A BELEZA DE LOULAN: UMA LINDA MULHER DE QUASE 4 MIL ANOS MUMIFICADA POR ACIDENTE
O rosto da cadáver impressiona por sua conservação; até mesmo seus cílios se mantiveram intactos desde sua morte
WALLACY FERRARI PUBLICADO EM 29/02/2020
Encontrada em 1980 perto da Rota da Seda por arqueólogos chineses, o corpo morto localizado, à primeira vista, parecia um cadáver recente, dada as condições que se instalava. Quando os membros Instituto Arqueológico da Academia de Ciências Sociais de Xinjiang se aproximaram, notaram que sua mumificação manteve seu belo rosto intacto por muito mais tempo do que se pensava.
Após a retirada, uma análise foi feita de maneira que fosse possível identificar e datar quando a mesma foi embalsamada. A surpresa, entretanto, é que sua mumificação não foi intencional; enterrada perto do lago de sal de Lop Nur, no deserto de Xinjiang. A reação do sal em contato ao corpo retardou seu processo de putrefação, promovendo a secura.
Além da constatação, tamanha era sua conservação, que foi possível identificar seu tipo sanguíneo, estado de seus órgãos internos e a causa de sua morte. A equipe de pesquisadores constatou que ela morreu aos 40 anos de idade, em decorrência a uma doença respiratória. Nos seus pulmões, havia fuligem e poeira seca bloqueando suas vias aéreas.
Suas maçãs do rosto permaneceram altas, junto ao nariz fino e longo — que se mantiveram intactos desde o século 8 a.C. — impressionam por manter a beleza da figura. Com 1,55m, a mulher de 3.800 anos vestia uma túnica vermelha, uma capa, uma pele de cabra, um chapéu de feltro e sapatos de couro. Além das vestimentas, seus longos cílios se mantiveram em seus olhos entreabertos.
A bela múmia de traços finos replicava sua aparência de boneca com seus itens, que compunham sua tumba. Junto ao seu corpo, a bela de Loulan foi enterrada com uma cesta, um pente de cabelo feito de madeira, uma peneira. Os itens mostram que sua beleza não conquistou somente os arqueólogos, mas alçou uma posição social que lhe favorecia enquanto era viva.
Quando descoberta, o governo chinês relutou em dar abertura para estudos étnicos sobre a múmia, que tinha uma feição caucasiana, característica da Europa. Apenas em 1993, com dois cientistas italianos, houve a coleta seu DNA. Os estudos revelaram que sua ascendência paterna era celta ou escandinava, mas há uma herança asiática mista proveniente de sua mãe. Seu cabelo era ruivo e esteve lotado de piolhos.
Hoje, a múmia está instalada no segundo andar do Museu de Xinjiang e tem um espaço dedicado a sua vida e informações sobre o período que viveu em Loulan, sendo uma possível ancestral dos tocários. Ela foi restaurada uma vez pelo pintor japonês Yamaguchi Tenurari, que deixou a bela com cores mais vibrantes e ainda mais bonita.
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