ESCAVAÇÃO EM IGREJA DA INGLATERRA REVELA O PÂNICO DA PESTE NEGRA
Desde 2013, uma equipe de arqueólogos pesquisa a Abadia de Thornton para entender as consequências de uma das piores epidemias da História na comunidade rural
ALANA SOUSA PUBLICADO EM 18/02/2020
Uma ampla escavação realizada pela Universidade de Sheffield na Abadia de Thornton, em Lincolnshire, na Inglaterra, pretende apresentar uma nova faceta sobre a desolação da Peste Negra — uma das piores epidemias da História, que dizimou quase metade da população europeia.
O principal líder do estudo, Dr. Hugh Willmott, estudou, desde 2013, a comunidade rural de Lincolnshire e como eles lideram com as altas quantidades de mortes durante o século 14. O resultado completo da pesquisa será divulgado na revista Antiquity.
A equipe de arqueólogos percebeu que a Igreja exerceu um forte papel durante a proliferação da Peste. As pessoas que recorriam aos monges não procuravam a cura ou salvação, mas sim um último consolo em vida.
Os enterros em massa foram essenciais para lidar com a doença fatal, pois não havia tempo para organizar funerais individuais e, nem mesmo, havia sepulturas o suficiente para lidar com a demanda. Ainda que os corpos fossem depositados em valas de grupo, cada um recebia um tratamento único: “Os mortos foram tratados com muito respeito e cuidado, como seria de esperar em tempos normais”, afirma Willmott.
Ainda durante a pesquisa, a equipe descobriu que os religiosos sofriam com a infecção de pessoas doente. “Os padres, por causa de seu papel, provavelmente tinham a maior taxa de mortalidade de qualquer grupo”, diz o autor. Que ainda ressalta que todas as vítimas recebia uma cerimônia cristã após o óbito.
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