sexta-feira, 1 de maio de 2020

A saga e a tumba da Faraó Aotepe.

INFLUÊNCIA E PODER: A SAGA — E A TUMBA — ESQUECIDA DA FARAÓ AOTEPE

Conheça a soberana da 17° dinastia que pegava em armas e tinha voz ativa na política do Egito Antigo
NICOLI RAVELI PUBLICADO EM 01/05/2020
Sarcófago da rainha Aotepe
Sarcófago da rainha Aotepe - Divulgação
Aotepe cresceu em meio à realeza. Filha do faraó Senakhtenre Ahmose e da rainha Tetisheri, a garota sempre presenciou os atos políticos que envolviam sua mãe e tinha o desejo de seguir o mesmo caminho.
Dessa maneira, ela tornou-se uma das mais importantes princesas ao se casar com seu irmão, Sequenenre Taa II. Naquele momento, o homem já era casado com mais duas de suas irmãs, Inhapy e Sitdjehuty. Todavia, Aotepe mostrou que não prentendia se igualar as outras mulheres.
No fim da 17° dinastia do Egito Antigo, ela já havia dado à luz quatro filhos do faraó e se destacou entre suas esposas. Além disso, suas opiniões políticas também ganharam força, uma vez que ela colocou em prática o que havia presenciado durante grande parte de sua vida.
Faraó Sequenenre Taa II, irmão e marido de Aotepe / Crédito; Divulgação

Mulher destemida.
Ao lado de seu marido, a rainha era responsável pelos soldados e também tinha voz ativa na política“Ela cuidou dos soldados de seu Egito, guardou o Egito, trouxe de volta seus fugitivos e reuniu seus desertores, e pacificou o Alto Egito e expulsou seus rebeldes”, afirmou a arqueóloga Joyce Tyldesley.
Acredita-se que ela teria sido a pessoa que acompanhou Taa II durante seu longo reinado. Entretanto, em meio à uma batalha contra os Hicsos, um povo semita asiático, o faraó foi morto.
Seu sucessor era Kamose, um dos filhos de Aotepe com o falecido faraó. Porém, o soberano teve o mesmo destino que seu pai três anos depois, fazendo com que fosse sucedido por Ahmose, filho mais novo da governanta.
Devido a sua inexperiência, o jovem declarou sua mãe como regente. “Parece que Aotepe foi forçada a pegar em armas em defesa de seu país (Tebas), talvez nos dias incertos após a morte de Kamose. Pela primeira vez, temos provas de que a rainha regente poderia exercer autoridade real”, alegou Tyldesley.
Local onde os escavadores alegaram ter encontrado a múmia da rainha no século 19 / Crédito: Divulgação

Sem dúvidas, a mulher foi uma das figuras mais importantes daquela dinastia. Ela teve uma vida longa, mas não se sabe, ao certo, quando deixou para trás o papel de regente. 
Entretanto, acredita-se que tenha morrido em 1540 a.C. em meio ao reinado de Tutmés I. Não obstante, o fato não pode ser comprovado devido a destruição dos documentos que estavam em seu túmulo.
A tumba de Aotepe.
No século 19, diversos pesquisadores foram até Luxor, uma cidade no sul do Egito, para realizar escavações a procura de ouro. Lá, se depararam com a tumba que acreditava-se ter pertencido a faraó. De inicio, acreditaram que sua múmia havia sido destruída como consequência da ação dos arqueólogos. Mas, para os estudiosos modernos, os restos da rainha não estavam naquele local, somente seu sarcófago.
Machado e bracelete de Aotepe / Crédito: Divulgação 

De acordo com os pesquisadores, os restos foram encontrados anos depois, durante a escavação comandada por Auguste Mariette na Dra Abu el-Naga, em Tebas. Lá, os trabalhadores avistaram um caixão repleto de joias e ouro. Entre elas, foi revelada uma medalha de honra, objeto que era entregue somente a grandes egípcios. Ademais, o local também abrigava um machado de ouro e um bracelete de cobre e madeira. 

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