A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA
Folcloricamente, os Cavaleiros são vários, em suas mais diversas formas. Historicamente, é possível entendermos os elementos que formam essa personagem
ANDRÉ NOGUEIRA PUBLICADO EM 29/10/2019
No folclore europeu, há uma figura mítica conhecida como o Cavaleiro Sem Cabeça, ou Headless Horseman, uma entidade que remete à Idade Média e com traços que sincretizam elementos medievais com modernos, de acordo com a versão contada.
Tradicionalmente, reproduz-se a imagem desse mito representada por um homem sem a cabeça e montado num cavalo, usualmente de cor mais escura e tons mais sombrios. Há lendas em que o Cavaleiro carrega junto a si sua cabeça, enquanto outras narram um homem completamente sem a parte do corpo ou mesmo em busca dela.
Sua imagem está diretamente associada à tradição dos cefalóforos, ou seja, os santos católicos que, numa tradição que remetência aos gregos, têm como principal elemento de caracterização o fato de carregarem a própria cabeça com as mãos, após sofrerem com a decapitação. Em geral, essas figuras são retratadas em martírio.
As representações do Cavaleiro Sem Cabeça são diversas e já integram o circuito geral de reprodução técnica e artística: sua versão mais famosa é de 1949, com a animação As Aventuras de Ichabod e Sr. Toad, cujo crédito é da Disney.
Também é conhecida uma versão desenvolvida pelo famoso diretor de cinema Tim Burton, que trouxe o Cavaleiro às telas em 1999, com Sleepy Hollow. Antes disso, algumas figuras relevantes do folclore anglófono contribuíram para o desenvolvimento dessa lenda, como Washington Irving, cuja obra serviu de base para as representações mais modernas do Cavaleiro Sem Cabeça, e Mayne Reid.
No conhecimento popular, o Cavaleiro é ainda anterior, tendo bases folclóricas imemoráveis. Na Irlanda, a criatura dullahan, um homem das trevas e uma fada demoníaca, carrega as mesmas características da personagem do conto de Irving, mas é muito mais associado à morte. Já na tradição literária inglesa, seu nome é Cavaleiro Verde e sua jornada começa após ser decapitado por Gawain, que protagoniza o poema em que a criatura aparece.
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