sábado, 20 de novembro de 2021

Estevão Silva, pintor da época do Brasil Imperial.


Entre os Alunos formados na Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro, muitos eram de origem humilde, vindos das camadas socias mais baixas, incluindo filhos de Escravos.
No Brasil do Século XIX, a carreira artística não oferecia atrativos as elites, aos quais se acenavam oportunidades bem mais promissoras junto à carreira juírdica, médica e de engenharia militar. O alunado da Academia constituía-se de jovens oriundos das classes pobres; quer da capital, do interior ou das províncias.
Entre os muitos pintores da Academia Imperial que receberam ajuda financeira do Imperador Pedro II se destaca a biografia de Estevão Roberto da Silva. Nascido no ano de 1844 em niterói, era filho de negros alforriados, Vítor Roberto da Silva e Ana Rita da Silva. Apesar das dificuldades, o jovem Estevão tinha uma educação básica e ingressou como aluno na Academia Imperial de Belas Artes, sendo o primeiro filho de escravos a se formar pintor na Capital do Império em 1868, era conhecido pelas suas pinturas de paisagem morta
O Historiador Fernando Jorge relata que em 1885, ao receber a visita do Imperador Dom Pedro II à escola, "conversava com o soberano como se estivesse com um amigo comum no bar, de fato Pedro II gostava da atitude do professor preto, pois também não gostava de formalidades"
Outro aluno de origem humilde que ganhou destaque foi Antônio Firmino Monteiro, teve que trabalhar desde os 11 anos como caixeiro, encadernador e tipógrafo. Na Década de 1870 consegui entrar na Academia Imperial de Belas Artes, se destacou nas Exposições Gerais de Belas Artes com pinturas de paisagens e cenas da História do Rio de Janeiro, e em 1884 ganhou o título de Cavaleiro da Ordem da Rosa, concedida pelo Imperador Dom Pedro II.
Um neto de escravos alforriados, o niteroiense Antônio Rafael Pinto Bandeira, nasceu em 1863, e matriculou-se, aos dezesseis anos, na Academia Imperial de Belas Artes, onde estudou entre 1879 e 1884. Bandeira passou a participar regularmente das Exposições Gerais de Belas Artes, promovidas pela própria instituição, onde ganhou medalha de ouro em pintura histórica, 1884, e o prêmio Imperatriz do Brasil em 1885, na categoria de pintura.
O pintor teve um fim trágico, cometeu suicido quando se atirou de uma balsa na Baía de Guanabara em 1896. Alguns autores apontam como causa a falta de sucesso profissional combinada à sua personalidade melancólica, já Antônio Parreiras fala sobre uma desilusão amorosa que Bandeira teria sofrido motivada por preconceito racial
Para ingressar na Academia bastava aos candidatos saberem “ler, escrever e contar as quatro espécies de números inteiros"
O aluno que desejasse formar-se, deveria cursar: Desenho Figurado; Paisagem, Flores e Animais; Pintura Histórica. Matemáticas Aplicadas, Desenho Geométrico, Modelo Vivo e Anatomia e Fisiologia das Paixões. Tendo concluído as disciplinas de Matemáticas Aplicadas e Desenho Geométrico, o aluno deveria prosseguir, inscrevendo-se em duas matérias do núcleo de Pintura: Desenho Figurado e Paisagem, Flores e Animais.
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Fonte: Vidas de grandes pintores do Brasil de Fernando Jorge, 1954/Estevão Silva e a pintura de naturezas mortas no Brasil do século XIX. Por Alexandre Neiva Fonte: História da instrução pública no Brasil (1500-1889)


 

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