sábado, 21 de dezembro de 2019

Xin Zhui: a múmia mais bem preservada da História da China, intriga pesquisadores.

XIN ZHUI: A MÚMIA MAIS BEM PRESERVADA DA HISTÓRIA INTRIGA PESQUISADORES

Os restos mortais, surpreendentemente conservados, de uma aristocrata chinesa representam uma das maiores descobertas da China. Confira o verdadeiro rosto da Lady Dai
ANDRÉ NOGUEIRA PUBLICADO EM 21/12/2019
A múmia mais bem conservada do mundo
A múmia mais bem conservada do mundo - Divulgação
Uma das múmias mais bizarras e bem conservadas do mundo não está no Egito. Ela foi encontrada nem 1971, num sítio arqueológico chinês chamado Mawangdui. Trata-se se Xin Zhui, apelidada de Lady Dai por ter sido esposa do Marquês de Dai, o chanceler de Chagsha Li Cang.
De tão conservado, os restos de Xin Zhui, possibilitaram a realização de pesquisas que comprovaram a vida de extravagância e bonança da aristocrata. Não só a múmia estava cercada de materiais e objetos que demonstravam sua riqueza, mas até sua pele e seu sangue se mantiveram intactosa milênios após a sua morte.  
Esquematização do túmulo completo de Xin Zhui / Crédito: Getty Images

No momento da descoberta, o corpo instigou arqueólogos por demonstrar estar no nível de uma criatura viva: seu sangue foi identificado como tipo A, sua pele era macia, e estava cheia de órgãos intactos. Anteriormente, nunca havia sido presenciado um caso de tamanha conservação.
Como consequência, foi possível realizar uma autópsia onde foi apontado que Zhui morreu após um fatal ataque cardíaco aos 50 anos. As pesquisas foram capazes de identificar que sua última refeição havia sido um melão.
Seu corpo revelou que a aristocrata tinha uma vida sedentária, comendo muito mais do que o necessário. Também existiam traços de extrema falta de higiene, conduzindo vermes ao seu corpo ainda vivo.
Também foram identificadas diversas doenças crônicas: osteoporose, cálculos biliares, hérnia de disco, dor nas costas, trombose coronária, arteriosclerose e problemas de coração. Por isso, vivia andando de bengala.
Reconstituição artística de seu rosto / Crédito: Wikimedia Commons

Dentro do sistema cosmogônico chinês, a vida após a morte é de grande relevância. A passagem determinava que o morto deveria trazer objetos de sua vontade para encontrar o caminho pessoal. Zhui estava claramente preocupada com um pós-morte saudável: além de itens de luxo, ela foi enterrada com livros de saúde, obras de arte e escritos de aconselhamento.
Também havia a presença de remédios comuns da época no combate à paralisia, asma e a dor de cabeça. Envolvido por um arsenal precioso de cultura material da Dinastia Han, a descoberta de seu túmulo representou uma grande conquista para os arqueólogos chineses.
Um tema discutido entre os pesquisadores é o perfeito estado de conservação do corpo. Um grande profissional que analisa a múmia de Xin Zhui é Willow Weilan Hai Chang, que dirige a Galeria do Instituto China de Nova York, e foi responsável por algumas hipóteses curiosas.
Um fato relevante, que foi notado no local da descoberta, indica que o interior do túmulo da aristocrata foi coberto com 20 camadas de seda, sendo grudadas com argila e carvão. Ou seja, seu corpo havia sido selado à vácuo. A proteção extra impediu que agentes decompositores entrassem na tumba de Xin Zhui.
A múmia / Crédito: Wikimedia Commons

Ao mesmo tempo, os arqueólogos envolvidos na descoberta relataram a presença de um líquido levemente ácido na pele de Zhui, o que provavelmente possibilitou a conservação. Entretanto, os cientistas não fazem a menor ideia de que material seja esse, indicam apenas seria um anticéptico.
Atualmente, os restos impressionantes de Xin Zhui são cuidadosamentes conservados e exibidos num local próximo do sítio onde foi desenterrada, no Museu Provincial de Hunan, nos arredores de Chagsha.

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