Caverna na Inglaterra é identificada como casa de rei do século 9
Arqueólogos remontam detalhes arquitetônicos e afirmam que construção antes associada ao século 18 já estava lá no início da era medieval
Há anos, as chamadas Anchor Church Caves, cavernas esculpidas em rochas de arenito macio, usadas como residências e localizadas no Sul de Derbyshire, no Reino Unido, eram consideradas obras do século 18. No entanto, arqueólogos da Royal Agricultural University (RAU) e do Wessex Archaeology, em pesquisa publicada na revista Proceedings of the University of Bristol Spelaeological Society, concluíram: trata-se de uma residência e um oratório anglo-saxão, que datam do início do início da Idade Média, provavelmente do século 9 - e tem mais, pode ter sido a morada de um rei.
Edmund Simons, investigador principal do projeto e pesquisador da RAU, explica que usando medições minuciosas, um levantamento de drones e um estudo de detalhes arquitetônicos, foi possível reconstruir a planta original de três quartos e do oratório (ou capela), que fica voltado para o leste. O que levou às novas descobertas sobre o local.
As portas e janelas estreitas dos quartos nas residências, por exemplo, se assemelham à arquitetura saxônica, enquanto um pilar talhado na rocha é semelhante aos encontrados na cripta saxônica nas proximidades de Repton, que também fica em Derbyshire, e acredita-se ter sido concluída pelo rei Wiglaf, que reinou como rei da Mércia (um reino na região central da Inglaterra do século 6 ao século 10) de 827 até sua morte em 839.
REDAÇÃO GALILEU
18 JUL 2021
Caverna na Inglaterra é identificada como casa de rei do século 9
(Foto: Divulgação: Edmund Simons/Wessex Archaeology)
O exterior da caverna, mostrando o que provavelmente é uma porta e janela (Foto: Divulgação: Edmund Simons/Wessex Archaeology)
Há anos, as chamadas Anchor Church Caves, cavernas esculpidas em rochas de arenito macio, usadas como residências e localizadas no Sul de Derbyshire, no Reino Unido, eram consideradas obras do século 18. No entanto, arqueólogos da Royal Agricultural University (RAU) e do Wessex Archaeology, em pesquisa publicada na revista Proceedings of the University of Bristol Spelaeological Society, concluíram: trata-se de uma residência e um oratório anglo-saxão, que datam do início do início da Idade Média, provavelmente do século 9 - e tem mais, pode ter sido a morada de um rei.
Edmund Simons, investigador principal do projeto e pesquisador da RAU, explica que usando medições minuciosas, um levantamento de drones e um estudo de detalhes arquitetônicos, foi possível reconstruir a planta original de três quartos e do oratório (ou capela), que fica voltado para o leste. O que levou às novas descobertas sobre o local.
As portas e janelas estreitas dos quartos nas residências, por exemplo, se assemelham à arquitetura saxônica, enquanto um pilar talhado na rocha é semelhante aos encontrados na cripta saxônica nas proximidades de Repton, que também fica em Derbyshire, e acredita-se ter sido concluída pelo rei Wiglaf, que reinou como rei da Mércia (um reino na região central da Inglaterra do século 6 ao século 10) de 827 até sua morte em 839.
O interior da caverna, mostrando portas e pilares antigos que sobreviveram a mundanças que ocorreram no século 18, quando paredes foram parcialmente derrubadas para que a construção fosse usada como local de festas aristocráticas. (conforme foto)
"Isso torna [a construção] provavelmente o interior doméstico intacto mais antigo do Reino Unido - com portas, piso, telhado, janelas, etc. - e, tem mais, pode muito bem ter sido habitado por um rei que se tornou um santo!”, ressalta o pesquisador em comunicado publicado pelo Wessex Archaeology, referindo-se a possibilidade da habitação ter abrigado Saint Hardulph.
Entre as comprovações de sua teoria está o fragmento de um livro impresso do século 16 que afirma que Saint Hardulph teve uma cela em um penhasco próximo do rio Trento, região onde a caverna está localizada. Estudos modernos ainda identificam Hardulph com o rei Eardwulf, que foi deposto como rei da Nortúmbria em 806 dC e foi enterrado em Breedon, há apenas 8 quilômetros das cavernas.
"As semelhanças arquitetônicas com os edifícios saxões e a associação documentada com Hardulph / Eardwulf mostram que essas cavernas foram construídas, ou ampliadas, para abrigar o rei exilado.", reforça Simons.
O pesquisador ainda explica que, embora essas construções sejam frequentemente associadas a eremitas medievais, não seria incomum que a realeza destituída ou aposentada assumisse uma vida religiosa. Neste sentido, viver em uma caverna como um eremita teria sido uma maneira de conseguir isso, ganhando santidade e, em alguns casos, canonização.
A partir da descoberta, mais datações arqueológicas e científicas estão planejadas para confirmar as evidências arquitetônicas. Sobre elas, Mark Horton, professor de Arqueologia da RAU, já comenta: “É extraordinário que edifícios domésticos com mais de 1200 anos sobrevivam à vista de todos, não reconhecidos por historiadores, antiquários e arqueólogos. Estamos confiantes de que outros exemplos ainda serão descobertos para dar uma perspectiva única sobre a Inglaterra anglo-saxônica. ”. revista galileu.
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