sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Livro: História de Porto Alegre.

Considerei este livro bom. Como sou professora e uso muitas fontes para montar as minhas aulas, fiz um resumo desta obra. Coloquei na ordem cronológica dos fatos, pois a obra está com o conteúdo apresentado de outra maneira em que considerei necessária organização para montagem do meu programa de aulas. Abaixo está o meu resumo, sobre o livro, com a minha ordem cronológica dos fatos.


História de Porto Alegre.

Os primeiros sinais de presença humana e são dos indígenas. Que foram descobertos em vários lugares chamados de sítios arqueológicos (lugar ocupado por objetos e vestígios das civilizações). Também foram achados instrumentos para lascar a pedra, cortar e raspar ou moer alimentos; boleadeiras com tiras de couro e 3 bolas de ferro, pedra ou marfim uado para lançar em animais; e pontas de flechas feitas com pedras. Há muitos anos, viveram nas margens do Guaíba, povos caçadores e coletores.

Até que chegou do norte, provavelmente da Amazônia, uma grande quantidade de indígenas guaranis. Aqui chegaram, invadiram e arrasaram os outros povos primitivos, com seus tacapes, lanças, arcos e flechas e seus rituais antropofágicos (cerimônia religiosa em que os participantes comem a carne dos vencidos nas guerras). Eles acreditavam que comendo o inimigo adquiriam suas qualidades e forças. Fixaram-se no solo onde está o nosso município. Construíram suas aldeias com ocas ovais, utilizando troncos e cobrindo-as com palha. As aldeias se localizavam próximas as fontes de água e eram formadas por 3 a 6 ocas. Numa oca habitavam várias famílias, com aproximadamente 12 pessoas numa oca pequena e 24 pessoas numa oca maior. No centro ficava uma praça circular utilizada para as festas, danças, bebedeiras e rituais. Os homens derrubavam o mato e o queimavam para limpar o terreno e as mulheres plantavam pequenas roças de milho, feijão, abóbora, batata doce, fumo e algodão. Plantavam sem preparar o solo, pois não sabiam arar a terra. Logo após a colheita, o mato voltava a crescer, pois não tinham instrumentos e nem sabiam capinar. Os homens pescavam no Guaíba e caçavam na mata, vários animais como capivaras, ratões do banhado, veados, preás e outros.



Antes de se tornar uma grande cidade, essas terras eram bem diferentes. Primeiro os portugueses desembarcaram no Brasil em 1500 e ocuparam as terras dos povos indígenas que viviam aqui durante muito tempo.

Herdamos alguns hábitos, palavras e lendas da cultura indígena. Os índios tomavam chimarrão, usavam poncho no inverno e boleadeiras no laço. Algumas palavras ou nomes são de origem indígena como: as cidades de Caçapava, Jaguarão, Bagé, Cerro de Botucaraí e Lagoa Itapeva. Os rios: Ibicuí, Ijuí, e Taquari. Os animais: capincho, motuca e biguá. As plantas: aroeira e guanxuma. E as pessoas: Aracy, Jacy, Ubirajara, Aimoré, Moema e outros.

Os espanhóis ocuparam áreas no sul do Brasil. Os padres vieram converter os índios. Os jesuítas organizaram as reduções jesuíticas e ensinaram os índios a ler e escrever.

Saint Hilaire, francês, esteve na região que hoje é Porto Alegre e escreveu sobre o grande movimento de negros na Rua da Praia (no centro). Escreveu Saint Hilaire ao passear. “De outro lado da cidade, a Estrada do Mato Grosso era um sertão bruto”.

A influência portuguesa na cultura gaúcha está presente na língua, no catolicismo, na festa junina, na folia do Divino, no Terno de Reis, na Cavalhada, no Baile do Masquê, no presépio, na ceia de Natal com peru e nas frutas cristalizadas.

O Terno de Reis é uma festa de natal em que grupos musicais vão de casa em casa. O terno chega na frente da casa e em versos saúda o dono da casa que convida o terno para entrar e cantar em frente ao presépio.

A festa da folia do Divino iniciou em Portugal e uma promessa da Rainha Isabel incorporou as tradições brasileiras e comemoram 50 dias após a Páscoa.

As festas juninas são comemoradas no Brasil desde o século XVI.

As cavalhadas ocorrem na Espanha e em Portugal e se revive a vitória do cristianismo sobre o islamismo na reconquista cristã e a expulsão dos árabes da Península Ibérica.

O baile do Masquê é uma apresentação de pares, onde as mulheres são representadas por homens vestidos de mulheres.

A chegada dos africanos iniciou no séc. XVI e foi até o séc. XIX. Nos jornais, era comum alguém oferecendo ou querendo comprar escravos. Eles eram vendidos como peças: contado, pesado e trocado. Eram castigados, torturados e muitos se suicidavam ou morriam por não aguentar os maus tratos e a tristeza de ser vendido e separado de sua família. Alguns fugiam e se refugiavam em quilombos (comunidades de negros fugidos).

O Rio Grande do Sul foi um dos últimos lugares a ser ocupados pelos portugueses após o descobrimento. A primeira construção no sul foi o Forte de Jesus Maria José, que deu origem a cidade de Rio Grande. Naquela época o rei mandava uma pessoa de confiança para governar. Este era o Vice-Rei que foi morar no Rio de Janeiro.

Em 1431, a ilha dos Açores foi descoberta pelos portugueses. Ela fica próxima a Portugal. Um tempo depois ela ficou superpovoada e com a falta de alimentos. O rei então convocou os açorianos que quisessem emigrar para o Brasil. Lá ganhariam terras, ferramentas, animais e mantimentos para iniciar uma nova vida.

A partir de 1570, os africanos foram trazidos para as Américas como escravos. Muitos anos se passaram e aí vieram os imigrantes estrangeiros, entre eles alemães e italianos. Índios, africanos e imigrantes ajudaram a construir a nossa cidade. Os povos que vieram para o Rio Grande do Sul, ocuparam aos poucos esses espaços. Se organizaram e trabalharam para conseguir os meios para viver. Criaram animais, plantaram, construíram povoados e foram crescendo até se tornarem uma cidade.

Em 1634, foi introduzido o gado na região. Ocorreram ataques dos bandeirantes, expedições armadas que desbravaram os sertões para descobrir minas, pedras preciosas, perseguir escravos fugidos e aprisionar índios.

Em 1638, abandonaram as reduções. O gado espalhou-se. Os portugueses ocuparam as terras para apanhar o gado. Aproveitavam o couro para fazer caixas, sacos, baús, redes de dormir, barcos e tiras de couro para amarrar a madeira na falta de pregos. O couro era curtido e depois exportado para a Europa. A carne apodrecia, pois não tinham técnicas de armazenamento. Os portugueses ocuparam as terras com fazendas para criar o gado. 

O Bairro Azenha surgiu quando o açoriano Francisco Antônio da Silveira chegou em 1700. Ele foi o primeiro plantador de trigo e fabricante de farinha. Para transportar a sua mercadoria, construiu uma ponte sobre o arroio dilúvio. O Caminho da Azenha, atual Av. João Pessoa e a Av. Azenha. Logo a frente tem o Caminho de Viamão e a Estrada de Belém (hoje Av. Bento Gonçalves a Av. Oscar Pereira). Como Francisco tinha a máquina azenha para moer trigo, ficou conhecido como o Chico da Azenha, dando origem ao nome do bairro.

A região que hoje é Porto Alegre, na época foi dividida em 3 sesmarias. A Sesmaria de São Gonçalo do Sesmeiro Dionísio Rodrigues Mendes de 1732. A Sesmaria de São José do Sesmeiro Sebastião Francisco Chaves de 1736; e no centro a Sesmaria de Santana do Sesmeiro Jerônimo de Ornelas em 1740. Tinha um local de embarque e desembarque de pessoas e mercadorias, conhecido como Porto de Viamão. Com a chegada de Jerônimo de Ornelas, o lugar virou Porto Dorneles.


Em 1737, as terras que hoje formam o estado do Rio Grande do Sul, pertenciam ao governo de Santa Catarina e chamavam de Continente de São Pedro. O Forte de Jesus Maria José, deu origem a cidade de Rio Grande.

Em 1745, havia um risco constante de invasão espanhola, o governo de Portugal decidiu tornar o Continente de São Pedro independente, com um governo próprio e determinou que a Capital seria Rio Grande. José da Silva Paes foi o fundador de Rio Grande.

Os primeiros casais a chegar em Porto Alegre, foram no ano de 1752 e o nosso estado precisava ser povoado. Eles viajaram 80 dias para cruzar o oceano. Mal acomodados, enfrentando doenças, falta de alimentos e tempestades. Cansados, fracos, e doentes, desembarcaram na Praça da Alfândega e foram se acomodando em casebres e ali ficaram esperando a ajuda do governo, pelas terras prometidas, durante 20 anos. Eles eram muito religiosos e construíram uma capelinha para São Francisco das Chagas. Depois de 20 anos, o Capitão Alexandre José Montanha, recebeu ordem para desapropriar a Sesmaria Santana, distribuindo lotes de terras entre os casais açorianos e demarcando ruas.

Em 1763, os espanhóis invadiram Rio Grande, e o governador transferiu a capital para a Freguesia de Viamão. Porto Alegre, chamava-se Porto dos Casais, nessa época o governador José Marcelino de Figueiredo sugeriu ao Vice-Rei Marquês do Lavradio, que desmembrasse o Porto dos Casais da Freguesia de Viamão e o transformasse em uma nova freguesia com a denominação de São Francisco do Porto dos Casais, cuja criação foi em 26/03/1772 e marcou a fundação de Porto Alegre.

Os arraiais eram os primeiros bairros: Navegantes, Passo da Areia (São João), Bonfim, Menino Deus, Partenon, Glória, Teresópolis, Tristeza, Vila Nova, Belém Velho e Belém Novo. A Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais foi se desenvolvendo.

Inicialmente abriram 3 ruas e a cidade se desenvolveu a partir delas e distribuíram terras para as pessoas que viviam aqui. A Rua da Praia, a Rua do Cotovelo ou Rua da Ponte (Riachuelo) e a Rua Formosa (Duque de Caxias). Depois a cidade aumentou e fizeram novas ruas.

Foram abertos 3 caminhos principais:

Caminho da Azenha que ía da Azenha até a Av. Bento Gonçalves e ligava Porto Alegre até Viamão.

O Caminho do Meio, deu origem a Av. Oswaldo Aranha e a Protásio Alves.

A Estrada dos Moinhos, que hoje é a Av. Independência, que junto com a Assis Brasil, formavam o caminho para a Aldeia dos Anjos de Gravataí (hoje Gravataí).

Em 1773, o nome mudou de novo para Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre. Marcelino de Figueiredo argumentou com o Vice-Rei que a nova freguesia ocupava um lugar estratégico, pois era um porto entre Rio Pardo e o Rio Grande, os pontos mais fortificados e este seria o local ideal para a Capital da Capitania. O Alto da Praia era o local mais alto escolhido para a construção de prédios mais altos e mais importantes, como a Igreja da Matriz (1780), demolida em 1929 para dar lugar a Catedral. Também construíram a Casa da Junta. O Palácio do Governo em 1784 até 1896, quando demoliram para fazer o Palácio Piratini e o Prédio do Fisco em 1790 que é o edifício mias antigo que tem. A nova capital deixou de ser freguesia e se tornou uma cidade.




Em 1777, no Tratado de Santo Idelfonso, as missões foram devolvidas aos espanhóis e o estado do Rio Grande do Sul ficou com um território menor, do que é atualmente. 

A Freguesia de São Francisco das Chagas, não possuía limpeza urbana e nem esgotos. As águas corriam por calhas debaixo do assoalho das casas e eram jogadas nas ruas onde formavam cascatas de águas sujas e mal cheirosas. Vários riachos desciam da atual Duque de Caxias e em 1777, construíram algumas pontes.

O ensino, no início, era ministrado por padres e estancieiros, que sabiam ler e ensinavam leitura e a escrita aos filhos das famílias importantes. O registro mais antigo, é de 1778, quando um professor, Manoel Simões Xavier, foi autorizado a instalar “aula individual”. A aula era na casa do professor. Ele ensinava um de cada vez com hora marcada. Havia a palmatória para o castigo físico, caso precisasse. Os professores eram somente homens.

Os primeiros habitantes retiravam a água do Guaíba. Com o aumento da população, as águas ficaram poluídas, pois jogavam o lixo no Guaíba. À noite, os escravos carregavam, sob suas cabeças, potes com dejetos e despejavam no Guaíba. Para resolver, a Câmara autorizou a construção de 2 poços em 1779. Um poço, no Parque Farroupilha (Redensão) e outro da Esquina da Borges com a Jerônimo Coelho, que chamou-se Rua do Poço. Mais tarde, construíram fontes com chafarizes, uma era na frente do teatro São Pedro, mas foi transferida para o Parque Farroupilha (Redensão). Surgiu o aguadeiro, que enchia um barril com água do riacho do Caminho Novo e levava de burro ou cavalo na casa dos fregueses.

Os açorianos eram agricultores e suas plantações se estendiam, onde hoje são muitos bairros. Nas várzeas plantavam trigo, que começaram a exportar em 1794. A primeira azenha (moinho de roda movido a água), foi construído as margens do Arroio Dilúvio e deu o nome á Avenida Azenha. Os moinhos de vento eram utilizados para fazer farinha e foram construídos próximo a atual Av. Independência e o nome do bairro ficou Moinhos de Vento. Ainda em 1794, foi obrigatório o calçamento em frente as casas.  

As Missões Jesuíticas ficam no Rio Grande do Sul. Os padres espanhóis e os índios guaranis construíram os 7 povos das missões: São Nicolau, São Lourenço, Santo Ângelo, São Borja, São João Batista, São Luíz e São Miguel. Portugal e Espanha brigaram por essas regiões durante anos e passou a ser dos portugueses em 1801. As guerras guaraníticas foram guerras entre os índios guaranis contra os portugueses, liderados pelos espanhóis pela posse de terras dos 7 povos missioneiros.

Em 1807, os franceses invadiram Portugal e a Família Real Portuguesa veio morar no Brasil em 07/03/1808. O Brasil deixou de ser colônia para virar reino, o Vice-Rei deixou de existir e o Príncipe Regente Dom João VI passou a governar. O Rio Grande do Sul era a Capitania de São Pedro do Rio Grande. Dom João VI, criou 4 municípios: Porto Alegre, Rio Pardo, Santo Antônio da Patrulha e Rio Grande. Dom João VI era chamado de Príncipe Regente, porque governava no lugar da mãe, a Rainha Dona Maria I, que estava louca. Em abril de 1821, acabou a guerra e Dom João regressou a Portugal, deixando o seu filho, o Príncipe Dom Pedro, como regente. Os portugueses perceberam que o Brasil poderia ficar independente e exigiram que Dom Pedro, voltasse para Portugal, mas ele decidiu ficar. A Capitania de São Pedro do Rio Grande estava representada pelo Coronel Manoel Carneiro da Silva Fontoura, que apoiou Dom Pedro.

Em 1822, no dia 07/09, Dom Pedro, declara o Brasil Independente de Portugal. As antigas capitanias começam a se chamar: províncias e Porto Alegre vira cidade.

Em 1824, instalaram-se no Rio Grande do Sul, os primeiros imigrantes alemães, em terras que não eram usadas para criar o gado. Dom João VI e os outros monarcas incentivavam a imigração de famílias europeias para o Brasil. Os colonos recebiam ferramentas, sementes e dinheiro para começar. Esses recursos, mais as passagens, eram cobrados com juros mais tarde. Os valores não chegavam as mãos dos colonos e ficavam nas mãos dos contratantes. Havia problemas e dificuldades para construir moradias e produzir alimentos. Os conflitos com os índios geravam pânico, morte e perseguição. Também ocorriam lutas nas fronteiras e disputas pela posse de terras. Os primeiros colonos alemães ficaram em São Leopoldo, Montenegro e Taquara. Também vieram imigrantes franceses, poloneses, austríacos, espanhóis e judeus. Os imigrantes que ficaram em Porto Alegre foram morar nos lados do Caminho Novo, e estes eram artesãos e instalaram as suas oficinas e deram origem ao Bairro Navegantes e passaram a fabricar produtos que antes eram importados. Criaram a Casa da Alfândega, a Santa Casa de Misericórdia e a Igreja do Rosário, assim a cidade estava se tornando um centro urbano da província. Porto alegre cresceu graças as casas de comércio, indústrias e residências dos colonos alemães e italianos, nos bairros Navegantes, Floresta, Auxiliadora, Moinhos de Vento, Higienópolis e Passo da Areia.

A cidade se desenvolveu em forma de leque. Ao longo dos caminhos se formaram os arraiais em volta de uma capela ou atividade econômica. Eles eram administrados pelo governo da cidade e assim surgiram grandes comércios. Nos fundos da Matriz, havia a Rua do Arvoredo, hoje Fernando Machado, e a Rua da Prainha, hoje a Washington Luís. Esse era o litoral da cidade e também a foz do Arroio dilúvio. Ali começaram a jogar lixo, as fezes dos soldados e dos presidiários. O lixo também foi jogado em terrenos baldios, amontoados e queimados, ou iam para o Lago Guaíba.

Em 1830, Dom Pedro I, passou a governar o Brasil de forma absoluta e isso gerou descontentamento nas províncias. Sem apoio, deixou o poder e no lugar ficou o seu filho, o príncipe herdeiro Pedro com 5 anos. E o Brasil, passou a ser governado por um grupo de pessoas. Nesse período ocorrem revoltas nas províncias.

Em 1834, o Rio Grande do Sul, virou a Província de São Pedro com 14 municípios. O Grande Hotel ficava na esquina da Rua da Praia com a Rua Caldas Júnior e hospedava políticos e visitantes ilustres, ao lado ficava o Palacete da Viúva Caetano Pinto.


O Primeiro Período Regencial no Brasil, acabou em 1840, quando Dom Pedro de 14 anos, foi coroado Imperador do Brasil Dom Pedro II.

Em 1835, os farroupilhas cercam a cidade e iniciam a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos que começou em 20/09/1835 e terminou em 1845. Foi a mais longa rebelião do período regencial. As cidades mais desenvolvidas eram Porto Alegre, Rio Pardo, Pelotas e Rio Grande. Os gaúchos estavam descontentes com o governo. Reclamavam dos impostos excessivos e da nomeação direta dos presidentes das províncias e de funcionários locais pelo poder central. O líder foi o Coronel Bento Gonçalves da Silva, filho de um estancieiro, junto com os participantes, invadiram Porto Alegre e depuseram o presidente da província, Fernandes Braga, que partiu com a família para Rio Grande. Porto Alegre permaneceu em poder dos farroupilhas até 15/06/1836, quando foi retomada pelas forças do governo imperial. Os porto alegrenses lutaram com os farrapos e a cidade recebeu de Dom Pedro II, o título de “ Leal e Valorosa Cidade de Porto Alegre”.
Em 1838, os rebeldes farrapos proclamaram a “República Rio-Grandense” em Piratini. Estenderam a revolução para Santa Catarina, onde proclamaram a “República Juliana ou República Catarinense”. A Revolução foi contida pela ação de Luís Alves de Lima e Silva, o futuro Duque de Caxias. Ele assumiu o governo da província gaúcha e também o comando do exército imperial no sul, pondo fim a revolução farroupilha. Caxias firmou um acordo com os rebeldes, em nome do governo imperial, ofereceu anistia geral e paz honrosa aos farroupilhas. Foi assinado o Tratado do Ponche Verde ou do Poncho Verde em 01/03/1845.

Com o fim da revolução reiniciaram obras em Porto Alegre, como a Ponte de Pedra e do Riacho e o Teatro São Pedro. A cidade foi chamada de “chiqueiro”, de tão suja e fedorenta que estava. A população sofreu com doenças. Obrigaram o governo a construir uma linha férrea que levava as cubas sanitárias do centro até a Ponte do Dionísio, para despejar e lavar. O 1º Arraial foi o Menino Deus, que é considerado o bairro mais antigo da cidade. Se formou a partir de 2 caminhos das chácaras para dar acesso a praia do Guaíba em 1845-1848. Hoje é a Av. Getúlio Vargas e a Av. José de Alencar. O imperador Dom Pedro II e sua esposa Dona Tereza Cristina desembarcaram em Porto Alegre, em 21/11/1845. Ocorreram festejos na cidade, cânticos religiosos da igreja católica, concertos, revista de forças, cavalhadas a nobreza e a gaúcha, danças de índios, jardineiras, passeata infantil, banquetes e passeios. No dia 28/11/1845, o imperador recebeu em audiência pública, realizada no Palácio do Governo, as pessoas que desejavam entregar-lhe pedidos de esmola ou de graças. Dom Pedro II, manifestou o desejo de conhecer o líder e chefe da revolução, Bento Gonçalves e este foi recebido de modo solene. Dom Pedro II, fundou um asilo para meninas órfãs, o Colégio de Santa Tereza, sob proteção real. O imperador visitou tudo que podia e também a colônia de São Leopoldo, Viamão, Pelotas, Rio Grande e a Campanha.

Em 1846, iniciou a construção de um liceu (estabelecimento de ensino secundário ou profissional) e foi fechado em 1872. Abriu um Ateneu Rio-grandense, mas também fechou e depois abriu a Escola Normal. O instituto Parobé foi criado para formar operários. O Instituto Júlio de Castilhos foi criado para ensinar jovens que queriam ir para a faculdade. A Escola Militar foi criada para os que queriam a carreira militar.

O porto foi fechado na época da Revolução Farroupilha e só abriria em 1850. Ocorre a construção do novo Porto Mauá entre 1890-1945. Ocorre a expansão da Estrada de Ferro até São Paulo. Início da industrialização e a substituição dos artigos importados por produtos fabricados na capital. Modernização e construção de obras viárias urbanas. Entre o Moinhos de Vento e o Guaíba, tinham muitas árvores e chácaras ligando o centro ao morro. Ali virou a Estrada da Floresta (atual Av. Cristóvão Colombo, bairro Floresta). Em 1850, esse caminho foi prolongado até o Passo da Areia. Da Duque de Caxias foram abertas mais 3 ruas: Rua do Arvoredo (atual Fernando Machado), Rua da Varginha (Demétrio Ribeiro) e a Rua da Praia do Riacho (Washington Luís). Mais adiante, a Rua da Olaria (Lima e Silva).

Em 1853, foi inaugurada a Capela Menino Deus, que deu o nome do bairro, pela devoção e crença dos colonos açorianos. Celebravam cerimônias religiosas que atraíram gente do resto da cidade.

Entre 1855 e 1875, ocorreu uma epidemia de cólera.

Em 1873, inicia o bonde puxado por burros. Ele passava pelo Caminho da Azenha (João Pessoa) e a Rua da Margem (João Alfredo). O Conde da Figueira morava em uma casa de campo e ficava a 3 léguas da cidade. A légua era a medida de extensão e cada uma variava entre 6.000 e 6.600 metros. Para ir, pegava-se o Caminho Novo, de um lado tinham salgueiros e de outro lado tinham casas com cercados de sebes (tapume de ramos, arbustos ou varas entrelaçadas) de uma mimosácea (arbusto) espinhosa. Homens letrados fundaram uma sociedade de boas intenções destinada ao culto das letras e benemerência (que merece o bem, honras). A Sociedade do Partenon Literário. Publicaram revistas, sustentou uma escola noturna gratuita para instrução popular, teve biblioteca, museu e encenou peças teatrais. Fizeram propagandas abolicionistas e alforriaram escravos. Ainda em 1873, um empresário loteou terrenos até a Estrada do Mato Grosso. Os intelectuais da sociedade receberam 2 terrenos: o da Igreja Santo Antônio e um outro que projetaram fazer uma cópia do Partenon de Atenas. O templo não foi construído, mas o nome do bairro ficou.

Em 1874, surge a primeira estrada de ferro ligando Porto alegre a São Leopoldo. Da agricultura surgem as vendas, os artesãos, a tecelagem, a alfaiataria, a mercearia, a carpintaria, a curtição de couro, a selaria e a cerâmica.

Em 1880, novas ruas inauguraram o bairro Cidade Baixa. Surgiram as charqueadas, uma no Morro do Cristal e a outra na Ponte do Dionísio que pertencia a José da Silva Guimarães Tristeza. Em torno surgiram aglomerações de casinhas, arraiais e depois os bairros. Ocorre a mudança da capital de Viamão para Porto Alegre que a tornou uma cidade portuária.

Anos mais tarde, os brasileiros estavam descontentes com o governo de Dom Pedro II. Surgiu o Partido Conservador que apoiava Dom Pedro II e queria manter a escravidão. Surgiu também o Partido Liberal Republicano oposto ao Imperador e contra a escravidão. Os opositores a escravidão eram fazendeiros de café. Cresceu a ideia de que o Brasil deveria mudar. Iniciou a propaganda republicana em Porto Alegre. Um grupo acusou a Monarquia de ser incapaz de evoluir. Em 1882, Porto Alegre era o maior centro econômico, político e cultural do país ocupando um lugar de destaque na política nacional.

Em 1887, Dom Pedro II, fez uma longa viajem para a Europa (França) e deixou a Princesa Isabel, sua filha mais velha como regente.

Em 13/05/1888, foi assinada a Lei Áurea pela Princesa Isabel que tornava todos os escravos livres no Brasil. As pessoas foram para as ruas festejar. O problema é que a população negra ficou sem emprego e na miséria.

Dom Pedro ficou sem apoio do exército e foi criticado pela igreja, pelos fazendeiros ricos, pela população urbana e pela elite intelectual. Assim não tinha força política para se manter no poder. Os militares reuniram-se no Clube Militar e decidiram que era hora de proclamar uma república. O Marechal Deodoro da Fonseca demitiu os representantes do governo imperial. Os simpatizantes republicanos organizaram um ato no Rio de Janeiro proclamando o fim do império e o início da república em 15/11/1889.

Em 1913, iniciaram as obras para tratamento da água e esgotos.

A cidade teve a água encanada, mas ela vinha suja e era necessário ferver para beber. Quando chovia, a água ficava turva e era impossível beber. Em 1926, o intendente (prefeito) Otávio Rocha, contratou uma empresa norte-americana para modernizar o sistema de água da cidade. Em 1927, as pessoas passaram a receber água tratada em suas casas.


Em 1934, no 29 de junho, o LZ 137 graf. Zeppelin, sobrevoou Porto Alegre durante 15 minutos em uma altura de 300 metros.

Hoje, muitas crianças vão a escola e o governo tem a obrigação de garantir , mas antigamente muitos não sabiam ler e nem escrever. Muitos trabalhavam o dia todo e sem receber salário. No Brasil, a escola se tornou obrigatória, pública e gratuita em 1934 com a Constituição.

Durante o governo de José Loureiro da Silva (1937-1943), foi instituída a 1ª semana de Porto Alegre, desde então se comemora o aniversário da cidade.

De 1945-1996, ocorre a implantação do sistema rodoviário, uma grande imigração, o crescimento da população e o aparecimento de favelas. Aumento da população de baixa renda, aumento do comércio e a diminuição das indústrias.

Em 1954, Antônio Alberto dos Santos Garcia foi o primeiro proprietário do prédio onde é o Museu Histórico Farroupilha em Piratini. Durante o período farroupilha, foi sede do Ministério da Guerra da República Rio-Grandense. 

Boa pesquisa.

nossa fonte: KRAMER, Elva Verlang, História de Porto Alegre. São Paulo: FTD, 2001.

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