quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

A Excalibur da vida real é, na verdade, italiana.

A EXCALIBUR DA VIDA REAL É, NA VERDADE, ITALIANA

O artefato se encontra em uma capela na Toscana, região de origem de um notório santo italiano
CAIO TORTAMANO PUBLICADO EM 15/01/2020
Espada de São Galgano, enfincada em uma pedra
Espada de São Galgano, enfincada em uma pedra - Getty Images
Uma espada medieval se encontra fincada em uma pedra na Capela de Montesiepi, localizada na bela Toscana da Itália. Porém, não se trata de nenhuma referência a lenda do Rei Arthur, mas sim da real história de um santo.
A história arturiana pertence à Galgano Guidotti, nascido em 1148. O jovem passou seus primeiros anos em meio à fortuna em uma família abastada, mas aos 32 decidiu mudar de vida e seguir os ensinamentos de Jesus.
Retirando-se como um eremita, ele tomou a decisão depois de receber aparições do Arcanjo Miguel, falando para ele de um encontro com Deus e os doze apóstolos na colina de Monte Siepi (local onde mais tarde seria erguida a notória capela em que está a espada).
Em uma das aparições, Miguel falou para Guidotti que ele deveria se desfazer de todos os seus bens mundanos, ao que o eremita respondeu que seria difícil como partir uma pedra ao meio.
Para provar o seu ponto, Galgano teria tentado fincar sua espada dentro de uma pedra, e, para sua supresa, a espada perfurou e saiu do minério com muita facilidade. Decidido a seguir a palavra do anjo, o homem cavalgou até o topo do Monte Siepi e fincou sua espada em meio a uma impenetrável pedra, onde permanece até hoje.
Espada está fincada até hoje na capela italiana / Crédito: Wikimedia Commons
Um ano depois desse caso, Guidotti faleceu, e em 1185 Papa Lúcio III santificou o homem, e a Capela de Montesiepi foi construída em volta da espada fincada para preservar sua santidade.
São Galgano / Crédito: Wikimedia Commons

Inúmeras foram as tentativas de ladrões e audaciosos de tirar o sabre da rocha, e uma dessas tentativas permanecem expostas até hoje para os que visitam a capela. Um ladrão, enquanto tentava remover a arma do lugar, foi atacado por lobos e somente suas mãos sobraram da investida dos animais.
Os membros mumificados resistem até hoje por razões desconhecidas, mas servem de aviso para os mal-intencionados que hoje tem que passar por uma proteção de vidro balístico para tocar no artefato.
Por mais que tenha sido considerado um embuste por anos, a espada foi examinada em 2001 e teve a sua idade avaliada. O metal e o estilo da arma são consistentes com o fim dos anos 1100 e começo dos anos 1200. Por mais que não seja possível verificar a autenticidade de sua história, a idade, pelo menos, condiz com a lenda.
“Datar metais é uma tarefa difícil, mas podemos dizer que a composição do metal e o seu estilo são compatíveis com a era em que se passa a lenda”, disse Luigi Garlaschelli, da Universidade de Pádua, “Fomos bem sucedidos em negar as acusações de que a história é uma mentira recente”.
Análises feitas por radares ainda contemplaram uma cavidade de 2 metros de altura por 1 metro de largura, que provavelmente devem ser uma cova para o corpo do santo. Além disso, as mãos mumificadas também tiveram sua idade conferida, e condizem com um corpo do século 12.

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