Santuário da deusa Ártemis é encontrado na Grécia após 100 anos de buscas

Quando mencionamos a cultura da Grécia Antiga em uma perspectiva histórica, cem anos é um período curto por tudo o que ela significa para a humanidade. Entretanto, um século é tempo demais para um trabalho de buscas. Pois foi exatamente este tempo que arqueólogos suíços e gregos levaram para encontrar o templo de Ártemis, a deusa da caça, na ilha grega de Eubeia.

O achado encerra os esforços que começaram no início do século XX, em um lugar que era utilizado como ponto de chegada da procissão que celebrava a deusa da caça e partia da cidade de Erétria.

A busca por vestígios do templo foi baseada na descrição do filósofo Estrabão, que no século 1 a.C. afirmou a existência do santuário a uma distância de “sete estádios” – cada estádio era equivalente a 185 metros – da cidade de Erétria, cerca de 1,5 quilômetro.

Durante a década de 1970, novas descobertas refizeram o “caminho do santuário da Deusa Ártemis”. Na verdade, ao invés de sete estádios, a distância era de sessenta estádios ou, aproximadamente, 11 quilômetros.

As primeiras pistas de que o tempo de Ártemis estaria por perto surgiram nos anos 90. “Na década de 1990, iniciamos uma escavação em um lugar próximo ao templo, após a detenção de um grupo que lá fazia escavações arqueológicas ilegais. Encontramos centenas de estatuetas usadas em rituais dedicadas a Ártemis. Foi quando me convenci de que o templo estava nos arredores”, relatou Amalia Karapasjalidu, arqueóloga grega que liderou o trabalho de escavações.

Em 2007, novas descobertas foram feitas em escavações lideradas por Karl Reber, professor da Universidade de Lausanne, na Suíça, e diretor da Escola Suíça de Arqueologia na Grécia. Sua equipe encontrou um pórtico do século IV a.C., uma fonte subterrânea, bases de monumentos e diversos edifícios construídos entre os séculos VI e II a.C.

Em 2017, após dez anos de buscas na região, os arqueólogos encontraram provas definitivas da existência do santuário de Ártemis no local. Em algumas peças, os eles identificaram inscrições com o nome da deusa, de seu irmão gêmeo, Apolo, e de sua mãe, Leto. “A descoberta das inscrições foi muito importante porque confirma que o templo é mesmo o de Amarysia Ártemis”, disse Karapasjalidu.

Este não é o único local de devoção para a Deusa Ártemis. Um dos espaços, localizado em Éfeso, na Turquia, foi o maior templo do mundo antigo e entrou para a lista das sete maravilhas do mundo.

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