O mundo assistiu na noite do último domingo, 5 de abril, a um raro pronunciamento da rainha Elizabeth II ao povo do Reino Unido. Pela quinta vez em 68 anos de reinado, a monarca se dirigiu à nação fora das datas tradicionais, como o Natal, para falar sobre a pandemia do novo coronavírus. No discurso, gravado em um salão do palácio de Windsor, a Chefe de Estado elogiou o patriotismo britânico e pediu que o povo supere o período de dor e enormes mudanças pelo qual o mundo passa.
“Aqueles que vierem depois de nós dirão que os britânicos desta geração eram tão fortes quanto todos os demais. Os atributos de autodisciplina, determinação tranquila e bem-humorada, além de companheirismo, ainda caracterizam este país”, disse a rainha Elizabeth II no pronunciamento de domingo, dizendo ainda que “devemos encontrar conforto no fato de que, apesar de termos muito mais a suportar, dias melhores vão voltar; estaremos novamente com nossos amigos; estaremos novamente com nossas famílias; nos encontraremos novamente”. Confira:
O discurso de Elizabeth II faz duas referências ao período da II Guerra Mundial. Segundo a imprensa britânica, a primeira é a expressão “nos encontraremos novamente”, trecho da música “We’ll meet again”, interpretada por Vera Lynn, que ficou famosa no Reino Unido durante o conflito. A canção fala sobre um reencontro que não tem data ou local, mas que vai acontecer. A segunda referência é ao primeiro discurso que a monarca fez ao povo britânico, em 1940, ao lado da irmã Margareth, quando ainda era princesa, dizendo que “hoje, mais uma vez, muitos vão sentir um doloroso sentimento de separação de suas pessoas amadas. Mas agora, como naquela época, lá no fundo nós sabemos que é o certo a se fazer”.
Aos 93 anos de idade, este foi o quinto pronunciamento de Elizabeth II. O primeiro, em 1940 ao lado da irmã, durante a II Guerra Mundial, foi o único por mais de meio século. O segundo discurso foi em 1991, quando o Reino Unido entrou na Guerra do Golfo e a monarca pediu que o povo britânico rezasse pelo sucesso do exército “ao menor custo possível em vida humana e sofrimento”. O terceiro ocorreu em 1997, quando a princesa Diana faleceu em um acidente de carro, e o quarto em 2002, para agradecer ao país pelas mensagens de condolências enviadas devido à morte da Rainha-Mãe.
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