MUITO ALÉM DA RIVALIDADE: A VERDADE RELAÇÃO ENTRE MARIA, RAINHA DA ESCÓCIA E ELIZABETH I
No século 16, as monarcas eram conhecidas por diversas desavenças, mas a soberana escocesa sempre batalhou para manter um relacionamento saudável com sua prima
NICOLI RAVELI PUBLICADO EM 16/05/2020
No século 16, a rainha da Escócia, Maria I, se destacou em meio a outros contemporâneos. Sua altura de um metro e oitenta intimidava a todos, até mesmo os homens – que dominavam aquela era.
Sua beleza era somente mais uma de suas características acima da média. E foi isso que encantou Francis II, rei da França, com quem se casou em 1558. Logo, a mulher ascendeu ao poder no trono escocês e francês, por ser a única filha legítima de Tiago V.
Enquanto sua conquista era celebrada, outra rainha também consolidava o poder, sua prima Elizabeth Tudor. Sua elevação, todavia, aconteceu de maneira diferente: a monarca enfrentou diversos momentos conturbados para chegar ao título de governante.
As desavenças.
Com a morte de sua mãe, Anne Boleyn, Elizabeth I passou a infância na sombra de seu pai, Henrique VIII. Com o falecimento do rei, a garota foi taxada como a terceira na linha de sucessão, atrás de seus irmãos Edward VI e Maria I.
Após ambos falecerem, Elizabeth I finalmente pôde desfrutar do reinado. Seus problemas, entretanto, não acabaram após ela se tornar rainha. Uma vez no trono, teve que enfrentar diversas ameaças da facção católica inglesa, já que a soberana era protestante.
Entre uma intimidação e outra, o grupo católico propôs a reivindicação da rival à política religiosa, alegando que Maria I - a então rainha católica da Escócia – poderia assumir o trono inglês.
A fim de amenizar a situação, a soberana da Escócia e da França tentava manter certa afinidade com a inglesa. Todavia, isso pouco importava para Elizabeth I, que pressionou a francesa a ratificar o Tratado de Edimburgo em 1560, que impedia a monarca da Inglaterra de reivindicar ao trono.
Conturbações no trono inglês.
Indo contra o pensamento exposto no tratado, Maria I tentou mais uma vez apelar para a questão familiar, alegando que ambas eram rainhas em uma ilha, falavam o mesmo idioma e eram as parentes mais próximas que tinham.
Mesmo sem sucesso, Elizabeth I ainda tinha esperanças. Dessa maneira, elas trocavam diversas correspondências calorosas e discutiam sobre um encontro cara a cara – que nunca havia ocorrido até então – para debater sobre sua reinvidicação de uma maneira amigável, o que levava muitas pessoas a questionar se o relacionamento entre elas realmente era pautado no ódio.
Até aquele momento, a única certeza que a inglesa tinha era de que, caso nomeasse Maria I como sua sucessora, estava fadada as ameaças da facção católica da Inglaterra, uma vez que sua prima era devota.
Mas tal pensamento não impediu que a soberana da Inglaterra levasse em consideração – mesmo por pouco tempo – entregar seu reinado a sua parente. Esse pensamento, entretanto, foi erradicado após a morte do rei da frança, Francis II, até então marido da monarca francesa.
O declínio de Maria I.
A fatalidade resultou, rapidamente, na união de Maria I e Henry Stuart, o lorde Darnley, que era considerado uma ameaça ao trono da rainha inglesa, já que havia sido autor de diversos assassinatos, como até mesmo do secretário da rainha, David Rizzio.
O casal teve um filho e, mais tarde – em meio a tantas conturbações - a mãe de primeira viagem convidou sua prima para ser protetora do pequeno James. Não se sabe, ao certo, se a nomeação realmente chegou a acontecer, já que o fato foi encoberto por uma tragédia: a morte precoce do lorde Darnley.
O período de luto de sua esposa, porém, durou menos de três meses. Maria juntou-se a James Hepburn, conde de Bothwell, que era considerado um homem perigoso e violento. Não obstante, o matrimônio foi o estopim para a queda de sua companheira que, cada vez mais impopular, foi presa e obrigada a abdicar o trono, enquanto Bothwell fugiu para a Dinamarca e, posteriormente, foi mantido em cativeiro.
Em terras inglesas.
No entanto, a esperança de Maria I não havia morrido. De acordo com John Guy, escritor de Quenn of Scots, a rainha reuniu diversos apoiadores e proclamou uma batalha final.
Sem sucesso, foi derrotada pela última vez e fugiu para a Inglaterra. Lá, esperava que sua prima, ainda monarca, oferecesse uma estadia e até mesmo a ajudasse a recuperar o trono escocês. Para a sua surpresa, o oposto aconteceu. Elizabeth I a condenou a 18 anos de prisão e, a partir de então, a ex-soberana da Escócia passou a viver como prisioneira.
Com pensamentos divergentes a rainha, ela foi mantida sob vigia todos os dias. Mas isso não impediu que ela planejasse a queda de Elizabeth I. Logo, a governante descobriu seu envolvimento em uma conspiração e a condenou à morte em 1587.
Enquanto esperava por sua execução, Maria rezava em latim sobre uma almofada. Após três golpes de machado, sua cabeça foi decapitada no Castelo Fotheringhay. Acredita-se que o ato, no entanto, tenha servido apenas como uma prova do que aconteceria com as futuras pessoas que desafiassem Elizabeth Tudor.
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