sábado, 7 de março de 2020

Incompetência, traição e bruxaria: 5 polêmicas que abalaram a corte de Nicolau II.

INCOMPETÊNCIA, TRAIÇÃO E BRUXARIA: 5 POLÊMICAS QUE ABALARAM A CORTE DE NICOLAU II

Como último czar do Império Russo, o descendente dos imponentes Romanov ficou conhecido na história como um mandante alienado e despreparado
PAMELA MALVA PUBLICADO EM 07/03/2020
Foto do último czar russo, Nicolau II
Foto do último czar russo, Nicolau II - Divulgação/Klimblim
Nicolau II assumiu o posto de último czar do Império Russo quando tinha apenas 26 anos. De Alexander III, ele recebeu uma verdadeira potência: o país estava em seu auge político e econômico, com uma boa relação internacional.
Mesmo que tudo estivesse no caminho para dar certo, o novo governante revelou-se um terrível gestor. Em pouco tempo, com Nicolau II no poder, a Rússia testemunhou a queda do Império e o colapso do estado soviético.
Confira 5 polêmicas que abalaram o governo de Nicolau II.
1. Domingo Sangrento.
Reprodução do Domingo Sangrento / Crédito: Getty Images

Nicolau II subiu ao trono pela primeira vez em 1894 e, assim, teve de lidar com o clima revolucionário instaurado na Rússia em 1905. O império estava em guerra contra o Japão e, insatisfeito com o conflito, o povo decidiu por uma greve geral.
O governo começava a se fragmentar e Nicolau não viu outra saída que não fosse a repressão dos movimentos populares. Assim se deu um dos episódios mais sombrios do governo: o Domingo Sangrento, um massacre público contra os manifestantes em São Petesburgo.

2. Criação da DUMA.
Salão da DUMA / Crédito: Wikimedia Commons

O autoritarismo do czar acabou com sua figura benevolente e, com isso, ele precisava de uma medida de contenção, que satisfizesse a população. Assim, em outubro de 1905, Nicolau II assinou o Manifesto de Outubro.
Entre as muitas medidas garantidas pelo documento estava a criação da DUMA, uma assembleia legislativa. Instaurada quase no final do Império Russo, a DUMA se tornou a Casa Menor do parlamento e foi convocada quatro vezes.

3. Um bruxo na corte.
O famosos Rasputin / Crédito: Wikimedia Commons

Logo que assumiu o posto de czar, Nicolau II casou-se com Alexandra, em abril de 1894. Uma vez na corte, a dama contava com os conselhos de Grigori Rasputin. Astuto e convincente, o homem dizia ser um bruxo, um profeta, e acabava por influenciar até a mais simples decisão da Imperatriz Consorte.
O motivo dessa crença cega no homem barbudo, para a esposa de Nicolau II, era simples: ele prometia poder curar o príncipe Alexei, que sofria de hemofilia. E, quando Nicolau II deixou seu império nas mãos da czarina para lutar na Primeira Guerra Mundial, a dama acabou entregando todo o país ao oportunista Rasputin, que chegou a nomear até ministros de Estado.
Em pouco tempo, a Rússia caiu no caos e a corrupção se alastrou. Rasputin foi enviado de volta à sua vila natal, mas ganhou seu lugar de volta quando Alexei adoeceu e Alexandra enviou uma carta para o bruxo. Ele respondeu e, dois dias depois, o menino se curou.

4. Trincheiras russas.
Tropas russas em trincheiras durante a Primeira Guerra / Crédito: Wikimedia Commons

Uma vez reconhecida como uma potência mundial, a Rússia foi pega de surpresa pela eclosão da Primeira Guerra Mundial. O Império, por maior que fosse, não estava preparado para o conflito, mesmo que os aliados confiassem no exército soviético.
Nicolau II não tinha recursos bélicos para lutar na guerra, muito menos treinamento. Mesmo assim, em 1915, o czar decidiu assumir o comando do Exército Russo — por influência de Alexandra e, por consequência, de Rasputin.
Estrategicamente, era uma péssima ideia. O jovem czar não tinha a menor competência para guiar tropas e as trincheiras começaram a sofrer com a falta de conhecimento do comandante. O desempenho russo, inclusive, gerou um mal-estar entre o Império e os aliados no conflito.

5. Suposta traição.
Rasputin e Alexandra em série da Netflix / Crédito: Divulgação/Netflix

A relação de proximidade e influência entre Alexandra e Rasputin, para muitos, pode ser interpretada como um relacionamento amoroso. É claro que seria fácil imaginar um suposto caso entre os dois, já que o profeta era promíscuo e a imperatriz, fascinada por ele.
Para muitos historiadores, entretanto, a ligação intensa entre Rasputin e Alexandra se deu pelo amor que a czarina tinha por seu filho, cuja vida o conselheiro prometia salvar. Segundo Douglas Smith, historiador e autor da biografia Rasputin: fé, poder e o declínio dos Romanov, “não há nenhuma maneira, e nenhuma prova, de que Alexandra teria procurado Rasputin por sexo”.

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