmente" com "a chegada da nova imperatriz, Amélia de Leuchtenberg", três anos após a morte de Leopoldina. Ela explicou que "até encontrar a nova esposa", Pedro não era capaz de "se afastar de Domitila", referindo-se ao novo matrimônio sempre como uma forma de "sacrifício".
Quando finalmente decidiu se casar, o imperador "a faz retornar a São Paulo, para fazer uma figura mais palatável nas cortes europeias, onde sua ligação com 'madame Santos' era conhecida e considerada escandalosa."
Pedro se casaria com Domitila?
"Nos meios diplomáticos, corria que ele ia elevá-la a duquesa para poder casar-se com ela. E, de fato, Domitila se prepara para tal, estudando genealogia e querendo tomar as armas de Inês de Castro, dama galega e paixão de dom Pedro I de Portugal", afirmou Priore à revista.
"No livro, demonstro que o casal monta uma farsa: ele escrevia cartas diplomáticas a Domitila, que eram lidas por seus próximos, para provar que estavam separados e, depois, enviava-lhe bilhetes apaixonados em que se confessava morto de saudades."
fonte: aventurasnahistoria.com.br
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