quarta-feira, 20 de abril de 2016

Livro: O Horror Econômico.


O Horror Econômico.

“O desemprego, nossa preocupação maior, a volta do emprego, nossa prioridade.”

A economia parece uma peça de teatro, onde os personagens naturalmente são os pobres, a massa, o povo, e na plateia estão eles os políticos e poderosos que além de dirigirem as regras da peça, passam o tempo todo rindo e gozando da cara dos atores que fazem papel de palhaços.

Tanto sozinhos ou como em grupos familiares a grande massa sofredora luta para não morrer enquanto outros que moram em vilas, favelas, e até no morro vivem com medo de cair de uma vida que já não é grande coisa para uma pior.

O desemprego é um pesadelo para quem o enfrenta, antes chamado de fenômeno, agora este fenômeno é tão abrangente que chega a ser normal e esse normal causa um pânico tanto para quem não trabalha como para quem trabalha que está amedrontado e corre o risco de se tornar um desempregado. Sempre passamos por crises sociais, mas hoje no momento atravessamos um sistema de privatização e troca de mão de obra por máquinas que faltam só respirar como seres humanos, a porcentagem de desempregados subiu e ultrapassou o índice mais ou menos normal que mantinha.

As máquinas (criadas pelo homem) estão se expandindo e tomando conta do mercado, os patrões substituem pessoas pelas máquinas que são ignoradas de qualquer proteção social, manobráveis por essência, econômicas, desprovidas de emoções duvidosas, de queixas agressivas. As máquinas são facilmente operadas, não ocupam tanto espaço, não comem, não dormem, não falam e não têm família para sustentar. O homem criou a máquina para ajudar no trabalho e não para substituí-lo. O governo investe milhões em tecnologias “atrasadas” de outros países, mas nossa em nossa saúde não.

Os políticos não lembram que milhões de seres humanos morrem em filas de hospitais, corredores e dentro dos recintos médicos; as máquinas por vezes necessitam de conserto, mas o nosso povo precisa de trabalho, para comer, ter assistência médico-hospitalar e sustentar seus familiares, daí a necessidade de emprego.

Todos os dias “milhões” de pessoas acordam de manhã (quando conseguem dormir), e saem a procura de um emprego, passam horas caminhando em baixo do sol ou de chuva, batendo de porta em porta, distribuindo currículos, se oferecendo para todo mundo, ficam horas em filas quilométricas tentando conseguir uma ficha para ser entrevistado. Além disso o desespero de alguns é tanto que acabam aceitando qualquer tarefa mesmo que seja mal remunerada. Muitas destas pessoas voltam somente a noite para casa, com esperança de que um dia alguém os dará um emprego. O jornal costuma ter vendas mais abundantes nos dias o qual saem os classificados e os anúncios de trabalho. Enquanto isso o governo faz propagandas bonitas, os políticos, prefeitos, governadores, presidente e etc..., vão aos meios de comunicação de massa, como a televisão e o rádio e declaram a nação: a economia vai bem, o real vai bem, a saúde vai bem, tudo vai indo muito bem meu povo. Por trás disto, vimos a realidade urbana que está em toda a parte, abrimos a porta de casa e tem alguém nos pedindo comida (o vizinha tem um resto de comida para me dar ?), nos pontos de transporte coletivo crianças implorando por um trocado ou quem sabe uma fichinha de ônibus, nas igrejas mendigos dormem nas escadas.

Além de sermos espectadores, somos também testemunhas, ao tempo de que somos informados dos problemas sociais do país, pois eles estão a nossa vista, nas ruas, no emprego. Rostos apagados, cenas comovedoras, grupos de famintos, uma nação sofredora e massacrada. O pior é que vemos toda essa situação passivamente.

O país tem capacidade de potência, pois possui o solo mais rico do mundo, sendo que sobre ele reside um povo pobre. Deveria haver incentivo para o cultivo da terra, pois além de gerar muitos empregos, é uma das saídas para o desenvolvimento do país. O nosso povo necessita de cultura para aprender a desenvolver o seu potencial de movimentação, de lutar pelas nossas necessidades e contra a injustiças sociais.

O desemprego, a fome e a miséria são reais, mas temos de ter consciência de que com união podemos modificar tanto essa situação como tantas outras que nos incomodam e nos afetam diariamente.

Gostaria inclusive de colocar um aparte: nós que falamos tanto de mudança, devemos começar por onde temos condições de agir realmente, ou seja, dentro da universidade, em nossa casa e local de trabalho. Quantas gerações ainda irão reclamar sentadas tudo o que sofrem? É interessante que nós estudantes, não nos deixamos levar pela ideia da intelectualidade passiva, devemos agir para modificar, e em todos os âmbitos da sociedade que estiverem ao nosso alcance.


Por: Prof. Vanessa.

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