MUITO ALÉM DO HOLOCAUSTO: OS JUDEUS PERSEGUIDOS PELA SANTA INQUISIÇÃO
Ao longo da História a Igreja Católica condenou à morte milhares de pessoas consideradas hereges e impuras
VICTÓRIA GEARINI PUBLICADO EM 22/03/2020
O Santo Ofício era um grupo de instituições que atuavam como uma espécie de tribunal religioso da Igreja Católica. Mais conhecida como a Santa Inquisição, este órgão tinha como objetivo perseguir e julgar pessoas que não eram aceitas pela sociedade, e teve duas principais fases: nos séculos 13 e 14, e posteriormente do 15 ao 19.
Sua origem remonta ao ano de 1231, quando o papa Gregório IX criou a Santa Inquisição para punir pessoas acusadas de heresia. Durante a Idade Média, o órgão atuava principalmente na Itália, na França, na Alemanha e em Portugal.
No entanto, a segunda fase ressurgiu na Espanha, em 1478, tendo como principais alvos o povo judeu e os chamados novos cristãos — pessoas acusadas de praticarem o Judaísmo, mesmo após se converterem ao Catolicismo. O intuito da Igreja era monitorar as condutas dos novos adeptos, pois esses grupos eram compostos pela alta burguesia, que afrontava os interesses comerciais e políticos da nobreza e do clero.
Em pouco tempo, os reis passaram a apoiar as perseguições da Santa Inquisição e a acusar como heresia qualquer prática fora de seus costumes cristãos. A Igreja perseguiu, ainda, iluministas, homossexuais e protestantes.
Diferente da primeira fase, neste período, as punições tornaram-se ainda mais severas, instaurando penas de morte na fogueira e práticas de tortura. Além disso, era comum o alto clero mandar confiscar os bens das pessoas, o que contribuiu para enriquecer a Igreja.
Preocupado com a repercussão, o papa ordenou aos espanhóis que controlassem o genocídio. Em 1492, os judeus expulsos da Espanha migraram para Portugal, o que originou, em 1536, o Santo Ofício Lusitano. Estima-se que os portugueses tenham feito mais de 40 mil vítimas, sendo que 2 mil foram brutalmente assassinadas na fogueira. Já os espanhóis fizeram o dobro de vítimas, contabilizando 300 mil condenados e mais de 30 mil mortos.
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