DE ELIZABETH BÁTHORY A AMELIA DYER: AS 10 MAIORES ASSASSINAS DA HISTÓRIA
Ciúme, dinheiro, poder e até bruxaria fizeram estas mulheres deixarem um rastro de sangue
SIMONE BITAR PUBLICADO EM 10/04/2020
Catherine Monvoisin, também conhecida como La Voisin, é considerada a maior serial killer da história: matou entre mil a 2,5 mil pessoas na França no século 17. Já a Condessa Sangrenta fez 650 vítimas — a maioria servos que trabalhavam em seu castelo na Hungria. E a italiana Giulia Tofana envenenava suas vítimas (cerca de 600 homens), que morriam de forma lenta.
Conheça as histórias das maiores assassinas que o mundo já conheceu:
1. Anna Månsdotter (1841-1889, Suécia).
Condenada, com o filho Per, pelo assassinato de sua nora, Hanna Johansdotter, em 1889. Per pegou prisão perpétua, mas foi solto em 1913, depois de 23 anos atrás das grades. O caso nunca foi totalmente esclarecido. Depois do falecimento do marido, Anna ficou morando com Per. Seus outros dois filhos não chegaram à idade adulta. Havia boatos de que mãe e filho tinham um caso amoroso. Anna molestava o filho desde pequeno. Livre da figura do marido e sob o julgamento da vizinhança, que falava em incesto, arranjou que Per se casasse com Hanna - que escrevia à família reclamando da sogra.
2. Catherine Monvoisin (1640-1680, França).
Catherine, também conhecida como La Voisin, foi queimada na Praça Grève, em Paris em 1680, acusada de tentar envenenar o rei. Conhecida por praticar quiromancia, fazer abortos e vender fórmulas medicinais, inclusive de venenos poderosos, tinha uma extensa rede de clientes - entre os quais a Madame de Montespan, amante do rei da França, que depois de ser trocada por outra começou a planejar o regicídio. Suspeita-se que matou entre mil e 2,5 mil pessoas — mesmo com o número mais modesto, é a maior serial killer da história humana.
3. Elizabeth Báthory (1560-1614, Hungria).
A Condessa Sangrenta é uma das maiores serial killers de todos os tempos. Ao ser presa, a polícia encontrou com ela uma agenda com o nome das vítimas. Eram 650. Foi condenada pelo assassinato de 80 jovens, a maioria servos que trabalhavam em seu castelo. Há relatos de que tinha uma jaula construída para seções de tortura.
Bissexual e epilética, teve ataques de fúria na infância. Sabia falar latim, húngaro e alemão — e chamava atenção pela beleza física. Casou-se aos 15 anos, com o conde Ferenc Nasdady, oficial do Exército famoso pela crueldade contra inimigos.
4. Darya Nikolayevna Saltykova (1730-1801, Rússia).
Matou pelo menos 139 pessoas, incluindo crianças de 10 a 12 anos. As maiores vítimas foram os servos, principalmente mulheres mais jovens que ela. Torturou grávidas e crianças. Quebrava os ossos ou jogava as vítimas sem roupa na neve. Os assassinatos se davam por motivos torpes. Em 1762, dois camponeses que viviam na propriedade de Saltykova fugiram e conseguiram uma petição para apresentar à czarina Catharina II, que resolveu investigar a nobre. Em 22 de outubro de 1768, foi condenada e enforcada na Praça Vermelha, em Moscou.
5. Bárbara dos Prazeres (1770-1830, Portugal).
Acusada de sequestrar e matar crianças, nunca foi pega. Casada, a portuguesa chegou ao Rio de Janeiro aos 18 anos, mas logo se apaixonou por outro homem. Para viver a paixão, matou o marido. Depois se livrou do amante, ao descobrir uma traição, e virou prostituta.
Fazia ponto no Arco do Telles, embaixo da imagem de Nossa Senhora dos Prazeres, daí o apelido. Pegou sífilis e tomava remédios indicados por curandeiros. Só que as receitas precisavam de sangue. Começou matando animais e depois crianças. Ficava de tocaia na roda dos enjeitados, na Santa Casa de Misericórdia.
6. Giulia Tofana (1635-1659, Itália).
Era hábil com venenos. Inventou um dos mais famosos da Renascença, o Acqua Toffana, mistura de arsênico, chumbo e uma planta chamada beladona. Pequenas doses diárias eram capazes de matar a vítima de forma discreta e lenta, num período de dois anos.
Giulia teria aprendido o ofício com a mãe, e fez disso um negócio. Vendia o veneno a mulheres decididas a colocar fim em casamentos infelizes. Descoberta, confessou ser responsável pela morte de mais de 600 homens. Foi condenada e executada junto com a filha Girolama Sperla, parceira nas atividades, e mais três auxiliares.
7. Amelia Dyer (1837-1896, Inglaterra).
Um termo tétrico da era vitoriana: baby farming (algo como plantação de bebês). Era um golpe no qual mães solteiras, desesperadas pelo estigma atribuído na época, pagavam para uma família adotá-los ou encaminhá-los para a adoção.
O pagamento, obviamente, não dava para cobrir as despesas de uma vida inteira. Amelia então cortava custos. Matando crianças que estavam sob sua responsabilidade por mais de 20 anos, deixava que morressem por desnutrição ou maus-tratos. Terminou enforcada em 1896 numa prisão de Londres, enquanto cumpria pena por um único crime. Acredita-se que 400 crianças morreram por suas mãos (ou ausência delas).
8. Catalina de Los Ríos y Lisperguer (1604-1665, Chile).
Aos 18 anos, matou o pai colocando veneno na comida, feita por ela. A tia desconfiou e denunciou o crime, mas o caso foi abafado. Catalina foi julgada em 1660, e condenada por 14 assassinatos de negros e índios que trabalhavam em suas terras. Pelos negros pagou o dobro do que pelos índios.
A chilena conhecida como La Quintrala, por causa dos cabelos vermelhos, ficou sob a tutela da avó, que logo lhe arrumou um noivo. Catalina não gostou, e fez com que um escravo o matasse. O crime foi descoberto, e o escravo, morto por isso. Ela pagou apenas uma multa.
9. Marie Madeleine Marguerite d'Aubray (1630-1676, França).
Uma das primeiras assassinas por envenenamento em série. Matou o pai, o irmão e as duas irmãs. Depois acabou com a vida do marido, da filha dele e de outros familiares. Marie começou a pesquisar sobre venenos logo que se casou.
Testava suas descobertas em inválidos internados em hospitais e muitas vezes nos empregados da sua casa. Quando os crimes levantaram suspeitas da polícia, ela fugiu para a Inglaterra e depois para os Países Baixos. Por fim se refugiou num convento em Liège, na Bélgica. Foi presa em 1676, torturada e condenada à morte.
10. Anna Margaretha Zwanziger (1760-1811, Bavária).
Ré confessa da morte de quatro pessoas. Órfã, foi adotada aos 10 anos e teve boa educação. Cinco anos depois, casou com um advogado bêbado e virou prostituta para sustentar os filhos. Depois da morte do marido, empregou-se como doméstica na casa de juízes.
Um deles, separado, precisava de uma governanta. Mas o casal se reconciliou. A mulher morreu quatro meses depois, envenenada por Anna. Três anos depois, quando já havia matado a mulher de outro juiz, que acabara de dar à luz, e envenenado mais dois hóspedes, acabou presa e condenada à morte.
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