A tradição do uso do delineador conhecido em árabe como Kohl ou kajal remonta a tempos imemoriais no Oriente Médio. Civilizações tão antigas como os persas, acadianos e egípcios eram famosos usuários do delineador dos olhos como uma característica cultural marcante, e daquela época sobram pinturas e até aplicadores e frascos de kajal que foram encontrados como vestígios arqueológicos. Seu uso é envolto em mistério, e havia conotações tanto culturais estéticas quanto religiosas para sua aplicação. Com outra civilização surgida na região do século VII, a islâmica, o kajal também teve uma forte continuidade, pois, no Islã, é um hábito religioso meritório, até mesmo ritualizado. O próprio Profeta Muhammad usava o kohl/kajal e recomendou que seus seguidores o usassem, tanto homem quanto mulheres, por seus benefícios para os olhos, dizendo: "Um dos melhores tipos de kohl é o ‘’Ithmid’’ (antimônio); ele melhora a visão e faz os cílios crescerem’’ (Sunan an-Nasai, hadith n° 5113). O Profeta costumava aplicar o kajal em seu olho direito três vezes, e em seu olho esquerdo duas vezes. Este elemento cultural islâmico se traduz em muitas representações de muçulmanos ou pessoas do Oriente Médio na cultura pop em filmes e séries, com a linha dos olhos escurecidas pelo kajal.
-Mansur Peixoto
fonte: historiaislamica
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