Pedras Altas, pequena, interessante e curiosa cidade que se formou a partir de uma estação ferroviária. A localidade se confunde com uma imponente construção, o Castelo de Pedras Altas. O mesmo foi construído por ordem de Joaquim Francisco de Assis Brasil, um dos mais notáveis políticos, diplomatas e sabios da República. Antes disso, ele perdeu sua primeira esposa, Maria Cecília, irmã de Júlio de Castilhos, e dois de seus filhos para a febre tifóide. Casou-se pela segunda vez com Lydia Smith de Vasconcellos Pereira Felício, uma alemã filha de um nobre de origem portuguesa, o 2° Conde de São Mamede. Ele resolve se mudar para a Granja de Pedras Altas, e para agradar a sua nova esposa manda erguer o castelo, entre 1903 e 1913, para que ela tivesse alguma lembrança da Europa. Tudo de mais sofisticado na época fez parte da construção. A segunda maior biblioteca particular da América Latina , com um acervo de 25 a 30 mil livros, ainda está em suas dependências. E foi na granja que Assis Brasil introduziu o gado Devon e o gado Jersey em terras brasileiras. A propriedade além de alto valor histórico, possui um paisagem marcada por árvores trazidas do exterior e por um jardim bem cuidado, com resquícios de uma época de ouro. O castelo foi invadido pelos ximangos/chimangos durante a Revolução de 1923, estes eram partidários de Borges de Medeiros, ao contrário de Assis Brasil, um destacado maragato. O Pacto de Pedras Altas selou a paz entre as partes, fechou uma era de revoluções no Rio Grande do Sul e mudou totalmente a História do estado. Esta revolução inspirou "O Arquipélago" da trilogia "O Tempo e o Vento" de Érico Veríssimo.
Texto e imagens de Luciano Ribeiro Pires.
Boa pesquisa.
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