Um pouco de História do Brasil.
- vinda da família real
- independência do Brasil
- 1º reinado
- abdicação de D. Pedro I
- Regências
- revoltas do período regencial
- 2º reinado
- expansão do café
- política interna e externa do 2º reinado,
- Questão com a Inglaterra
- questão do Prata
- guerra do Paraguai
- questão abolicionista
- fim do 2º império
A vinda da família real.
Em 1806 o imperador Napoleão Bonaparte,
da França, decretou o Bloqueio Continental, proibindo o comércio com a
Inglaterra. Bonaparte pretendia deixar a Inglaterra inimiga
da França. Portugal, decidiu não
aceitá-la. Os portugueses eram aliados dos ingleses. Não
queriam aderir ao Bloqueio, mas, se não o fizessem, o país
seria invadido por tropas francesas. Caso Portugal
aceitasse o Bloqueio, os ingleses que atacariam seu
território. Passaram a pressionar os portugueses exigindo
deles uma tomada de posição. Cansado de esperar, Napoleão ordenou a invasão de Portugal. Em 1807, o príncipe
regente decidiu embarcar para a colônia portuguesa na América com a família
real e toda a sua corte. 46 embarcações levando de
15 mil pessoas.
A maioria nobres, funcionários do governo, militares, empregados domésticos e membros da Igreja católica. Trataram
de levar tudo: roupas, móveis, jóias prataria, alimentos, livros, animais
domésticos e obras de arte. A travessia marítima durou mais de dois meses.
Antes os historiadores acreditavam que uma forte tempestade tinha obrigado a dividir a frota em duas. A
Rainha Louca foi com a princesa Carlota Joaquina para o Rio de Janeiro e a
embarcação do Príncipe Regente Dom João VI foi para Salvador. A verdade é que o
Príncipe queria ir a Salvador para conquistar as pessoas que estavam com
pensamentos de independência por causa da Conjuração Baiana e com a presença do
rei, ele poderia fazer a sua propaganda política. Chegando lá, não tinha
ninguém para recebê-lo, além do conde da ponte, um guarda do porto. Reclamou ao
conde que não tinha cortejo e este disse ao rei que se assim desejasse iria
buscar as pessoas para recebê-lo. Esperou por uma hora ou mais e foi recebido
com toda pompa pelo povo baiano.
A abertura dos portos.
Em 1808, logo que chegou a Salvador,
Dom João decretou a abertura dos portos coloniais "às nações amigas". Somente barcos portugueses e
ingleses podiam frequentar. A nova lei representou o fim do monopólio português
sobre o comércio com a colônia, seus habitantes podiam comprar mercadorias de outros
países, como a Inglaterra. O rei quis abrir os portos para melhorar o progresso
e regular o comércio com outros países que são amigos da coroa portuguesa.
A colônia se transforma.
A presença de milhares de pessoas novas na colônia provocou várias mudanças
no dia-a-dia da população. A cidade teve muita dificuldade para receber tantos
estrangeiros. As melhores casas foram confiscadas para servir de moradia ao rei e à nobreza. As ruas foram
pavimentadas, chafarizes instalados em praças e novos edifícios construídos.
Em 1808 foi fundado o Banco do Brasil. Em Salvador foi inaugurada a Escola de
Medicina. D. João autorizou a instalação de uma fundição, de tecelagens, de moinhos de trigo
e de fábricas de vidro e de pólvora. Facilitou a vinda de artesãos, profissionais liberais, médicos, farmacêuticos, cientistas e artistas como: o pintor Debret, o botânico Saint-Hilaire entre outros. Foi autorizado o
funcionamento de tipógrafos e a publicação de jornais.
O primeiro jornal publicado foi a Gazeta do Rio de Janeiro, em 1808,
para divulgar os atos do governo e notícias das famílias reais europeias. O correio brasiliense, editado em Londres por Hipólito José da
Costa que fazia críticas ao governo do príncipe.
O retorno do rei.
Enquanto o príncipe João cuidava da administração da colônia portuguesa na América, Portugal atravessava um
período de guerras. O exército português, com a ajuda dos soldados
britânicos, combatia as tropas francesas
que haviam invadido o país no final de 1807. O confronto só terminou em
1814, quando os franceses foram expulsos de Portugal. A partir de então, o
país passou a ser governado por um representante da Inglaterra, o general
William Carr Beresford. Em 1815, o Congresso de Viena, realizado pelas
potências em guerra contra Napoleão Bonaparte, decidiu que as dinastias
derrubadas pela Revolução Francesa e pelo ex-imperador da França deveriam ser restauradas no trono e
renegociar os limites do território de seus países. Além disso, o Congresso de
Viena resolveu que só poderiam participar de suas negociações governos
instalados em seu próprio território. Sob o impacto dessas exigências, a
população portuguesa passou a exigir o retorno imediato de dom João a Portugal, mas
o príncipe regente vacilava em voltar. Uma das razões para isso era o temor de que, a exemplo do que vinha
ocorrendo nas colônias espanholas na América, eclodissem no Brasil rebeliões
visando à independência. Para resolver o problema, em dezembro de 1815 o
príncipe João assinou um decreto criando o Reino Unido de Portugal, Brasil
e Algarves. Com isso, o Brasil deixava de ser uma colônia e era equiparado a Portugal.
Assim, seu governo podia tomar parte no Congresso de Viena e ele não estaria obrigado a voltar
imediatamente para Portugal. A medida agradou aos ingleses, que entendiam a
instalação definitiva do governo português no Brasil como uma forma de
manter seus portos abertos.
A Revolução do Porto.
A elevação do Brasil a Reino Unido provocou descontentamento aos
portugueses. Além disso, os portugueses estavam cansados do governo general
Beresford, que na prática colocava Portugal sob o controle Inglaterra. Distantes do
centro das decisões políticas do reino, e os comerciantes que
permaneceram em território português reivindicavam maior poder e o retorno do
Brasil à condição de colônia. O descontentamento cresceu e se transformou em
revolta em 1820. Conhecida como Revolução do Porto, a rebelião culminou deposição de Beresford.
Com isso, o poder passou para as mãos de junta provisória que, em janeiro de
1821, convocou as Cortes, que não se reuniam desde 1689. Interessados em
transformar o Brasil novamente em colônia, deputados portugueses diminuíram a
autonomia do Reino Unido do Brasil. As Cortes exigiram o retorno imediato de
dom João a Portugal. Para evitar o risco de
perder o trono, dom João VI retornou a Portugal
juntamente com sua família e mais quatro mil nobres em abril de 1821. No
Brasil, ficou seu filho Pedro, que assumiu o poder como príncipe regente Dom
Pedro I.
A Princesa do Brasil.
A princesa espanhola Carlota Joaquina tinha 10 anos de idade em 1785,
quando foi prometida como esposa ao príncipe português dom João. Desde o primeiro
momento, Carlota odiou o marido e foi odiada por ele. Esse ódio se traduziu
em brigas constantes e em traições da princesa, mais tarde
rainha do Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves. Carlota Joaquina foi obrigada a abandonar Portugal e se transferir para o Brasil em meio à invasão francesa.
Política Interna de
D.João - 1808
Abertura dos portos brasileiros às nações amigas;
Fim do pacto colonial;
Influência do liberalismo econômico.
Revogação do alvará de 1785 que não permitia produção de manufaturas no
Brasil.
1810
Tratado de comércio com a Inglaterra:
15% de impostos alfandegários para produtos ingleses;
16% para produtos portugueses;
24% para produtos de outros países
A Revolução do Porto -
1820
Com a abertura dos portos brasileiros às nações amigas, a burguesia
comercial lusa vai aos poucos perdendo suas vantagens e privilégios (perda do
monopólio comercial), levando quase a ruína total a economia portuguesa. Ao
mesmo tempo, as ideias liberais tomam força em Portugal, provocando uma
revolução de cunho liberal, constitucional e recolonizador.
Exigências da Revolução:
- Recuperação dos antigos privilégios coloniais;
- Volta da Família Real para Lisboa;
- Criação de um monarquia constitucional;
- Visavam recolonizador o Brasil;
- Com a Revolução, Portugal passou a ser dirigido pelas cortes de Lisboa;
- Em 1821, D. João VI retorna a Lisboa,
deixando seu filho D. Pedro, como Príncipe Regente no Brasil.
O Processo de
Independência
A partir da tomada do poder político português pelas cortes de Lisboa, o
Brasil vai sofrer várias perdas, tanto no campo econômico como político. As
cortes desligaram os governos provinciais do governo do Rio (D. Pedro);
suprimiram os tribunais instituídos no Brasil por D. João VI e ordenaram a D. Pedro que entregasse
o governo a uma Junta, submissa a Lisboa e regressasse
a Portugal.
O
DIA DO FICO
09/01/1822 – Neste dia tão importante, Dom Pedro I, foi a casa de José
Bonifácio. Comeram muita comida forte e apimentada como de costume e enquanto conversavam sobre a situação do
Brasil, tomavam muita cachaça. Saíram para caminhar e Dom Pedro teve uma baita
dor de barriga. Com fortes cólicas parava de vez enquanto para se aliviar. Num
arbusto as margens do Rio Ipiranga, levantou-se com a chegada do carteiro que o
encontrou ali e ja entregou suas cartas. Depois de abotoar o segundo botão da
calça do uniforme, subiu no seu burro e falou: que se fosse para o bem da
nação, diga ao povo que fico. Por isso o Dia do Fico (D.Pedro recebe o apoio
das elites brasileiras). Em Junho/1822 - D.Pedro convocou uma Assembleia
Constituinte (grupo conservador liderado por José B. de Andrada e Silva e o
Grupo Liberal (liderado por Gonçalves Ledo).
Estes dois grupos políticos, formavam o "Partido Brasileiro", que
veio a lutar contra o colonialismo português. Com a insistência das cortes de
Lisboa na volta de D.Pedro, e com o apoio das elites brasileiras para a emancipação
política, o príncipe regente viu como única saída, a Proclamação da Independência em 07/09/1822. A independência do Brasil,
foi um movimento articulado entre a classe dominante brasileira, a Maçonaria e
a família dos Bragança
(D.Pedro).
Brasil Imperial (1822 - 1889)
O Primeiro Reinado (1822 - 1831)
A independência do Brasil não modificou em quase
nada as condições sócio-econômicas do povo. A estrutura econômica de produção,
que tinha como base a monocultura agro-exportadora movida pelo trabalho
escravo, foi plenamente preservada. Com isso, mantem-se os privilégios dos
latifundiários, que, com a emancipação política, almejam subir ao poder. O
período do primeiro reinado, caracterizou-se por uma luta interna, entre grupos
políticos ligados aos interesses de Portugal (Partido Português) e grupos
políticos ligados aos interesses da elite nacional (Partido Brasileiro). No
âmbito internacional, o Brasil necessitava ser reconhecido como nação
independente de Portugal. O primeiro país a
reconhecer o Brasil foi os Estados Unidos, em 26/05/1824, obedecendo a três
princípios fundamentais, fixados pela "Doutrina
Monroe" (1823): A América não pode ser mais objeto de colonização
estrangeira;
Não é admissível a ingerência de nenhum país
europeu nos negócios internos de qualquer país americano;
Os E.U.A. não intervirão de modo algum em
negócios da Europa.
Esta doutrina procurava assegurar a ingerência
política e econômica norte-americana na América Latina. O que faltava ao novo
país, era o reconhecido oficial por parte da ex-metrópole (Portugal) como
também, era muito importante o reconhecimento da Inglaterra.
O Brasil teve que ceder em quatro pontos:
A associação de D. João VI ao
título imperial;
A declaração constante do tratado de que a
independência fora outorgada pela livre e espontânea vontade do soberano
português;
Feita pela governo imperial, de que o Brasil não
se ligaria a outras possessões portuguesas; Em 29/08/1825, era assinado o
Tratado de Paz e Amizade entre o Brasil e Portugal, bem como, em troca da
intermediação inglesa, o Brasil assinou com a Inglaterra um Tratado de
Renovação e Revisão dos Tratados de 1810 e uma convenção que
estipulava o ano de 1831 para a extinção do tráfico de escravos. No
âmbito econômico, o Brasil passava por sérios problemas, pois o ouro já havia
se esgotado, o açúcar ainda era o único produto na pauta das exportações e o
café estava surgindo como um novo ciclo.
Constituição Política do Império do Brasil (1824)
Características:
- Constituição outorgada (imposta)
- Governo: monarquia hereditária,
constitucional e representativa.
- Brasil: Estado Unitário (dividido em
províncias).
XI Confederação do Equador (1824)
Movimento revolucionário, separatista, em defesa do republicanismo liberal.
Motivos:
- Nomeação de um Presidente da Província de Pernambuco, feita por D. Pedro
l.
- Imposição da Constituição do ano de 1824, que os pernambucanos não aceitavam.
- Imposição da Constituição do ano de 1824, que os pernambucanos não aceitavam.
Local: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Líderes: Manuel Carvalho Pais de
Andrade, Frei Caneca e Cipriano Barata.
A 2 de julho de 1824, Pais de Andrade proclamava a Confederação do
Equador. Publicou-se um manifesto convidando outras províncias do Norte e
Nordeste à aderirem ao movimento. Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba
juntaram-se à causa. A Confederação do Equador adotou o regime republicano e
provisoriamente utilizou a Constituição da Colômbia. O nome dado ao movimento
veio do fato de a região rebelde estar próxima à linha do equador. Em represália, D. Pedro
l contratou uma esquadra naval, para acabar com o movimento. Em 27/09/1824, os
revoltosos foram dominados, sendo muitos deles condenados à morte.
A Questão da Cisplatina (1825
- 1828)
A Província da Cisplatina (atual Uruguai) foi anexada ao Brasil em 1821 por
D. João VI. A população Cisplatina, não se
identificando com o Brasil, inicia uma luta pela independência política, com o
apoio da Argentina (que queria anexar a Cisplastina). Estas lutas duraram 3
anos, provocando um desgaste muito grande de D. Pedro l e de seu governo. Em 1828, com a
intervenção da Inglaterra, é assinada a paz, onde o Brasil perde a Cisplatina,
e esta se transforma em nação independente: República Oriental e Uruguai.
A Questão Sucessória (1826) e
a Abdicação de Dom Pedro l
Em 1826 morria D.João VI. O herdeiro natural do
trono era D. Pedro, que em Portugal seria Pedro IV. Este hesitava entre assumir o trono português e permanecer
no Brasil. A dúvida de imperador alarmou os brasileiros, pois, caso ele
assumisse o trono português, abria-se novamente a possibilidade de
recolonização. D. Pedro terminou por abdicar da Coroa portuguesa em favor de
sua filha Maria da Glória, de sete anos. Seu irmão, D. Miguel, que reivindicava o trono
para si, deu um golpe que resultou em uma guerra civil. D. Pedro passou a
utilizar verbas brasileiras para manter sua filha no trono. O Brasil, já em má
situação econômica, era obrigado a enviar fundos para uma luta na antiga
Metrópole. Os 65 jornais de oposição existentes criticavam veementemente a atitude do
imperador. Em novembro de 1830, é assassinado o jornalista Libero Badaró,
importante líder da imprensa oposicionista. Inicia uma onda de indignação
nacional contra o governo de D. Pedro l. A fim de aliviar as tensões, o
imperador resolve ir pessoalmente aos lugares agitados politicamente, como é o
caso de Minas Gerais, onde D. Pedro l é recebido com indiferença e o povo
encontra-se de luto pela morte do jornalista paulista. Irritado, o Imperador
volta para o Rio de Janeiro, onde seus colaboradores (na maioria portugueses)
organizaram uma festa para levantar a moral de D. Pedro l. Os
brasileiros a fim de impedir a festa e indignados com os acontecimentos,
entraram em luta contra os portugueses, onde estes jogavam
garrafas de suas lojas e casas sobre os brasileiros, (dia 13/03/1831 - Noite
das Garrafadas). Visando evitar maiores distúrbios entre portugueses e brasileiros, D. Pedro
nomeou um gabinete brasileiro, a fim de apaziguar a luta. Como os distúrbios
continuavam e o ministério nada fazia, o Imperador demite este gabinete,
subistituindo por um gabinete composto somente por portugueses:
"Ministério dos Marqueses". A pressão foi tão grande, que D. Pedro
abdicou ao trono do Brasil, em 07 de abril de 1831.
O Período das
Regências (1831 • 1840)
Regência
Trina Provisória (1831)
Eleita provisoriamente logo após a abdicação, até o início dos trabalhos do
Parlamento. José Joaquim Carneiro Campos. Nicolau P. de Campos Vergueiro.
Francisco de Lima e Silva. Os liberais exaltados são excluídos na
formação desta Regência. Em 17 de junho de 1831, é eleita a Regência Trina
Permanente.
Regência Trina Permanente
(1831 - 1835)
José da Costa Carvalho João Bráulio Muniz Francisco de Lima e Silva
Mais uma vez os liberais exaltados são excluídos, provocando forte oposição
parlamentar. Ministro da Justiça: Pé.
Diogo António Feijó
Guarda Nacional
(18/08/1831)
A fim de combater os exaltados, Feijó forma milícias civis e militares, que
mais tarde, se transformarão na Guarda Nacional, caracterizada pela descentralização
(cada província possuía a sua) e pelo surgimento do coronelismo no Brasil.
O Ato Adicional de 1834
Com a forte pressão política dos liberais exaltados, a Assembleia reúne-se
para modificar a Constituição de 1824, através de um Ato Adicional, que estabelecia: Extinção do conselho de
Estado. Transformação dos conselhos provinciais em assembleias legislativas
provinciais. Criação do município neutro (Rio de Janeiro). Modificou a idade
mínima para o Imperador tomar posse: de 21 para 18 anos. Transformou a Regência
Trina em Una, sendo o regente eleito pelo povo, por um período de 4 anos.
Regência Una de Diogo Feijó
(1835 • 1837)
Com uma vitória apertada sobre Holanda Cavalcanti, Feijó não terá maioria
no Parlamento e, conseqüentemente, não conseguirá governar. Durante seu
governo, irrompe várias revoltas regenciais (como a Cabanagem, a Sabinada, a
Balaiada e a Farroupilha), não conseguindo apaziguar tais movimentos. Dentro
do grupo dos moderados, surgirá 2 correntes divergentes, que são:
Ala Regressiva: Clamavam por maior centralização, eram contra o ato
adicional de 34. Principal líder: Bernardo (Futuro Partido Conservador).
Regência Una de Araújo Lima (1837 - 1840)
Com grande apoio do
Parlamento, Araújo Lima vai concretizar suas diretrizes conservadores e
contrárias ao Ato Adicional de 34.
Lei de Interpretação do
Ato Adicional (1840). Procurava centralizar o poder novamente, retirando das
assembleias legislativas províncias atribuições quanto a prática política. A Independência do
Brasil foi fortemente influenciada por fatores externos e internos. Entre
outras influências, podem ser citadas:
a) O Antigo Regime, as
ideias emanadas do período da Restauração na Europa e a Guerra dos Cem Anos
entre Portugal e Espanha.
b) As ideias
iluministas, o Liberalismo, a Revolução Industrial,
a tentativa das Cortes Portuguesas de recolonizar o Brasil.
c) As correntes
marxistas que se expressaram de forma concreta na Revolução Russa de 1917 e
influenciaram principalmente os grupos sociais ligados ao Partido Comunista
Brasileiro.
d) A crise desencadeada
dentro do exército brasileiro a partir da guerra com o Paraguai.
e) Uma simples concessão
idealista da Coroa Portuguesa.
Revoltas, Rebeliões ou Movimentos Nativistas
Marcaram o período regencial, tinham causas
em comum:
- péssimas condições de vida da população mais pobre;
- a falta de autonomia das províncias, devido à
centralização do governo imperial;
- o excesso de impostos, cobrados pelo governo
central;
- a luta pelo poder entre partidos e grupos políticos.
Cabanagem
(1835 — 1840)
Seus principais fatos foram: domínio sobre
Belém durante um ano e lutas no interior, morte de 40% da população da
província. A rebelião que explodiu no Pará teve como líderes: Malcher, Vinagre
e Angelim. Causas: revolta dos liberais contra o presidente nomeado pelo
governo regencial, situação de miséria dos cabanos.
Foi a revolta na qual negros, índios e
mestiços contra a elite política e tomaram o poder no Pará. Participação: padre
João Batista Gonçalves Campos, irmãos Vinagre, fazendeiro Félix Clemente
Malcher e do jornalista Vicente Ferreira Lavor Papagaio. Origem do nome: tipo de habitação da população
ribeirinha. Liderados por
Antônio Vinagre, os rebeldes (tapuios, cabanos, negros e índios) tomaram o
quartel e o palácio do governo de Belém, nomeando Félix Antonio Clemente
Malcher presidente do Grão-Pará. Os cabanos, atacaram e conquistaram a cidade
de Belém, assassinando o presidente e pegaram as
armas. Os cabanos foram derrotados e se retiraram para o interior.
Reorganizando suas forças, os cabanos atacaram Belém e retomaram a capital.
Nova guerra contra os cabanos, a cidade foi bombardeada por navios de guerra.
Os cabanos lutaram até 1840 (internados na selva), até serem literalmente
exterminados: indígenas foram chacinados e outros desapareceram. Uma população
estimada de 100 mil habitantes morreu.
Sabinada
(1837 — 1838)
A rebelião que explodiu em Salvador da
Bahia teve esse nome pois seu líder foi o médico Francisco Sabino. As causas foram a decadência econômica e
insatisfação com as autoridades. Proclamou a República Bahiense, que seria
provisória: terminaria quando D. Pedro II assumisse o trono. Tradição de lutas
por autonomia política na Bahia. Os ânimos na capital baiana se acirraram com a
renúncia do Regente Diogo Antônio Feijó (1834) e o projeto da lei de interpretação do Ato Adicional. O movimento aproveitou a reação popular contra o
recrutamento militar imposto pelo Governo Imperial. Sabino e os que o apoiavam
proclamaram a "República
Bahiana", rompia com o Governo Imperial e destituía o Governo
Provincial. O Governo despachou 300 soldados armados, em vez de atacar os
revoltosos, a tropa aderiu ao movimento. O edifício da Câmara Municipal foi ocupada pelos revoltosos. Após dominar alguns quartéis em Salvador. Sem apoio popular, esse fato facilitou a repressão
por parte do governo imperial, que cercou a capital em uma operação terrestre e
marítima. Os rebeldes que sobreviveram foram capturados e julgados. Três dos
líderes foram executados e os outros três deportados.
Balaiada
(1838 — 1841)
O movimento recebe esse nome porque o líder
era um artesão de apelido Balaio. A revolta aconteceu no interior da então
Província do Maranhão. A crise na exportação de algodão teve papel importante
na revolta, apoiada pela população mais pobre, inclusive escravos. A repressão
custou muitas vidas. Aos poucos, o movimento transformou-se em confronto racial
e em protesto contra a miséria. Foi uma revolta de caráter popular. Foi feita
por pobres, escravos, fugitivos e prisioneiros. O motivo era a disputa pelo
controle do poder local. A definitiva pacificação só foi conseguida com a
anistia concedida pelo imperador aos revoltosos sobreviventes. O Maranhão,
exportava algodão, passava por uma grave crise econômica,
devido à concorrência. O início foi a detenção do irmão do vaqueiro Raimundo Gomes. Contestando a detenção, com o apoio da Guarda Nacional, invadiu o edifício da cadeia pública e libertou-o. Os líderes balaios ou foram mortos ou
capturados, alguns foram julgados e executados por enforcamento. Pela sua
atuação na Província do Maranhão, Lima e Silva recebeu o título de Barão de Caxias.
Guerra
dos Farrapos (1835 — 1845)
Esta rebelião aconteceu no do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Fatos principais: República de Piratini;
República Juliana, anistia. Algumas de suas causas foram: altos impostos na
comercialização de charque, entre outros, a exigência de mudanças
políticas e econômicas. Ao contrário das outras rebeliões não houve represália
aos participantes, que inclusive foram integrados ao exército brasileiro. A
Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha ficou conhecida a guerra
regional de caráter republicano contra o governo imperial do Brasil, que
resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense. A revolução, não tinha caráter separatista, influenciou
movimentos que ocorreram em outras províncias brasileiras: influência para a
Revolução Liberal que viria a ocorrer em São Paulo em 1842 e para a Sabinada na Bahia em 1837. Inspirou-se no fim da guerra de
independência do Uruguai,
mantendo conexões com a nova república do Rio da Prata, além de províncias independentes
argentinas, como Corrientes e Santa Fé.
Chegou a expandir-se à costa brasileira, em Laguna, com a proclamação da República Juliana e ao planalto catarinense de Lages. Teve como líderes: Bento Gonçalves, General Neto, Onofre
Pires, Lucas de Oliveira, Vicente da Fontoura, Pedro Boticário, Davi Canabarro, Vicente Ferrer de Almeida, José Mariano de Mattos, além de italianos como Tito Lívio Zambeccari, Luigi Rossetti e Giuseppe Garibaldi. A questão da abolição da escravatura também esteve envolvida. A tributação da
concorrência externa era uma exigência dos estancieiros e charqueadores. Os estancieiros não viam com bons olhos a Sociedade Militar e pediam que o
governo provincial a colocasse na ilegalidade. Farrapos ou farroupilhas foram chamados todos os que se revoltaram
contra o governo imperial, e que culminou com a Proclamação da República Rio-Grandense. O termo, foi adotado pelos próprios
revolucionários, seus oponentes imperiais eram por eles chamados de caramurus. Reivindicavam a retirada de todos os
portugueses que se mantinham nos mais altos cargos do Império e do Exército. Os
caramurus almejavam a volta de D. Pedro I ao governo do Brasil. Havia,
estancieiros, estancieiros-militares, farroupilhas-libertários,
militares-libertários, estancieiros-farroupilhas, abolicionistas e escravos que
buscavam a liberdade. Nem todos eram republicanos e separatistas, mas os
acontecimentos e os novos rumos do movimento conduziram a esse desfecho. A maçonaria sulista teve importante papel nos rumos
tomados. No ano de 1835 os ânimos políticos estavam exaltados. O
descontentamento de estancieiros, liberais, industriais do charque, e militares
locais promoviam reuniões em casas de particulares, destacando-se a figura de Bento Gonçalves. Decidiu-se que no dia 20 de setembro de 1835, tomariam militarmente Porto
Alegre e
destituiriam o presidente provincial Fernandes Braga. Em várias cidades do interior as milícias
estavam alertas para deflagrarem a revolta. O piquete republicano atacou os
imperiais, que fugiram, homens se apresentaram para defender a cidade. Ao
amanhecer o dia 21 de setembro de 1835, chegam às portas da cidade Bento
Gonçalves e os demais comandantes, seguidos por suas tropas. Porto Alegre
abandonada, sem resistência, entregou-se aos revolucionários. Expedem uma carta
ao Regente Imperial Padre Diogo Antônio Feijó explicando os motivos da revolta e solicitando a nomeação de um novo
Presidente. De Rio
Grande, Fernandes Braga vai para o Rio de Janeiro, passa a sua versão da história, bastante diferente da carta enviada por Bento Gonçalves, o que faz o Império decidir-se por combater e esmagar a revolta. O
indicado José de Araújo Ribeiro, veio acompanhado de um aparato de guerra, com armamento
e muitos soldados imperiais. Os Farroupilhas gaúchos temiam o mal-entendido, a perseguição,
a prisão e a morte, utilizada pelo Império em outras revoltas. Como Presidente
Imperial da Província, Araújo Ribeiro tratou de recompor seu exército, reunir
os oficiais gaúchos contrários aos farroupilhas. Inicia a resistência em Rio
Grande e a perseguição aos revoltosos. Com a ajuda de um guarda corrupto, são
soltos os prisioneiros, e sob o comando de Marques de Sousa, os Imperiais
retomam a cidade de Porto Alegre das mãos dos farroupilhas. Dias depois, Bento Gonçalves tentar
retomar a capital, é rechaçado. Inicialmente sua base era de liberais,
militares, industriais do charque e, estancieiros, vaqueiros, e por escravos, também
participaram os cavaleiros do Uruguai, chamados "gaúchos" aptos a travar uma guerrilha. Não há outro desejo a não
ser o desejo de liberdade, de abolição da escravatura e de democracia sob o sistema republicano. O Coronel Neto, passa a escrever a Proclamação da República Rio-Grandense que seria lida e efetivada por ele,
perante a tropa perfilada, em 11 de setembro de 1836. Após a cerimônia de Proclamação, irrompem
todos em gritos de euforia, liberdade, e vivas à República, com tiros para o
alto e cantorias. Logo chega à galope o tenente Teixeira Nunes, empunhando pela
primeira vez a bandeira tricolor, mandada fazer às pressas em Bagé. Passa então
a desfilar por entre seus companheiros com a bandeira verde, vermelha e amarela
da República Rio-Grandense, comemorando sua independência. Foi adotada uma
constituição republicana conclamando as demais províncias brasileiras a
unirem-se como entes federados no sistema republicano, um hino nacional e
bandeira própria do novo estado, até hoje cultivados pelo Estado do Rio Grande
do Sul. A falência imediata da Revolta Farroupilha, e o início da Guerra dos Farrapos,
propriamente dita. A mudança de posicionamento dos Farrapos foi imediata.
- Já não desejavam mais substituir o Presidente da
Província de São Pedro do Rio Grande por outro, pois agora haveriam de ter um Presidente da República independente.
- Os combatentes não era mais revoltosos farroupilhas, mas soldados do Exército Republicano
Rio-Grandense.
- O que defendiam não era mais a bandeira imperial
verde-amarela, mas a quadrada bandeira republicana verde, vermelha e
amarela em diagonal (sem o brasão no meio).
- Não lutavam mais por reconhecimento e atenção, mas
pela defesa da independência e soberania de seu país.
- Já não era mais a luta de revoltosos em busca de
justiça, mas uma guerra de exército defensor (republicano) contra exército
agressor (imperial);
Batalha
do Fanfa.
No dia 12 de setembro, um dia após à Proclamação da República Rio-Grandense, por Antônio de Sousa Neto, a seguir à vitória na Batalha do Seival, houve a solenidade de lavratura e
assinatura da Ata de Declaração de Independência.
Bento Gonçalves precisava atravessar o rio
na Ilha de Fanfa, no município de Triunfo por causa da época de cheias. Bento Manuel, desloca suas tropas a partir de Triunfo, de modo a impedir a passagem de
Bento Gonçalves. José de Araújo Ribeiro, envia a Marinha, com 18 barcos de guerra, escunas e canhoneiras guardando o lado sul da Ilha, só percebida
pelos Farrapos depois de estarem na ilha. Fechando o cerco por terra. Apesar da
“ratoeira” em que estavam, os farrapos resistem bravamente, repelem os
fuzileiros que desembarcam na ilha. Bento Gonçalves aceita negociar. O acordo
foi feito e assinado na tenda de Bento Manuel. Os Farrapos entregariam as armas
e voltariam livres para suas casas. Segundo Bento Manuel a guerra estaria
terminada, com a vitória do Império. Imediatamente ordena a prisão dos
Farrapos, desprevenidos e desarmados, não aceitando o combinado entre os dois
Bentos. Bento Manuel colabora com a captura do maior número possível de Farrapos: Bento Gonçalves, Tito Lívio, Pedro Boticário, José de Almeida Corte Real, José Calvet, entre outros. A luta, porém, continuou
mais acirrada. Bento
chegou à prisão do Forte de São Marcelo, na Bahia, em 26 de Agosto de 1837, conseguindo fugir a 10 de Setembro do mesmo ano. Chegando de volta ao Rio Grande do Sul a 16 de Novembro de 1837, logo assume seu posto de Presidente da República. A 29 de Agosto de 1838 lança seu mais importante
manifesto aos rio-grandenses onde justifica as irreversíveis decisões tomadas
em favor da libertação do seu povo. Palavras que têm reflexo mais tarde, na
assinatura do Tratado de Poncho Verde. Mais oito anos duraria a Guerra. Em contrapartida os Farrapos eram senhores do pampa, recebiam maciças adesões de militares
descontentes com a nomeação de Brito, ganham o apoio dos habitantes de Lages de Santa Catarina, que seria um importante ponto onde os Farrapos comprariam armas e munições. Bento Manuel
estava de volta aos farrapos. Ocorre a Queda da Tranqueira invicta. Bento Manuel Ribeiro, surpreendem a cidade, na batalha do Barro Vermelho, derrotando os
imperiais, conquistando Rio Pardo, a ex-tranqueira invicta. Importante por
vários aspectos: Rio Pardo formava, com Rio Grande e Porto Alegre, a fronteira de domínio imperial, um ponto
de apoio para a conquista do interior, tinha fama de inexpugnável, e a vitória
farrapa foi incontestável. Importante também porque em Rio Pardo se encontrava,
a Banda Imperial, que viria a compor, o Hino Nacional da República Rio-Grandense. Com a letra do republicano Serafim Joaquim de Alencastre, o hino foi executado e cantado pela
primeira vez na cerimônia de comemoração do primeiro aniversário da Tomada de
Rio Pardo.
Hoje a música do hino é a mesma, mas foi
composta outra letra, por Francisco Pinto da Fontoura, para se adequar aos novos tempos. A
primeira composição do Hino destacava a mesma ideia dos discursos de Bento
Gonçalves, de não ceder à paz vergonhosa da deposição das armas:
“Nobre povo
rio-grandense, / Povo de heróis, povo bravo! / Conquistaste a independência /
Nunca mais serás escravo”.
A Tomada de Laguna.
Foi preciso uma manobra para conquistar um
ponto que pudesse ligar o Rio Grande dos farrapos com o mar. Este ponto era Laguna, em Santa Catarina. O primeiro passo era constituir a Marinha
Rio-Grandense. Giuseppe Garibaldi conhecera Bento Gonçalves da Silva ainda em sua prisão, no Rio de Janeiro, e obteria dele uma carta de corso para aprisionar embarcações imperiais. O
plano era criar um estaleiro, junto a uma fábrica de armas e munições
em Camaquã, na estância de Ana Gonçalves, irmã de Bento Gonçalves, trazer os barcos
pela Lagoa até o Rio Capivari, e por terra, até Tramandaí, para ir pelo mar. Os imperiais
descobriram os planos farrapos e atacaram o estaleiro de Camaquã. Atacam Laguna
por terra, com Canabarro, e por água. Garibaldi toma Laguna, com ajuda do povo
proclama a República Juliana, independente, ligada à República Rio-Grandense. O Império retoma Laguna a 15 de Novembro de 1839, expulsando os farrapos Garibaldi e
Canabarro. Garibaldi foge com Ana, que tornar-se-ia conhecida como Anita Garibaldi, que veio a ser sua companheira de todos os momentos, lutando lado-a-lado
com Garibaldi, nos pampas gaúchos, como na Itália, onde é considerada heroína.
Os campos de Lages.
Em 1838 os farroupilhas entraram em Lages, com o apoio de alguns fazendeiros. O
governo imperial decidiu retomar Lages e depois auxiliar contra o cerco de Porto
Alegre pelos farrapos. Os farrapos foram derrotados em Lajes. Os farroupilhas
retomaram Lajes novamente, mas as tropas foram reforçadas. O General Andréa, é nomeado novo Presidente Imperial da Província de São Pedro do Rio Grande
do Sul e
Comandante do Exército Imperial na Província.
- Caçapava, capital da República é invadida pelos imperiais. Instala-se a
capital em Alegrete.
- os Farrapos perdem São Gabriel.
- Bento Gonçalves, tenta a conquista de São José do Norte, numa batalha de quase nove horas, mas tem que desistir. O império
ameaça retomar o controle da Província.
Em 1842, foi finalmente promulgada a Constituição da República. O
fim rebeliões em outras províncias, como a Sabinada na Bahia e a Revolução Liberal de 1842 em São Paulo, trazem reforços às tropas farrapas.
Também liberam tropas contra os Farroupilhas. As coisas estavam ficando mais difíceis para
os Farrapos. O coronel Teixeira Nunes e seu corpo de Lanceiros Negros descansavam. Foi então que apareceu Moringue, de surpresa, quebrando o decreto de
suspensão de armas. Mesmo assim o corpo de Lanceiros Negros, cerca de 100 homens de mãos livres,
pelearam, resistiram e bravamente lutaram até a aniquilação.
Paz do Poncho Verde.
Por fim, a 1 de Março de 1845, assinou-se a paz: o Tratado de Poncho
Verde ou Paz do Poncho Verde. Entre suas principais condições estavam a anistia
plena aos revoltosos, a libertação dos escravos que combateram no Exército
piratinense e a escolha de um novo presidente provincial pelos farroupilhas. O
cumprimento parcial ou integral do tratado até hoje suscita discussões. A
impossibilidade de uma abolição da escravatura regionalmente restrita, a
persistência de animosidade entre lideranças locais e outros fatores
administrativos e operacionais podem ter ao menos dificultado, senão impedido o
cumprimento integral do mesmo.
Começa o reinado de Dom
Pedro II.
Ele queria ser professor. Não conseguiu realizar seu desejo, nem
seu povo foi feliz para sempre. Reinou de 1840 a 1889, período em que o Brasil
cresceu e se desenvolveu. Nasceu no Rio de Janeiro em 02/12/1825. Naquela
época, usavam-se nomes compridos e o pequeno príncipe foi batizado Pedro de
Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula
Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança (sendo este último o nome da
família real portuguesa). Assinava apenas Pedro de Alcântara, ou Pedro II,
depois de tornar-se imperador. Era o sétimo filho de Dom Pedro I e dona Maria
Leopoldina, o casal imperial que ocupava o trono do Brasil desde a Independência.
Os soberanos tiveram outros filhos. A primeira delas, Maria da Glória, logo
partiria com o pai para Portugal e se tornaria rainha daquele país. A mãe
morreu com 29 anos e Dom Pedro II tinha feito seu primeiro ano de vida. O
carinho materno ao príncipe órfão foi dado por sua ama, a Condessa de Belmonte.
Aos 5 anos já começou a receber a educação escolar, estudava francês, inglês e
português. Aprendeu latim, alemão, italiano, hebraico, árabe, sânscrito,
chinês, tupi e guarani. Em 1831 D. Pedro II, antes dos 6 anos, tornou-se o
Imperador do Brasil, mas o país era governado por regentes, até a sua
maioridade. Em 1833 surgem os primeiros ônibus puxados por mulas. Durante a
regência, a política era dominada pelos partidos Conservador e Liberal que representavam
os interesses dos diferentes grupos que formavam a elite brasileira. A crise se
agravava no governo regencial e a Assembléia propôs a maioridade do imperador.
Assumiu o trono com 14 anos. Tentava manter-se informado o tempo todo e quando
não entendia pedia explicações e opiniões das pessoas de sua confiança. D.
Pedro II precisava se casar, Teresa Maria Cristina não era propriamente bonita
e era 4 anos mais velha, eles também eram primos, e o papa concedeu porque
desde o início os descendentes de Adão e Eva precisavam casar entre si para
povoar a terra. Bento Lisboa o casamenteiro, mandou um retrato da princesa para
o imperador ver e ficou animado. Quando o navio da noiva chegou, D. Pedro II
foi ao porto recebê-la. Quando a viu, falou: Fui Enganado !!!! Dona Teresa
Cristina chorou, mas o protocolo foi cumprido e os dois casaram. Tiveram 2
filhos: Isabel e Leopoldina. D. Pedro II, teve amantes, mas a principal foi
Luísa Margarida, ama das princesas e que ficou com ele até a morte. Dom Pedro
II falava 23 idiomas e era fluente em 17. A primeira tradução do clássico árabe
“As Mil e Uma Noites”, foi feita por ele, do árabe arcaico para o português do
Brasil. Dom Pedro II doava 50% de sua dotação anual para as instituições de
caridade e para a Educação com ênfase nas ciências e nas artes. D. Pedro II
esteve em Porto Alegre e ajudou no acordo de paz da Guerra dos Farrapos. Depois
criou o cargo de Conselho de Ministros e o Brasil tornou-se uma Monarquia
Parlamentar. A estabilidade favoreceu o desenvolvimento econômico e cultural no
país. Na literatura, pintura e música, aparecem criadores como: o poeta
Gonçalves Dias, o romancista José de Alencar, o pintor Pedro Américo e o
maestro Carlos Gomes. O imperador apoiou escritores e artistas, muitas vezes
colocando dinheiro do próprio bolso. Fundou escolas e instituições de pesquisa.
Em 1840, 92% da população era analfabeta. Em seu último ano de reinado em 1889,
essa porcentagem era de 56% de analfabetos, devido ao seu grande incentivo a
educação, a construção de faculdades e de escolas que tinham como modelo o
excelente Colégio Dom Pedro II. A Imperatriz Teresa Cristina cozinhava as
próprias refeições diárias da família imperial apenas com a ajuda de uma
empregada com salário justo pago por Dom Pedro II. Em 1880, o Brasil era a 4º
economia do mundo e o 9º maior império da história. De 1860 a 1889, a média do
crescimento econômico foi de 8,81% ao ano. Em 1880, eram 14 impostos, hoje são
98. De 1850 a 1889, a média de inflação era de 1,08% ao ano. Em 1880, a moeda
brasileira tinha o mesmo valor do dólar e da libra esterlina. Em 1880, o Brasil
tinha a segunda maior e melhor marinha do mundo, perdendo apenas para a
Inglaterra. De 1860 a 1889, o Brasil foi o primeiro país da América Latina e o
segundo no mundo a ter ensino especial a deficientes auditivos e visuais. Em
1880, o Brasil foi o maior construtor de estradas de ferro no mundo com mais de
26 mil km. A imprensa era livre tanto para pregar o ideal republicano como para
falar mal do imperador. Diplomatas europeus e outros observadores, estranhavam
a liberdade dos jornais brasileiros, conta o Historiador José Murilo de
Carvalho. Mesmo diante de ataques, Dom Pedro II, se colocava contra a censura.
Imprensa se combate contra imprensa, dizia ele. O Maestro e Compositor Carlos
Gomes, de “O Guarani”, foi sustentado pelo imperador até atingir sucesso
mundial. Dom Pedro II mandou acabar com a Guarda Dragões da Independência, por
achar desperdício de dinheiro público. Com a República a guarda voltou a
existir, até hoje. Em 1887, o imperador recebeu os diplomas honorários de
Botânica e Astronomia pela Universidade de Cambridge. A mídia ridicularizava o
imperador por usar roupas simples e o descaso no cuidado e manutenção dos
palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis. Pedro não admitia retirar
dinheiro dos cofres públicos do governo para tais futilidades. Ele foi alvo de
charge, quase diária nos jornais, mantinha a total liberdade e nada de críticas
nem censura. Surgem as primeiras navegações regulares entre Brasil e a Europa,
as comunicações com o telégrafo, apoio na produção do café que se tornou a
principal fonte de renda do país. Atendia diariamente a população para saber
dos problemas. Quando ocorreu a epidemia ele ficou na cidade para visitar
hospitais. Na Questão Christie atuou
com soberania e deu a razão ao Brasil. Na Guerra
do Paraguai, para defender os brasileiros que viviam no Uruguai, o império
entrou em guerra pelo poder entre os partidos políticos. As tropas brasileiras
entregaram o poder uruguaio a um deles. O presidente Francisco Solano Lopez do
Paraguai protestou contra o Brasil. O Paraguai era uma potência militar e
queria territórios brasileiros e argentinos. Paraguaios invadiram terras no
Mato Grosso e no RS. Os brasileiros foram derrotados no início. Dom Pedro II partiu
para o RS e formou um grande exército. D. Pedro II tratou uma aliança com o
Uruguai e com a Argentina. Em Uruguaiana os paraguaios se renderem diante do
Imperador. Segundo sucesso da Tríplice Aliança: Brasil, Argentina e Uruguai. O
primeiro foi na Batalha Naval de
Riachuelo, quando o Brasil destruiu a armada paraguaia. A Inglaterra reatou
relações econômicas com o Brasil, porque precisavam comprar armas. Luis Alves
de Lima e Silva, marques de Caxias reuniu um exército e tomaram a capital
Assunção no Paraguai, o Imperador colaborou com a solução para as crises entre
políticos e militares e termina a guerra. D. Pedro II sempre foi sério em
relação ao dinheiro público. Nunca teve aumento de salário em 50 anos de
reinado. Grahan Bell mostrou o telefone para o Imperador e ele adorou. A escravidão é a relação social em que
o escravo é propriedade do dono que se beneficia do trabalho do escravo. A
coroa portuguesa autorizou o tráfico de escravos pro Brasil em 1559 porque não
conseguiram escravizar os índios. Os escravos eram comercializados nos
mercados, iam trabalhar na casa do senhor, ou nas colheitas, lavouras e minas.
Ficavam alojados em senzalas e eram submetidos a castigos corporais. Adam Smith
lançou as bases do capitalismo e provou que o trabalho escravo era improdutivo
em comparação ao trabalho assalariado. D. Pedro II considerava a escravidão uma
vergonha nacional. A família imperial não tinha escravos, todos os negros eram
alforriados e assalariados, em todos os imóveis da família. Em 1848, Dom Pedro
II tentou ao parlamento a abolição da escravatura. Travando uma luta contra
fazendeiros poderosos por 40 anos. A Princesa Isabel recebia frequentemente
seus amigos negros em seu palácio em Laranjeiras para Saraus e Festas, um
verdadeiro escândalo na época. Na casa de veraneio em Petrópolis a princesa
ajudava a esconder escravos fugidos e arrecadava numerários para alforriá-los.
Os pequenos filhos dela possuíam um jornalzinho que circulava e tinha teor
abolicionista. Dom Pedro II recebeu 14 mil votos na Filadélfia (USA) para a
eleição presidencial devido a sua popularidade na época, os eleitores podiam
votar em qualquer pessoa nas eleições. Uma senhora milionária do sul,
inconformada com a derrota na guerra civil americana, propôs a Dom Pedro II
anexar o sul dos Estados Unidos ao Brasil, ele respondeu com dois “Never”
(nunca). Dom Pedro II fez um empréstimo pessoal a um banco europeu para comprar
a fazenda que abrange hoje o Parque Nacional da Tijuca. Em uma época que
ninguém pensava em ecologia ou desmatamento. Dom Pedro mandou reflorestar toda
a grande fazenda de café com mata atlântica nativa.
(fonte: joiceferreira, www.bn.gov.br.)
D. Pedro II conseguiu impor a Lei do Ventre Livre em 1871, que os filhos de escravos nasciam
livres. Em 1879 jovens estudantes formaram o movimento abolicionista. Em 1884
militares aderiram aos abolicionistas. Em 1885 sai a Lei dos Sexagenários que libertava os escravos com mais de 65 anos.
Em 1886 muitos escravos começaram a fugir para os quilombos onde viviam em
liberdade. Em 1887 os cafeicultores começam a ceder com um acordo para o
governo pagar uma indenização e outros contratam seus escravos como
trabalhadores. Em 1888 D. Pedro II foi viajar para a Europa e a Princesa Isabel
aprova a Lei Áurea de 13/05/1888 em
que dá fim a escravidão. Até 1888 o Brasil teve uma economia escravagista. A
Princesa Isabel almoçava com Santos Dumon 3 vezes na semana quando estava em
Paris. A ideia do Cristo na montanha do Corcovado no Rio de Janeiro partiu da Princesa
Isabel. D. Pedro fica muito velho, que até dorme em reuniões do Gabinete,
dando-lhe o apelido de Pedro Banana. Começam as doenças do Imperador. Começa a
propaganda republicana no país. Uma série de desentendimentos com o governo faz
com que a Questão Militar aconteça.
Os militares estavam ganhando pouco e não tinham como subir na vida e nem
reconhecimento e prestígio. Os militares queriam para a presidência do país o
Marechal Deodoro da Fonseca. Conspiração para derrubar a monarquia, o povo não
queria uma mulher no trono e nem o marido da Princesa Isabel, o Conde D’Eu,
porque não gostavam dele. O império formou um Ministério com o Presidente
Afonso Celso de Assis Figueiredo, o Visconde de Ouro Preto. Ele criou a Guarda Nacional, a Guarda Cívica e a Guarda
Negra. Os republicanos espalharam o boato de que o governo acabaria com o
exército. Na manhã de 15 de Novembro de 1889, sob o comando do Marechal Deodoro
da Fonseca, tropas revoltadas saíram as ruas para derrubar o Ministério de Ouro
Preto. Marechal Deodoro foi pra casa para esperar o Imperador voltar de
Petrópolis, mas não houve tempo. Os republicanos e militares foram a Câmara de
Vereadores do Rio de Janeiro e Proclamaram
a República por conta própria. Formou-se um Governo provisório com o comando do Marechal Deodoro da Fonseca. No dia seguinte D. Pedro II ficou
sabendo do ocorrido e estava imposto a deixar o país em 24 hrs, o governo já
tinha providenciado um navio para levá-lo para o exílio em Portugal e o
Imperador não se opôs. No fim D. Pedro mudou-se para Paris onde deu aula de
História do Brasil. Quando estava em Paris no seu exílio, andava pelas ruas com
um saco de veludo ao bolso com um pouco de areia da praia de Copacabana e este
foi enterrado junto com ele. Em 5/12/1891 morreu de pneumonia e seus restos
mortais foram trazidos para o Brasil em 1920 quando a República anulou o
banimento da família real.
O Segundo Reinado (1840 -
1889)
Caracterizou-se por 3 fases distintas:
Época de lutas pelo poder entre liberais e conservadores; o café começa a
ganhar o mercado externo.
2. O Apogeu (1850 a 1870)
Pacificação política, auge da produção cafeeira.
Época de novas ideias, fortalecimento do movimento abolicionista, expansão
do café para o oeste paulista.
Tarifa Alves Branco (1844)
Promulgada por um ministério liberal, extinguiu as taxas preferenciais que
os ingleses possuíam em nossos portos desde 1810. O objetivo da medida era
conseguir fundos para o depauperado tesouro brasileiro. Indiretamente, a medida
facilitou o desenvolvimento de algumas indústrias nacionais.
O Parlamentarismo (1847)
Este sistema foi institucionalizado em 20 de julho de 1847, com a criação
do cargo de Presidente do Conselho de Ministros (1B Ministro). No Parlamentarismo
inglês o Primeiro Ministro é acolhido pela Câmara dos deputados. O poder
moderador garantia a estabilidade política no Brasil, onde o Imperador reinava,
governava e administrativa. Durante o segundo
reinado, revezaram-se no Brasil, onde o Imperador reinava, governava e
administrava.
A Lei Eusébio de Queirós
(1850)
Devido a prisão de vários navios brasileiros e a consequente perda
financeira, o Brasil extingue o tráfico negreiro através da Lei Eusébio de
Queirós em 04/09/1850.
Consequências:
- Escassez de mão-de-obra escrava;
- Intensificou-se o tráfico interprovincial;
- Fortalecimento do movimento abolicionista;
- Aplicação mais diversificada de
recursos, pois os capitais até então empregados na compra de escravos, foi desviado para setores
industriais, financeiros e agrícolas;
- Importação de trabalhadores livres:
- Imigração alemã;
- Imigração italiana (a partir de 1870).
Ciclo do Café ( ±1830 - 1930)
Este ciclo caracterizou e dominou a economia do Brasil Imperial e Republicano
(até 1930), proporcionando a entrada do Brasil na era do capitalismo, bem como
provocou várias transformações sócio-político-econômicas. Podemos dividir o
Ciclo do Café em 2 fases e regiões bem distintas:
Café do Vale do Paraíba (1830)
Local: RJ (Vassouras); SP (Taubaté)
Propriedade: Latifúndio
Produção: monocultura
Mão-de-obra: escrava africana
Mercado: externo ^°
Sociedade: conservadora, escravocrata.
O escoamento da produção era facilitado pela proximidade do porto do Rio de
Janeiro. O Barão do Café (latifundiário do
café) comanda a sociedade e domina a política dentro do Parlamento brasileiro. Por
volta de 1850, com a extinção do tráfico negreiro e o esgotamento do solo do
Vale do paraíba (acarretando uma grande erosão) provoca um declínio econômico e
produtivo em toda a região. Com exceção da criação de gado.
Café - Oeste Paulista (1850 -1930)
Local: São Paulo (Campinas, Ribeirão Preto), Sul de Minas Gerais; Oeste do
Paraná (séc. XX),
Propriedade: Latifúndio,
Produção: Monocultura
Mercado: Externo (Europa e EUA)
Mão-de-obra:
- escrava
- imigrante europeia (alemã (1847-1857) e italiana (1871-1910),
Sociedade: Liberal, capitalista, mais urbanizada, atenta aos acontecimentos
internacionais.
Porto de Exportação: Santos, desenvolvimento do capitalismo, surgimento de
instituições financeiras, desenvolvimento dos transportes (ferroviário), crescimento do
comércio, da indústria manufatureira (têxtil e alimentícia), das comunicações
(cabo telegráfico submarino Brasil-Europa), crescente urbanização (Rio e São Paulo tornam-se centros sociais,
políticos e econômicos). O Brasil cafeeiro, também produzia o cacau (produzido
na Bahia), a borracha (explorada na Amazônia) e o algodão (cultivado no sertão
nordestino). Destacou-se nesse período, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de
Mauá, que a partir de 1845, investiu capitais
em vários setores da economia nacional tais como: construção naval (Estaleiro
Mauá), transporte (navegação no Amazonas, 1S estrada de
ferro), comunicação (cabo telegráfico Brasil-Europa = 1874), mercado financeiro
(Banco Mauá), setor público (iluminação a gás - Rio), etc.
A Imigração
Com a extinção do tráfico negreiro e os altos custos em trazer mão-de-obra
escrava de outras regiões do Brasil para a região do café, a única solução no
momento, era trazer para o Brasil, imigrantes europeus.
Imigração por Parceria (1847 -1856)
Iniciado pelo senador Nicolau Campos
Vergueiro, este sistema consistia em contratar colonos na Europa (mais
especificamente na Alemanha), para trabalharem no café. Estes colonos tinham
suas passagens pagas pêlos cafeicultores, bem como o transporte até a fazenda.
Instrumentos necessários para iniciarem o plantio. Uma vez instalados nos seus
lotes, o imigrante deveria reembolsar todas as despesas gastas pelo latifundiário
para a sua vinda. Isto provocou uma total
submissão do imigrante em relação ao latifundiário, gerando uma insatisfação
generalizada em todos os colonos, pois se consideravam semi-escravos. Em 1856, os governos da
Suiça e da Prússia (Alemanha) suspenderam a imigração de parceria para o
Brasil.
Imigração subvencionada (1871)
O governo, necessitando de mão-de-obra para o café, e não obtendo sucesso
com o primeiro sistema de imigração, resolve participar diretamente do
movimento imigratório. O imigrante (maioria italianos a partir de 1870)
assinavam um contrato de trabalho ainda na Europa, passando a receber um
salário no Brasil. O tranporte seria pago pelo governo. Mediante um aviso
prévio, o imigrante podia sair da fazenda e ir procurar trabalho nos centros
urbanos.
Imigração: São Paulo à substituição
de mão-de-obra escrava no café.
Colonização: RGS à (1875) Imigrantes
vieram efetivar a colonização de terras (Ex: Caxias do Sul).
A Política Externa do II Reinado
A política externa brasileira, esteve muito voltada para a região da Bacia
do Prata, onde, através dos rios Uruguai, Paraná e Paraguai, o Brasil e a
Inglaterra (com suas manufaturas), tinham interesses econômicos e militares.
Ao mesmo tempo, ao Brasil não interessava uma possível união entre Uruguai,
Paraguai e Argentina numa só unidade política-territorial (antigo Vice-Reino do
Prata), ameaçando portanto, o domínio sobre o estuário do Prata. Em cima desses
interesses brasileiros, os três países platines vão sofrer intervenções
militares por parte do Brasil, com o objetivo de garantir seus privilégios
comerciais e políticos.
A Questão Chrístie
(1861-1865)
O Brasil e a Inglaterra romperam relações diplomáticas em 1863, devido a
dois incidentes ocorridos no Brasil, que envolvia súditos e interesses ingleses.
O primeiro incidente ocorreu no ano de
1861, quando o navio "Príncipe de Gales" naufragou na costa gaúcha e
as manufaturas foram roubadas. O embaixador inglês William Christie exigiu do
governo brasileiro uma indenização e a participação de um oficial inglês
nas investigações. Em 1862, foram aprisionados três oficiais ingleses que
promoviam desordens no Rio de Janeiro, à paisana e embriagados. Sendo presos,
quando identificados foram libertados. Neste episódio, o embaixador Chistie
exigiu a punição dos policiais brasileiros. Diante da recusa de Dom Pedro II em atender as ordens de Christie, o
Inglaterra apreende cinco navios brasileiros. Esta agressão provocou
uma revolta do povo contra os ingleses. Após estes
fatos, Christie propôs que a questão fosse resolvida. O rei da Bélgica,
Leopoldo l, foi o árbitro do conflito, dando ganho de causa para o Brasil (que
já havia pago as 3.200
libras ). Portanto, cabia
a Inglaterra se desculpar com o Brasil, coisa que se recusaram. Com isso, D.
Pedro II rompe
relações diplomáticas com a Inglaterra. Somente eo 1865 é que a Inglaterra apresentou
desculpas oficiais ao Brasil, pois interessava a ela, a venda de armas para a
luta do Brasil contra o Paraguai.
Guerra do Paraguai (1865
-1870)
O Paraguai após sua independência em 1811, procura se desenvolver
independentemente dos países latino-americanos e do capitalismo inglês. Os governantes paraguaios tentaram desenvolver
uma economia própria, realizando uma reforma agrária, dando formação
técnica aos jovens (estudos na Europa), erradicando o analfabetismo, trazendo
pessoal especializado da Europa (engenheiros, médicos, geólogos, professores),
com o objetivo de formar um estado forte e autónomo dentro da América. O pequeno desenvolvimento alcançado pelo
Paraguai, tomou-se ameaçador aos interesses do capitalismo inglês, francês,
norte-americano e às exigências da burguesia mercantil e dos estancieiros do
Brasil, Argentina e Uruguai. Com o objetivo de
expandir seu território para uma ligação com o Atlântico, através do Prata, o
Paraguai não aceitava a internacionalização dos rios Uruguai, Paraná e Paraguai
(que era o interesse do Brasil, Argentina e Inglaterra). Em 01/05/1865, é
firmado entre ô Brasil, Argentina e Uruguai o Tratado da Tríplice Aliança, no
qual dava início a luta armada contra o Paraguai. De 1865 a 1866, o Paraguai
conquistou várias vitórias em território brasileiro. A partir da formação do
exército brasileiro e da união de tropas argentinas e uruguaias, em 1866, os
aliados conseguem investir fortemente contra tropas paraguaias.
Consequências:
População paraguaia é dizimada:
- muitos mortos.
- As terras são vendidas para os estrangeiros.
- Os bens do estado são leiloados.
- A indústria é desestruturada.
- Paraguai perde 140.000 Km2 de seu território para o Brasil e
Argentina.
- Brasil, Argentina e Uruguai aumentam suas dívidas com a Inglaterra.
- Fortalecimento do espirito de classe dentro do exército brasileiro.
No caso do Brasil, os empréstimos levantados na Inglaterra cresceram
bastante no período posterior à guerra.
A Queda da Monarquia
A crise da monarquia brasileira foi o resultado de vários fatores de ordem
económica, social e política que, somando-se, conduziram importantes setores da
sociedade a uma conclusão: a monarquia precisava ser superada para dar lugar a
um outro regime político, mais adaptado aos problemas da época.
A Questão Abolicionista
Com a falta de mão-de-obra no café, provocada pela abolição do tráfico de
escravos e fortes pressões internas, levaram o governo brasileiro a iniciar o
processo de abolição da escravatura, de uma forma lenta. Os senhores de escravos não se conformaram
com a abolição e com o fato de não terem sidos indenizados. Sentindo-se
abandonados pela monarquia passaram a apoiar a causa republicana, surgindo os
chamados republicanos de 13 de maio (por causa da data em que a Lei
Áurea foi
assinada). As principais leis que contribuíram para o fim da escravidão no
Brasil foram:
- 1850 (Lei Eusébio de Queirós): extinguiu o tráfico negreiro;
- 1871 (Lei do Ventre Livre): os filhos de escravos são considerados livres, devendo aos
proprietários criá-los até os oito anos;
- 1885 (Lei dos Sexagenários): quando o escravo completasse 65 anos estaria
liberto;
- 13 de maio de 1888 (Lei Áurea): abolição total da escravidão, assinada pela princesa Isabel, que substituía provisoriamente o imperador, que
nesta epoca estava na França cuidando da sua saude.
Fim
do Império
O movimento pró-república no Brasil tomava
proporções irreversíveis, mas para que a alteração na forma de governo se desse
de forma democrática seria necessário uma Assembléia Geral com maioria de
republicanos, o que parecia distante de ocorrer, pois a população não se
mostrava simpática à derrocada da monarquia. Cientes desse problema, os
republicanos viram-se obrigados a apelar para a força, e, em 15 de novembro de
1889, o marechal Deodoro da Fonseca proclama a república. D. Pedro II foi deposto do trono
brasileiro. Deodoro recebeu o título de chefe do governo provisório. D. Pedro
II foi obrigado a embarcar para a Europa com a família no dia 17 de novembro de
1889, na calada da noite, a fim de não gerar revolta popular. Ele estava muito
doente e não conseguia mais governar.
ABAIXO:
- proclamação da república,
- república velha
- processo de industrialização no Brasil,
- movimento operário,
- crise de 1920,
- revolução de 1930,
Proclamação da República
O Governo Imperial, percebendo a difícil
situação por causa do isolamento da monarquia, apresentou à Câmara dos
Deputados um programa de reformas políticas, do qual constavam: liberdade de fé
religiosa, liberdade de ensino e seu aperfeiçoamento, autonomia das Províncias
e mandato temporário dos senadores. Mas foi tarde de mais. No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca assumiu o comando das tropas revoltadas. Na noite constituiu-se o Governo
Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil. D. Pedro II, que estava
em Petrópolis durante esses acontecimentos, recebeu, no dia seguinte, um respeitoso documento do novo Governo, solicitando que se retirasse do
País, juntamente com sua família. Proclamada a república, no mesmo dia 15 de
novembro de 1889, forma-se um governo provisório, sendo o chefe do governo
Marechal Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do Brasil.
A Proclamação da República Brasileira
é um evento que instaurou o regime republicano no país, derrubando a Monarquia. Ocorreu dia 15 de novembro de 1889 no Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, na praça da Aclamação (hoje Praça da República), um grupo de militares do Exército brasileiro, liderados por marechal Deodoro da Fonseca, deu um golpe de estado e depôs o imperador D. Pedro II. Institui-se então a República, Rui Barbosa assinou o primeiro decreto instituindo um
governo provisório. Faziam parte o Marechal Deodoro da Fonseca como presidente
e, ministros: Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Campos Sales
entre outros. Para reduzir a oposição, o ministro Afonso Celso de Assis
Figueiredo, o Visconde de Ouro Preto, elaborou em 1889 um programa de reformas: liberdade de culto, autonomia para as províncias, mandatos limitados (não-vitalícios) no Senado,
liberdade de ensino, redução das prerrogativas do Conselho de
Estado, entre outras. As propostas visavam preservar a Monarquia, mas foram vetadas. Vários fatores levaram
o Império a
perder o apoio de suas bases econômicas, militares e sociais. Dos grupos conservadores: sérios atritos com a igreja católica (na "Questão Religiosa"); o abandono do apoio político dos fazendeiros em virtude da abolição. Dos grupos progressistas: a manutenção, da escravidão negra no país; a ausência de iniciativas ao desenvolvimento do país (econômico, político ou social);
a manutenção de um regime político (com base na renda das pessoas); a
ausência de um sistema de ensino, analfabetismo e miséria; o afastamento do Brasil em relação a
todos demais países do continente americano, em virtude da incompatibilidade entre os
regimes. A legitimidade imperial decaía e a proposta republicana queria o progresso social, a legitimidade
do Imperador era distinta do regime imperial: a população, respeitava e gostava
de D. Pedro II, mas não dava conta do Império. A monarquia não continuaria após
o falecimento de D. Pedro II. No Rio de Janeiro, os republicanos insistiram com marechal Deodoro da Fonseca, para que chefiasse o movimento
revolucionário que substituiria a monarquia pela república. Os revoltosos
ocuparam o quartel-general do Rio de Janeiro e depois o Ministério da Guerra. Depuseram o Ministério e prenderam o Visconde de Ouro Preto. A Câmara Municipal do Rio de Janeiro, foi proclamada a República. D. Pedro II, estava em Petrópolis, retornou. Pensando que o objetivo dos
revolucionários era substituir o Ministério, o major Frederico entregou a D. Pedro II uma comunicação, da proclamação do novo
regime e solicitando sua partida para a Europa, a fim de evitar conturbações políticas.
A
questão militar.
Os militares estavam descontentes, os
oficiais não podiam manifestar-se na imprensa sem uma autorização do Ministro da Guerra,
os militares não possuiam autonomia sobre a defesa do território, sujeitos às
ordens do imperador. Os militares viam-se desprestigiados e desrespeitados. Os
dirigentes do império eram civiis, e resultava em postos remunerados e
valorizados, os militares tinham uma seleção democrática e uma formação
técnica, não resultavam em valorização nem reconhecimento político, social ou
econômico. Os militares precisavam de dois ou mais empregos para pagar suas
contas, a ascensão profissional era difícil. A Guerra do Paraguai, difundiu os
ideais republicanos, e evidenciou aos militares a desvalorização. O resultado
foi a percepção, os militares, se sacrificavam por um regime que os desprezava.
A
atuação dos republicanos e positivistas.
Grupos foram influenciados pelo Positivismo de Auguste Comte, após 1881, quando surgiu a Igreja Positivista do Brasil. Iniciaram uma campanha abolicionista e
republicana. As idéias saíam no informativo A República, dividiam-se em duas correntes:
·
os evolucionistas, admitiam que a proclamação era inevitável, não
justificando uma luta armada, e
·
os revolucionistas, defendiam que se pegasse em armas para
conquistá-la, com mobilização popular e reformas sociais e econômicas.
Diferenças entre cada um desses grupos, em
termos de estratégias políticas para a República e do conteúdo do regime a
instituir -, a idéia geral de que deveria ser um regime progressista,
contraposto à monarquia, era comum a todos eles.
As reformas do Gabinete Ouro Preto.
O Gabinete do Visconde de Ouro Preto, percebendo a difícil situação política, apresentou, uma
tentativa de salvar o Império um programa de reformas políticas:
autonomia para as províncias; liberdade de voto; mandato temporário para os
Senadores.
O
movimento de proclamação.
As reformas do Gabinete Ouro Preto chegaram tarde demais. Os conspiradores divulgaram o
boato de que o governo havia mandado prender o marechal Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant. Dirigiram-se ao marechal e convencem-no a liderar o
movimento. O marechal Deodoro conclamou os soldados e rebelarem-se contra o
governo. A manifestação prosseguiu com um desfile de tropas. Visconde de Ouro Preto, pediu a Floriano Peixoto, que prendesse os amotinados. Floriano
recusou-se e deu voz de prisão ao chefe-de-governo. O Imperador decidiu não
oferecer resistência. José do Patrocínio redigiu a proclamação da República dos Estados Unidos do Brasil, aprovada
sem votação. O texto foi para os jornais que apoiavam e no dia seguinte
anunciou-se ao povo.
Legitimidade
e legitimação da república.
A legitimidade da república no Brasil por
diferentes ângulos. O movimento de 15 de Novembro de 1889 não foi o primeiro a
buscar a República, o único bem-sucedido, com apoio das elites nacionais e
regionais e da população:
·
em 1788-1789, a Inconfidência Mineira e Tiradentes buscavam a independência e a proclamação de uma república, com reformas políticas, econômicas e
sociais;
·
em 1824 estados do Nordeste criaram um movimento a Confederação do Equador, igualmente republicana;
·
em 1839, na Revolução Farroupilha, proclamaram-se a República Rio-grandense e a República Juliana, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
No 15 de Novembro, não houve participação
popular no movimento que mudou o regime, também não houve manifestações
populares de apoio à monarquia, o que ocorreu foi uma conscientização do novo
regime e sua comemoração pelos mais diferentes setores da sociedade. José do Patrocínio, manteve-se fiel à monarquia devido a uma dívida de gratidão com a princesa Isabel. José do Patrocínio constituiu a "Guarda Negra", negros alforriados organizados para
causar confusões em comícios republicanos.
República Velha.
A Primeira República Brasileira, foi
o período da proclamação da República, em 1889, até a Revolução de 1930 que depôs o 13º e último presidente da República Velha Washington Luís.
Características principais:
Ficou conhecido como "República dos
Bacharéis", "República Maçônica" e "República da
Bucha", todos os presidentes eram bacharéis em direito. Os membros da Bucha, quando alcaçavam um
alto cargo político chamavam seus colegas da Bucha. A República Velha dividida
em dois períodos: O primeiro República da Espada, de 1889
a 1894 e o segundo República Oligárquica, de 1895 a 1930. A República da Espada, predominou o
elemento militar e um receio dos republicanos de uma restauração da monarquia. A República Oligárquica, predominou os
Presidentes dos Estados, na Política dos Estados, ou política dos governadores, criada por Campos Sales, e sustentada,
pelo "Coronel". A República velha teve fim em 1930
quando Getúlio Vargas tomou posse como "Chefe do Governo Provisório" da Revolução de 1930.
Origens da República Velha.
O primeiro foi o Partido Republicano Paulista, (PRP), criado na Convenção de Itu, em 1873. O PRP era legalizado, conseguiu eleger
três deputados na Assembléia Geral de Deputados, durante o império do Brasil, conseguiu infiltrar-se no meio militar, decisivo para a queda do império.
Governo Provisório.
Com a vitória, em 15 de novembro de 1889, do movimento republicano liderado pelos oficiais do exército, foi
estabelecido um "Governo Provisório" chefiado pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Foi decretada a separação entre Estado e Igreja; foi concedida a nacionalidade brasileira
a todos os imigrantes residentes no Brasil; foram nomeados
governadores para as províncias que se transformaram em estados. Foi criada uma
nova bandeira nacional, em 19 de novembro, com o lema positivista, "ordem e progresso".
Foram mantidas as cores verde e amarela da bandeira imperial. A família
real
brasileira foi banida do território, só podendo retornar em 1920, antes do falecimento, em 1921, da Princesa Isabel, antes do centenário da independência do Brasil comemorado em 1922. A primeira constituição republicana do Brasil, foi em 1891.
Deodoro presidente constitucional, eleito pelo Congresso Nacional, devendo governar até 15 de novembro de 1894, apoiado pelos militares, derrotou o
candidato dos civis Prudente de Morais.
Surgem
os símbolos da República.
A lei de imprensa.
Em 23 de dezembro de 1889, o decreto 85A, cria a primeira lei de imprensa
republicana, uma junta militar poderia processar e julgar abusos da
manifestação do pensamento, apelido de decreto rolha e foi reforçado em
1890. Primeira vez que se censurava à imprensa, esses decretos foram revogados em 22 de novembro de 1890.
A Constituição de 1891.
Iniciaram-se discussões para um nova constituição, a primeira constituição republicana que
vigoraria durante a República Velha. A promulgação da Constituição Brasileira
de 1891 aconteceu. O principal autor foi Rui Barbosa.
A
legitimação da república por plebiscito.
Em 1993, o povo pode escolher, através de um plebiscito nacional, o sistema de governo (presidencialismo ou parlamentarismo). A escolha foi pela república presidencialista, deu legalidade ao tipo de governo
implantado pelo golpe de estado de 15 de novembro de 1889.
A
consolidação da República.
Governo
inconstitucional de Floriano Peixoto
A
república oligárquica e a política dos estados
Com a saída de Floriano Peixoto, começou a se firmar a República Oligárquica, dominada pelas oligarquias paulistas, mineiras e gaúchas. O Rio Grande do Sul teve influência na
política nacional graças ao senador Pinheiro Machado, morto em 1916. A influência gaúcha declinou porque o
estado do Rio Grande do Sul ficara desunido devido ao conflito entre o PRR e o Partido Libertador. Quando estes dois partidos foram unidos por Getúlio Vargas em 1928, o Rio Grande do Sul conseguiu lançar um
candidato à presidência, Getúlio em 1930. A "República Oligárquica'
(1898-1930) foi o período em que o poder político federal ficou nas mãos das
oligarquias cafeeiras. Foi controlado pelas oligarquias de São Paulo e de Minas
Gerais, chamada "política do café-com-leite". O "café" é referência a São Paulo, maior
centro produtor e exportador de café, e o "leite", a Minas Gerais segundo produtor de
café. Depois da morte de Floriano Peixoto em 1895, o desgaste dos militares com a Campanha de Canudos e do assassinato do ministro da Guerra de Prudente de Morais, os militares se afastaram do poder, a República oligárquica se consolidou em 1898, com a posse do segundo presidente, Campos
Sales. Uma
característica foi a "Política dos Estados", ou "política dos governadores", no governo de Campos
Sales. O
poder federal não interferia na política dos estados, garantindo-se lhes a
autonomia política e a tranqüilidade nacional. As eleições ocorriam, de quatro
em quatro anos, em 1 de março e a posse dava-se no dia 15 de novembro do
ano da eleição presidencial. O candidato era escolhido através de um acordo
nacional entre os presidentes dos estados. O Presidente da República apoiava os
atos dos presidentes estaduais, em troca, os governadores davam apoio ao
governo federal. A carreira política era feita dentro dos partidos políticos
republicanos estaduais. Os principais partidos eram o PRM (Partido Republicano Mineiro), o PRP (Partido Republicano Paulista) e o PRR (Partido Republicano Rio-grandense). O acesso à carreira política era aberto
a todos estaduais, desde que não se desviasse do credo liberal republicano,
chamado de conservador. Monarquistas nunca mais foram aceitos. Os presidentes
da república seriam sempre ex-presidentes de estado, o que garantia que teriam
grande experiência administrativa. Houve um presidente mulato: Nilo Peçanha; vários que tiveram infância pobre, como o
próprio Nilo
Peçanha, Epitácio Pessoa, Artur Bernardes e Delfim Moreira. A maioria dos presidentes começou como advogados e promotores públicos. Entraram na política, apoiados
por líderes políticos locais (os Coronéis), não eram eles os coronéis. Os
representantes populares eram escolhidos mediante pactos entre o governo
federal e os governos estaduais, legalizado por eleições fraudulentas, sem
espaço para candidatos independentes de esquerda. Havia a "Comissão de
Verificação de Poderes" do Congresso Nacional, um órgão encarregado de fiscalizar o sistema eleitoral brasileiro. O
único momento que a "Política dos Estados" falhou, foi quando Afonso
Pena morreu
durante a sua presidência e o controle caiu nas mãos de Nilo
Peçanha.
Este apoiou o candidato Hermes da Fonseca que derrotou, em 1910, nas urnas, Rui Barbosa apoiado por São
Paulo, que lançou seu governador Albuquerque Lins como candidato a vice-presidente na chapa
de Rui Barbosa, na chamada Campanha Civilista. O Marechal Hermes da Fonseca foi eleito para governar de 1910 a 1914. O resultado foi
guerra
civil nos
estados conhecida como "Política das Salvações", se tentava, com o apoio do governo, a derrubada
de quase todos os presidentes dos estados que não apoiaram a eleição de Hermes da Fonseca.
A
base da República Velha - O coronel
Quem organizava a vida política, era o
"coronel", fazendeiro, líder da maçonaria local, líder civil, em
um país de população rural, tinha que se caminhar muito para fazer política. O
elo de ligação entre a população e o poder estatal, garantia os votos locais do
Presidente do Estado (Governador), em troca do apoio no seu município. O
coronel nem sempre ocupava algum cargo político, mas, indicava os candidatos a
esses cargos. O Coronel entrou em decadência com a urbanização do Brasil.
Revoltas
messiânicas, revoluções e movimentos políticos
GUERRA DE
CANUDOS
O líder foi Antônio Conselheiro. A situação
do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca,
miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente
a população mais carente. Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo
religioso, desencadeou um grave problema social. Em novembro de 1896, no sertão
da Bahia, foi iniciado este conflito civil. Esta durou por quase um ano, até 05
de outubro de 1897, e, devido à força adquirida, o governo da Bahia pediu o
apoio da República para conter este movimento formado por fanáticos, jagunços e
sertanejos sem emprego. O beato Conselheiro, homem que passou a ser conhecido
logo depois da Proclamação da República, era quem liderava
este movimento. Ele acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com
as diferenças sociais e também com os pecados republicanos, entre estes,
estavam o casamento civil e a cobrança de impostos. Com estas idéias em mente,
ele conseguiu reunir um grande número de adeptos que acreditavam que seu líder
realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza na qual se
encontravam. Com o passar do tempo, as idéias iniciais difundiram-se de
tal forma que jagunços passaram a utilizar-se das mesmas para justificar seus
roubos e suas atitudes que em nada condiziam com nenhum tipo de ensinamento
religioso; este fato tirou por completo a tranqüilidade na qual os sertanejos
daquela região estavam acostumados a viver. Devido a enorme proporção que
este movimento adquiriu, o governo da Bahia não conseguiu por si só segurar a
grande revolta que acontecia em seu Estado, por esta razão, pediu a
interferência da República. Esta, por sua vez, também encontrou muitas
dificuldades para conter os fanáticos. Somente no quarto combate, onde as
forças da República já estavam mais bem equipadas e organizadas, os incansáveis
guerreiros foram vencidos pelo cerco que os impediam de sair do local no qual
se encontravam para buscar qualquer tipo de alimento e muitos morreram de fome.
O massacre foi tamanho que não escaparam idosos, mulheres e crianças. Pode-se
dizer que este acontecimento histórico representou a luta pela libertação dos
pobres que viviam na zona rural, e, também, que a resistência mostrada durante
todas as batalhas ressaltou o potencial do sertanejo na luta por seus ideais.
Euclides da Cunha, em seu livro Os Sertões, eternizou este movimento que
evidenciou a importância da luta social na história de nosso país. Conclusão : Esta revolta, ocorrida nos
primeiros tempos da República, mostra o descaso dos governantes
com relação aos grandes problemas sociais do Brasil. Assim como as greves, as
revoltas que reivindicavam melhores condições de vida ( mais empregos, justiça
social, liberdade, educação etc), foram tratadas como "casos de
polícia" pelo governo republicano. A violência oficial foi usada, muitas
vezes em exagero, na tentativa de calar aqueles que lutavam por direitos
sociais e melhores condições de vida.
No período militar (1889-1894) ocorreu a Revolta da Armada ameaça ao governo Floriano Peixoto, e uma
revolução de carácter regional, a Revolução Federalista. No período civil (1894-1930) ocorreram revoltas de caráter localizado: Sedição de Juazeiro, Revolta da Vacina, Revolta da Chibata, Independência do Acre e a Guerra do Contestado, também, revoltas de caráter estadual como a Revolução Federalista Revolução de 1923 e a República de Princesa na Paraíba em 1930. O movimento tenentista e a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em 1922, porém, foram ameaças sérias ao governo de
Epitácio Pessoa. A Revolução de 1930 colocaria abaixo a República Velha, quando a Política dos Estados acabou.
As primeiras greves operárias em 1907 e 1917, (movimentos paredistas, ou paredes) e o
crescimento de movimentos anarquistas e comunistas nos grandes centros urbanos entre os imigrantes espanhoes e italianos.
Economia
Predominou as exportações de café, base da
economia e maior fonte de receita tributária, período de modernização, com
industrialização, a economia continuaria dominada pelo café, até a Quebra da Bolsa de valores de Nova
Iorque,
durante a Crise de 1929.
O ciclo da borracha
Houve um surto de produção e exportação de borracha da região amazônica. A seringueira é uma árvore natural da Amazônia. Fazendo talhos no tronco,
o seringueiro extrai um líquido que vai secando e formando uma bola, é a
matéria-prima para fazer borracha, era conhecida no século
XIX. Mas
tinha defeito de ficar mole nos dias de calor e quebradiça no inverno. Em 1839, destacou-se na indústria mundial para a
produção de peças, solas de sapato, pisos e coberturas, luvas, vedações, etc.
No século XX, a indústria automobilística começou a se desenvolver. Entre 1890
e 1920, muitos latifundiários, donos de seringais, ficaram milionários, em
Manaus e Belém. Houve um desenvolvimento da cidade de Manaus. Na selva, trabalhavam os peões,
nordestinos fugidos do latifúndio e da caatinga seca. A borracha dominava o
mercado internacional, até que os ingleses começaram a produzí-la em suas
colônias na Ásia, após ter contrabandeado mudas do Brasil. O preço
internacional caiu e a borracha brasileira perdeu seus mercados. Os seringais
foram abandonados e a Amazônia voltou à miséria.
A Semana de Arte Moderna
Artistas e intelectuais, influenciados por
transformações no cenário político, realizaram a Semana de Arte Moderna de 1922 durante o governo de Washington Luís em São Paulo. O movimento surgiu como um marco na história cultural do
país e propunha a renovação nas artes, abrindo espaço para a arte
verde–amarela. A Semana aconteceu no Teatro Municipal com exposição de pinturas modernas,
quadros de Anita Malfatti, e espetáculos. O movimento resultou na
publicação de importantes livros: Macunaíma, de Mário de Andrade, Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade etc.. A semana recebeu críticas uma das mais fortes foi feita por Monteiro Lobato.
A Coluna Miguel Costa-Prestes, popularmente conhecida somente por Coluna Prestes, foi um movimento
político-militar brasileiro existente entre 1925 e 1927 e ligado ao tenentismo, corrente que possuía um programa bastante
difuso, mas algumas linhas gerais podem ser delineadas: insatisfação com a República Velha, exigência do voto secreto, defesa do ensino público e a obrigatoriedade
do ensino primário para toda população. O movimento contou com lideranças das mais diversas
correntes políticas, mas a maior parte do movimento era composta por capitães e
tenentes da classe média, donde originou-se o ideal de "Soldado
Cidadão". O movimento deslocou-se pelo interior do país pregando reformas
políticas e sociais e combatendo o governo do então presidente Artur Bernardes e, posteriormente, de Washington Luís.Em sua marcha pelo Brasil, os integrantes
da Coluna Prestes denunciavam a miséria da população e a exploração das camadas
mais pobres pelos líderes políticos. A Coluna Miguel Costa-Prestes, com o
comando principal de Miguel Costa e de Luís Carlos Prestes (chefe de estado-maior) enfrentou as tropas regulares do Exército ao lado
de forças policiais de vários Estados, além de tropas de jagunços, estimulados por promessas oficiais de
anistia. A Coluna Prestes percorreu mais de 24000km pelo interior do Brasil,
durante dois anos e meio. Apesar dos esforços, a Coluna Prestes não conseguiu a
adesão da população. A longa marcha foi concluída em fevereiro de 1927, na
Bolívia, perto de nossa fronteira, sem cumprir seu objetivo: disseminar a
revolução no Brasil. Dentre estas, a mais aguerrida e que forçou a retirada de
Prestes para a Bolívia foi a organizada pelo Coronel do sertão baiano, Horácio de Matos: o seu Batalhão Patriótico Chapada
Diamantina iniciou a perseguição aos revoltosos, até a saída destes do
território brasileiro, retornando como vitoriosos à cidade de Lençóis. A Coluna Miguel Costa-Prestes poucas
vezes enfrentou grandes efetivos do governo. Em geral, eram utilizadas táticas
de despistamento para confundir as tropas legalistas. Com o sucesso da marcha,
a Coluna Miguel Costa-Prestes ajuda a abalar ainda mais o prestígio da República Velha e a preparar a Revolução de 1930. Projeta também a figura de Luís Carlos Prestes, que posteriormente entra no Partido Comunista Brasileiro (PCB), tornando-se um mito. Prestes foi
chamado por esta marcha de cavaleiro da esperança.
A
decadência da República Velha e a Revolução de 1930
Com a decadência do "Coronel",
criando o Partido Democrático, entra em decadência a República Velha. O Partido Democrático apoiaria Getúlio Vargas, que era candidato das oposições em 1930. As eleições foram vencidas por Júlio Prestes, presidente de São Paulo que tinha o apoio do presidente Washington Luís. Getúlio Vargas recebeu o apoio de 3 estados: (Minas
Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul. A oposição liberal
não aceitou a derrota de Getúlio Vargas e iniciou a Revolução de 1930. A revolução iniciou em 1930, saiu vitoriosa, em um golpe militar liderado
por generais e almirantes depuseram o presidente Washington Luís e formaram uma
Junta Militar Provisória, deu posse a Getúlio Vargas como Chefe do
segundo "governo provisório" da república, pondo fim à
República Velha. O período que vai de 1889 a 1930 recebeu o nome de República Velha,
em oposição à República Nova criada por Getúlio Vargas.
A
República Velha perante a história
Monarquistas e políticos que fizeram carreira após 1930
são contrários à República Velha, o discurso dos políticos era na defesa do país, em leis, em consolidação das fronteiras. A defesa é feita, por poucos, através de
uma visão liberal, alegando que a corrupção era mínima, lembrando que vários
presidentes morreram pobres. Lembram os defensores da República Velha, também
que não havia intervenção estatal na economia, o que permitiu um grande surto industrial
e modernização do país. Os monarquistas, lembram que o império brasileiro tinha
conhecido um período de paz de 40 anos, de 1849 a 1889. Houve muitos conflitos armados e violência, foi acusada, pelos monarquistas, de ter
sido a causa de tantas revoltas políticas. Os defensores da República velha
argumentam que estes conflitos políticos eram inevitáveis com a urbanização do país e que a Política dos Estados de
Campos Sales era boa, quando não foi seguida que ocorrerram revoltas armadas. A
Revolução de 1930, estabeleceu uma Justiça, com objetivo de investigar desvios e corrupção dos políticos e nada encontrou de
irregular, meses de investigações infrutíferas. A República Velha começou
agrária e rural, em um país sem fronteiras definidas, e chegou a 1930 com as fronteiras definidas, industrializado e urbanizado.
Lista de presidentes
Os presidentes do período foram:
·
1918 - Francisco de Paula Rodrigues Alves (morreu de gripe espanhola), Partido Republicano Paulista.
·
1930 - Júlio Prestes de Albuquerque (impedido pela Revolução de 1930). Partido
Republicano Paulista.
·
1930 - Junta Militar Provisória: General Augusto Tasso Fragoso, General João de Deus Mena Barreto, Almirante Isaías de Noronha, Militares.
·
1930 – 1945 – Getúlio Vargas, Aliança Liberal.
·
1945 – 1946 – José Linhares, nenhum partido.
·
1946 – 1951 – Eurico Gaspar Dutra. Partido Social Democrático.
·
1951 – 1954 – Getúlio Vargas, Partido Trabalhista Brasileiro.
·
1954 – 1955 – Café Filho, Partido Social Progressista.
·
1955 – 1955 – Carlos Luz, Partido Social Democrático.
·
1955 – 1956 – Nereu Ramos, Partido Social Democrático.
·
1956 – 1961 – Juscelino Kubitschek, Partido Social Democrático.
·
1961 – 1961 – Jânio Quadros, Partido Trabalhista Nacional.
·
1961 – 1961 – Ranieri Mazzilli, Partido Social Democrático.
·
1961 – 1964 – João Goulart, Partido Trabalhista Brasileiro.
·
1964 – 1967 – Castelo Branco, Aliança Renovadora Nacional.
·
1967 – 1969 – Costa e Silva, Aliança Renovadora Nacional.
·
1969 – 1969 – Junta Governativa Provisória, Militares.
·
1969 – 1974 – Emílio Medici, Aliança Renovadora Nacional.
·
1974 – 1979 – Ernesto Geisel, Aliança Renovadora Nacional.
·
1979 – 1985 – João Figueiredo, Partido Democrático Social.
·
1985 – 1985 – Tancredo Neves, morreu, assumindo o vice.
·
1985 – 1990 – José Sarney, Partido do Movimento Democrático Brasileiro.
·
1990 – 1992 – Fernando Collor de Melo, Partido da Reconstrução Nacional.
·
1992 – 1995 – Itamar Franco, Partido da Reconstrução Nacional.
·
1995 – 2003 – Fernando Henrique Cardoso, Partido Social da Democracia
Brasileira.
·
2003 – 2010 – Luiz Inácio Lula da Silva, Partido dos Trabalhadores.
·
2010 -
História da industrialização no Brasil
Pode ser dividida em quatro períodos: o
primeiro de 1500 a 1808, chamado de "Proibição"; o
segundo de 1808 a 1930, chamado de "Implantação"; o
terceiro de 1930 a 1956, conhecido como fase da Revolução Industrial Brasileira e o quarto após 1956, chamado de fase da internacionalização da
economia brasileira.
Primeiro
período (1500 - 1808): ou de "Proibição"
Restrição ao desenvolvimento de atividades
industriais. Uma pequena indústria para consumo interno era permitida, devido
às distâncias entre a metrópole e a colônia. Eram, de fiação, calçados,
vasilhames. No século XVIII indústrias começaram a crescer, a do ferro e a têxtil. Não agradava Portugal porque faziam
concorrência ao comércio da corte e poderiam tornar a colônia independente,
adquirindo a possibilidade da independência. Em 1785, D. Maria I assinou um alvará, extinguindo todas as manufaturas têxteis
da colônia, exceto a dos panos para escravos e trabalhadores.
Segundo
Período (1808-1930)
Primeira fase (1808-1914)
Em 1808, D. João VI revogou o alvará, abriu os portos ao
comércio exterior e fixou taxa para produtos importados. Em 1810, um contrato com a Inglaterra, foi fixada taxa para as mercadorias
inglesas por de 15 anos. O desenvolvimento industrial foi mínimo devido à
concorrência dos ingleses que “invadiram" o mercado brasileiro. Em 1828 foi renovado o protecionismo econômico sobre os produtos estrangeiros,
para todos os países. Em 1844 o então Ministro da Fazenda Manuel Alves Branco decretou (Lei Alves Branco) que ampliava as taxas sobre produtos
com similar nacional. Algumas atividades industriais do país foram protegidas.
Em 1846 a indústria têxtil obteve incentivos fiscais e as matérias-primas necessárias à indústria do país receberam isenção das
taxas alfandegárias. Mas a escravidão ainda estava presente. Faltavam
trabalhadores livres e assalariados para constituir a base do mercado
consumidor, as elites do café ainda não estavam dispostas a investir na
indústria.
Segunda fase (1850-1930)
Em 1850 a Lei Eusébio de Queirós proibiu o tráfico de escravos, e trouxe duas
conseqüências para o desenvolvimento industrial:
·
Os capitais da compra de escravos ficaram disponíveis para o setor
industrial.
·
A cafeicultura necessitava de mão-de-obra, estimulou a entrada de
imigrantes, que trouxeram novas técnicas de produção de manufaturados e foi a
primeira mão-de-obra assalariada no Brasil.
O setor que mais cresceu foi o têxtil,
favorecido pelo crescimento da cultura do algodão em razão da Guerra de Secessão dos Estados Unidos, entre 1861 e 1865. Em 1880 ocorreu um
surto industrial quando a quantidade de estabelecimentos cresceu até 1889.
Momento de crescimento industrial inaugurou o processo de Substituição de
Importações. Entre 1914 e 1918 ocorreu a Primeira Guerra Mundial os períodos de crise foram favoráveis ao nosso
crescimento industrial. Ocorreu também em 1929 com a Crise Econômica Mundial e, em 1939 com a 2ª Guerra Mundial, até 1945. A
exportação do café era prejudicada e havia dificuldade em se
importar os bens industrializados, estimulando os investimentos e a produção
interna. Em 1907 foi realizado o 1° censo industrial, indicando a existência de
3.000 empresas. O 2° censo, em 1920, mostrava mais de 13.000 empresas,
caracterizando um crescimento industrial. Predominava a indústria de bens de
consumo que abastecia parte do mercado interno. O setor alimentício cresceu
bastante, principalmente exportação de carne, ultrapassando o setor têxtil. A
economia continuava dependente do setor agroexportador, o café, que respondia
70% das exportações.
Terceiro
Período (1930-1956): de "Revolução Industrial"
Marcado pela Revolução de 1930, com Getúlio Vargas, mudança no plano da política interna, afastando do poder do estado
oligarquias que representavam os interesses agrários-comerciais. Vargas adotou
uma política industrializante, a substituição de mão-de-obra imigrante pela
nacional, em função do êxodo rural (decadência cafeeira) e movimentos
migratórios de nordestinos, investiu na criação da indústria de base e energia.
Destacando-se:
Fatores que contribuíram para o
desenvolvimento industrial de 1930:
·
o êxodo rural, devido a crise do café, com o aumento da população urbana.
·
a redução das importações em função da crise mundial e da 2ª Guerra
Mundial, favoreceu o desenvolvimento, livre de concorrência estrangeira.
Desenvolvimento ocorreu em São Paulo, Rio
de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Uma característica das indústrias é que
muitas fazem apenas a montagem de peças produzidas e importadas do exterior.
São subsidiárias das matrizes estrangeiras. No início da 2ª Guerra Mundial o
crescimento diminuiu porque o Brasil não conseguia importar. Isso ressalta a
importância de possuir uma Indústria de Bens de Capital. As nossas exportações
continuaram. A matéria-prima nacional substituiu a importada. No segundo
governo Vargas (1951-1954), os projetos de desenvolvimento no capitalismo,
investimentos públicos no Instituto do Café, BNDES, forneceram importantes subsídios para Juscelino Kubitschek lançar seu Plano de Metas.
Quarto
Período(1956 em diante): de "Internacionalização"
Ao final da Segunda Guerra Mundial o Brasil dispunha de reservas de moeda estrangeira, de
ter exportado mais do que importado. Houve um crescimento de 1946 a 1950. Outros tipos de
atividade industrial se desenvolvem como no setor de minerais, metalurgia, siderurgia,
setores mais sofisticados tecnologicamente. Em 1946 teve início a produção de
aço da (Companhia Siderúrgica Nacional), que abriu para o desenvolvimento
industrial do pais. Em 1950 problemas de importância dificultaram o
desenvolvimento industrial:
·
falta de energia elétrica;
·
baixa produção de petróleo;
·
rede de transporte e comunicação deficientes.
Para tentar sanar os problemas, Vargas
inaugurou a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso e a Petrobras. No governo de Juscelino Kubitschek, 1956 a 1961, criou-se um Plano de Metas que dedicou seus recursos para estimular o setor de energia e transporte.
Aumentou a produção de petróleo e a potência de energia. Desenvolveu-se o setor
rodoviário. Crescimento da indústria de bens de produção. Na década de 50
alterou-se a orientação da industrialização do Brasil. A Instrução 113 da
Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), instituída em 1955, no governo Café
Filho. Essa
permitia a entrada de máquinas e equipamentos sem (depósito de dólares para a
aquisição no Banco do Brasil). O crescimento da indústria de bens de
produção refletiu-se nos setores:
·
siderúrgico e metalúrgico (automóveis);
·
químico e farmacêutico;
·
construção naval.
O desenvolvimento industrial foi calcado,
com capital estrangeiro, atraído por incentivos, tarifários e fiscais
oferecidos pelo governo. Nesse período teve início a internacionalização da
economia brasileira, através das multinacionais. A década de 60 começou com
problemas políticos: a renúncia de Jânio Quadros em 1961, a posse do vice João
Goulart,
discussões de presidencialismo ou parlamentarismo. Fatos ocasionaram declínio no crescimento
econômico e industrial. Após 1964, os governos militares, retomaram e
aceleraram o crescimento econômico e industrial brasileiro. O Estado de órgão
supervisor das relações econômicas. O desenvolvimento foi significativo.
Ocorreu uma maior diversificação da produção industrial. O Estado assumiu
certos empreendimentos: produção de energia, o aço, indústria petroquímica, abertura de rodovias e outros, assegurando para a
iniciativa privada o crescimento de seus negócios. Houve expansão da indústria
de bens de consumo com a produção de artigos sofisticados. Aumentou, entre 1960
e 1980, a
produção de aço, ferro, laminados, cimento, petróleo. Para sustentar o crescimento industrial,
houve o financiamento de consumo. Foi estimulada, a exportação através de
incentivos governamentais. Em 1979, pela 1ª vez, as exportações de
industrializados e semi-industrializados superaram as exportações de bens
primários (produtos da agricultura, minérios, matérias-primas). Período de
inflação, foi lançado em 1986 pelo Governo Sarney o Plano Cruzado, uma
tentativa de promover o crescimento da produção econômica sem passar pela
austeridade fiscal e monetária, seria a marca do Plano Real, em 1994. No
entanto, a proteção alfandegária que existia, restringia as importações e o
desbastecimento de produtos de primeira necessidade, condenaram o plano
econômico ao fracasso. O ajuste das contas públicas pós-Plano Real, e a adoção
de medidas políticas, jurídicas de apoio à micro e pequena indústria, a entrada
de capital estrangeiro pelos programas de privatizações, tornaram o
investimento no setor industrial atraente. Também contribuíram a desejada
estabilidade nas regras a economia que Fernando Henrique Cardoso exerceu a Presidência da República
(1994-2002), e a decisão do sucessor, Luis Inácio Lula da Silva, reeleito em 2006, de manter as mesmas
regras. Com a auto-suficiência no setor de petróleo, minimiza o problema da
dependência do setor industrial, só falta ao Brasil enfrentar a geração de
tecnologia de ponta nacional
O Movimento Trabalhista na História do Brasil
O movimento operário nasceu no Brasil entre o final do século
XIX e início do século XX. Atraso no processo de industrialização do país,
ganhou impulso após 1850, com a extinção do tráfico negreiro e a liberação dos
recursos financeiros para outras atividades econômicas em 1881, o Brasil com
indústrias, subindo em 1889 e, no início do século XX, mais de 300 mil pessoas
estavam envolvidas com a produção industrial. A maioria dos trabalhadores era
composta de imigrantes: italianos, espanhóis e alemães. Após a Primeira Guerra
Mundial, a industrialização acelerou, a maioria indústrias do setor têxtil e
alimentício. O ano de 1906 foi de importância para o movimento operário,
ocorreu o primeiro Congresso Operário Brasileiro e foi fundada a COB
(Confederação Operária Brasileira). Começaram a surgir as primeiras publicações
do movimento operário, a imprensa operária, destacando-se “O Proletário”, “O
Anarquista”, “O Brado dos Pobres”, “La Bataglia”, “Revolução Social”, “A Voz do
Trabalhador”, “A Plebe”, “O Progresso”, entre outros, sendo que alguns em
italiano, espanhol ou alemão. Movimentos grevistas ocorreram em todo o país,
reivindicando, jornada de trabalho de oito horas; regulamentação do trabalho de
menores e mulheres; pagamentos dos salários; salário mínimo; férias; melhores
condições; etc. No início da industrialização brasileira, não havia leis que
regulamentassem o trabalho industrial, o próprio proprietário, o patrão, que
determinava as relações trabalhistas. Os anarquistas acreditavam que a
eliminação da propriedade privada e do Estado seria necessária para libertar os
trabalhadores da opressão capitalista, enquanto a corrente anarcosindicalismo
afirmava que os sindicatos e a greve geral eram o instrumento de luta dos
trabalhadores contra a sociedade capitalista e o Estado. A partir desse
conceito, a primeira greve geral foi realizada, em 1917. Apesar dos 20% de
aumento concedido o movimento não teve sucesso. A repressão ao movimento
mobilizou tropas do exército e navios da marinha de guerra, sendo possível um
acordo entre trabalhadores, industriais e o governo após a formação de um Comitê
de Jornalistas, temerosos por um desfecho trágico, organizaram-se para
mediar as negociações. Entre 1900 e 1920, o anarcosindicalismo foi a corrente
do movimento operário brasileiro. A partir de 1922, é que o movimento operário
brasileiro viveu uma transição da anarcosindicalista para a socialista,
defensora da participação política da classe trabalhadora para obter melhorias
nas condições de trabalho e vida da classe operária. A diferença entre
anarcosindicalismo e socialismo, é defender o fim do capitalismo, os
socialistas eram contrários à destruição do estado de uma hora para outra,
defendiam a criação de um Estado operário, como idealizara Karl Marx. Durante a
Era Vargas (1930 – 1945) e o governo dentro da República Populista (1950-1954),
paralelo a um desenvolvimento industrial nos setores de máquinas e equipamentos,
transporte e energia, o conceito de trabalhismo foi difundido e, a atuação dos
“pelegos”, que reproduziam o discurso oficial entre as classes trabalhadoras,
foi o período de maior avanço nas conquistas trabalhistas. A partir de 1931,
foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, leis, oficializadas
pela Constituição de 1934, criaram conquistas: o salário mínimo; o descanso
semanal remunerado; férias; jornada de 8 horas; regulamentação do trabalho de
mulheres e de menores; proibição do trabalho de menores de 14 anos; previdência
social; sindicatos controlados pelo Estado; etc... Para Getúlio, a ”luta de classes” seria
promotora do caos social e inimiga do progresso, defendendo a criação do Estado
corporativo, no qual governo, proprietários e operários promoveriam acordos e
regulamentações possíveis e adequadas a todos. Em 1943, essas leis foram na CLT
(Consolidação das Leis Trabalhistas), regulamentação que até hoje serve para
registro (carteira assinada), durante o Estado Novo (1937-1945), foi instituído
o Imposto Sindical, um dia de trabalho de contribuição anual. Getúlio enfrentou
greves em 1953 que, paralisou São Paulo. Após a Era Vargas poucas foram as
conquistas trabalhistas, destaca-se a criação do INPS e também do FGTS durante
o governo Castelo Branco. Também a Constituição de 1988, durante a
redemocratização, o direito à 1/3 e a liberdade sindical. No governo Fernando
Henrique Cardoso e no governo Lula, passou a discutir a possibilidade de uma
reforma trabalhista. Os argumentos dos defensores dessas medidas, dar ao patrão
o direito de parcelar o 13º salário, redução dos impostos relativos às
contratações, redução da jornada de trabalho, etc.
Diversas decorrências da imigração que formaram o movimento
operário no Brasil, a formação de um exército de reserva para a indústria.
Imigrantes saíram das fazendas para se fixarem nas cidades de São Paulo e Rio
de Janeiro. O movimento operário encontrou dificuldades nas greves por causa da
população disposta a substituí-los no mercado de trabalho. Outro fator
considerado é o individualismo do imigrante. Muitos vieram ao Brasil com o intuito
de fazer fortuna, e retornar a Europa com um estilo de vida melhor. Como viam
um lar temporário em participar de uma organização que causasse a perda do
emprego. A organização dos trabalhadores de 1880 a 1930 como um conflito
entre duas identidades que compunham o operariado. Os conflitos entre
brasileiros e imigrantes deixou marcas no Rio de Janeiro onde o operariado era
mais misto entre os dois grupos. Aparecem conflitos entre os imigrantes como
mostra uma matéria de jornal da época: “Alemães, russos, turcos, poloneses e
espanhóis, italianos, lado a lado, é pior que andar no escuro. Cada povo que se
defenda! Mas a questão não termina aqui! A Itália é unificada, livre e
independente. No entanto, eu sou piamontês, você é toscano, vocês são sicilianos,
calabrezes, venezianos, lombardos, etc., e não nos entendemos entre nós.” A
diversidade entre as nacionalidades criaram barreiras enormes para a
organização dos trabalhadores. No período tratado podemos encontrar vários
jornais em italiano, alguns em espanhol e português e até dois escritos em
língua alemã.
A Mudança na Identidade.
O movimento operário teve avanços frente os empregadores. Em
alguns momentos tornavam-se as causas mais importantes unindo os trabalhadores
até então separados por “nacionalidade, ocupação profissional, língua, idéias e
sentimentos étnicos”. No fim da primeira guerra mundial, os trabalhadores
imigrantes, mudam de atitude e começam a aceitar o Brasil como terra
permanente. Nova situação os sindicados vistos por esses imigrantes como meio
de luta para a garantia de condições de trabalho e futuro. O tempo de
permanência contribui para o vínculo com o Brasil, fortaleceu mais o movimento.
A maquinação das elites tinha intenção de dividir a classe trabalhadora dos
nacionais contra os estrangeiros que dominavam o movimento. A conspiração
estrangeira surtiu efeito e espalhou, trazendo dificuldades a organização
operária com os brasileiros. Jornais operários passaram a se defender tentando
mostrar a presença de brasileiros no movimento e insistir na “brasilidade”
desses imigrantes. Os discursos dos operários se esforçam por demonstrar o
quanto os estrangeiros vincularam-se a cultura brasileira. Na história do
movimento, são constantes conflitos dentro das próprias classes trabalhadoras e
contra seus empregadores num movimento de várias identidades.
A década de 1920, e 1929, período entre-guerras, foi uma época de
prosperidade econômica, os Estados Unidos da América como potência mundial, que teve uma forte
queda em 1929 com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque. A Europa, sofria as conseqüências da Primeira Guerra Mundial, a ascensão do Nazismo, após a Crise de 29, o surgimento do Fascismo italiano e o Salazarismo em Portugal.
Grande Depressão
Também chamada Crise de 1929, foi
uma depressão econômica e persistiu até a década de 1930, terminando com a Segunda Guerra Mundial. É considerada o pior e o mais longo período de recessão
econômica do século XX. Causou desemprego, quedas do produto interno bruto, quedas na produção industrial, preços de ações,
em diversos países no mundo. A produção industrial americana já havia começado
a cair, causando recessão econômica valores de ações na bolsa de Nova
Iorque,
caíram, milhares de acionistas perderam, da noite para o dia, tudo o que
tinham. Essa quebra na bolsa piorou os efeitos da recessão, causando inflação e queda nas taxas de venda de produtos,
obrigaram o fechamento de empresas, elevando as taxas de desemprego. Os efeitos
foram sentidos no mundo inteiro. Países: Estados Unidos, Alemanha, Austrália, França, Itália, o Reino Unido e o Canadá. Em países pouco industrializados, como a Argentina e o Brasil (não conseguiu vender o café), a Depressão
acelerou o processo de industrialização. Nos Estados Unidos em 1933, o Presidente Franklin Roosevelt aprovou medidas, o New Deal. Junto com programas sociais, ajudou a
minimizar os efeitos da Depressão a partir de 1933. Em alguns países, os
fatores ajudaram a ascensão de regimes de extrema-direita, como os nazistas por Adolf Hitler na Alemanha.
Causas da Grande Depressão
No fim da Primeira Guerra Mundial, os países europeus encontravam-se devastados, a economia enfraquecida, abalou a economia mundial. Os Estados Unidos aproveitaram o pós-guerra para lucrar em
cima dos países destruídos, entre 1918 e 1928 a produção norte-americana cresceu, prosperidade
econômica. Havia emprego, os preços caíam, a agricultura produzia muito, a economia européia se reestabeleceu e passou a
importar cada vez menos dos Estados Unidos. Retração do consumo, as indústrias norte-americanas não tinham
mais para quem vender, consequentemente os preços caíram, a produção diminuiu e
o desemprego aumentou. A queda dos lucros, a retração
geral da produção industrial e a paralisação do comércio resultou na queda das ações da bolsa e mais tarde na quebra da bolsa.
Foi uma crise de superprodução. Teorias incluem a quebra da bolsa, a decisão de
Winston Churchill que o Reino Unido passasse a usar o padrão-ouro em 1925, causou deflação no Império Britânico, o colapso do comércio internacional, a aprovação do Ato da Tarifa, que aumentou os
impostos, a política da Reserva Federal dos Estados
Unidos da América, e outras. A Grande Depressão foi causada por política monetária mal
planejada pela Reserva Monetária dos Estados Unidos da América, reduzir as
reservas foi uma tentativa de reduzir uma suposta inflação, o que de fato agravou o problema na
economia americana.
Quebra
na Bolsa de Valores de Nova Iorque
Em 1929, os preços das ações na Bolsa
caíram, estabilizaram-se no final de semana, mas caíram novamente. Muitos
acionistas entraram em pânico. O excesso de ações à venda e a falta de
compradores fizeram com que os preços destas ações caísse. Milhares de pessoas
perderam somas em dinheiro. Os preços continuaram caindo. As pessoas que tinham
suas riquezas em ações perderam tudo. Outras haviam comprado através de
empréstimo e prestações. A queda nas vendas estendeu a recessão ao setor
industrial e comercial dos Estados Unidos. As altas taxas foram um dos fatores
que estenderam a Depressão à Europa. Os países europeus, que utilizavam o
padrão-ouro, foram obrigados a aumentar suas taxas, o que levou à redução de
gastos e levou a quedas na produção industrial destes países. A economia dos
Estados Unidos entrou numa recessão até 1933. Neste período, estabelecimentos
bancários, financeiros, comerciais e industriais foram fechados. Outros foram
obrigados a demitir trabalhadores e/ou reduzir salários.
A vida durante a Grande
Depressão
A maior parte da população dos países
afetados pela Grande Depressão cortaram todo e qualquer tipo de gasto,
agravando os efeitos da recessão na economia destes países. Milhões de pessoas
perderam seus empregos, o desemprego fez a subnutrição e milhares de pessoas morreram. A maioria
instalou-se em favelas. Abrigos rústicos feitos com telas de
metais, madeira e papelão tornaram-se comuns das grandes cidades. As condições
de vida nestas favelas eram precárias. A indústria agropecuária de diversos
países, foi atingida pela Grande Depressão. Muitos fazendeiros endividaram-se,
e vários foram forçados a cederem suas terras para instituições bancárias.
Períodos de seca, invernos rigorosos e pestes agravaram a recessão econômica.
Muitos donos de automóveis não tinham como adiquirir combustível para
abastecer, passaram a usar carroças puxadas por cavalos. Muitos afro-americanos não conseguiam emprego, por causa de discriminação racial. Empregos eram dados aos brancos. Mulheres
também dificilmente encontravam empregos, a prioridade era para trabalhadores
masculinos. Imigrantes passaram a ser discriminados porque, competiam com a
"população" dos países atingidos por empregos. Isto, fez com que as
taxas de imigração caíssem. Após o fim da Grande Depressão,
muitos dos países passaram a fornecer maior assistência social e econômica aos
necessitados. Gerou grandes mudanças na política econômica, mudou as atitudes
de pessoas em relação ao comércio. Passaram a favorecer maior controle da
economia por parte do governo. Grupos, favoreciam a instalação de um regime comunista, nazista ou fascista de governo, como solução para a crise, governos fortes e autoritários como: Getúlio Vargas no Brasil e Salazar em Portugal, os governos procuravam corrigir as
distorções do capitalismo, por Karl Marx.
A Revolução de 1930 foi o movimento
armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, que culminou com o golpe de Estado, o Golpe de 1930, que depôs o presidente da república Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha. Em 1929, lideranças de São
Paulo
romperam a aliança com os mineiros, conhecida como política do café-com-leite, e indicaram Júlio Prestes como candidato à presidência da República. Em reação, o Presidente de Minas
Gerais, apoiou
a candidatura oposicionista do gaúcho Getúlio Vargas. Em 1º de março de 1930, houve eleições para presidente da
República e deram a vitória ao candidato Júlio Prestes. Porém, não tomou posse, em virtude do golpe de estado e foi exilado. Getúlio Vargas assumiu o "Governo
Provisório" em 3 de novembro de 1930, data que marca o fim da República Velha.
A revolução - O problema da sucessão
presidencial
Na República Velha (1889-1930), vigorava no Brasil a "política do café com leite", em que políticos de São
Paulo e de Minas
Gerais se
alternavam na presidência da república. Washington Luís indicou Júlio Prestes. Foram lançados os candidatos da Aliança Liberal: Getúlio Vargas como
candidato a presidente e João Pessoa (presidente da Paraíba) como vice.
As
eleições e a revolução
As eleições foram realizadas e deram
vitória a Júlio Prestes, Getúlio teve quase 100% dos votos no Rio Grande do
Sul. A Aliança Liberal recusou-se a aceitar alegando que era fraude. A revolução de 1930 iniciou-se, Júlio Prestes, Washington Luís e vários outros da República Velha foram exilados.
Uma república nova
À 3 de novembro de 1930, a junta militar passou o poder a Getúlio Vargas,
encerrando a chamada República Velha. Getúlio tornou-se chefe do Governo
Provisório com amplos poderes. A constituição de 1891 foi revogada e Getúlio
passou a governar por decretos.
ABAIXO:
- populismo,
- era vargas,
- o Brasil na segunda guerra mundial,
- redemocratização,
- governo de 1945 a
1964,
- industrialização no Brasil,
- Crise do populismo,
- golpe e regime militar,
- Brasil contemporâneo
Conseqüências
A nova Constituição só é aprovada em 1934, depois de forte pressão social, como a Revolução Constitucionalista de 1932. A estrutura modifica-se depois de 1930,
tornando-se mais ajustada às necessidades econômicas e sociais do país.
O regime centralizador, autoritário, do
getulismo ou Era Vargas estimula a expansão das atividades urbanas
e desloca o eixo produtivo da agricultura para a indústria, estabelecendo as bases da moderna
economia brasileira.
Legado
político e social - A nova
política do Brasil
Três ex-ministros de Getúlio Vargas
chegaram à Presidência da República: Eurico Dutra, João Goulart e Tancredo Neves. Três tenentes de 1930 chegaram à
Presidência: Castelo Branco, Médici e Geisel. O
estilo de Getúlio foi incorporado à maneira de fazer política dos
brasileiros, e teve seu maior adepto, Tancredo Neves. O maior momento foi a grande aliança
política que se formou visando as diretas-já e, uma aliança em torno de Tancredo,
visando a transição do Regime Militar para a democracia, em 1984-1985.
A nova economia do Brasil
Os defensores de Getúlio Vargas
contra-argumentam, dizendo que em nenhum outro momento da história do Brasil houve avanços comparáveis nos direitos dos trabalhadores. O expoentes máximos
foram João
Goulart e Leonel Brizola. Brizola foi considerado por muitos, o último herdeiro político do "Getulismo",
ou da "Era Vargas". A crítica de direita, ou liberal, argumenta que, leis trabalhistas
prejudicam os trabalhadores porque aumentam o custo Brasil, onerando muito as empresas e gerando a inflação, que corrói o valor real dos salários. O custo Brasil faz com que as empresas contratem menos trabalhadores e aumentem a
informalidade, as leis trabalhistas gerariam: inflação, desemprego e subemprego.
"Trabalhadores do Brasil"
Frase que Getúlio iniciava seus discursos. Instituiu a CLT e o salário mínimo, tempo das mudanças sociais, onde os trabalhadores estavam no cenário político nacional,
aplicando o populismo.
Populismo
Conjunto de movimentos políticos no centro
de toda ação política, o povo, massa em oposição aos mecanismos da democracia representativa. O populismo são fenômenos políticos da América Latina, associado à industrialização, à urbanização e à dissolução das estruturas políticas oligárquicas, que concentravam o poder na mão de
aristocracias rurais.
Características
Sua característica básica é o contato
direto entre as massas urbanas e o líder carismático, supostamente sem a
intermediação de partidos.
Para ser eleito e governar, o líder populista procura estabelecer um vínculo
emocional com o "povo". Forma de angariar votos e prestígio
através da simpatia. Esse pode ser considerado o mecanismo mais representativo
desse modo de governar.
Ideologias
O populismo teve representantes na Esquerda
e na Direita. Governantes como Vargas, Perón e Lázaro Cárdenas realizaram políticas nacionalistas de substituição de importações, estatização de atividades econômicas, imposição de
restrições ao capital estrangeiro e concessão de direitos sociais. Dedicaram-se
à repressão
policial. O
populismo não é de "Esquerda", seu alvo não são apenas as massas
destituídas; há políticos de Direita, como: Paulo Maluf - que têm como alvo de sua ação política a
exploração dos menos organizados da população urbana, estabelecem uma relação empática na defesa da "moral e bons
costumes". Alegam que o maior representante do populismo de Direita no
Brasil foi o presidente Jânio Quadros. Exemplo máximo do populismo no Brasil foi Getúlio Vargas, apelidado de "pai dos pobres",
sua popularidade entre as massas é atribuída a sua liderança carismática e a
seu empenho na aprovação de reformas trabalhistas que favoreceram o operariado.
Era Vargas
É
o nome que se dá ao período em que Getúlio Vargas governou o Brasil por 15 anos, ininterruptos (de 1930 a 1945). Inúmeras alterações que fez no país,
tanto sociais quanto econômicas.
O Governo Constitucionalista (1934 - 1937)
Vargas convoca a Assembléia em 1933, e em 1934 a nova Constituição, trazendo novidades
como o voto secreto e o voto feminino, era o fim do voto aberto. Duas vertentes
políticas começaram a influenciar a sociedade. Integralismo: Corrente que defendia o fascismo.
Aliancismo: Corrente que defendia a revolução socialista através da Intentona Comunista, liderada por Luiz Carlos Prestes e Olga
Prestes.
O Plano Cohen
Vargas se mostrou contra o socialismo, e
usou este pretexto para o seu maior sucesso político, o golpe de 1937. Os integralistas forjaram o "Plano
Cohen", dizia que os socialistas planejavam uma revolução maior e mais
arquitetada, e teria o apoio do Partido Comunista da União Soviética. Os
militares e parte da classe média apóiam um governo fortalecido, para espantar
a idéia de um governo socialista. Com o apoio militar e popular, Vargas derruba
a Constituição, e declara o Estado Novo.
Estado Novo (1937 - 1945)
A constituição de 1937, que criou o
"Estado Novo", tinha caráter centralizador e autoritário. Suprimiu a
liberdade partidária, a independência entre os três poderes, Vargas fechou o
Congresso Nacional e criou o Tribunal de Segurança Nacional. Os prefeitos
passaram a ser nomeados pelos governadores e esses, pelo presidente. Foi criado
o Departamento de Imprensa e Propaganda, com o intuito de projetar Getúlio
Vargas como o o "Salvador da Pátria".
O Fim
Em 29 de outubro de 1945, Getúlio foi deposto por um golpe militar,
conduzido ao exílio na sua cidade São Borja. Em 2 de dezembro, foram realizadas eleições para o
parlamento e presidência, Getúlio eleito senador pela maior votação. Era o fim
da Era Vargas, mas não o fim de Getúlio, que em 1951 retornaria à presidência pelo voto
popular. Getúlio voltou ao poder. As principais propostas foram: A criação da Eletrobrás, para o desenvolvimento industrial e a
criação da Petrobrás para diminuir a importação. Após muitas crises e problemas, Vargas
começou a ser muito pressionado, não suportou e (supostamente) se suicidou com
um tiro no peito em 24 de agosto de 1954. Teria escrito uma carta-testamento onde
dizia: sempre pertenceu ao povo e um dos últimos trechos, havia a frase: "...
Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para
entrar na História.".
A Intentona comunista
(1935)
A extinção da ANL provocou a reação de alguns. Em 1935, eclodiu a Intentona Comunista, rebeliões militares que
foram dominados pelas forças governistas. Em 1936, Prestes, Olga e
outros sindicalistas e comunistas, são presos.
É criado o Tribunal de Segurança Nacional para julgar os presos políticos.
A Redemocratização (1945 - 1964)
Eleições de 02/12/45
UDN = Brigadeiro Eduardo
Gomes
PTB - PSD = Eurico
Gaspar Dutra (apoiado por Vargas)
PCB = Yedo Fiúza
Constituição dos Estados Unidos do Brasil (1946)
-
Fato Histórico:
Deposição de Vargas e redemocratização.
- Constituição
promulgada - Assembleia Nac. Constituinte de 1946
- Inspirada na
Constituição Norte-Americana e Const. Brás. de 34.
-
Autonomia dos Estados e Municípios.
-
Sistema Representativo: Senado e Câmara dos Deputados.
- Liberdade de expressão,
de culto e de religião.
- Eleições para todos os
cargos.
-
Obrigatoriedade do voto feminino.
-
Direito de Greve.
- Dita como a
Constituição mais liberal e democrática.
- Abolição da Pena de
Morte.
-
República Presidencialista.
- Proibição de partidos
políticos que contrariem a orientação democrática (art. 119 e 141) - fechamento
do PCB (1947).
- Último Presidente
Eleito pelo povo - Jânio Quadros (1960).
O Governo Dutra (1946 - 1951)
O Governo Dutra, caracterizou-se
pelo(a):
- Sustentação de uma
política econômica liberal que favorecesse os negócios das empresas comerciais
brasileiras e internacionais;
- Liberdade de ação ao
capital estrangeiro;
-
Aumento das possibilidades de acumulação de capital pêlos empresários, através
de uma política de repressão aos operários e do congelamento salarial, o que
estava de acordo com os parcereres da Comissão Técnica Mista Brasil-Estados
Unidos, presidida por John Abbink e Otávio Gouveia;
- Não-intervenção do
Estado na economia.
Reservava-se ao Estado
apenas o direito de intervir em setores da vida nacional, com Saúde,
Alimentação, Transporte e Energia, no conjunto formavam o Plano Salte. O governo Dutra, em 1947, tinha estreitas
relações com os EUA e pressionado por setores sócio-político-militares,
cortou relações com a União Soviética e pediu a extinção do partido Comunista
Brasileiro, depois, declarado ilegal por decisão judicial. Todos os
parlamentares eleitos foram cassados em seus direitos políticos. Reflexos da
guerra fria.
Os Governos de Café Filho, Carlos Luz e Nereu
Ramos (1954 - 1956)
Assume a presidência o
vice-presidente Café Filho, ligado aos setores conservadores. Instrução 113 da
SUMOC (Superintendência da Moeda e do Crédito): isentava apenas as
multinacionais exigida na importação de manufaturas e máquinas do exterior. Em 1955 houve novas
eleições para Presidência. Com o afastamento de Café Filho, por saúde, assumiu o
cargo,
Carlos Luz, adversário de Juscelino. Suspeitando de uma tentativa de golpe, as forças do
Exército ocuparam prédios públicos, estações de rádio e os principais jornais.
Carlos Luz e os supostos golpistas da UDN
refugiaram-se no navio Tamandaré. O poder passou a Nereu Ramos, (11/11/55), que
garantiu a posse de Juscelino e Goulart em 1956.
O
Governo Juscelino Kubitschek (1956
-1961)
O
governo de JK, caracterizou-se por um nacionalismo desenvolvimentista,
assentado no capital estrangeiro. Lema: "Cinquenta anos de progresso em cinco anos
de governo". JK implantou as indústrias de bens de consumo duráveis
(automobilismo e eletrodomésticos), dando apoio a entrada de multinacionais.
-
Desnacionalização da economia brasileira.
Com
a necessidade de receber mais recursos (recusados pelo F.M.I.), JK lança mão de
emissões e empréstimos estrangeiros sem o aval do FMI.
-1959 - Criação da
SUDENE.
- Construção de rodovias
e hidroelétricas.
Desencadeou a operação
Pan-Americana (OPA) de um programa de assistência, desperta países latino-americanos para o
desenvolvimento. Enfrentou duas revoltas que foram dominadas. A construção de Brasília e transferência da
Capital para o Planalto Central (21/0471960) assinala sua
administração. Ao lado do crescimento econômico, acentua-se a dominação cultural do
exterior.
O Governo de Jânio Quadros (Janeiro - Agosto de 1961)
Eleito
pela UDN, Jânio Quadros teve como vice João Goulart do PTB. Jânio tomou providências
enérgicas de combate à inflação e à ineficiência da burocracia. A oposição do
Congresso e da imprensa ao Governo intensificava-se, Jânio promovia a
aproximação com governos de Cuba e da União Soviética, através do reatamento
das relações diplomáticas e comerciais e a entrega
da condecoração brasileira a Ernesto "Che" Guevara. Suas reformas não
chegaram a ser postas em prática, alegando pressões de "forças ocultas", o Presidente renunciava.
O Brasil na 2ª
Guerra Mundial
O Brasil entrou na 2ª Guerra Mundial após torpedos em navios
mercantes brasileiros em 1942: descoberta de centrais de inteligência e
espionagem alemãs - com transmissão por equipamentos de rádio. Os torpedos
continuaram afundando navios. O governo declara estado e guerra, são
encontradas bombas-relógio espalhadas no Rio de Janeiro, onde aconteceria o
desfile militar. São afundados mais navios. Vargas e Franklin Roosevelt reúnem
para efetivar a participação do Brasil na Guerra, através do envio de uma Força
Expedicionária. Em 1943 os torpedeamentos continuam. Em 1943 é afundado o primeiro submarino
alemão por brasileiros. Em 1943 é criada a Força Expedicionária Brasileira e, o
1º Grupo de Aviação de Caça. A Força Aérea Brasileira (FAB) ou FEB, entrou em
combate, teve as primeiras vitórias cercou e aprisionou a Divisão de Infantaria
alemã, conquistou cidades, fez junção com as tropas francesas. A Itália declara
sua rendição. A guerra encerra-se com a rendição da Alemanha. A FEB havia
aprisionado soldados inimigos, canhões, viaturas e cavalos, saindo vitoriosa em
21 batalhas. Participaram oficiais que desempenhariam papéis de destaque na
vida política brasileira: Humberto de Alencar Castello Branco (presidente da
República entre 1964 e 1967), entre outros. O Brasil acabou participando da Guerra
junto aos Aliados, os alemães iniciaram o torpedeamento de embarcações brasileiras em represália à
adesão do Brasil à Carta do Atlântico um mês antes. A participação do Brasil na
guerra contribuiu para o fim do regime do Estado Novo, denunciado pelo Manifesto dos Mineiros de 1943. Em troca do apoio brasileiro, Roosevelt financiou a construção de uma siderúrgica
Nacional, para incentivar a economia brasileira e fornecer aço à frente aliada,
foi instalada uma base militar em Parnamirim, vizinho a Natal.
Redemocratização
É o processo de restauração da democracia e do estado de direito em países ou regiões que passaram por um
período de autoritarismo ou ditadura. Pode acontecer onde o poder restaura os
direitos civis, quando isso acontece através de revoluções. Após o período iniciado com o Golpe de 1964, a redemocratização teve início no governo de João Baptista Figueiredo, com a anistia aos acusados ou condenados por crimes
políticos. Em 1979, o governo modificou a legislação
partidária e eleitoral e restabeleceu o pluripartidarismo. A Arena transformou-se no Partido Democrático Social (PDS), e o MDB acrescentou a palavra partido à sigla,
tornando-se o PMDB. Outras foram criadas: Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT), de esquerda, o Partido Popular (PP) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), de centro-direita. Alguns, como o Partido Comunista do Brasil ainda permaneceram proibidos. Com o
agravamento da crise econômica, inflação e recessão, os partidos de oposição ao
regime cresceram; fortaleceram-se os sindicatos e as entidades de classe. Em 1984, o País
mobilizou-se na campanha pelas "Diretas Já", declarando apoio à emenda
constitucional que permitia a eleição direta para a Presidência da República.
Mas foi derrotada. Em 1985, Tancredo Neves foi eleito, com José
Sarney como
vice, Maluf. Tancredo, foi internado. Até que, faleceu
em 21
de abril de
1985 em São Paulo. Sarney assumiu a Presidência no dia 15 de março, dando fim a 21 anos de ditadura militar no Brasil. Mas a redemocratização só foi completa com a promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988.
República Nova (Brasil) 1945 - 1964
Ou República de 46 inicia com a
renúncia do Presidente Getúlio, em 1945. Eurico Gaspar Dutra foi eleito. Em 1946 foi promulgada nova Constituição, mais democrática restaurando direitos
individuais. Em 1950, Vargas foi mais uma vez eleito
presidente, pelo voto direto. Foi criada a Petrobrás, receberam suporte das camadas operárias,
dos intelectuais e do movimento estudantil. Getúlio não conseguiu conduzir tão
bem o seu governo. Pressionado por uma série de eventos, em 1954. Getúlio comete “suicídio”. Assumiu o
vice, João Fernandes Campos Café Filho. Em 1955, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente e tomou posse em 1956, enfrentou tentativas de golpe. Seu
governo caracterizou-se pelo desenvolvimentismo, avanços técnico-industriais como evidência de um avanço do país. O lema
foi 50 anos em 5. Em 1960, Kubitschek inaugurou Brasília, a nova capital do Brasil. Já em 1961, Jânio Quadros (eleito em 1960) assumiu a presidência,
mas renunciou, pregava a moralização, tomou medidas esdrúxulas (proibição de biquínis nas praias), condecorou Ernesto
Che Guevara,
interpretado como alarde de pânico com o uso do comunismo no Brasil. O vice João
Goulart,
Jango, assumiu após uma crise política: os militares não queriam aceitá-lo,
alegando o "perigo comunista". Uma solução é acertada e instala-se o parlamentarismo no Brasil. Em 1963, Jango recuperou a chefia com o plebiscito
que aprovou a volta do presidencialismo. Governa até 1964, com problemas pela
oposição militar, devido a seu nacionalismo.
A crise do populismo foi responsável pela polarização política, entre aqueles que defendiam uma
política popular e nacionalista e aqueles que defendiam a abertura do mercado e
maior aproximação com a política externa dos EUA. Destacam-se a discussão que
envolveu a criação da Petrobrás, a crise em relação à posse de Juscelino
Kubitschek e a campanha da legalidade, que garantiu a posse de João Goulart.
Golpe Militar de 1964
Conjunto de eventos ocorridos em 31
de março de
1964 no Brasil, e que culminaram no dia 1º de abril em um
Golpe de Estado, que interrompeu por meio da força o governo do presidente João
Goulart,
sido democraticamente eleito vice pelo PTB, na eleição que
conduziu Jânio Quadros à presidência pela União Democrática Nacional (UDN). Jânio renunciou e quem deveria
substituí-lo era João Goulart. Porém estava em viagem na China. Militantes acusaram ser comunista e o impediram de
assumir. Acabaram fazendo um acordo pelo qual se criaria o regime
parlamentarista, passando então João Goulart a ser chefe-de-Estado. Em 1963,
houve um plebiscito e o povo optou pela volta do regime
presidencialista. João Goulart, assume a presidência. O Golpe de 1964 submeteu
o Brasil a uma ditadura militar alinhada politicamente com os
interesses dos Estados Unidos da América, que durou até 1985, quando, foi eleito o
primeiro presidente civil Tancredo Neves.
Revolução ou Golpe de 64
Em 1964, houve um movimento de reação, por parte
de setores conservadores, notadamente as Forças Armadas, a sociedade civil e o alto clero da Igreja Católica, apoiados pelos Estados Unidos - ao temor de que o Brasil viria a se
transformar em uma ditadura socialista com o anúncio das reformas de base do
governo de João Goulart, incluíam: a reforma agrária e a reforma urbana, mudanças benéficas
para os setores mais pobres, trabalhadores rurais e urbanos, e perdas de privilégios e vantagens para as classes dominantes e
oligárquicas. Jango decreta a nacionalização das refinarias privadas de
petróleo e desapropriação, para a reforma agrária, de propriedades às margens
de ferrovias, rodovias e zonas de irrigação de açudes públicos. Desencadeou-se
uma crise, com a economia já desordenada e o panorama político confuso. A
oposição militar veio para impedir que tais reformas se consolidassem. Pela
falta de mobilização de setores além do apoio de uma potência militar e
econômica mundial (os Estados Unidos) - tais quais as camadas mais baixas -
historiadores consideram o movimento de 1964 como um golpe de Estado.
Revolta dos marinheiros
Foi um motim realizado pelos marinheiros da
Marinha do Brasil em 1964. Uma assembléia que se realizou, exigiam
melhores condições e apoio às reformas políticas. Jango proibiu qualquer
invasão da assembléia o ministro do trabalho negociou um acordo, e os
marinheiros concordaram. Os líderes foram presos pelos militares, Goulart
concedeu perdão, Goulart procurou apoio pelo seu governo.
O golpe e o regime que se
seguiu
O golpe de Estado foi denominado de Regime Militar de 1964. Época caracterizada economicamente por um desenvolvimento do país, às custas de dinheiro norte-americano em quantidades, justificado pelo medo
comunista e das organizações de trabalhadores pelos militares. Foi acompanhado
de uma repressão política e aumento da dívida externa, justificativa de manter a sociedade
politicamente estável no sentido de evitar a influência de idéias socialistas, atuava contra qualquer um que discordasse
da atuação do regime ou que pudesse provocar discordância. Limitação de
liberdades (de expressão, imprensa e organização), interrogatórios, prisões e
tortura dos opositores e considerados simpatizantes de idéias socialistas,
muitos inocentes foram assassinados por militares e policiais.
O
meio militar
- Nós fizemos um movimento para derrubar João Goulart. Foi um movimento contra, a subversão, contra a corrupção. ...nem a subversão nem a corrupção acabam. Você
pode reprimi-las, mas não as destruirá. Era algo destinado a corrigir, não
a construir algo novo, e isso não é revolução".
A idéia do golpe militar surgiu, o
presidente recebeu um manifesto, exigindo sua renúncia. A situação estava fora
de controle: Jango seguindo para Porto Alegre, se refugiou numa estância. Jango tentando
evitar um derramamento de sangue, partiu para o exílio no Uruguai, morrendo na Argentina, em 1976, por causas suspeitas. O país foi
testemunha de cenas de força: soldados armados, tanques, caminhões e jipes ocuparam as ruas das principais cidades
brasileiras. Sedes dos partidos, sindicatos e associações foram tomadas pelos
soldados.
Situação
internacional
A Guerra Fria estava espalhando o temor pelo avanço do perigo
vermelho. As esquerdas espelhavam-se nos regimes socialistas em Cuba e na China. O temor ao comunismo influenciou a eclosão de uma série de
golpes militares na América Latina, seguidos por ditaduras militares, com o
aval Estados Unidos, que considerava a América Latina sua área
de influência.
Situação nacional
A população, confusa e receosa,
desinformada pela repressão, acabou se acomodando à medida que a economia,
melhorava.
Amadurecimento
O golpe foi aos poucos. O motivo alegado
era o comunismo. As correntes de pensamento, direita e esquerda, vinham se contrapondo. Um movimento
político-militar conservador descontente com os direitos garantidos aos
trabalhadores, aliados aos Estados Unidos da América, descontentes com o desenvolvimento de
indústrias.
Após o golpe de 1964
A ditadura foi endurecendo e fechando o
regime aos poucos. O período entre 1968 até 1975 foi determinante "anos de
chumbo". Eleitores brasileiros sofreram das restrições impostas por Atos Institucionais que ignoravam e cancelavam a validade da Constituição Brasileira, criando um Estado de exceção, suspendendo a democracia. Impor um modelo sócio, político e
econômico para o Brasil, a ditadura militar tentou forjar um ambiente
democrático, era conhecida pelo nome de "Revolução", seus governos
eram considerados "revolucionários". A visão crítica do regime só
começou a ser permitida a partir de 1974, quando Ernesto Geisel determinou a abertura
lenta e gradual da vida sócio-política do país.
Os
Atos Institucionais - AI-1
Em 9 de Abril de 1964, foi publicado o Ato Institucional Número Um , ou AI-1, suspendeu por dez anos os direitos políticos de todos
aqueles que poderiam ser contrários ao regime, ameaça de cassações, prisão, e expulsão do país. Houve uma
razão, foi uma medida mais estratégica do que o diálogo. Os políticos, estavam
preocupados quanto aos caminhos que seriam tomados pelo governo. Haveria que
tomar uma medida radical para convencer os indecisos.
Brasil Contemporâneo: O Ato
Institucional Nº 5 (1964-1985)
Oito em cada dez brasileiros
nunca ouviram falar do AI-5
Editado há 40 anos por Costa e Silva, o AI-5, símbolo da
ditadura militar. Editado em 1968, o AI-5 autorizava o Executivo a fechar o
Congresso, cassar mandatos, demitir e aposentar funcionários de todos os
poderes. O governo podia legislar sobre tudo, e suas decisões não podiam ser
contestadas judicialmente. O AI-5 serviu para a cassação de congressistas. A
censura atingiu filmes, peças, livros e canções. Vigorou até dezembro de 1978.
Definiu o momento mais duro do regime, dando poder de exceção aos governantes
para punir os que fossem inimigos do regime ou considerados. O ano de 1968,
"o ano que não acabou", ficou marcado como um momento de grande
contestação da política e dos costumes. O movimento estudantil celebrizou-se
como protesto dos jovens contra a política tradicional, e pedido de liberdade.
Também no decorrer de 1968 a
Igreja começava a ter uma ação mais expressiva na defesa dos direitos humanos,
e lideranças políticas cassadas continuavam ao combate à ditadura. Foi baixado
o AI-5, que autorizava o presidente da República, em caráter excepcional e sem
apreciação judicial, a: decretar o recesso do Congresso Nacional; intervir nos
estados e municípios; cassar mandatos parlamentares; suspender, por dez anos,
os direitos políticos de qualquer cidadão; decretar o confisco de bens
considerados ilícitos; e suspender a garantia do habeas-corpus. Só em 1969 o
Congresso seria reaberto, para referendar a escolha do general Emílio
Garrastazu Médici para a Presidência da República. O AI-5 foi um instrumento de
intolerância em um momento de intensa polarização ideológica. O crescimento
seria feito com "sangue, suor e lágrimas".
Boa pesquisa.
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