sexta-feira, 21 de junho de 2019

Texto: "A Imitação de Cristo". De Tomás de Kempis.


Texto: "A Imitação de Cristo", produzido no Séc. XII
De Tomás de Kempis.

O século XII foi uma época de grande crise, guerras, peste bubônica e muita mortandade. O fiel tem que se identificar com Cristo por que Ele, carregando a sua Cruz, é o modelo de virtude através do sofrimento... Com o Renascimento, inicia-se o movimento Racionalista, em contrapartida ao misticismo da Idade Média. Questões dogmáticas importantíssimas como a Ressurreição de Cristo, começam a ser questionadas pelo Racionalismo. Tomam-se comuns no interior das igrejas as pinturas enfocando o motivo Jesus Ressuscitando (nas Igrejas brasileiras, particularmente, nas Barrocas, aparecem mais as imagem do Cristo Crucificado e não as da Ressurreição...). Portanto, a temática da Ressurreição remete a um contexto histórico e social bem preciso: a luta contra o Racionalismo científico e anti-cristão (a Bíblia tem vários outros exemplos de morte e ressurreição, como a de Lázaro, por exemplo, com a diferença deque os outros ressuscitados o foram pela ação exterior de um profeta ou do próprio Cristo, ou seja, independentemente da vontade do mono. Já a ressurreição de Cristo é diferente por que ocorre pelo seu próprio poder, fato que passou a ser da maior importância no debate suscitado pelo Racionalismo Renascentista). A Igreja inicia, então, um movimento político de afirmação do seu mais caro dogma, o da Ressurreição de Cristo, por meio da Arte (a trajetória da Arte Sacra, aliás, tem sido marcada, no decorrer da história, pelo fato de que, a cada novo surgimento de contestação a seus dogmas, a Igreja reage utilizando-a como instrumento político: ela tem uma noção bem clara de que a arte é um grande ferramenta ideológica através da qual pode passar seu conteúdo doutrinário aos fiéis...). A propósito disto, o Abade São Hugo, erudito medieval e crítico de arte, recomendava aos artistas: quando forem trabalhar na Igreja, lembrem-se de que ela não é apenas um prédio, é o local onde as pessoas se reúne para cultuar a Deus, e portanto, tem que ser como um livro aberto onde os fiéis possam ler as verdades da fé. Como a maioria dos fiéis de então era analfabeta, seria inútil transcrever textos sagrados nas paredes. Eram necessárias sim, pinturas, esculturas e vitrais, com motivos bíblicos, com signos claros e conhecidos. Em termos contemporâneos, utilizando-se da linguagem moderna do Cinema, por que se produzem tantos filmes bíblicos? (quase sempre centrados na Crucificação e não na Ressurreição de Cristo) Com a crise da modernidade estão se esvaziando no ocidente os valores ético - cristãos, - ao contrário do que ocorre nos países orientais e de cultura islâmica onde há um fortalecimento da fé - havendo, então necessidade de um reavivamento dos valores da fé. Também, devido ao tensionamento político no oriente próximo, pelo acirramento do conflito judeu/palestino, tem havido inúmeras produções cinematográficas cujo tema bíblico tem função inequívoca de propaganda sionista. E o cinema é o instrumento cultural e político que melhor otimiza esse propósito.

fonte: resumo do Curso de História da Arte. Arquivo pessoal.

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