O livro “A Coroa, a Cruz e a Espada”, de Eduardo Bueno (2006), conta o que se passou no Brasil entre os anos de 1548-1558. A distribuição do Brasil à Capitães Hereditários, feita em 1530, não surtiu o resultado almejado pela Coroa Portuguesa, e o território estava caindo nas mãos dos Franceses. Assim, em 1548 o Rei João III de Portugal decide fundar o Governo Geral do Brasil, e indica Tomé de Sousa para o cargo. Em 1549 este vem para o Brasil e inicia a construção de sua primeira capital, a cidade fortificada de Salvador, na Baía de Todos os Santos. A frota que trouxe os soldados, trabalhadores, colonos e degredados que trabalharam na construção de Salvador também contou com os primeiros Jesuítas a virem para o Brasil, incluindo Manuel da Nóbrega, dando início ao processo organizado de Cristianização dos nativos. Das 15 Capitanias originais, somente 4 haviam prosperado e não sido destruídas pelos Índios ou pelos Franceses: Pernambuco, Porto Seguro, Ilhéus, e São Vicente. A última era a mais próspera das Capitanias, porque seu proprietário, Martim Afonso de Sousa, Vice-Rei da Índia, era liberal quanto a vinda de imigrantes de outros países Europeus fora de Portugal, tais como Italianos, Alemães, e Holandeses. Estes investiram em diversos engenhos de açúcar na região da Baixada Santista, fundando nesse processo Santos, Itanhaém, Bertioga, e Piaçaguera (Cubatão), e explorando a costa e capturando índios até 800 km ao sul, em Laguna (Santa Catarina). Além disso, dessa região partia um dos ramais do “Caminho do Peabiru”, que conectava o Brasil ao Peru. Sabendo da riqueza do Peru, logo os colonos começaram a subir a Serra do Mar e adentrar o Planalto Meridional. Em 1550 chegou a São Vicente o padre jesuíta Leonardo Nunes, apelidado pelos Índios de “Abarébebê", ou “Padre Voador", tal a velocidade que se movia pela selva, o que era prezado pelos Índios. Este subiu a Serra, e fundou Santo André com auxílio de alguns Portugueses que ali viviam há mais de 40 anos, incluindo João Ramalho. Sabendo do clima mais temperado do Planalto, Nóbrega se muda para São Vicente, e logo em seguida para o Planalto, onde em 1554 funda a igreja e o colégio de São Paulo, dando início a cidade com o mesmo nome, que mais tarde se tornaria a maior do Hemisfério Sul. Tomé de Sousa retornou a Portugal em 1553, sendo substituído por Duarte da Costa. Esse tomou uma postura muito mais agressiva com relação aos índios que viviam em volta de Salvador, tomando suas terras e os escravizando. Em 1555 ocorre a Guerra de Itapuã, com milhares de Índios atacando os engenhos que haviam se instalado em volta da Baía de Todos os Santos. Mas a superioridade bélica dos Europeus permitiu por exemplo que na principal batalha 200 infantes e 20 cavaleiros Portugueses enfrentarem mais de mil índios, matando 700 sem perder um só homem. Quando a guerra se encerra, haviam sido destruídas 13 aldeias e mortos e escravizados mais de 3 mil índios. Era só o início da conquista do Brasil.
Por: Gabriel Penno Saraiva (03-Dez-2021)
Boa pesquisa.
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