Considerei este livro bom. Como sou professora e uso muitas fontes para montar as minhas aulas, fiz um resumo desta obra. Coloquei na ordem cronológica dos fatos, pois a obra está com o conteúdo apresentado de outra maneira em que considerei necessária organização para montagem do meu programa de aulas. Abaixo está o meu resumo, sobre o livro, com a minha ordem cronológica dos fatos.
História de Porto Alegre.
Os primeiros sinais de presença humana
e são dos indígenas. Que foram descobertos em vários lugares chamados de sítios
arqueológicos (lugar ocupado por objetos e vestígios das civilizações). Também
foram achados instrumentos para lascar a pedra, cortar e raspar ou moer
alimentos; boleadeiras com tiras de couro e 3 bolas de ferro, pedra ou marfim
uado para lançar em animais; e pontas de flechas feitas com pedras. Há muitos
anos, viveram nas margens do Guaíba, povos caçadores e coletores.
Até que chegou do norte, provavelmente
da Amazônia, uma grande quantidade de indígenas guaranis. Aqui chegaram,
invadiram e arrasaram os outros povos primitivos, com seus tacapes, lanças,
arcos e flechas e seus rituais antropofágicos (cerimônia religiosa em que os
participantes comem a carne dos vencidos nas guerras). Eles acreditavam que
comendo o inimigo adquiriam suas qualidades e forças. Fixaram-se no solo onde
está o nosso município. Construíram suas aldeias com ocas ovais, utilizando
troncos e cobrindo-as com palha. As aldeias se localizavam próximas as fontes
de água e eram formadas por 3 a 6 ocas. Numa oca habitavam várias famílias, com
aproximadamente 12 pessoas numa oca pequena e 24 pessoas numa oca maior. No
centro ficava uma praça circular utilizada para as festas, danças, bebedeiras e
rituais. Os homens derrubavam o mato e o queimavam para limpar o terreno e as
mulheres plantavam pequenas roças de milho, feijão, abóbora, batata doce, fumo
e algodão. Plantavam sem preparar o solo, pois não sabiam arar a terra. Logo
após a colheita, o mato voltava a crescer, pois não tinham instrumentos e nem
sabiam capinar. Os homens pescavam no Guaíba e caçavam na mata, vários animais
como capivaras, ratões do banhado, veados, preás e outros.
Antes de se tornar uma grande cidade,
essas terras eram bem diferentes. Primeiro os portugueses desembarcaram no
Brasil em 1500 e ocuparam as terras dos povos indígenas que viviam aqui durante
muito tempo.
Herdamos alguns hábitos, palavras e
lendas da cultura indígena. Os índios tomavam chimarrão, usavam poncho no
inverno e boleadeiras no laço. Algumas palavras ou nomes são de origem indígena
como: as cidades de Caçapava, Jaguarão, Bagé, Cerro de Botucaraí e Lagoa
Itapeva. Os rios: Ibicuí, Ijuí, e Taquari. Os animais: capincho, motuca e
biguá. As plantas: aroeira e guanxuma. E as pessoas: Aracy, Jacy, Ubirajara,
Aimoré, Moema e outros.
Os espanhóis ocuparam áreas no sul do
Brasil. Os padres vieram converter os índios. Os jesuítas organizaram as
reduções jesuíticas e ensinaram os índios a ler e escrever.
Saint Hilaire, francês, esteve na
região que hoje é Porto Alegre e escreveu sobre o grande movimento de negros na
Rua da Praia (no centro). Escreveu Saint Hilaire ao passear. “De outro lado da
cidade, a Estrada do Mato Grosso era um sertão bruto”.
A influência portuguesa na cultura
gaúcha está presente na língua, no catolicismo, na festa junina, na folia do
Divino, no Terno de Reis, na Cavalhada, no Baile do Masquê, no presépio, na
ceia de Natal com peru e nas frutas cristalizadas.
O Terno de Reis é uma festa de natal em
que grupos musicais vão de casa em casa. O terno chega na frente da casa e em
versos saúda o dono da casa que convida o terno para entrar e cantar em frente
ao presépio.
A festa da folia do Divino iniciou em
Portugal e uma promessa da Rainha Isabel incorporou as tradições brasileiras e
comemoram 50 dias após a Páscoa.
As festas juninas são comemoradas no
Brasil desde o século XVI.
As cavalhadas ocorrem na Espanha e em
Portugal e se revive a vitória do cristianismo sobre o islamismo na reconquista
cristã e a expulsão dos árabes da Península Ibérica.
O baile do Masquê é uma apresentação de
pares, onde as mulheres são representadas por homens vestidos de mulheres.
A chegada dos africanos iniciou no séc.
XVI e foi até o séc. XIX. Nos jornais, era comum alguém oferecendo ou querendo
comprar escravos. Eles eram vendidos como peças: contado, pesado e trocado.
Eram castigados, torturados e muitos se suicidavam ou morriam por não aguentar
os maus tratos e a tristeza de ser vendido e separado de sua família. Alguns
fugiam e se refugiavam em quilombos (comunidades de negros fugidos).
O Rio Grande do Sul foi um dos últimos
lugares a ser ocupados pelos portugueses após o descobrimento. A primeira
construção no sul foi o Forte de Jesus Maria José, que deu origem a cidade de
Rio Grande. Naquela época o rei mandava uma pessoa de confiança para governar.
Este era o Vice-Rei que foi morar no Rio de Janeiro.
Em 1431, a ilha dos Açores foi
descoberta pelos portugueses. Ela fica próxima a Portugal. Um tempo depois ela
ficou superpovoada e com a falta de alimentos. O rei então convocou os
açorianos que quisessem emigrar para o Brasil. Lá ganhariam terras,
ferramentas, animais e mantimentos para iniciar uma nova vida.
A partir de 1570, os africanos foram
trazidos para as Américas como escravos. Muitos anos se passaram e aí vieram os
imigrantes estrangeiros, entre eles alemães e italianos. Índios, africanos e
imigrantes ajudaram a construir a nossa cidade. Os povos que vieram para o Rio
Grande do Sul, ocuparam aos poucos esses espaços. Se organizaram e trabalharam
para conseguir os meios para viver. Criaram animais, plantaram, construíram
povoados e foram crescendo até se tornarem uma cidade.
Em 1634, foi introduzido o gado na
região. Ocorreram ataques dos bandeirantes, expedições armadas que desbravaram
os sertões para descobrir minas, pedras preciosas, perseguir escravos fugidos e
aprisionar índios.
Em 1638, abandonaram as reduções. O
gado espalhou-se. Os portugueses ocuparam as terras para apanhar o gado.
Aproveitavam o couro para fazer caixas, sacos, baús, redes de dormir, barcos e
tiras de couro para amarrar a madeira na falta de pregos. O couro era curtido e
depois exportado para a Europa. A carne apodrecia, pois não tinham técnicas de
armazenamento. Os portugueses ocuparam as terras com fazendas para criar o
gado.
O Bairro Azenha surgiu quando o
açoriano Francisco Antônio da Silveira chegou em 1700. Ele foi o primeiro
plantador de trigo e fabricante de farinha. Para transportar a sua mercadoria,
construiu uma ponte sobre o arroio dilúvio. O Caminho da Azenha, atual Av. João
Pessoa e a Av. Azenha. Logo a frente tem o Caminho de Viamão e a Estrada de
Belém (hoje Av. Bento Gonçalves a Av. Oscar Pereira). Como Francisco tinha a
máquina azenha para moer trigo, ficou conhecido como o Chico da Azenha, dando
origem ao nome do bairro.
A região que hoje é Porto Alegre, na
época foi dividida em 3 sesmarias. A Sesmaria de São Gonçalo do Sesmeiro
Dionísio Rodrigues Mendes de 1732. A Sesmaria de São José do Sesmeiro Sebastião
Francisco Chaves de 1736; e no centro a Sesmaria de Santana do Sesmeiro
Jerônimo de Ornelas em 1740. Tinha um local de embarque e desembarque de
pessoas e mercadorias, conhecido como Porto de Viamão. Com a chegada de
Jerônimo de Ornelas, o lugar virou Porto Dorneles.
Em 1737, as terras que hoje formam o
estado do Rio Grande do Sul, pertenciam ao governo de Santa Catarina e chamavam
de Continente de São Pedro. O Forte de Jesus Maria José, deu origem a cidade de
Rio Grande.
Em 1745, havia um risco constante de
invasão espanhola, o governo de Portugal decidiu tornar o Continente de São
Pedro independente, com um governo próprio e determinou que a Capital seria Rio
Grande. José da Silva Paes foi o fundador de Rio Grande.
Os primeiros casais a chegar em Porto
Alegre, foram no ano de 1752 e o nosso estado precisava ser povoado. Eles
viajaram 80 dias para cruzar o oceano. Mal acomodados, enfrentando doenças,
falta de alimentos e tempestades. Cansados, fracos, e doentes, desembarcaram na
Praça da Alfândega e foram se acomodando em casebres e ali ficaram esperando a
ajuda do governo, pelas terras prometidas, durante 20 anos. Eles eram muito
religiosos e construíram uma capelinha para São Francisco das Chagas. Depois de
20 anos, o Capitão Alexandre José Montanha, recebeu ordem para desapropriar a
Sesmaria Santana, distribuindo lotes de terras entre os casais açorianos e
demarcando ruas.
Em 1763, os espanhóis invadiram Rio
Grande, e o governador transferiu a capital para a Freguesia de Viamão. Porto
Alegre, chamava-se Porto dos Casais, nessa época o governador José Marcelino de
Figueiredo sugeriu ao Vice-Rei Marquês do Lavradio, que desmembrasse o Porto
dos Casais da Freguesia de Viamão e o transformasse em uma nova freguesia com a
denominação de São Francisco do Porto dos Casais, cuja criação foi em 26/03/1772
e marcou a fundação de Porto Alegre.
Os arraiais eram os primeiros bairros:
Navegantes, Passo da Areia (São João), Bonfim, Menino Deus, Partenon, Glória,
Teresópolis, Tristeza, Vila Nova, Belém Velho e Belém Novo. A Freguesia de São
Francisco do Porto dos Casais foi se desenvolvendo.
Inicialmente abriram 3 ruas e a cidade
se desenvolveu a partir delas e distribuíram terras para as pessoas que viviam
aqui. A Rua da Praia, a Rua do Cotovelo ou Rua da Ponte (Riachuelo) e a Rua
Formosa (Duque de Caxias). Depois a cidade aumentou e fizeram novas ruas.
Foram abertos 3 caminhos principais:
Caminho da Azenha que ía da Azenha até
a Av. Bento Gonçalves e ligava Porto Alegre até Viamão.
O Caminho do Meio, deu origem a Av.
Oswaldo Aranha e a Protásio Alves.
A Estrada dos Moinhos, que hoje é a Av.
Independência, que junto com a Assis Brasil, formavam o caminho para a Aldeia
dos Anjos de Gravataí (hoje Gravataí).
Em 1773, o nome mudou de novo para
Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre. Marcelino de Figueiredo
argumentou com o Vice-Rei que a nova freguesia ocupava um lugar estratégico,
pois era um porto entre Rio Pardo e o Rio Grande, os pontos mais fortificados e
este seria o local ideal para a Capital da Capitania. O Alto da Praia era o
local mais alto escolhido para a construção de prédios mais altos e mais
importantes, como a Igreja da Matriz (1780), demolida em 1929 para dar lugar a
Catedral. Também construíram a Casa da Junta. O Palácio do Governo em 1784 até
1896, quando demoliram para fazer o Palácio Piratini e o Prédio do Fisco em
1790 que é o edifício mias antigo que tem. A nova capital deixou de ser
freguesia e se tornou uma cidade.
Em 1777, no Tratado de Santo Idelfonso,
as missões foram devolvidas aos espanhóis e o estado do Rio Grande do Sul ficou
com um território menor, do que é atualmente.
A
Freguesia de São Francisco das Chagas, não possuía limpeza urbana e nem
esgotos. As águas corriam por calhas debaixo do assoalho das casas e eram
jogadas nas ruas onde formavam cascatas de águas sujas e mal cheirosas. Vários
riachos desciam da atual Duque de Caxias e em 1777, construíram algumas pontes.
O ensino, no início, era ministrado por
padres e estancieiros, que sabiam ler e ensinavam leitura e a escrita aos
filhos das famílias importantes. O registro mais antigo, é de 1778, quando um
professor, Manoel Simões Xavier, foi autorizado a instalar “aula individual”. A
aula era na casa do professor. Ele ensinava um de cada vez com hora marcada.
Havia a palmatória para o castigo físico, caso precisasse. Os professores eram
somente homens.
Os primeiros habitantes retiravam a
água do Guaíba. Com o aumento da população, as águas ficaram poluídas, pois
jogavam o lixo no Guaíba. À noite, os escravos carregavam, sob suas cabeças,
potes com dejetos e despejavam no Guaíba. Para resolver, a Câmara autorizou a construção
de 2 poços em 1779. Um poço, no Parque Farroupilha (Redensão) e outro da
Esquina da Borges com a Jerônimo Coelho, que chamou-se Rua do Poço. Mais tarde,
construíram fontes com chafarizes, uma era na frente do teatro São Pedro, mas
foi transferida para o Parque Farroupilha (Redensão). Surgiu o aguadeiro, que
enchia um barril com água do riacho do Caminho Novo e levava de burro ou cavalo
na casa dos fregueses.
Os açorianos eram agricultores e suas
plantações se estendiam, onde hoje são muitos bairros. Nas várzeas plantavam
trigo, que começaram a exportar em 1794. A primeira azenha (moinho de roda
movido a água), foi construído as margens do Arroio Dilúvio e deu o nome á
Avenida Azenha. Os moinhos de vento eram utilizados para fazer farinha e foram
construídos próximo a atual Av. Independência e o nome do bairro ficou Moinhos
de Vento. Ainda em 1794, foi obrigatório o calçamento em frente as casas.
As Missões Jesuíticas ficam no Rio
Grande do Sul. Os padres espanhóis e os índios guaranis construíram os 7 povos
das missões: São Nicolau, São Lourenço, Santo Ângelo, São Borja, São João
Batista, São Luíz e São Miguel. Portugal e Espanha brigaram por essas regiões
durante anos e passou a ser dos portugueses em 1801. As guerras guaraníticas
foram guerras entre os índios guaranis contra os portugueses, liderados pelos
espanhóis pela posse de terras dos 7 povos missioneiros.
Em 1807, os franceses invadiram
Portugal e a Família Real Portuguesa veio morar no Brasil em 07/03/1808. O
Brasil deixou de ser colônia para virar reino, o Vice-Rei deixou de existir e o
Príncipe Regente Dom João VI passou a governar. O Rio Grande do Sul era a
Capitania de São Pedro do Rio Grande. Dom João VI, criou 4 municípios: Porto
Alegre, Rio Pardo, Santo Antônio da Patrulha e Rio Grande. Dom João VI era
chamado de Príncipe Regente, porque governava no lugar da mãe, a Rainha Dona
Maria I, que estava louca. Em abril de 1821, acabou a guerra e Dom João
regressou a Portugal, deixando o seu filho, o Príncipe Dom Pedro, como regente.
Os portugueses perceberam que o Brasil poderia ficar independente e exigiram
que Dom Pedro, voltasse para Portugal, mas ele decidiu ficar. A Capitania de
São Pedro do Rio Grande estava representada pelo Coronel Manoel Carneiro da
Silva Fontoura, que apoiou Dom Pedro.
Em 1822, no dia 07/09, Dom Pedro,
declara o Brasil Independente de Portugal. As antigas capitanias começam a se
chamar: províncias e Porto Alegre vira cidade.
Em 1824, instalaram-se no Rio Grande do
Sul, os primeiros imigrantes alemães, em terras que não eram usadas para criar
o gado. Dom João VI e os outros monarcas incentivavam a imigração de famílias
europeias para o Brasil. Os colonos recebiam ferramentas, sementes e dinheiro
para começar. Esses recursos, mais as passagens, eram cobrados com juros mais
tarde. Os valores não chegavam as mãos dos colonos e ficavam nas mãos dos
contratantes. Havia problemas e dificuldades para construir moradias e produzir
alimentos. Os conflitos com os índios geravam pânico, morte e perseguição.
Também ocorriam lutas nas fronteiras e disputas pela posse de terras. Os
primeiros colonos alemães ficaram em São Leopoldo, Montenegro e Taquara. Também
vieram imigrantes franceses, poloneses, austríacos, espanhóis e judeus. Os
imigrantes que ficaram em Porto Alegre foram morar nos lados do Caminho Novo, e
estes eram artesãos e instalaram as suas oficinas e deram origem ao Bairro
Navegantes e passaram a fabricar produtos que antes eram importados. Criaram a
Casa da Alfândega, a Santa Casa de Misericórdia e a Igreja do Rosário, assim a
cidade estava se tornando um centro urbano da província. Porto alegre cresceu
graças as casas de comércio, indústrias e residências dos colonos alemães e
italianos, nos bairros Navegantes, Floresta, Auxiliadora, Moinhos de Vento,
Higienópolis e Passo da Areia.
A cidade se desenvolveu em forma de
leque. Ao longo dos caminhos se formaram os arraiais em volta de uma capela ou
atividade econômica. Eles eram administrados pelo governo da cidade e assim
surgiram grandes comércios. Nos fundos da Matriz, havia a Rua do Arvoredo, hoje
Fernando Machado, e a Rua da Prainha, hoje a Washington Luís. Esse era o
litoral da cidade e também a foz do Arroio dilúvio. Ali começaram a jogar lixo,
as fezes dos soldados e dos presidiários. O lixo também foi jogado em terrenos
baldios, amontoados e queimados, ou iam para o Lago Guaíba.
Em 1830, Dom Pedro I, passou a governar
o Brasil de forma absoluta e isso gerou descontentamento nas províncias. Sem
apoio, deixou o poder e no lugar ficou o seu filho, o príncipe herdeiro Pedro
com 5 anos. E o Brasil, passou a ser governado por um grupo de pessoas. Nesse
período ocorrem revoltas nas províncias.
Em 1834, o Rio Grande do Sul, virou a
Província de São Pedro com 14 municípios. O Grande Hotel ficava na esquina da
Rua da Praia com a Rua Caldas Júnior e hospedava políticos e visitantes
ilustres, ao lado ficava o Palacete da Viúva Caetano Pinto.
O Primeiro Período Regencial no Brasil,
acabou em 1840, quando Dom Pedro de 14 anos, foi coroado Imperador do Brasil
Dom Pedro II.
Em 1835, os farroupilhas cercam a
cidade e iniciam a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos que começou em
20/09/1835 e terminou em 1845. Foi a mais longa rebelião do período regencial.
As cidades mais desenvolvidas eram Porto Alegre, Rio Pardo, Pelotas e Rio
Grande. Os gaúchos estavam descontentes com o governo. Reclamavam dos impostos
excessivos e da nomeação direta dos presidentes das províncias e de
funcionários locais pelo poder central. O líder foi o Coronel Bento Gonçalves
da Silva, filho de um estancieiro, junto com os participantes, invadiram Porto
Alegre e depuseram o presidente da província, Fernandes Braga, que partiu com a
família para Rio Grande. Porto Alegre permaneceu em poder dos farroupilhas até
15/06/1836, quando foi retomada pelas forças do governo imperial. Os porto
alegrenses lutaram com os farrapos e a cidade recebeu de Dom Pedro II, o título
de “ Leal e Valorosa Cidade de Porto Alegre”.
Em 1838, os rebeldes farrapos
proclamaram a “República Rio-Grandense” em Piratini. Estenderam a revolução
para Santa Catarina, onde proclamaram a “República Juliana ou República
Catarinense”. A Revolução foi contida pela ação de Luís Alves de Lima e Silva,
o futuro Duque de Caxias. Ele assumiu o governo da província gaúcha e também o
comando do exército imperial no sul, pondo fim a revolução farroupilha. Caxias
firmou um acordo com os rebeldes, em nome do governo imperial, ofereceu anistia
geral e paz honrosa aos farroupilhas. Foi assinado o Tratado do Ponche Verde ou
do Poncho Verde em 01/03/1845.
Com o fim da revolução reiniciaram
obras em Porto Alegre, como a Ponte de Pedra e do Riacho e o Teatro São Pedro. A
cidade foi chamada de “chiqueiro”, de tão suja e fedorenta que estava. A
população sofreu com doenças. Obrigaram o governo a construir uma linha férrea
que levava as cubas sanitárias do centro até a Ponte do Dionísio, para despejar
e lavar. O 1º Arraial foi o Menino Deus, que é considerado o bairro mais antigo
da cidade. Se formou a partir de 2 caminhos das chácaras para dar acesso a
praia do Guaíba em 1845-1848. Hoje é a Av. Getúlio Vargas e a Av. José de
Alencar. O imperador Dom Pedro II e sua esposa Dona Tereza Cristina desembarcaram
em Porto Alegre, em 21/11/1845. Ocorreram festejos na cidade, cânticos
religiosos da igreja católica, concertos, revista de forças, cavalhadas a
nobreza e a gaúcha, danças de índios, jardineiras, passeata infantil, banquetes
e passeios. No dia 28/11/1845, o imperador recebeu em audiência pública,
realizada no Palácio do Governo, as pessoas que desejavam entregar-lhe pedidos
de esmola ou de graças. Dom Pedro II, manifestou o desejo de conhecer o líder e
chefe da revolução, Bento Gonçalves e este foi recebido de modo solene. Dom
Pedro II, fundou um asilo para meninas órfãs, o Colégio de Santa Tereza, sob
proteção real. O imperador visitou tudo que podia e também a colônia de São Leopoldo,
Viamão, Pelotas, Rio Grande e a Campanha.
Em 1846, iniciou a construção de um
liceu (estabelecimento de ensino secundário ou profissional) e foi fechado em
1872. Abriu um Ateneu Rio-grandense, mas também fechou e depois abriu a Escola
Normal. O instituto Parobé foi criado para formar operários. O Instituto Júlio
de Castilhos foi criado para ensinar jovens que queriam ir para a faculdade. A
Escola Militar foi criada para os que queriam a carreira militar.
O porto foi fechado na época da
Revolução Farroupilha e só abriria em 1850. Ocorre a construção do novo Porto
Mauá entre 1890-1945. Ocorre a expansão da Estrada de Ferro até São Paulo.
Início da industrialização e a substituição dos artigos importados por produtos
fabricados na capital. Modernização e construção de obras viárias urbanas. Entre
o Moinhos de Vento e o Guaíba, tinham muitas árvores e chácaras ligando o
centro ao morro. Ali virou a Estrada da Floresta (atual Av. Cristóvão Colombo,
bairro Floresta). Em 1850, esse caminho foi prolongado até o Passo da Areia. Da
Duque de Caxias foram abertas mais 3 ruas: Rua do Arvoredo (atual Fernando
Machado), Rua da Varginha (Demétrio Ribeiro) e a Rua da Praia do Riacho
(Washington Luís). Mais adiante, a Rua da Olaria (Lima e Silva).
Em 1853, foi inaugurada a Capela Menino
Deus, que deu o nome do bairro, pela devoção e crença dos colonos açorianos.
Celebravam cerimônias religiosas que atraíram gente do resto da cidade.
Entre 1855 e 1875, ocorreu uma epidemia
de cólera.
Em 1873, inicia o bonde puxado por
burros. Ele passava pelo Caminho da Azenha (João Pessoa) e a Rua da Margem
(João Alfredo). O Conde da Figueira morava em uma casa de campo e ficava a 3
léguas da cidade. A légua era a medida de extensão e cada uma variava entre
6.000 e 6.600 metros. Para ir, pegava-se o Caminho Novo, de um lado tinham salgueiros
e de outro lado tinham casas com cercados de sebes (tapume de ramos, arbustos
ou varas entrelaçadas) de uma mimosácea (arbusto) espinhosa. Homens letrados
fundaram uma sociedade de boas intenções destinada ao culto das letras e
benemerência (que merece o bem, honras). A Sociedade do Partenon Literário.
Publicaram revistas, sustentou uma escola noturna gratuita para instrução
popular, teve biblioteca, museu e encenou peças teatrais. Fizeram propagandas
abolicionistas e alforriaram escravos. Ainda em 1873, um empresário loteou
terrenos até a Estrada do Mato Grosso. Os intelectuais da sociedade receberam 2
terrenos: o da Igreja Santo Antônio e um outro que projetaram fazer uma cópia
do Partenon de Atenas. O templo não foi construído, mas o nome do bairro ficou.
Em 1874, surge a primeira estrada de
ferro ligando Porto alegre a São Leopoldo. Da agricultura surgem as vendas, os
artesãos, a tecelagem, a alfaiataria, a mercearia, a carpintaria, a curtição de
couro, a selaria e a cerâmica.
Em 1880, novas ruas inauguraram o
bairro Cidade Baixa. Surgiram as charqueadas, uma no Morro do Cristal e a outra
na Ponte do Dionísio que pertencia a José da Silva Guimarães Tristeza. Em torno
surgiram aglomerações de casinhas, arraiais e depois os bairros. Ocorre a mudança
da capital de Viamão para Porto Alegre que a tornou uma cidade portuária.
Anos mais tarde, os brasileiros estavam
descontentes com o governo de Dom Pedro II. Surgiu o Partido Conservador que
apoiava Dom Pedro II e queria manter a escravidão. Surgiu também o Partido
Liberal Republicano oposto ao Imperador e contra a escravidão. Os opositores a
escravidão eram fazendeiros de café. Cresceu a ideia de que o Brasil deveria
mudar. Iniciou a propaganda republicana em Porto Alegre. Um grupo acusou a
Monarquia de ser incapaz de evoluir. Em 1882, Porto Alegre era o maior centro econômico,
político e cultural do país ocupando um lugar de destaque na política nacional.
Em 1887, Dom Pedro II, fez uma longa
viajem para a Europa (França) e deixou a Princesa Isabel, sua filha mais velha
como regente.
Em 13/05/1888, foi assinada a Lei Áurea
pela Princesa Isabel que tornava todos os escravos livres no Brasil. As pessoas
foram para as ruas festejar. O problema é que a população negra ficou sem
emprego e na miséria.
Dom Pedro ficou sem apoio do exército e
foi criticado pela igreja, pelos fazendeiros ricos, pela população urbana e
pela elite intelectual. Assim não tinha força política para se manter no poder.
Os militares reuniram-se no Clube Militar e decidiram que era hora de proclamar
uma república. O Marechal Deodoro da Fonseca demitiu os representantes do
governo imperial. Os simpatizantes republicanos organizaram um ato no Rio de
Janeiro proclamando o fim do império e o início da república em 15/11/1889.
Em 1913, iniciaram as obras para
tratamento da água e esgotos.
A cidade teve a água encanada, mas ela
vinha suja e era necessário ferver para beber. Quando chovia, a água ficava
turva e era impossível beber. Em 1926, o intendente (prefeito) Otávio Rocha,
contratou uma empresa norte-americana para modernizar o sistema de água da
cidade. Em 1927, as pessoas passaram a receber água tratada em suas casas.
Em 1934, no 29 de junho, o LZ 137 graf.
Zeppelin, sobrevoou Porto Alegre durante 15 minutos em uma altura de 300
metros.
Hoje, muitas crianças vão a escola e o
governo tem a obrigação de garantir , mas antigamente muitos não sabiam ler e
nem escrever. Muitos trabalhavam o dia todo e sem receber salário. No Brasil, a
escola se tornou obrigatória, pública e gratuita em 1934 com a Constituição.
Durante o governo de José Loureiro da
Silva (1937-1943), foi instituída a 1ª semana de Porto Alegre, desde então se
comemora o aniversário da cidade.
De 1945-1996, ocorre a implantação do
sistema rodoviário, uma grande imigração, o crescimento da população e o
aparecimento de favelas. Aumento da população de baixa renda, aumento do
comércio e a diminuição das indústrias.
Em 1954, Antônio Alberto dos Santos
Garcia foi o primeiro proprietário do prédio onde é o Museu Histórico
Farroupilha em Piratini. Durante o período farroupilha, foi sede do Ministério
da Guerra da República Rio-Grandense.
Boa pesquisa.
nossa fonte: KRAMER, Elva Verlang, História de Porto Alegre. São Paulo: FTD, 2001.
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