INFLUÊNCIA E PODER: A SAGA — E A TUMBA — ESQUECIDA DA FARAÓ AOTEPE
Conheça a soberana da 17° dinastia que pegava em armas e tinha voz ativa na política do Egito Antigo
NICOLI RAVELI PUBLICADO EM 01/05/2020
Aotepe cresceu em meio à realeza. Filha do faraó Senakhtenre Ahmose e da rainha Tetisheri, a garota sempre presenciou os atos políticos que envolviam sua mãe e tinha o desejo de seguir o mesmo caminho.
Dessa maneira, ela tornou-se uma das mais importantes princesas ao se casar com seu irmão, Sequenenre Taa II. Naquele momento, o homem já era casado com mais duas de suas irmãs, Inhapy e Sitdjehuty. Todavia, Aotepe mostrou que não prentendia se igualar as outras mulheres.
No fim da 17° dinastia do Egito Antigo, ela já havia dado à luz quatro filhos do faraó e se destacou entre suas esposas. Além disso, suas opiniões políticas também ganharam força, uma vez que ela colocou em prática o que havia presenciado durante grande parte de sua vida.
Mulher destemida.
Ao lado de seu marido, a rainha era responsável pelos soldados e também tinha voz ativa na política. “Ela cuidou dos soldados de seu Egito, guardou o Egito, trouxe de volta seus fugitivos e reuniu seus desertores, e pacificou o Alto Egito e expulsou seus rebeldes”, afirmou a arqueóloga Joyce Tyldesley.
Acredita-se que ela teria sido a pessoa que acompanhou Taa II durante seu longo reinado. Entretanto, em meio à uma batalha contra os Hicsos, um povo semita asiático, o faraó foi morto.
Seu sucessor era Kamose, um dos filhos de Aotepe com o falecido faraó. Porém, o soberano teve o mesmo destino que seu pai três anos depois, fazendo com que fosse sucedido por Ahmose, filho mais novo da governanta.
Devido a sua inexperiência, o jovem declarou sua mãe como regente. “Parece que Aotepe foi forçada a pegar em armas em defesa de seu país (Tebas), talvez nos dias incertos após a morte de Kamose. Pela primeira vez, temos provas de que a rainha regente poderia exercer autoridade real”, alegou Tyldesley.
Sem dúvidas, a mulher foi uma das figuras mais importantes daquela dinastia. Ela teve uma vida longa, mas não se sabe, ao certo, quando deixou para trás o papel de regente.
Entretanto, acredita-se que tenha morrido em 1540 a.C. em meio ao reinado de Tutmés I. Não obstante, o fato não pode ser comprovado devido a destruição dos documentos que estavam em seu túmulo.
A tumba de Aotepe.
No século 19, diversos pesquisadores foram até Luxor, uma cidade no sul do Egito, para realizar escavações a procura de ouro. Lá, se depararam com a tumba que acreditava-se ter pertencido a faraó. De inicio, acreditaram que sua múmia havia sido destruída como consequência da ação dos arqueólogos. Mas, para os estudiosos modernos, os restos da rainha não estavam naquele local, somente seu sarcófago.
De acordo com os pesquisadores, os restos foram encontrados anos depois, durante a escavação comandada por Auguste Mariette na Dra Abu el-Naga, em Tebas. Lá, os trabalhadores avistaram um caixão repleto de joias e ouro. Entre elas, foi revelada uma medalha de honra, objeto que era entregue somente a grandes egípcios. Ademais, o local também abrigava um machado de ouro e um bracelete de cobre e madeira.
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