A DITADURA STALINISTA EM 5 EPISÓDIOS PERTURBADORES
Massacre de Katyn, Caso Nazino e Gulags, foram muitas as cruéis políticas implementadas pelo tirano soviético Josef Stalin
ISABELA BARREIROS PUBLICADO EM 29/03/2020
1. Massacre de Katyn
Durante a Segunda Guerra Mundial, em 5 de março de 1940, o líder da União Soviética, Josef Stalin, assinou uma lei que autorizava o genocídio de 22 mil poloneses. Eram oficiais do exército, engenheiros, advogados, professores universitários, entre outros membros da intelectualidade do país, que foram levados à floresta de Katyn como prisioneiros.
Ao chegarem no local, foram enfileirados e receberam tiros na nuca. Em seguida, foram enterrados em valas comuns na região. Para o historiador Gerhard Weinberg, como a URSS esperava ter novamente a Polônia em sua fronteira ocidental, privá-la de sua elite militar e intelectual a tornaria mais fraca, ou seja, seria uma vantagem.
2. O Grande Expurgo
Quando assumiu o lugar de Lenin no comando da União Soviética, Stalin colocou em prática uma campanha política que se tornou uma das mais brutais do mundo. Entre os anos de 1934 e 1939, o governo da URSS executou o que viria a ficar conhecido como O Grande Expurgo, que resultou na morte de ao menos 750 mil pessoas.
O projeto tinha como intuito eliminar membros dissidentes do Partido Comunista. Na verdade, qualquer pessoa que fosse considerada uma mínima ameaça ao regime se tornou alvo do expurgo, sendo estes principalmente membros do ex-partido bolchevique que questionavam sua autoridade. Além dos mortos, muitos outros foram enviados a campos de trabalho forçado, os Gulags.
3. Os Gulags
Os Gulags foram uma espécie de campos de concentração stalinistas, onde prisioneiros políticos eram forçados a trabalhar em péssimas condições. Eles eram torturados e muitos foram mortos durante esse período – 28,7 milhões de pessoas que passaram pelos campos de 1929 a 1953, há registro de quase 3 milhões de mortes.
Os presos geralmente iam parar no gulag acusados de espionagem ou traição. Lá, eram “recrutados” para minas, pedreiras, indústrias têxteis e químicas, uma série de ocupações. Mesmo que não fosse um projeto de genocídio, no gulag morria-se de fome, frio, tifo, exaustão (negligência). Ainda assim, houve extermínio.
4. Caso Nazino
Uma das mais brutais políticas praticadas por Stalin à frente da União Soviética foi um episódio de 1933 que ficou conhecido como Caso Nazino. A ação consistia em deportar mais de 6 mil pessoas para uma ilha, denominada Nazino, localizada na Sibéria Ocidental, a 540 quilômetros da capital Tomsk – um território praticamente inóspito.
Entre os meses de março e junho de 1933, milhares de pessoas foram presas e posteriormente deportadas sob a acusação de falta de passaporte. Eles eram considerados "elementos degradantes e socialmente prejudiciais", como ex-comerciantes e comerciantes, camponeses que fugiam da fome, pessoas condenadas por pequenos crimes.
De acordo com o historiador Nicolas Werth, autor do livro Cannibal Island (Ilha Canibal, em tradução livre): “Em um cenário desumano (dois terços dos deportados morreram de fome, exaustão e doenças nas semanas seguintes de seu abandono na ilha), a brutalidade seguiu para transgressões tais quais canibalismo e necrofagia”.
5. Aparatos do Estado
Além das ações que deliberadamente acabaram com milhares de vida durante a ditadura stalinista, o líder soviético desenvolveu aparatos estatais que praticavam ações tão cruéis quanto suas políticas.
A propaganda política, a fotomanipulação e grupos de policiamento políticos se tornaram regra do regime e sua marca. Com a publicidade, Stalin tentava criar sua imagem de salvador da pátria; a manipulação nas fotografias oficiais permitia que reescrevesse o passado, desaparecendo com antigos aliados; e suas polícias realizavam investigações profundas sobre qualquer pessoa que se opusesse ao governo.
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