A cidade de Machu Picchu, no Peru, é um dos destinos mais visitados da América do Sul. Conhecida como a “cidade perdida dos Incas”, a localidade está situada no topo de uma montanha, a mais de dois mil metros de altitude. Contudo, o acesso não é tão simples, com voos, viagens de ônibus e trilhas a pé. Essa região também era uma das pontas do Caminho do Peabiru, uma trilha indígena que ligava a região ao litoral paulista, usada por espanhóis no período dos descobrimentos.
Chamada de Caminho do Peabiru, que em significa ‘caminho do gramado amassado’ em tupi, tratava-se de uma trilha com mais de três mil quilômetros que ligava o oceano Atlântico, na localidade onde hoje se encontra a cidade de São Vicente, em São Paulo, até os Andes peruanos, passando por Bolívia e Paraguai, além do estado brasileiro do Paraná. O primeiro registro da trilha foi feito pelo padre jesuíta Pedro Lozano no livro “História da Conquista do Paraguai, Rio da Prata e Tucumán”, publicado no início do século XVIII.
O Caminho do Peabiru ficou conhecido quando os europeus desembarcaram no Brasil a partir de 1500 e tentavam descobrir o tamanho do território recém-descoberto. Os índios, então, falaram sobre uma trilha que levava até uma civilização rica, repleta de ouro e prata. A informação logo se espalhou e o interesse cresceu. Muitos tentaram completar todo o trajeto, mas o território ainda desconhecido fez com que muitos se perdessem e desistissem durante o caminho.
Não demorou muito para que a trilha também fosse conquistada. Em 1524, o náufrago português Aleixo Garcia partiu da região hoje conhecida como Santa Catarina ao lado de algumas centenas de índios guaranis carijós e percorreu todo o Caminho do Peabiru em algumas semanas. Atualmente, poucos trechos em algumas localidades seguem preservados. Nos anos de 1970, um grupo de pesquisas da Universidade Federal do Paraná conseguiu localizar aproximadamente 30 quilômetros da trilha, com sítios geológicos e vestígios de habitações indígenas.
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