segunda-feira, 19 de fevereiro de 1990

Livro: A Modernidade na Visão de Rouanet, Dussel e Philadelpho.



                    Para Rouanet, por trás da crise da modernidade é que está a crise da civilização. Este projeto tem como conceitos a universalidade, a individualidade e a autonomia. Para ele, a universalidade engloba todos os seres independentes de suas etnias e culturas. A individualidade  separa o indivíduo do coletivo e atribui valores para cada pessoa de acordo com a sua individualização. A autonomia é de cada um pensar por si e agir no público sem prejudicar ninguém. Rouanet, trabalha basicamente com conceitualização porque através do conceito se forma o pensamento completo. Há uma recusa, uma rejeição nos valores e princípios de civilização por esta modernidade e com isso Rouanet, expõe o conceito de barbárie, pois antes a barbaridade assustava, hoje não mais.

"... Não excluo sequer que no fundo de alguma biblioteca semi-roída pelas traças algum professor de português continue bajulando insultos contra os barbarismos linguísticos. Coisas de gramático. Salvo estas hostilidades extravagantes, os bárbaros em geral têm boa imagem." ¹

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¹ ROUANET,  p. 12.

Hoje em dia, o bárbaro não é mais aquela figura UGA - BUGA, que comia com as mãos e usava peles de animais para se cobrir e etc. Hoje, é bárbaro aquele que agride o próximo, não respeitando o outro como ser humano que pensa e age de acordo com o seu contexto dentro dos padrões da sociedade. O excluído é o bárbaro, o diferente. Entre os antigos e modernos o que deve ser avaliado, é o seu grau de ignorância.

O iluminismo é conceituado como uma corrente, um grupo de idéias que ascende no século XVIII em volta de filósofos enciclopedistas como Voltaire e Diderot. A ilustração leva a emancipação do homem, recheada de vários conceitos e aspectos. A ideia iluminista parte do modo de como funciona a ilustração, o liberalismo, o socialismo, a universalidade, a individualidade e a autonomia, ou seja um conjunto onde uma coisa leva a outra como um círculo vicioso. A ilustração foi universalista onde todos são iguais independente da sua cultura, etnia e etc. Pode-se dizer que é como a ideologia religiosa que a igreja prega, onde todos são filhos de Deus e iguais perante o Criador. O homem existe como parte de uma sociedade coletiva e, na ilustração o indivíduo é extraído da coletividade. Porque o homem só existe como indivíduo e com todos os seus direitos principalmente o de ser livre e feliz. Pois o todo é para ele e não ele para o todo. É como se ele se sentisse o senhor de tudo, "de uma certa forma". Carrega consigo seus princípios universais de justiça, o direito à felicidade, a auto realização e de valorizar o indivíduo descentrado. O individualismo foi visto como interesse pessoal no século XVIII.

A autonomia intelectual tem como objetivo básico libertar a razão do preconceito, ter uma opinião sem julgamento. A inteligência humana era liderada pela religião causando uma paralisação desta, e Rouanet, critica a religião, assim como eu criticaria.

"... A autonomia política consistia para a ilustração na liberdade de ação do homem no espaço público." ²

Um povo que fosse soberano e que se auto governasse, afastaria definitivamente o aspecto da tirania. Mas, para eles, filósofos iluministas seria fácil de conseguir, a questão é que o povo tinha que aprender e eles, estavam lutando para isso. Na passagem de Rouanet vemos uma semelhança com o que queriam também os nossos filósofos gregos. Platão queria passar todo o seu conhecimento, assim como os outros e como a corrente filosófica. Pessoas aptas a governarem, livrariam-se da corja burocrática e da tirana corrupção.

" É certo, por outra parte, que com exceção de Russeau, os autores da Ilustração não foram especialmente democráticos, e acreditavam mais na liberdade para os filósofos que nas luzes do povo soberano." ³

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² Idem 1. P.17.
³ Idem 1. p. 17.

Geralmente, o governante é um tirano, só que ele não conhece o prazer e a dor como propriedade da psicologia humana. Ignoram o objetivo político que é dar prazer ao povo. Aplicam  leis brutais, são violentos e violam o interesse pessoal de cada indivíduo. O que mais preocupou a ilustração foi a autonomia econômica. A miséria material sempre foi um obstáculo ao progresso moral e ao exercício de direitos e obrigações civis. Para Rousseau o ideal é a igualdade com felicidade.

" ... era uma ordem social em que todos pudessem satisfazer suas necessidades de alimentação, moradia e vestuário, uma ordem de igualdade relativa em que ' ninguém fosse tão pobre que precisa-se vender-se nem tão rico que pudesse comprar os outros '". 4

O liberalismo já é um ideal universal para todos com trabalho e sem império. O liberalismo econômico queria formar uma comunidade liberal política que combatesse o imperialismo, um povo dominante sobre o outro, pois o liberalismo foi sempre anticolonialista.

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4 Idem 1.  p. 18.

As sociedades liberais democráticas concretizaram em grande parte o ideal individualista da ilustração. A individualidade é um privilégio de classe. O verdadeiro objetivo do homem é o desenvolvimento supremo e harmonioso de todas as suas faculdades, com vistas a sua integração num todo. As pressões niveladoras da vida coletiva destroem a individualidade. O paradoxo do liberalismo é que ele se apresentava como a ilustração. Convém recordar que a autonomia política dos liberais foi restrita, sem liberdade jurídica não há liberdade substantiva. É preciso partir da liberdade, no sentido jurídico, para chegarmos a liberdade no sentido material. A autonomia política advogada pela ilustração e institucionalizada pelo liberalismo só se tornará plenamente concreta quando seus titulares tiverem condições econômicas para usá-la de fato, não somente enquanto fim em si mas enquanto meio, promovendo através dela as transformações sociais necessárias para que todos possam ser livres. Cada homem é membro de sua classe antes de ser um indivíduo, sua vontade subordina-se a vontade do partido, e cada membro do partido é funcionário do todo, faz parte de um conjunto. Sempre o socialismo criticou o conceito burguês de autonomia política: privada de uma base material e dissociada das outras dimensões da autonomia, ela era uma fraude para a maioria da população. Crítica perfeitamente justa. Restava aos socialistas demonstrar que surgida a oportunidade poderiam implantar uma verdadeira autonomia política. O individualismo é um dos aspectos mais libertadores da modernidade e permite pela primeira vez na história, pensar o homem como ser independente de sua comunidade, de sua cultura, de sua religião. A autonomia para o iluminismo tem dois estratos, a liberdade e a capacidade. A liberdade pelos direitos e a capacidade com o poder efetivo de exercê-lo. Sem estes dois estratos, ou sem um deles não há autonomia. Bem ou mal, temos agora os contornos da ideia iluminista por Ter se originado na história e por ser uma construção ideal, transcende a história e escapa ao relativismo. Finalizo com as palavras de Rouanet para que possamos pensar.

" Iluminismo ou barbárie é preciso escolher, antes que escolham por nós." 5         

Menezes, na sua obra: A Crise do passado: modernidade, vanguarda, metamodernidade, este relata uma ideia de entendimento inicial sobre a modernidade.

" A passagem dessas nomenclaturas representa portanto, a ideia ainda que de modo incompleto e por demais esquemático os momentos críticos de transformação da sociedade, momentos nos quais a consciência das mudanças aflora (...) "

A passagem do nome Modernidade representa então como podemos ver ainda uma ideia incompleta, pois é ainda fruto de uma relação de mudanças entre passado e presente. O autor se refere ao período com a ideia de crença de melhorias nas condições sociais que se apoia no progresso científico que surge no período, temos então a ideia de pensamento histórico utópico, pois se trata de uma consciência histórica unida a um projeto de controle desse processo, que invoca a perspectiva de mudanças no quadro social.
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5 Idem 1. p. 45.
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6 PHILADELPHO. 1994. p. 10.

Com a consciência das mudanças tem-se os momentos críticos de transformação da sociedade, momentos nos quais a consciência das mudanças aflora, fazendo consigo os contrastes entre o estágio passado e o presente. O conceito de modernidade para Menezes é uma efemeridade do presente, uma utopia de previsão de futuro, em direção a um futuro baseado na crença, " no progresso infinito do conhecimento e no avanço infinito em direção a melhoria social e moral" (Habermas: 1983,4).

Philadelpho ainda coloca que uma série de eventos ajudaram para a crise da pensamento medieval acontecer, isto porque houve no momento uma maior interação da sociedade com o que estava acontecendo, como também a destruição da unidade religiosa, que durante muito tempo podou o pensamento humano, atrasando o progresso intelectual das sociedades. Portanto com o Renascimento surge um novo modelo de investigação da filosofia e das ciências em geral, propiciando ao indivíduo agora "pensante" o direito de estabelecer melhores relações com o seu momento, assim tomando conhecimento do seu papel. O autor ainda faz alusão aos romances da época como, por exemplo, Decameron de Bocaccio, e diz que o caráter da modernidade nos romances existe não apenas pelas idéias de temas da vida cotidiana, mas sim no emprego desses temas munidos de uma linguagem diferenciada, chamada por ele de vulgar. O pensamento utópico é um elemento fundante da nossa modernidade, com delimitação temporal. A utopia é a crença vinculada na melhoria das condições sociais, apoiada no progresso científico e na evolução contínua do saber humano. A utopia moderna faz uma abordagem racional da realidade, baseada em uma mentalidade científica e faz ruptura com a ordem estabelecida.

Ainda se tem a Modernidade com enfoques da mesma realidade, com o fim do antropocentrismo, pela crise da fé e da unidade religiosa, pelo aparecimento do estado unificado e laico. Nos deparamos sobre o entendimento da ideia de modernidade com, a utopia liberal- humanista, que acontece unida com a ideia de progresso universal, de ter a história como processo destinado para um futuro sob o total controle do homem, que passa a utilizar-se do egocentrismo natural da sua condição para ser dono do seu próprio destino. Essa forma de pensar o futuro advém das classe intelectualizadas, da burguesia que quer agora mostrar a sua força como classe superior, pois assim se coloca cada vez mais a distância daquele que utiliza dos braços para sobreviver. A idéia de trabalho braçal, pouco valorizado toma grandes proporções, pois o homem corre o risco de perder contato com a sua natureza racional, assumindo características automatizadas e mecânicas. Com a Industrialização, como podemos notar, as relações sociais vão se transformando, agora o homem aliena o próprio homem. É notável que a entrada da modernidade na sociedade européia foi iniciada e se estendeu por todo o mundo como uma forma nova de encarar todos os aspectos que rondavam a sociedade no período. Na arte não foi diferente, houve uma resposta mercadológica nesse ramo, na pintura se observou uma maior autonomia, aproveitando-se das idéias tecnológicas e científicas que afloravam. Aparece então o gótico literário, no início do período da Revolução Industrial. Percebe-se o tom de dualidade entre o racionalismo e o irracionalismo, entre o intelecto e a intuição.


" Se é verdade que a concepção da autonomia da arte se instala na metade do século XIX e se alastra predominantemente a partir do símbolo literário, não resta dúvida de que a postura romântica de alheamento do mundo é que prepara, com alicerces a filosofia estética da época, as condições para o advento de tal concepção "

Também é nesse momento que a estética começa a ter relevância, normatizando a crítica dos valores artísticos, portanto o artista se fecha na sua individualidade e passa pelo contraditório da idealização da obra de arte pelo racional e pelo irracional e pelo emocional que lhe dá a permissão de fugir do presente. Num outro momento do processo da modernidade como justificativa de mudanças, há uma terceira fase da Revolução Industrial que utilizam as ideias do pensamento iluminista. Nesse momento do período o modernismo é tido como um conjunto de fatores culturais, reais e concretos de uma sociedade industrializada. Agora no intento de afirmação da individualidade, de seu espaço, de sua sensibilidade e de sua linguagem como membros desta dita vida moderna, é que os artistas reforçam os seus laços com a sociedade.

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7 Idem 6. p. 10.

Dussel, define o ano de 1492 como o marco da modernidade e em sua tese afirma que até esta data a Europa era parte da periferia do mundo muçulmano. A modernidade se dá pelo encontro do europeu com o outro. O pensamento dele abriu um novo caminho para a história da América Latina. A origem do mito da modernidade propõe que modernidade tem um conceito emancipador racional. A modernidade teve sua origem nas cidades medievais que eram grandes centros de criatividade. A partir desta modernidade é que se tem a origem de um mito de violência e, ao mesmo tempo, um processo de encobrimento do não europeu. A Europa chega a um ponto em que se vê como o centro do mundo, nascendo a modernidade e o seu mito. Pode-se dizer que a modernidade nasce e inicia-se com a reforma luterana (Alemã) e que se desenvolve na Ilustração e na Revolução Francesa. Com a invenção da América, conclui-se que Colombo não descobriu a América, e pode ser considerado o primeiro homem moderno que observa com olhos de mercador do Mediterrâneo e, ao mesmo tempo, com olhos do primeiro moderno. Em uma carta, Colombo descreve que via pessoas nuas e achava que o nu, era significado de pobreza e por isso dizia que era gente muito pobre de tudo. Os interesses eram basicamente o ouro e as riquezas que poderiam conseguir, quando voltassem poderiam ganhar mais benefícios como cargos altos e financiamentos para novas viagens. O primeiro homem conquistador colonizador foi Vasco Nunes de Balboa, então consequentemente, ele é o primeiro homem moderno. O conquistador tem que ser um grande dominador  violento e o primeiro então seria Fernando Cortês, que teve a dominação a base de matança com uma ocupação totalmente desorganizada. Cortês explorou tudo que pode dos índios, quantidades e quantidades de ouro e chegou em breve a ser rico. Os índios andavam nús, não conheciam a técnica do tecido. A conquista é um processo violento e o outro torna-se submisso e tem que incorporar-se a esse domínio. Enquanto isso, o ego moderno ia se formando, a cruz era o sinal de que acreditavam para vencer as batalhas. Os frades se vangloriavam em ser donos e conquistadores do espiritual, pois tinham muita ousadia e determinação. O fato de conquistar com a violência das armas era e é um processo contraditório pois pregam o amor e a fé à uma religião no meio de uma conquista violenta, bruta e irracional. A igreja por outro lado é moderna com direitos universais. Os índios tendo que negar o seus direitos, sua civilização, sua cultura, seu meio de vida coletivo e sobre tudo o seu Deus, em nome de um Deus que nem sabem se existe ou não, e de uma razão moderna que possibilitou esta conquista massacrante e dominadora. O mito da modernidade de um lado se auto define a própria cultura como mais desenvolvida já de outro lado: 

" ... a outra cultura é determinada como inferior, rude, bárbara, sempre sujeito de uma ' imaturidade ' culpável. De maneira que a dominação (guerra, violência) que é exercida sobre o outro é, na realidade, emancipação, ' utilidade ' , ' bem ' do bárbaro que se civiliza, que se desenvolve ou ' moderniza ' . Nisto consiste o ' mito da modernidade ' , em vitimar o inocente (o outro) declarando-o causa culpável de sua própria vitimação e atribuindo-se ao sujeito moderno pela inocência com respeito ao ato sacrifical. Por último, o sofrimento do conquistado (colonizado, sub desenvolvido) será o sacrifício ou o custo necessário da modernização." 8 

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8 DUSSEL, 1993, p. 75.

O certo seria modernizar o índio sem destruição, compreendendo sua cultura e religião. Os povos e etnias indígenas americanos não entram na história mundial como um contexto do descobrimento da América. O homem moderno nunca compreende as razões do outro. No Peru dos Incas, a resistência foi muito maior e demorada do que os astecas, e as traições dos europeus foram mais cínicas do que em qualquer outra parte e para os astecas era o fim do mundo.   

CONCLUSÃO

Individual por que cada um tem o direito de optar ou não. O individualismo mostra que o indivíduo não está mais nos clãs, tribos; se torna autônomo, depois da mudança de mentalidade, é a capacidade que a pessoa adquire de lutar pelas suas escolhas, sem a interferência do externo como por exemplo: a igreja. Reconhece o livre arbítrio. 

O indivíduo vive no coletivo com sua tribo ou grupo, seja lá o que for, e a Ilustração separa-o da coletividade. Em qualquer estado o homem é "um" ou "o" indivíduo. A ilustração faz com que este olhe e aprenda para julgar o meio onde vive e frequente. Faz com que o indivíduo use da ética e da moral para ser justo e agir com justiça. Já que a igreja manipulava o pensamento, usaram uma nova forma para pensar e para julgar. O iluminismo defende o ideal de uma civilização. Os filósofos já tinham-se libertado dos preconceitos e por isso chegavam a razão e ainda podiam ajudar aos outros a chegarem a esta razão, livrando-se dos preconceitos. Conforme o texto, vemos que Rouanet trabalha basicamente com conceitos, tudo ele contextualiza e sempre mostrando os dois lados de uma palavra, como fez com o tirano. O termo civilização é do século XVIII e vem dos ilustrados, do iluminismo. Onde há razão, felicidade e busca da natureza. O iluminismo é o início da modernidade que valoriza o homem; o uso da razão; onde se reformulou as artes como o teatro. A idéia vem do campo da razão de igualdade dos homens. O liberalismo é um discurso burguês a favor da burguesia. Já o conceito de universalidade é a igualdade entre todos os homens. O indivíduo constrói sua própria identidade. Rouanet, é a favor do iluminismo, defende a universalidade, a autonomia, o individualismo mas contra a barbárie, criticando o individualismo. O fundamental na modernidade é a utopia. Rouanet é um homem liberal e para ele, o homem faz a história, então todos nós a fazemos. Para Menezes, através da literatura que se vai apresentando a mudança e o ingresso na modernidade. A valorização do homem enquanto ser racional, enquanto que ao mesmo tempo tem limitações e potencialidades. A primeira modernidade acontece no século XV e XVI e percorre o século XVII, nesta tem o encontro do homem consigo, o homem e a relação com a natureza e as relações de homens, quando toma consciência de si (humanismo e individualismo), entra na antropocentricidade. O homem passa a refletir e a questionar a realidade que vive e busca o conhecimento para si dominar e dominar a natureza. Na Segunda modernidade o homem consegue se desvenciliar da religião e vai buscar através da racionalidade um projeto que visa o bem estar social pelo progresso, etc. É característico na modernidade pensar no mundo a partir de uma insatisfação do presente e buscando idéias para que no futuro vivam melhor. Esse projeto que encontra o ápice no século XIX, já no próprio século é falido, como Courbet retrata em suas obras. A crise da modernidade é a crise da racionalidade, dos ideais dos liberais que faliram por que criaram diferenças profundas. O nosso moderno é mais facilmente compreendido talvez por que vivemos acompanhando, o passado deve ser pesquisado. É mais fácil até para criticar por que já tem conhecimento da situação. O presente está separado do passado, a cada dia que passa temos avanços que ajudam, facilitam e até estimulam uma pesquisa. Na situação anterior não se pode saber se não pesquisar, pois não viveu o momento. 

Para Dussel, o ano de 1492 é que inicia e marca a modernidade. Assim como Rouanet, Dussel também utiliza conceitos. Colombo primeiramente aparece como homem moderno mas adiante, ele não será, e o primeiro homem moderno será Vasco Balboa e Fernando Cortês. O índio não tem o livre arbítrio, por que ele não é individual, vive em uma coletividade, já o conquistador tem tudo, chega a onde quer e faz o que quer, toma atitudes e decisões. Gente pobre de tudo? Quer dizer mais pobres que os espanhóis, por que eles, egocêntricos, usavam roupas chiques. Por acaso achava que ia chegar lá e ver as pessoas cobertas de ouro ? ! Acho que era isso que ele esperava. Interesse baseado na ambição e na cobiça. Extraíram tudo que dava, uma quantidade significativa em ouro. O outro conquistado teria de se submeter, para os egocentristas modernos. A cruz e a espada se contradizem o tempo todo. O espanhol é inocente por matar, pois para eles, o certo era exterminar aquele que não quer se incorporar ao cristianismo.           

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DUSSEL, Enrique. 1492 - O Encobrimento do Outro - A Origem do Mito da Modernidade. Petrópolis: Vozes, 1993. 

MENEZES, Philadelpho. A Crise do Passado: Modernidade, Vanguarda, Metamodernidade. São Paulo: Experimento, 1994.

ROUANET, Sérgio Paulo. Mal - Estar na Modernidade. Cidade: Companhia das Letras, ano.

Por: Prof. Vanessa.

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