terça-feira, 13 de fevereiro de 1990

Espanha.



A Espanha.

OCIDENTE EUROPEU DO SÉCULO XV.

Um primeiro aspecto característico que o ocidente vai sofrer será a expansão de mercado, o mercado pressupõe a alteração econômica, aumentar as fronteiras pressupõe um signo de modernidade, a entrada da circulação de dinheiro ao invés do privilégio da terra. Um segundo aspecto considerado como característica e que será também signo de modernidade e também culpado da crise, é o aspecto político da formação das monarquias nacionais. Típico da Idade Média é a fragmentação de poder e territorial. Não existe um poder unificado, não existe um território delimitado. O que existe são feudos e reinos dominados pelo senhor que tem ao seu dispor os seus vassalos e os seus exército, são poderes políticos fragmentados. A criação ou a necessidade de reunir o poder nesta formação das monarquias nacionais surgem em função destes senhores mercadores que precisam pagar menos tarifas, menos impostos para fazer a transação econômica das suas mercadorias. Em função da expansão e da grande burguesia que está cada vez mais se reforçando em seu poder, esta burguesa vai pressionar os senhores feudais para ampliarem seus reinos e tornarem-se reis. Agora é o momento de formação das monarquias, são as primeiras nações a encaminharem ao processo de centralização política, são as que tem o comércio desenvolvido como a Inglaterra, França, Portugal e Espanha. O processo de centralização do poder político passa a ser também uma marca de modernidade. A Europa está se preparando para entrar na modernidade em função do avanço do comércio, das relações políticas e da necessidade interna.

O período da Idade Moderna será marcado por estas características vinculado a expansão comercial, do surgimento do dinheiro, da necessidade da riqueza na mercadoria e da necessidade de poder político centralizado para organizar esta atividade econômica, como conseqüência inevitável teremos a instauração da política mercantilista. Mercantilismo é o desenvolvimento do comércio, uma política comercial com uma condição em que o estado coordena a intervenção na economia. A burguesia necessita de um mercado único, o poder centralizado, o estado vai comandar a economia e a burguesia cresce, mas obedece ao estado, e de outra forma a burguesia fica sozinha. A crise do mercantilismo final resulta no liberalismo, quando o estado não intervém mais na economia, a burguesia toma conta absoluta da atividade econômica. Neste momento o maior signo do absolutismo é o que está se formando, será o momento em que o estado passa a comandar e por isto a expansão de mercado terá como conseqüência a expansão marítima por causa da necessidade de novas matérias primas que são conseqüências das necessidades do estado, por que na política do mercantilismo se organiza definitivamente que a riqueza não é mais a quantidade de terras e sim a quantidade de portos.
Porque é uma política baseada na moeda, o signo maior da modernidade será a instauração da organização da política mercantilista. Quando aqueles tiverem com sua organização na política mercantilista, estarão instaurados na Idade Moderna para completar a passagem para a modernidade, teremos como complemento para a necessidade de mercado e a política mercantilista são os avanços técnico - científicos. Quem promove é a monarquia nacional, a mais interessada na expansão de mercado. O centro destes avanços científicos estarão na Península Ibérica e em Portugal. A nação centralizou seu poder e passou a investir em descobertas para a navegação. O rei interessado vai investir em materiais e condições para estas descobertas. Este processo do avanço de conhecimento vai propiciar ao longo do renascimento este conjunto de características intelectuais, políticas e econômicas da modernidade que permanece do século XV ao século XVIII. Toda a fronteira da França com a Espanha terá como característica maior o comércio terrestre. A França em função da proximidade com a Alemanha e outras nações, têm facilidade de comércio e por isso a França vai entrar tarde no comércio marítimo. E quando ela entra, os mercados já estarão tomados por Portugal, Espanha e parte da Inglaterra. A Inglaterra pelo mesmo motivo da Península Ibérica. Estas condições sobre a Europa como um todo não se aplicam quantitativamente ao que seria a Espanha durante este processo das pressões do Ocidente europeu como um todo.

A ESPANHA MEDIEVAL.

Na Região Central da Espanha ao longo do século XI e XIII na Alta Idade Média, período do feudalismo que vai se desenvolver o Reino de Castelo com uma política agrária que se divide, que oscila entre os interesses dos seus senhores feudais e os camponeses, por que Espanha está com o seu território ocupado com os árabes. Existem reinos como os de Castela, Aragão e Leon que estão tentando reconquistar as terras para os espanhóis, enquanto o restante da Europa briga entre si para conformar sua monarquia nacional, a Espanha não tem se quer território e a propriedade da terra está vinculado a este processo de conquista. A terra será dada, concedida pelos senhores feudais para as Ordens Religiosas de forma a conter o avanço muçulmano, e aquele camponês, ou nobre, ou senhor que se dispõem a arriscar-se pela reconquista,  o que conta não é o status social, é o objetivo de retomar o território e de expandir o catolicismo. Estes senhores vão buscar formas de garantir o direito destes camponeses sobre a terra conseguida, garantir a propriedade ou o usufruto, não para trabalharem para o senhor e sim para eles mesmos defendendo o território espanhol impedindo a invasão árabe. Pois Granada e Sevilha estavam tomadas pelos árabes, o território já estava todo fragmentado. 

A questão territorial está vinculada ao processo militar de reconquista ou de expulsão dos árabes, foram 7 (sete) séculos de dominação árabe desde 711 até 1492. É todo o período em que a Europa está aperfeiçoando o modelo feudalismo tradicional francês, Espanha está dominada e está lutando para se reconquistar. O sistema de concessão de terras que vai predominar na Espanha medieval.
  
Sistema de Concegil, concessões de terras livres de taxas à cavaleiros e vilões, militares e ladrões que ocupam estas terras, e se tornariam senhores feudais por ganharem terras.

Senhorios e Beheterias, camponeses com obrigações limitadas e com possibilidade de mudar de senhor, antes de plantar a obrigação é cuidar para que não fossem invadidos pelos árabes. Quem cuida não planta. Por isto a Espanha terá problemas com plantações.

LIMITES DA UNIFICAÇÃO.

Iniciando o processo de unificação territorial, unificação política, isto é possível na Espanha após o casamento de Fernando e Isabel, quando se aproxima territorialmente. A configuração do que seria a Espanha Moderna. Com o casamento de Fernando e Isabel, se dá a união entre Castilha, o Reino de Galícia, Aragão e Castela Velha (terra de D. Quixote). O interessante é que neste processo as condições comerciais da Espanha se expandem através deste domínio da costa mediterrânea que não tem nada ainda por que está tomada ou por Portugal ou pelos árabes. 

O processo começa a partir do casamento de Fernando e Isabel em 1469. Em 1492 é dominada a Região de Andaluza, Granada, Sevilha, Córdoba, toda a parte sul estava em domínio dos árabes mas anexada a Espanha. Até 1415 a Espanha ainda não existia como território, depois sim passou a ser uma monarquia territorial por causa do casamento de Fernando e Isabel em 1469. As dificuldades desta unificação começam com a nobreza militar e não de sangue dominando a Região de Castela, tem como compromisso com a coroa dominar o território ou retirar os mouros do controle do território, ao mesmo tempo os interesses da nobreza castelhana vão se juntar através do casamento de Fernando e Isabel com os interesses mediterrânicos de Aragão, que o reino está voltado para o comércio marítimo mediterrâneo.

Os castelhanos querem se voltar para o exterior, Aragão quer sair e buscar novos espaços fora da Península Ibérica. Por outro lado os interesses comerciais de Aragão fazem com que permaneçam mesmo após a unificação no reino de Aragão, esta série de privilégios locais como medievais, a cobrança de impostos, o cruzamento do território, uma moeda especial, taxas de mercadorias, não se igualava com o resto da península e que este aspecto administrativo vai passar a impor, na Espanha e a mesma passa a impor no resto da América, governo de municipalidade e esta é a principal herança do reino de Aragão para a América como um todo. O princípio de administração municipal. Isto facilita a criação de autonomia municipal e não centralização, todos decidem o que é melhor para o município. Não existe a característica de nação. Nacionalidade, portanto o estado nacional formado na Espanha moderna é o estado que vai ter 2 (dois) aspectos fundamentais.

“ O que une a Espanha é a monarquia e a religião católica. ”

A MONARQUIA através do casamento de Fernando e Isabel e segundo Perry Anderson, é uma unidade imperfeita, resultado de alianças palacianas dos acordos pelos reinos, garantido pelo predomínio de Castelo, que era a maior e mais rica força militar, por estar avançando no processo de conquista, no final do século XV. A Castelo que se deve a formação da Espanha Moderna. O prestígio na Península pela participação na guerra santa reconquista.

A RELIGIÃO CATÓLICA é o maior poder de unidade política. Vai dar a identidade aos espanhóis para se diferenciarem. Ao mesmo tempo em que a religião possibilita a união entre 2 grupos diferentes, ela vai possibilitar também um comportamento que vai pouco a pouco se caracterizar típico espanhol.   

¨   Aspirações reconquistadoras da nobreza castelhana X interesses mediterrâneos de Aragão.

¨   Domínios aragoneses mantiveram privilégios locais por exemplo a cobrança de certos impostos, cunhagem de moedas, sistemas de pesos e medidas, governos de municipalidades.

¨   Descentralização administrativa. 25 anos de reinos para os reis católicos para apagar, 700 anos de hábitos particulares. (Pierre Vilar).

¨   Diversidade cultural, castelhanos vascos, catalães, costumes, língua e cultura. Faltava portanto uma nacionalidade que sustentasse a criação de um estado nacional.

¨   Fernando e Isabel são impedidos ao tentarem a unificação.

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA.

Este processo de formação de identidade espanhola passa por esta característica que vai identificar os espanhóis em relação a quem não era espanhol ou a quem não era católico, que é o comportamento da intolerância religiosa. Que também é fundamentalmente por esta característica mais de identidade será transplantada em gênero e número e intensidade para a América com a mesma carga que tem na Espanha esta intolerância religiosa. Fundamentado em que ser cristão na PI era ser pobre em oposição aos judeus que eram ricos e ligados às artes, ao comércio e finanças detinham amplos privilégios tanto nos domínios cristãos como nos muçulmanos. 

No princípio em 1469 à 1478 foi o período de indecisão da monarquia em relação a uma política de intolerância religiosa, de discriminação racial e social em relação aos judeus. Em 1478 momento que inicia de uma forma mais oficial a denúncia dos cristãos em relação as práticas judaizantes e heréticas. Esse período de 1478 até 1492, é o período que existe policiamento, onde têm que se tornarem cristãos e se comportarem como cristãos. Em 1492 os exércitos de Castela conseguem expulsar os judeus de Granada, não terá mais reduto da população árabe. Obrigação de converter-se ou sair do território espanhol. 

Em 1502 o decreto é estendido aos muçulmanos, uma vez que em 1492 foi decretada a expulsão dos judeus. O fundamental do processo de intolerância católica foi o ano de 1492 por seus fatos marcantes determinando a Espanha Moderna. A partir deste comportamento de intolerância religiosa e da expulsão dos judeus e muçulmanos da Península Ibérica, a coroa passa a ser uma entidade e consegue através do sequestro dos bens dos judeus formar um patrimônio inicial para a coroa espanhola. Por outro lado a PI conforme vai avançando o processo das reformas protestantes, a posição da PI, sempre fiel a Roma vai lhe garantir. Apoiando o catolicismo tanto do período da pré reforma como o da reforma foi um endurecimento das leis vinculadas as leis católicas.

¨   Contraste entre a opulência dos judeus e a miséria da maioria da população cristã anti-semitismo, sobretudo contra os judeus cobradores de impostos.

¨   Na época dos reis católicos não assumiram políticas sistemáticas de discriminação.

¨   1478, instalação do Santo Ofício, policiamento dos conversos que mantivessem práticas heréticas ou judaizantes.

¨   1492, Decreto da Expulsão aos Judeus, ainda não conversos intimados a adotarem a religião católica ou então deixarem a Espanha.

¨   1502, Decreto da Expulsão aplicado também aos muçulmanos.

¨   Política que possibilitou a Coroa sequestrar os bens dos judeus, aumentando assim seu próprio patrimônio.

¨   Definição religiosa favorável a Roma, possibilitando uma aliança poderosa.

¨   Unidade religiosa, garantia de unidade nacional.

¨   Intolerância Católica proporcionou a monarquia a oportunidade de preencher o vazio de uma nacionalidade fragmentada e heterogênea.

Súdito             Ü                 Cristão

 _   ¯                 Identidade                      ¯___


Tanto é que a Região de Toledo tem a maior Catedral Católica de toda a Europa, por que Toledo é o centro exorbitante de toda a PI e até hoje, durante os períodos da pré reforma e da reforma passam a fazer procissões e romarias para salvar a religião católica e a aliança com Espanha e Roma garante de lhe dar a unidade nacional, através da religião católica. Portanto a intolerância religiosa proporciona à monarquia a oportunidade de preencher o vazio de uma nacionalidade fragmentada e heterogênea, onde ser espanhol pressupõe ser súdito, manter a monarquia acima de tudo e ser cristão, é a possibilidade de ser espanhol. Será as 2 (duas) características que a Espanha vai impor na América, pois ela julga 2 (dois) aspectos superiores às populações de origens. É isto que o espanhol vai trazer dentro de si que lhe garante, dá poder, sustentação para conquistar a América. Comportamento mais fundamental do espanhol.

A ESPANHA MODERNA.

¨   Predomínio senhorial e valores aristocráticos.

¨   Consolidação do catolicismo como instrumento de poder régio paralelo à formação de alianças entre reis, a nobreza feudal e a igreja.

¨   Tradicional, agrária e aristocrática, entretanto permanece sensível ao grande comércio e cada vez mais atraída pela aventura no Atlântico.

No sul da Espanha o avanço foi imediato com o qual as terras imensas ficaram com alguns senhores, mas quase improdutivo pela imensidão. Sevilha, Granada, Córdoba. Poder daqueles que avançaram na conquista.

A EXPANSÃO ATLÂNTICA DE CASTELA.

A Península Ibérica como tal tem uma posição isolada em relação a Europa, tem muito mais contato com o oceano do que com terra. Portanto a PI tem vocação marítima geo politicamente ela está voltada para o mar do que para a terra ao mesmo o reino de Portugal está mais isolado do que o restante da Europa, na medida em que o seu contato com o continente através da fronteira com a Espanha é o contato com o inimigo (a expansão árabe), para Portugal tudo se resolve pelo mar e nada por terra, ao mesmo tempo, pelo fato de ter esta posição peninsular esta região concentra, é o ponto de encontro de correntes marítimas e um ponto de encontro com os diferentes ventos que vem sobretudo da costa da África, isto é um aspecto que vai reforçar e influenciar esta vocação marítima da PI.

Muito mais específico da PI é exatamente o seu caráter geográfico, caráter de população, caráter com formação de estado político, um caráter intermediário entre o tradicional europeu e o que seriam os bárbaros. A PI como um todo tem um caráter intermediário entre África que seria o mais primitivo, distante e desconhecido, e Europa que seria o mais desenvolvido, o mais civilizado. Todas estas condições favorecem a PI esta necessidade de sair da crise no final da Idade Média pelo mar, buscar soluções para a crise através das possibilidades do mar. Portugal terá o seu estado centralizado bem antes do que Espanha, o qual vai facilitar que o estado português passe a investir no conhecimento de novas rotas e na saída de frotas em busca de rotas comerciais.

Em 1415, começa a centralização do estado português, Portugal toma Ceuta (costa da África).

Em 1434, Portugal chega a Ilha dos Açores, mais abaixo, conquista e conhece esta parte de navegação oceânica até a metade do norte da África, se estabelece rotas de ida e de volta pelo atlântico, isto é fundamental ter conhecimento pelo Atlântico das correntes marítimas, dos ventos e das rotas de ir e voltar a Lisboa.

Em 1475, Espanha ainda luta com os árabes e Portugal chega até a linha do Equador e começam a se estabelecerem pontos comerciais ao longo da África, superação da crise, marfim, pimenta, ouro, tudo da África.

Em 1478, Cruzam o Cabo da Boa Esperança.

Em 1498, Vasco da Gama chega a Calicut, na Índia. De 1415 até 1498 Portugal estabelece rotas e pontos estratégicos de especiarias, Portugal já está rico e com o poder centralizado, já o caso da Espanha é mais complicado. Os canários oferecem o diferente, são prefigurações de um novo mundo.

O único maior avanço espanhol no aspecto da navegação atlântica, em 1344 Espanha sai e chega até as ilhas Canárias, que foram conquistadas por D. João de La Certa, e faz parte da Espanha. A única coisa que as Ilhas Canárias oferecem é o contato com o diferente, são prefigurações de um novo mundo, além disso não tem mais a que oferecer. Por que quando Colombo vem para a América, diz que o povo é parecido com os canários, por causa de suas características, parecidas com a dos indígenas. Não são parecidos com outros, não são árabes, africanos, espanhol, indianos, e etc. 

Em 1484 será a primeira vez que Colombo apresenta seu projeto para D. João II de Portugal e neste momento Portugal ainda não havia dobrado o Cabo da Boa Esperança e Vaco da Gama não havia ido até a Índia, e a proteção do Colombo era alcançar as Índias pelo leste e quando D. João recebe a proposta do Colombo imediatamente recusa por causa que Portugal tem controle desta rota africana e tem a possibilidade de chegar a Índia. Portugal será a primeira negativa de Colombo. Neste ano Colombo apresenta seu projeto para Inglaterra e França, chega ás Índias pelo leste, ambos vão negar por que pressupõe o conhecimento de navegação que os 2 não tem a desenvolver e tem que concorrer com que Portugal havia desenvolvido.

Em 1485, Colombo chega a PI, a Andaluzia, antes Colombo vai para La Rávide e apresenta seu projeto aos franciscanos do Mosteiro e um intelectual vê e gosta do projeto e das condições de catequizar com rapidez o Oriente e a expansão do Cristianismo, do que o processo de conquista e catequização da África, neste Mosteiro Colombo vai ter o apoio também de um grande latifundiário o Duque de Mendinacelli que será o financiador do projeto de Colombo.

Em 1487, Colombo consegue através de superiores deste mosteiro, uma entrevista com a rainha Isabel da Espanha. Nesta tentativa Isabel vai desafiar, pois para a Espanha, o momento requer a expulsão dos Moros de Granada, conseguir a unificação do território espanhol. Portanto, o projeto não pode ser assumido pela Coroa Espanhola no momento.

Em 1489, Colombo apresenta novamente o projeto avaliado e Isabel manda para o Conselho de Salamanca onde encontram-se estudiosos, para verem os cálculos de 7 (sete) semanas para chegar nas Índias, condições e etc., apesar do conselho negar , Isabel que já está encantada por Colombo promete que assim que a Espanha estiver livre reconsiderará seu projeto.

Em 1492, o exército de Isabel consegue reconquistar Granada, Colombo já tem as Capitulações de Santa Fé prontas na mão para que Isabel assine. Estas Capitulações são conhecidas como a Carta de Granada, este termo de capitulações na Espanha é comum e se aplica para estabelecer todas as condições de um acordo, todo o período de conquista usa capitulações. Abril de 1492, Colombo oferece a Isabel a possibilidade de descobrir uma nova rota com a exclusividade para a Espanha de chegada as Índias e de conversão a uma grande população ao cristianismo. Isabel oferece a Colombo a delegação do poder real (isto está escrito e anotado nas capitulações), para fazer a viagem, mas quem sai é a coroa e não em nome de Colombo. Ele recebe a quantia de 2 milhões de maravedies (o exército de Isabel gastou com a reconquista 1 milhão de maravedies). Colombo recebe a título de fiança e garantia para a viagem, recebe o título de Dom, recebe o título de Almirante e de todas as terras e ilhas que virá a descobrir não só para sí mas para também seus herdeiros. Dom é uma ascensão social, avanço de status social da Península Ibérica e Almirante nas terras e ilhas que conquistar. Nestas mesmas terras e ilhas Colombo recebe o título de vice rei, governador geral e o direito de 10% das riquezas obtidas na Índia. 

A coroa tem 1 (uma) exigência fundamental para a constituição da monarquia católica e do estado nacional que é a fidelidade aos reis da Espanha e o reconhecimento da soberania espanhola nestas regiões. Com a fidelidade a coroa consegue a garantia do pagamento dos impostos que será efetuado e usado com os 90% da conquista. Por outro lado, Espanha está aumentando seu território e sua soberania, na medida em que Colombo conquista a primeira ilha que ele chega será Hispaníola. Colombo fará 4 (quatro) viagens, e a cada viagem que fizer vão se repetir as capitulações, portanto a 1ª (primeira) saída de Colombo já é fundamental para aumentar a soberania e reforçar o poder monárquico da Espanha. 

Fonte: arquivo pessoal, aula da prof. Vanessa: História da Espanha.      


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