CAPELA EM PARIS REVELA RESTOS DE FIGURAS HISTÓRICAS GUILHOTINADAS NA REVOLUÇÃO FRANCESA
A “necrópole da revolução” guarda os ossos de mais de 500 pessoas, sendo uma delas Maximilien Robespierre
ISABELA BARREIROS PUBLICADO EM 29/06/2020
Na Chapelle Expiatoire, em Paris, na França, o administrador da capela Aymeric Peniguet de Stoutz começou a perceber que algumas paredes do local pareciam estranhas. Quando o arqueólogo Philippe Charlier foi chamado para analisar a situação, percebeu que se tratava de algo grande e importante.
O que Peniguet de Stoutz observava na estrutura da capela eram, na verdade, baús que continham restos mortais de diversas figuras históricas, mortas durante a Revolução Francesa. Eles foram observados por meio de uma pequena câmara colocada nas fendas das paredes.
Segundo Charlier, "a capela inferior contém quatro ossários feitos de caixas de madeira, provavelmente esticadas com couro, cheias de ossos humanos. Há terra misturada com fragmentos de ossos”.
O local foi encomendado pelo rei Luís XVIII da França, mas foi inaugurada apenas dez anos depois, no reinado de Carlos X. Na entrada, lê-se: "O rei Luís XVIII ergueu este monumento para consagrar o local onde os restos mortais do rei Luís XVI e da rainha Maria Antonieta foram transferidos em 21 de janeiro de 1815 para o túmulo real de Saint-Denis, reposicionado por 21 anos. Foi concluído durante o segundo ano do reinado de Carlos X, ano da graça de 1826”.
Diferente do que se pensava, o local serviu também para guardar ossos de pessoas que foram guilhotinadas durante a revolução. "Até agora, a capela servia apenas de monumento à memória da família real, mas acabamos de descobrir que também é uma necrópole da revolução”, disse o administrador da capela.
O relato histórico atual é que os restos mortais de indivíduos como Madame du Barry, amante do rei Luís XV, Olympe de Gouges e Maximilien Robespierre foram levados para as catacumbas da cidade, mas, em algum momento, foram novamente transferidos para a capela. Além deles, o local conta com pelo menos 500 vítimas da guilhotina.
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