REINOS AFRICANOS.
O REINO DA NÚBIA.
A Núbia ficava onde hoje é o
Sudão, próximo ao Egito. Os núbios e os egípcios tiveram relações políticas e
comerciais, por isso ainda encontram vestígios desses povos juntos. Os núbios
viviam da caça, pesca e criação de gado em aldeias pelo Nilo. Depois da escrita
e da unificação do Egito em 3.200 a.C.,essas culturas começaram a se separar.
Os núbios continuaram com suas aldeias e seus chefes. A tradição continuou a
ser passada por contos dos mais velhos nas conversas com os mais jovens.
O REINO DE KUSH.
Inicia na Núbia em 2.000
a.C.. Seu apogeu foi entre 1780 a.C. e 1580 a.C., quando o Egito estava
dominado pelos hicsos. O governo de Kush era uma monarquia. Ocuparam um pedaço
do território egípcio e governaram sobre os egípcios e os cuxitas. Tiveram
governantes cuxitas. Em 591 a.C., foram conquistados pelos egípcios. Os cuxitas
mudaram sua capital de Napata para Méroe. Não se sabe o fim deles. Sabe-se que
Kush foi empobrecendo e em 330 foram conquistados pelo Reino de Axum da
Etiópia. A escrita dos cuxitas é a meroíta, mas ainda não foi decifrada. O
poder era do rei, mas tinham governadores para as províncias, guardas de
proteção, funcionários, chefe do tesouro, chefe do celeiro, escriba mor e
comandante militar. Quando precisavam guerrear, todos os homens eram
recrutados. O exército tinha infantaria e cavalaria. O rei era escolhido como o
melhor da comunidade e consultando o deus deles por adivinhação. Jogavam
sementes no chão para ver a resposta. O povo fazia uma procissão e coroava o
rei. O rei cuxita foi Aspelta(593-568 a.C.). As mulheres eram importantes e
ocupavam cargos de responsabilidade. Também participavam da política.
Administravam o reino com o filho e a nora. Algumas chegaram a comandar
batalhas contra outros povos. Também enfrentaram romanos. A rainha mãe ganhava
o título de Senhora de Kush ou Candace. A rainha mais famosa de kush foi
Amanishaketo (42-12 a.C.), que também usava o título de gere (chefe). Provável
que ela tenha enfrentado o império romano.
Em 21 a.C., conseguiu que o
Imperador Romano Augusto aceitasse um acordo de paz e os cuxitas não pagariam
impostos aos romanos. Kush foi governado por reis e rainhas da mesma família. O
que pode ter ajudado esse reino a durar tanto foram: a escolha dos reis, o
controle da monarquia sobre as riquezas minerais e a participação da mulher no
poder. Viviam da agricultura aproveitando as cheias do Nilo. Primeiro foi um
reino pastorial, depois criaram gado. A quantidade de cabeças de gado, mostrava
se a pessoa era rica. Também criavam cabras, cabritos, cavalos e burros. Em
Méroe foi mais fácil para a agricultura. Cultivavam trigo, cevada, milho,
tâmaras e uvas. Também cultivaram algodão que foi uma das mais importantes
fontes de riqueza. A mineração era abundante no território, principalmente o
ouro. O ouro cuxita era exportado para o Egito e para Roma. O solo também tinha
pedras preciosas. Existe a hipótese de que eles também manuseavam o ferro. As
cidades foram crescendo. Os reis eram enterrados em Napata. Construíram
fortalezas ao longo das rotas comerciais para proteger as caravanas. Os
artesãos cuxitas destacaram-se bons ferreiros, outros trabalhavam com couro, os
marceneiros com móveis, os tecelões com tecidos, os ceramistas com cerâmica e
os joalheiros com jóias.
Hoje, a região é o Sudão, o
maior país da África. Sofrem conflitos religiosos e étnicos. Ocorre o
desemprego, a guerra e a fome. A maioria é muçulmana, 10 % são cristãos e 20%
são de crenaçs africanas tradicionais. Vivem lá, núbios, árabes e outros povos.
A língua oficial é o árabe, mas a metade fala outros dialetos africanos. A
capital é Omdurman e fica as margens do Nilo.
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