segunda-feira, 13 de dezembro de 1993

Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro.



Mosteiro de São Bento, um pedaço de Portugalidade no Rio
No centro da cidade do Rio de Janeiro é possível encontrar uma das inúmeras peças que compõem o património arquitetónico e religioso lusitano no Brasil, o Mosteiro de São Bento.
Os monges beneditinos Frei Pedro Ferraz e João Porcalho, recém-chegados da Bahia, viram na faixa de terra oferecida pelo fidalgo Manuel de Britoa, em 1590, o local perfeito para erguer um Mosteiro, sobretudo devido às boas condições de defesa, no alto da colina com vista para a Baía da Guanabra e ao clima agradável que lá se fazia sentir.

Apesar dos monges terem considerado Nossa Senhora da Conceição como sua padroeira, por se encontrar no local uma capela em sua honra, uma decisão da Junta Geral da Congregação Portuguesa, datada de 1596, ordenou que todos os mosteiros beneditinos no Brasil deveriam ter como patrono São Bento. O mosteiro, que ainda estava a ser projetado, adicionou assim o nome “São Bento” à sua denominação.

Alguns anos mais tarde, em 1602, o então “Mosteiro de São Bento de Nossa Senhora da Conceição” mudou de nome para “Mosteiro de Nossa Senhora de Montserrat”, com o intuito de homenagear a santa de devoção do governador da Capitania do Rio de Janeiro, D. Francisco de Souza.
Em 1617, foram finalmente definidos os planos do novo edifício, ficando como responsável pela sua obra o engenheiro militar português Francisco Frias de Mesquita.
Só em 1633 é que se deu início à construção da igreja, começando-se a erguer a capela-mor. Os trabalhos seriam intensificados no início da década de 1650 e só terminariam em 1671, uma demora que ocorrera sobretudo pela alteração do projeto inicial da construção, orquestrada pelo arquiteto Frei Bernardo de São Bento Correia de Souza.

O mosteiro anexo à igreja seria concluído apenas em 1755, com a construção do claustro, projetado pelo engenheiro militar José Fernandes Pinto Alpoim.
Após o término da sua construção, além da celebração de cerimónias religiosas, o espaço começou a abrigar também o Colégio de São Bento, as Edições Lumen Christi, a Faculdade de São Bento, a Casa de retiros de Emaús e a Obra Social São Bento.

O Mosteiro é conhecido pelo seu interior riquíssimo, totalmente forrado com talha dourada, que começaria a ser desenhada e esculpida pelo monge português Frei Domingos da Conceição, sendo da sua autoria as belíssimas estátuas de São Bento e de Santa Escolástica e a Nossa Senhora do Montserrat, localizada no altar-mor. A partir de 1714, os entalhadores Alexandre Machado Pereira, Simão da Cunha e José da Conceição e Silva esculpiram a maior parte da talha da nave.
Entre 1789 e 1800, trabalhou na decoração do interior um dos grandes escultores do rococó do Rio de Janeiro, Mestre Inácio Ferreira Pinto, que refez a capela-mor, sendo também o autor da magnífica capela do Santíssimo Sacramento.
Na sacristia do mosteiro está a obra-prima do pintor Frei Ricardo, uma tela que representa o Senhor dos Martírios, pintada por volta de 1690.
O Mosteiro de São Bento foi incluído na lista de 27 obras arquitetónicas que poderiam ser escolhidas como “Maravilhas de origem portuguesa no mundo”, um concurso realizado em 2008.
Miguel Louro

fonte: facebook.com


 

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