quinta-feira, 4 de julho de 1991

Na Corte de Versalhes entre 1600 e 1700.


 Na Corte de Versalhes entre 1600 a 1700.


Quem visitou o lindo e majestoso Palácio de Versalhes, notou que não há banheiros. Na época, não existiam desodorantes, escovas de dentes e nem papel higiênico. As fezes eram jogadas pelas janelas do palácio. Quando tinha uma festa, a cozinha conseguia preparar comida para 1.500 pessoas, sem a menor condição de higiene. As pessoas tinham que ser abanadas o tempo todo, não só pelo calor, mas pelo mau odor que exalava por debaixo das saias. As saias foram feitas para se limpar e conter o cheiro das partes íntimas. Por não haver o costume de tomar banho pelo intenso frio e a falta de água encanada. Os nobres tinham lacaios que os abanavam o tempo todo, assim espantava o fedor da boca, do corpo e as moscas e insetos que eram atraídos pelo mau cheiro. Os enormes e lindos jardins eram usados como banheiro na época, principalmente em dias de festas. 


A maioria dos casamentos ocorria no mês de junho, início do verão. O motivo era porque o primeiro banho do ano era tomado em maio. Em junho o cheiro das pessoas ainda era tolerável. Alguns cheiros já começavam a incomodar as noivas, por isso carregavam buquês de flores para disfarçar o mau cheiro. Por isso temos o maio como "mês das noivas" e a origem do "buquê de flores" nos casamentos.  


Os banhos eram tomados em um recipiente (chamado tina) para todo mundo. Colocavam água quente, e em seguida entrava o chefe da família primeiro. A ordem era seguida conforme a hierarquia de idade. Depois entravam as mulheres e por fim as crianças. Os bebês eram os últimos a entrarem na água que já estaria bem suja, sendo possível perder a cria lá dentro. Por isso surgiu a expressão "não jogue o bebê fora junto com a água do banho" (expressão usada para se referir aos mais apressados). 

Os telhados das casas não tinham forro, eram apenas sustentadas por vigas de madeira, local onde os animais: cães, gatos, ratos e besouros; se alojavam e se aqueciam. Se chovesse, os animais seriam obrigados a pular para o chão. Por isso, a expressão "está chovendo canivete" veio da expressão em inglês "está chovendo gatos e cachorros".  

Pessoas mais abastadas possuíam pratos de estanho. Alguns tipos de alimentos oxidavam esses materiais, por isso muitas pessoas morriam envenenadas. Os tomates, por exemplo, são muito ácidos e por isso eram considerados venenosos. sem contar que os hábitos de higiene da época deixavam a desejar e juntamente com o condicionamento dos alimentos, contribuíam para a deterioração, mal estar e o envenenamento das pessoas. Os copos de estanho serviam para beber cerveja ou whisky e essa combinação, muitas vezes derrubava o indivíduo. Uma espécie de narcolepsia ocorrida pela junção da bebida alcoólica com o óxido de estanho do copo. A pessoa ficava aparentemente no estado de um morto. Por isso, recolhiam o corpo e colocavam-no em cima de uma mesa na cozinha por alguns dias. A família ficava em volta, comendo, bebendo e cuidando do corpo para ver se o indivíduo acordava ou não. Assim surgiu o velório. A Inglaterra era considerado um lugar pequeno e que não haveria espaço para enterrar muita gente, então deixavam o caixão aberto. Depois de uns dias, retiravam os ossos, enterravam em ossários e usavam o caixão e o túmulo, para outro morto. Algumas vezes, o caixão era aberto depois de um tempo e dava para ver os arranhões, isso indicava que a pessoa tinha sido enterrada viva. Por causa disso, começaram a amarrar um sino no pulso do suposto morto, e passar uma cordinha por um buraquinho no caixão. Se a pessoa estivesse viva fazia barulho ao puxar a cordinha e acionar o sino. Então depois do enterro, ficava alguém de guarda ao lado do túmulo, por uns dias. Se a pessoa acordasse, o movimento do braço faria barulho com o sino e poderia ser "salvo pelo gongo" (expressão popular que indica ser salvo por um alarme ou sino).

            

Por: Profa. Vanessa Candia.

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