A Série: The Lost
Pirate Kingdom. (O Reino Perdido dos Piratas)
O
conceito de piratas, nos remete que são aventureiros e foras da lei, que
trouxeram desordem e medo nas águas do Caribe. Para alguns, são apenas mitos ou
lendas. Para Hollywood são ficção, mas para os historiadores, eles existiram e
ainda existem.
A
série da Netfilx não conta apenas com a superprodução baseada em fatos reais,
mas apresenta comentários de historiadores e estudiosos do assunto.
A
Europa esteve em guerra por 12 anos. Ocorria a Guerra de Sucessão Espanhola. A
Espanha tinha se aliado a França para se tornarem uma superpotência e isto, por
ser uma ameaça, não era bem visto pelos olhos dos outros impérios europeus:
Inglaterra, Holanda e Áustria.
O
Novo Mundo era a fonte de riqueza da Espanha pela exploração de ouro e prata.
No início a Espanha dominava grande parte da América. Após um tempo, ocorre a
chegada de outros impérios europeus. Começando pelos ingleses nas ilhas da
Jamaica, Barbados, Bermudas e Bahamas. A Espanha considerou uma invasão aos
seus territórios. Os ingleses fixaram uma base na Jamaica e isso gerou uma
guerra contra a Espanha, mas esta não tinha verbas para sustentar uma frota no
mar. Ocorria uma guerra entre a Inglaterra e a Espanha, que na qual a
Inglaterra saiu como vencedora.
A
Espanha ainda era um dos impérios em ascensão, assim como outros impérios na
Europa. E numa fatídica noite, perdeu uma frota de ouro. Toda a riqueza foi
parar no fundo do mar e isso poderia falir o seu poder, pois dependia desse
dinheiro para pagar os custos da guerra e sair do vermelho em que se encontrava.
A notícia logo se espalhou, atraindo marinheiros desonestos e desempregados que
navegavam pela costa das Américas. Assim, surgem os chamados corsários, nome
mais formal para o termo “piratas”.
O
conceito de corsário significa que o indivíduo recebia uma carta de corso. Era
uma licença oficial, uma permissão, através do governo, que o corsário estava
autorizado a pilhar e saquear embarcações de outras nações. Sabe-se que mais ou
menos, 1.622 cartas foram concedidas através de almirantes ingleses, para que
roubassem navios espanhóis. Os corsários lutaram contra os espanhóis com o
consentimento e a permissão da Inglaterra.
Durante
a guerra de sucessão espanhola, os corsários ganharam muito dinheiro. A
Inglaterra venceu a guerra, mas o Rei George I, tinha gasto muito e almejava a
paz. O rei proibiu os corsários de atacar os navios espanhóis.
Porto Royal, Jamaica,
1714.
Os
corsários deveriam parar de roubar os navios espanhóis, mas os espanhóis
continuaram atacando navios mercantes ingleses. A guarda costas, eram corsários
empregados pelo governo espanhol nas Américas, para proteger os interesses
comerciais. No entanto a pilhagem continuou nos navios ingleses que vinham da
Jamaica.
Os
corsários ficaram à deriva, sem motivos, sem pilhagens, sem destinos, sem
aventuras e principalmente sem dinheiro. Na condição de desempregados. Eles não
sabiam fazer outra coisa e não tinham chances de mudar de profissão.
Sentiram-se descartados e traídos, sem pagamento de indenização ou pensão pelos
serviços prestados.
Os
corsários contratados pelos ingleses queriam sair de Porto Royal para se
libertarem da coroa e da proibição do rei. Assim, poderiam fazer o que sabiam e
ficariam ricos pilhando os navios mercantes espanhóis.
Os piratas do Caribe mais
famosos são:
Edward Thatch “Barba
Negra”. Era da Jamaica, e doou suas terras de herança para a família. Foi
oficial de navios mercantes. Culto, educado e rico, gostava de poesia, sabia
ler e escrevia em um diário. (talvez o mais conhecido deles)
Black Caesar, parceiro
de Edward Thatch. Era cheio de histórias, foi príncipe africano antes de ser
capturado e vendido como escravo. Não se sabe muito sobre ele.
Benjamin Hornigold, inculto,
mero mercador comerciante e depois se tornou corsário.
Henry Jennings, de família
rica das plantations nas Bermudas e da Jamaica. Era um mestre cruel nas
plantations e sabia como tratar os escravos. Foi capitão dos corsários.
Sam Bellamy “Black Sam”,
inculto, marinheiro pobre, foi abandonado pelos ingleses, deixado em Massachusetts,
na América, sem dinheiro e sem trabalho. Apaixonado por Mary Hallet, de
Eastham, Cape Code. Nobre de família, impedida pelo pai, de casar com um
vagabundo. Sam era honesto, mas ao conhecer Mary, se tornou um dos mais
importantes piratas da história, uma lenda da pirataria.
Paulsgrave Williams,
era filho do procurador geral de Rhode Island e a mãe era descendente dos
plantagenetas da Inglaterra.
Charles Vane, cresceu
com a brutalidade e crimes das ruas da cidade de Londres.
O Capitão William Kidd
foi um dos primeiros piratas lendários. Morreu enforcado nas docas de Londres
quando Charles Vane tinha 11 anos.
Anne Bonny, chamada de bastarda
e menosprezada, era de família rica da Irlanda, teve uma educação difícil, forçada
a se vestir de menino, pois o pai advogado encobria muitos casos. O pai veio
para a América do Sul e se tornou sr. de fazendas e ela com 12 anos virou
patroa porque a mãe faleceu. Na primeira oportunidade, casou com James Bonny e foi
para Nassau com 16 anos.
Jack Rackmam, foi parceiro
de Anne Bonny, foi capitão do navio de Vane e capitão de seu próprio navio.
Porto Royal, Jamaica.
Hornigold tinha como
rival Jennings. Hornigold sugeriu irem para o meio das Bahamas, um local
próximo aos territórios espanhóis e de fácil ataque pela rota que eram
obrigados a passar por ali. A cidade de Nassau, na Ilha da Providência, era um
vilarejo que ficava na rota dos navios que teriam qeu passar pelas ilhas do
Caribe. A Guarda costas espanhola foi chamada de piratas pelo General Jennings,
que precisava de uma frota e uma carta de corso da coroa inglesa. Archibald
Hamilton escolheu Jennings para ser patrocinado pelos comerciantes. Os
espanhóis já tinham destruído Nassau, e os ingleses tinham abandonado o lugar. Hornigold
foi com o seu grupo de corsários desempregados para Nassau.
Nassau, O Covil Pirata.
Os poucos moradores não
gostaram da invasão de piratas jamaicanos. Hornigold e seus homens começaram a
pilhar navios espanhóis. (Aqui pode se ter registro de uso da bandeira negra e
da bandeira de caveira nos navios piratas). Os colonos de Nassau ficaram
apavorados e com medo de novamente serem atacados no vilarejo. Thomas Walker,
oficial de Nassau ficou preocupado. Ele pediu socorro por carta para os
ingleses e a notícia foi parar na imprensa, no Jornal The Bofton News-Letter.
Isso atraiu mais a pirataria.
Os
piratas acreditavam em liberdade, igualdade e eram contra a escravidão. Eles se
tornaram o terror dos impérios europeus da era moderna.
Diário: 23/07/1715.
Uma frota de 11 navios
espanhóis saiu de Havana, em Cuba, carregada de ouro e prata, extraídos das
colônias na América do Sul. A Espanha precisava desse dinheiro, para sair da
falência da guerra de sucessão. Eram mais ou menos 14 milhões de pesos. A maior
carga em valor que navegou pelo Atlântico, estava na direção de uma grande
tempestade. Era época de furacões na costa da Flórida. O tesouro foi todo para
o fundo do mar, próximo a Vera Beach. A notícia se espalhou. Benjamin Hornigold
estava mais próximo e encontrou uma parte.
Jennings, ganhou a sua
carta de corso para que liderasse uma frota de defesa e roubasse dos piratas.
Assim, não seria visto como uma agressão a Espanha, dona do tesouro. Hamilton
ajudou Jennings com esse poder e liberdade total. Na sua tripulação estava
Charles Vane. O tesouro espanhol se tornou alvo de muitos. Bellamy foi atrás,
porque queria se casar com Mary e Paulsgrave procurava um marinheiro, além de
ter o dinheiro para chegar até lá. Jennings foi ao acampamento onde estava o
tesouro protegido. A costa da Flórida era território espanhol. A Espanha e a
Grã-Bretanha estavam em paz e isso era motivo para iniciar um conflito.
Nassau.
Jennings foi a Nassau e
se desentendeu com Hornigold. Assim começou a rivalidade entre dois líderes. Hornigold
conheceu Edward Thatch, que quis se juntar ao bando. Jennings partiu para a
Jamaica no navio de Hornigold. Foram criados vários povoados piratas no Caribe,
mas Nassau foi o mais importante.
Jennings ficou rico
roubando os espanhóis. A Espanha pediu a prisão de Jennings e seus homens.
Jennings voltou ao mar para roubar navios piratas de Hornigold, até melhorar a
situação na Jamaica.
Mary ficou grávida e o
pai a expulsou de casa.
Sam virou “Black Sam
Bellamy”, içou a bandeira negra e atacou o primeiro navio inglês que viu pela
frente.
Jennings não respeitava
nenhum acordo e atacava qualquer navio que cruzasse o seu caminho, fosse: inglês,
espanhol, francês, entre outros. Se o navio tivesse canhões, melhor ainda, pois
era um indício de que transportava ouro ou qualquer carga muito valiosa.
Encontrou-se com Bellamy que foi tomar o navio francês “Saint Marie”. De lá foi
em busca do 2º navio francês “Mariane”. Bellamy encontrou com Benjamin
Hornigold. Bellamy retornou para encontrar Jennings. Jennings foi ao encontro
de Hornigold, mas o perdeu de vista. Na volta para o “Saint Marie”, Jennings
percebeu que tinha sido enganado por Bellamy e Paulsgrave. Jennings recebeu
ordem de prisão e retornou para Nassau encontrar com Hornigold. Soube que o
rival também tinha recebido ordem de prisão. No encontro, Hornigold fez um
discurso, dando a ideia de um Código de Piratas, onde os artigos diziam sobre a
conduta, as desigualdades e a divisão dos lucros. As ideias democráticas
revolucionaram e criaram uma república de piratas na terra e no mar. Nassau foi
declarada República Pirata. Todos os piratas se aliaram. Hornigold se juntou a
Anne e iniciaram um relacionamento. Ele não queria atacar navios ingleses, por
ter origem inglesa. Bellamy atacava qualquer um e por isso se tornou famoso,
enfraquecendo a popularidade de Hornigold.
Dentro do navio cada
indivíduo tinha direito a um voto, e juntos poderiam destituir o capitão e
escolher um substituto se não concordassem com o comando.
Bellamy se tornou
famoso e Mary soube através dos jornais.
Anne começou a se
relacionar com Edward Thatch. Ele estava reconstruindo a frota de Hornigold.
Usava uma argola na orelha esquerda (primeiro registro da argola na orelha como
símbolo pirata). Hornigold tornou Thatch capitão. Havia violência, mas Bellamy
e Thatch não tiveram registros de mortes.
A escravidão
impulsionava o comércio nas Américas. Pegavam os negros na África e levavam
para as colônias americanas. De lá abasteciam os navios com produtos das
colônias e levavam para a Europa. Um comércio triangular. Havia o comércio do
açúcar, tabaco, as plantations, entre outros. Todos os impérios europeus tinham
colônias no exterior que produziam algum produto.
Bellamy recebeu o
conteúdo de um navio e quando viu ... eram escravos. Não sabendo o que fazer,
lhes deu a liberdade. A vida de pirata era melhor do que a vida de escravo.
Assim, aumentou a quantidade de gente na frota de Bellamy.
Humphry Morice, membro
do parlamento inglês, queria acabar com a pirataria e contratou um ex-corsário,
o Capitão Woodes Rogers, que queria se vingar dos piratas. O plano de Rogers
era expulsar os piratas das Bahamas, se instalar como governador e
reestabelecer as leis e a ordem nas colônias.
Entre 1713 e 1717,
piratas ingleses atacaram navios mercantes ingleses. Hornigold mudou de opinião
e resolveu pilhar qualquer navio independente de ser inglês. Hornigold e Edward
Thatch tomaram o navio inglês “Bonnet”.
O bebê de Mary morreu.
Ela foi presa e acusada de tê-lo matado.
Bellamy foi atrás do
navio “Whydah”, a novidade da marinha inglesa, que voltava da colônia cheio de
ouro. Bellamy ficou com o belo e veloz navio. Bellamy decidiu ir atrás de Mary.
Mary foi presa, açoitada e banida da cidade.
Entre as crendices
piratas, as superstições mais famosas diziam que:
- Sal sob os ombros,
mantém o diabo longe.
- Ratos saindo do
navio, era hora de desembarcar.
- Assobiar a bordo,
trás tempestade.
- Perturbe os deuses, e
será arrastado para o fundo do mar.
O maior inimigo era o
clima.
Diário: 26/04/1717.
Uma tempestade cobriu a
frota de Bellamy com o “Whydah” que levava 160 pessoas e um enorme tesouro. A
correnteza o levou para a costa de Cape Code. Bellamy, com 28 anos, não
sobreviveu ao naufrágio e assim terminou a história de “Black Sam”.
Cotton Mather foi o
padre que condenou Mary. Ele queria acabar com a pirataria. Foi responsável por
promover o maior enforcamento de piratas da história de Boston, com os
sobreviventes homens de Bellamy. Mary, amada de Bellamy, enlouqueceu e ficou
conhecida como a “Bruxa de Eastham”.
Thatch queria vingança
pelos homens de Bellamy. Reaparece um grande pirata Steve Bonnet. Ele estava
machucado por ter feito um ataque mal sucedido, a um navio espanhol. Thatch
queria o navio que Bonnet construiu e o chamou de “Vingança”. Bonnet era
conhecido por ser “cavalheiro”, porque era de família rica. Bonnet precisava
que alguém assumisse seu navio. Thatch começou a atacar ingleses também. Ficou
doente e descobriu que tinha sífilis, pois além da condição de marinheiro,
andava com muitas mulheres e estava apto a contrair uma doença. A sífilis
provoca muita dor e pode alterar a condição mental, causando mudanças de
personalidade. Assim, Thatch se autodenominou “Barba Negra”. Andava com tantas
mulheres que supostamente tinha se casado umas 14 vezes, uma em cada porto que
parava. Além disso, estava se tornando o horror dos ingleses.
Na Inglaterra, Rogers
foi contratado para acabar com os piratas, por ter a experiência de um corsário
e marcado no rosto com cicatrizes de um tiro que despedaçou a sua mandíbula.
Bolou um plano que iniciou com um perdão real e isso causaria uma discórdia
entre os piratas. O perdão real era uma alternativa para sair do caminho da
pirataria. A oferta era muito boa, pois o indivíduo poderia voltar a
civilização, ficar com tudo que havia roubado e receberia o perdão de tudo.
Jennings e Hornigold,
fizeram as pazes e aceitaram o perdão. Jennings largou a pirataria, se
aposentou como rico proprietário de plantations nas Bermudas.
O Capitão Vincent Pears
da Marinha Real aportou no covil pirata de Nassau. Charles Vane, pediu perdão,
mas não foi aceito e foi preso por Pears.
Barba Negra estava
levando o terror ao comércio de escravos dos ingleses.
Anne Bonny e Calico
Jack Rackham se apaixonaram.
Charles Vane fugiu com
um navio, virou capitão e iniciou ataques a navios mercantes nas redondezas de
Nassau. Era cruel e violento com seus reféns.
Pulsgrave foi para
Madagascar, na costa da África.
Barba Negra foi para a
América do Norte onde tinham colônias que não pertenciam a nenhuma coroa. Eram
colônias próprias administradas por investidores. Lá passou de libertador de
escravos a vendedor. Aceitou o perdão e fez um acordo com o governador local,
Charles Eden. Continuou a pirataria e pagava lucros ao governador. Espiões do
Governador da Virgínia se infiltraram na tripulação de Barba Negra.
Em Nassau, Vane fugiu
para o alto mar. O Capitão Rogers desembarcou como o novo governador e escolheu
Hornigold para caçar Vane.
Vane foi atrás de Barba
Negra, mas não conseguiu uma parceria e voltou para o mar. A tripulação
destituiu Vane e escolheu Jack Rackmam como capitão. Ele voltou para Nassau
para comprar a liberdade de Anne. Rogers mandou chicoteá-la, mas ela o rendeu
com um punhal no pescoço. Anne e Jack foram para o mar onde ela, se tornou a
pirata que tanto queria.
O Tenente Maynard foi
contratado por Spotswood, Governador da Virgínia para caçar Barba Negra. Seu
barco encalhou e Barba Negra decidiu ataca-lo. Maynard deu um tiro em Barba
Negra e degolou-o, arrancando sua cabeça e pendurando-a na proa de seu navio
como um troféu. A morte de Barba Negra selou o fim da Era de Ouro da Pirataria.
Vane foi capturado em
Port Royal e executado na forca.
Hornigold virou
corsário novamente e desapareceu.
Anne e Jack foram
capturados. Ele não a defendeu e tentou se esconder, mas também foi pego. Ambos
foram condenados à morte pelas forças britânicas, mas ela recebeu o perdão por
estar grávida. Alguns dizem que ela foi para a Carolina do Norte.
Fim da série de 6 episódios.
Alguns aspectos históricos estão presentes na trama, mas outros aspectos são parte da ficção para entreter o telespectador na aventura.
Bom divertimento.
Por: Vanessa Candia.
Prof. Historiadora e Arqueóloga.
Me. em Cultura Africana.
Esp. em Fósseis, Dinossauros, Múmias e Piratas.


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