domingo, 10 de maio de 2020

Josephine Myrtle Corbin, a mulher de quatro pernas.

ACOLHIDA PELO CIRCO E ALVO DE ESPETÁCULOS: MYRTLE CORBIN, A MULHER DE QUATRO PERNAS

Devido a uma deformação corporal, a artista chamou a atenção de diversos circenses e ganhou os olhares público pelo seu carisma
NICOLI RAVELI PUBLICADO EM 10/05/2020
Josephine Myrtle Corbin, a mulher de quatro pernas
Josephine Myrtle Corbin, a mulher de quatro pernas - Divulgação
Josephine Myrtle Corbin enfrentou uma rotina conturbada desde seus primeiros minutos de vida. Em 1868, seu nascimento chamou a atenção de vários médicos. A garotinha – que veio ao mundo no Tennessee, Estados Unidos – apresentava uma deformação em sua estrutura corporal, e veio ao mundo com duas pélvis, dois aparelhos reprodutores e excretores independentes.
Todavia, o que mais se destacava eram as características externas: a criança havia nascido com quatro pernas, duas de tamanho normal e outras duas menores, mas apenas duas desempenhavam sua função corretamente.
As quatro pernas de Josephine Myrtle Corbin / Crédito: Divulgação 

Diante da condição, os médicos identificaram sua anomalia como síndrome de duplicação caudal. Segundo os especialistas, isso ocorre quando não há a separação completa dos óvulos fecundados, fazendo com que cresçam juntos a partir de um determinado momento, causando a duplicação dos membros e resultando em um bebê dípigo. Ou seja, o corpo de sua irmã gêmea evoluiu somente da cintura para baixo e foi incorporado a Josephine.
Os espetáculos de aberrações.
Não existem relatos sobre sua família. Provavelmente abandonada pelos familiares, acabou sendo acolhida por Phineas Taylor Barnum, um empresário que era considerado o avô da publicidade e, mais tarde, tornou-se o fundador do Ringling Brothers Circus e Coney Island, que promovia espetáculos com "aberrações". 
Aos 14 anos, Corbin ganhou fama como A Mulher de Quatro Pernas. Durante as apresentações em feiras e espetáculos, conquistou o público pela forma que os persuadiam: a artista utilizava meias e sapatos em suas pernas extras - o que resultava em uma aparência atípica – e era bem recebida pela plateia.
Viajando pelo país para realizar apresentações, Myrtle passou a ganhar cerca de 500 dólares por semana, um valor que, naquela época, era considerado alto. Entretanto, devido à rotina cansativa, a circense decidiu se aposentar e dedicou-se a sua vida pessoal. Foi quando, aos 19 anos, conheceu o médico Clinton Bicknell.
A jovem Josephine Myrtle Corbin, à esquerda e a família Corbin, à direita / Crédito: Divulgação 

O relacionamento amoroso resultou em casamento e abriu caminho para novas descobertas sobre a deformação da estrutura corporal de Corbin: Ao engravidar quatro vezes, acreditava-se que seus dois os órgãos sexuais eram funcionais.
Na época, não foi comprovado se a artista realmente havia dado à luz por meio dos dois órgãos, no entanto, a possibilidade é aceita e relatada no livro Anomalias e Curiosidades da Medicina, de George M. Gould e Walter L. Pyle, de 1896.
Pintura que representa Josephine Myrtle Corbin e sua anomalia / Crédito: Divulgação 

Seus filhos cresceram em meio a diversos rumores, mas isso não foi um problema para a família. Muito menos para Myrtle, que deixou os boatos de lado e voltou a dedicar-se a sua carreira em Nova York.
Após sua longa carreira no circo, a mulher morreu em 1928, aos 60 anos de idade, de causas desconhecidas. Mesmo sem a presença de seus pais, Corbin enfrentou as diferenças, correu atrás de seus sonhos e construiu sua própria família, que a acompanhou até seus últimos dias.

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