quinta-feira, 6 de abril de 2017

Arte Grega.


Arte Grega.



Podemos partir deste pressuposto, o que é necessário é a dedicação do artista, praticar o seu Dom, não importar-se com outros problemas, mas em uma sociedade complexa, não em uma sociedade simples.

A base material é mais importante, se chama de excedente para haver um surto artístico, produzir o excedente econômico, a arte e os materiais do artista sempre serão um bom investimento. O excedente não é suficiente para que ocorra o surto artístico. Precisa ser reforçado pelo suporte de motivações, que pode ser um grupo político, social, religioso, estético, este é constituído por vários, mas necessita a combinação com a base material, é um modelo teórico e precisamos seguir. A proposta é esse modelo servir para explicar o grande desenvolvimento da arte grega no período clássico?

       A arte GREGA foi um período que vai de 550 a.C a (+ ou -) 330 a.C. As obras foram feitas em grandes quantidades e qualidades e até hoje servem para todos. É uma arte modelo e no período que esse grande surto artístico aconteceu. Por volta de 700 a.C começou a formar a base material, a população grega vivia na Grécia continental.

       A POLIS era um perímetro urbano cercado por terra onde desenvolviam-se atividades econômicas principalmente azeite e vinho e criação de gado de pequeno porte, e por volta de 700 houve um aumento vegetativo da população e encontrou insuficiência para alimentar todos. Uma POLIS era constituída por genos que eram famílias compostas de parentes. Quando a situação apertou alguns membros (parentes distantes, primos de 3º grau), forma embora procurar outra alternativa de vida, saindo das polis, para regiões próximas. Deslocaram-se para duas direções: foram fundar novas pólis no sul da Itália, nas ilhas Sicílias, Córsega e começaram a se dedicar para a agricultura, por ser mais fértil a terra, produziram grãos de trigo, centeio e aveia, e a produção de alimentos começou a crescer. A partir daí todos estimularam as produções para trocarem e isso por sua vez, exigiu o aperfeiçoamento de construir barcos e descobrir técnicas de navegação, uns tornaram-se manufatureiros, outros agricultores, mercadores, e a da cerâmica eram feitos grandes vasos para o transporte de grãos.  

Muitos chefes de família dedicaram-se para a produção de cerâmica que aumentou com a produção, outros chefes dedicaram-se ao armamento, por que a população aumentou e ocasionando um aumento de violência e saques. As guerras começaram a ocorrer por volta de 530 ou 520 a.C e a expansão do mundo grego foi espalhando-se pelo território até que chocaram-se com a PÉRSIA, onde o império persa era aliado dos fenícios e eles passaram a sentir-se invadidos e com concorrência, pois os Fenícios dominavam o comércio e a navegação desde o Egito Antigo. Confederação de DELOS.

Atenas foi invadida por que sabiam que ela guardava todas as riquezas, mas não foi muito afetada. Péricles usou de argumentos como – a cidade foi exigida e muito sofrida – para pegar o dinheiro e embelezar a cidade – aqui o modelo teórico foi usado parcialmente. Os diligentes políticos, chamados EUPÁTRIDAS (bem nascidos), eram os proprietários das terras onde estavam plantadas as OLIVAS e as PARREIRAS. Nas assembleias políticas somente os ARISTOCRATAS por terem poder políticos e terras, podiam participar, pois os manufatureiros e comerciantes não eram incluídos.

A ARTE GREGA tem os dois períodos que são O CLÁSSICO 350 A 330 AC, se desenvolveu em ATENAS pois foi a cidade líder do mundo GREGO por ser a mais desenvolvida no comércio, a prosperidade no mundo grego nunca pode abafar as rivalidades entre ESPARTA e ATENAS por serem duas cidades líderes por terem desenvolvimento no comércio, então essa rivalidade não resolvida acabou dando uma guerra pelo poder, por vários anos aonde estiveram envolvidas ATENAS e ESPARTA, se estendeu por vários anos originando enfraquecimento econômico no mundo grego a guerra começa a espalhar-se por outros lugares, e depois da guerra ATENAS não é mais a principal cidade e o poderio militar tendeu-se a deslocar-se para o oriente, quem herdou a liderança do mundo grego foi a região da MACEDôNIA através dos seus dois GRANDES LÍDERES o FELIPE e ALEXANDRE (O GRANDE), são estes dois generais macedônicos que vão assumir a liderança e é com o ALEXANDRE O GRANDE que o mundo grego volta a se reunificar e para isso ALEXANDRE desenvolveu um programa de conquista do oriente, para conquistar o oriente os gregos precisavam brigar com os persas, que eram inimigos tradicional dos gregos e ALEXANDRE defrontou-se e tornou-se vitorioso estas conquistas foram em 330 ac, com isso ele conquistou uma grande parte do oriente inclusive o EGITO e depois formou-se no mundo grego um grande império, nesta formação aconteceu uma mudança política, as grandes decisões políticas a partir das conquistas em 330 a.C, e por isso COMEÇA O HELENÍSMO significa a expansão da cultura grega para oriente, antigamente a aristocracia de cada polis estabelecia a sua política e tinha que participar diariamente, e após as conquistas de ALEXANDRE a aristocracia ela foi se retirando da vida pública por perder o sentido a importância e ao lado disso as grandes conquistas de ALEXANDRE estenderam –se até a PÉRCIA e na PÉRCIA os grandes imperadores tinham acumulado em seus palácios muitos tesouros fabulosos e ele ao conquistar o império persa ALEXANDRE (O GRANDE) apossou-se de tudo e usou para transformar tudo em moedas correntes e o objetivo econômico era ampliar o comércio e fazer uma mercado comum por onde os produtos pudessem circular livremente sem barreiras para o comércio e facilitar as trocas internacionais também foi estimulado pela proteção do imperador  ALEXANDRE e com a formação deste império quem aproveitou bem foram os comerciantes e formou se uma nova classe endinheirada, novos ricos, não ligados a aristocracia, estes novos ricos tinham mistura com orientais e asiáticos, na ÉPOCA HELENÍSTICA a nobreza se retirou do mundo e abriu lugar aos emergentes (novos ricos) o helenismo provocou que emergentes dominaram e passaram a impor uma nova visão mais sensacionalista e ACONTECEU UMA MUDANÇA SUBSTANCIAL na cultura clássica transformando-a em helenística, o helenismo foi influenciado pelo mundo erótico, muito erotismo, sexualidade, desenvolvendo o exibicionismo pessoal, e grandes obras, grandes monumentos, gigantescos. O EPICURISMO era uma filosofia de existência a vida na terra e era para ser bem vivida com prazer e com alegria, ESTOICISMO era a filosofia do desinteresse pelo mundo e pelas coisas, abri mão desta busca de prazeres terrenos e de coisas materiais, tendeu –se a aristocracia, pelo fato dela ter se recolhido, a arte grega clássica continuou sendo produzida mas para aquele grupo da aristocracia, a filosofia entra em Roma a dentro e na chegada do cristianismo este tipo de pensamento já está impregnado na aristocracia no mundo helenístico, ideia da GRÉCIA na época helenística anterior a ROMA, e quando ROMA conquistou o mundo helenístico, ROMA incorporou este tipo de pensamento. O EPICORISMO E O ESTOICISMO sempre tiveram DOIS GRUPOS um antigo que perdeu a importância política escondeu-se mas continua sendo gente culta e importante e encomendavam a ARTE CLÁSSICA e o outro grupo o novo rico queria o outro tipo de arte aquele extravagante e erótico.

TEMA DOS ATLETAS:

Levantaremos a hipótese se a arte confirma as diferenças nas duas ÉPOCAS CLÁSSICA E HELENÍSTICA.

CLÁSSICA – os atletas encontrados em momentos de glória, procura evidenciar a superioridade, mostra no auge da carreira e da força física, sóbrio, formas mantidas, condicionamento físico perfeito, expressão de serenidade, glorioso, perfeito, como se estivesse no pódium, medidas equilibradas, forte, viril, maravilhoso.

HELENÍSMO - retrata os momentos de frustração, derrota, humilhação, o tema é o corredor tira o espinho do pé, o artista capta o momento frágil, gosta de tripudiar, não tem grandeza de aristocráticos, quer tirar prazer e desfrutar da desgraça dos outros. outro atleta sentado, rosto cansado, expressão de abatimento, derrota, estressado, tem força mas a musculatura já está esgotada.

TEMA DOS DEUSES E DEUSAS.

imagem: A mais popular das deusas do panteão grego, Artemis - www.prof2000.pt

CLÁSSICA – roupas sérias, trajes pesados, ar respeitador, imponentes majestosas, poses dignas, á rigor, corpo de mulher que passou várias vezes por gravidez, obesidade, dignidade, moderação.

HELENÍSTICA – sensualidade, sexualidade, erotismo, luxúria, individualismo, já não tem mais a dignidade, são liberais e sugestivas, uma nova postura foi adquirida. Apelo sensual, as deusas são mostradas na intimidade, surpreendidas pelo olhar de um importuno, tomando banho, saindo do banho, entrando no banho, ela fica envergonhada, e procura se proteger, uma pose vulgar, outra mostra a deusa com o estuprador, as vésperas do estupro, a sandália na mão ameaçando o estuprador, nesta época a sobriedade a moderação deixam de existir, começaram a adorar e explorar esse sensualismo e a deusa Vênus aparece tomando banho.

Época clássica.

O tema dos atletas, dos heróis e principalmente os deuses, era a fonte inspiradora dos artistas, os deuses foram os mais explorados, três temáticas mais usados na arte grega, e existiam dois estilos que mostram a tendência dos gregos convivendo com os opostos.

ESTILO VIRIL – estilo enérgico, destacava-se a força, a energia, a virilidade, evidenciava o corpo humano. NETUNO, deus de meia idade, retratado com energia forte, musculatura marcada por rigidez.

ESTILO BELO – figuras elegantes, sensuais, afeminadas, belas,  APOLO retratado com físico de nadador, relaxado, musculatura solta.

Na época clássica, não só olhares dispersivos para os lados, mas também não tinham pupila, por que a concepção deles era que a estátua não podia sugerir nenhum tipo de comunicação entre a figura e o observador, para dar idéia de que a estátua figura estava voltada para o seu interior, olhando para o lado, para o horizonte, ou como se fosse sega, para eles a verdade não está no mundo, a verdade está nas idéias, como se a figura estivesse voltada para o seu mundo interior, no intelecto, a imagem não poderia se dirigir ao espectador, a estátua teria que evitar o olhar, nenhum agente externo pode dar interferência. Os olhos esverdeados eram chamados de GLAUCOS, não os olhos verdes. O tecido aparece caído delicadamente sobre o corpo, sem nenhuma brisa ou qualquer outra coisa tocando nela, como se a estátua não estivesse neste mundo. O VESTUÁRIO da época clássica, era feito com caimentos normais, com frisos suaves e delicados, não tinha a impressão de interferência de nenhum agente externos, completamente natural, aquele plissado sereno, equilibrado, com estabilidade, considerado a expressão da aristocracia de não querer mudar a mentalidade de dignidade. Na época helenística, parece que o tecido ganha movimento, como se tivesse batendo vento, o tecido forma muitas curvas e contra-curvas, sugere ao observador transformação, movimento, mudança. Na época helenística existiam as duas coisas, não era só beleza como na clássica, e nem só derrota no helenismo, tinham as duas coisas por que eram duas mentalidades e os artistas atendiam as duas espécies.

As deusas na época clássica eram retratadas por três tipologias básicas com dois estilos.

ESTILO é aquilo que a figura sugere, algumas deusas mostram força, energia, virilidade, características do ESTILO VIRIL – outras deusas mostram graça, doçura, beleza, delicadeza, elegância, denominadas do ESTILO BELO.

TIPOLOGIA é o tipo de figura, e a que grupo a figura pertence, existiam três grupos, DEUSAS GUERREIRAS (Palas Atenas), DEUSAS MATRONAS (Deméter) e AS DEUSAS DO AMOR (Afrodite).

NA TIPOLOGIA GUERREIRA – representada principalmente pela deusa Palas Atenas, no estilo viril, com expressão de seriedade, atitude enérgica, deusas masculinizadas, com braços largos, pescoço grosso, fisionomia dura, todo o corpo coberto por roupas pesadas, dignidade, postura protetora impondo respeito.

NA TIPOLOGIA MATRONA – representada principalmente pela deusa Deméter, chamada por Séles pelos romanos, ela simbolizava as forças de renovação da terra, deusa da agricultura e da vegetação, encarregada das estações do ano, trazia a primavera, o verão, o outono e o inverno. Sentido maternal, exemplo de mãe zelosa. Retrata um corpo pesado e largo, de uma mulher que passou várias vezes pela gravidez, respeitosamente vestida, com pose digna, não tem vaidade, modelo de matrona, cuidava do lar e dos filhos. Irene deusa da paz.

NA TIPOLOGIA DO AMOR – representada principalmente pela deusa Afrodite, tinha atributos sensuais, sugerindo nudez, não tem apelo erótico, pois mostra a beleza da nudez com tom natural e não malicioso. O tecido desliza delicadamente pelo corpo, o tecido sugere leveza suavidade e transparência, sem que nenhum agente externo interfira na suavidade do tecido, estilo belo. Outras deusas mostram o corpo com apelo erótico, VÊNUS HELENÍSTICA aparece com malícia e ironia, o artista procura ações de oportunismo com estranhos observadores, a VÊNUS CALIPÍGIA, saindo do banho, com nítida pose de sedução, descontraída, mostra a calipígia, características de um apelo erótico sensual.     

A ARQUITETURA possuía 3 grupos de colunas que sustentavam os templos e palácios, DÓRICO, JÔNICO e CORINTIUM.

DÓRICO – localizado em ATENAS na parte mais alta, era visto de longa distância o monumento gigantesco, no templo dórico, a coluna não tem pedestal, a proporção entre a altura e a largura da base é de (4 a 5 vezes), o capitel é formado por uma semi-esfera e o cubo, as colunas são baixas e largas, o efeito visual sugere força, solidez, consistência, possui estilo clássico, chamado de dórico por identificar-se com os Espartanos, de mentalidades sóbrias, decentes, lembra o lado masculino por concepção, força física e muita resistência, estrutura bela.

JÔNICO – localizado em ATENAS, a coluna tem pedestal, a proporção entre a altura e a largura da base é de (6 a 7 vezes), o capitel é formado por duas volutas, ficava mais alto e mais fino sugerindo elegância, um templo refinado, comercial, culto, intelectualizado, ligado a reflexão, ligado ao pensamento e ao prazer de viver, possui estilo clássico.

CORINTIUM – tem base, a proporção entre a altura e a largura da base é de (8 a 9 vezes), o capitel é formado por folhas de Acanto, este templo era mais grandioso que os outros, exageradamente ornamentado, pela grandiosidade, monumental, mais feminino, possui estilo helenístico.

 ÉPOCA CLÁSSICA NA GRÉCIA.

Na medida que a aristocracia ateniense precisou se justificar para a sociedade o seu nome político, ela procurou fazer um levantamento de um inventário das virtudes, e vender a ideia de que aquele era o modelo ideal e que todos devessem seguir. A aristocracia passou a desenvolver uma ideologia aristocrática, e a arte foi o instrumento mais apropriado para difundir em uma sociedade essa sua ideologia.

O modelo ideal da aristocracia grega ÓCIO-DIGNIDADE, o ócio com a dignidade, então o modelo ideal era viver na OCIOSIDADE, ou seja, não se preocupar e não se envolver com o trabalho manual, pois a aristocracia achava que o trabalho manual era degradante, e que portanto, o esforço físico devia ser para os escravos, estrangeiros e todas as pessoas que não tinham nobreza, para a aristocracia o trabalho não enobrecia o homem. A nobreza desenvolvia o trabalho intelectual, tinham o tempo, o maior tempo possível para aperfeiçoar o espírito, daí vem a DIGNIDADE, só o ócio era reprovável, por que ele deveria ser completo por uma atividade considerada digna do homem ideal. Para eles uma atividade digna era fazer POLÍTICA, era obrigação do cidadão participar ativamente da vida política de sua cidade, outra atividade considerada digna era prestigiar a cultura, todas as manifestações culturais como o teatro, a poesia, e a filosofia (fazendo parte dos grupos de filósofos).

Todas estas coisas refletiram na arte e podemos perceber a influência do ócio com a dignidade em algumas esculturas deste período clássico. As características mostram sempre a dignidade nas esculturas, e vemos isto na pose.

A POSE teria que ser sempre no jeito mais digno possível, dignidade da na postura humana, como por exemplo a figura tinha um lado degradante, mesquinho e isso era proibido de retratar, a figura deveria ser reproduzida no seu momento de afirmação, nunca retratada deitada, doente, cansada e muito menos trabalhando, teria que ser basicamente de pé e a pose deveria impressionar pela sua grandeza, um corpo na plenitude de sua energia, saudável, viril, como por exemplo:

ODORÍFORO - o autor desta obra é POLICLETO, o atleta lançador de dardos, revela o ócio com dignidade, não revela cansaço muscular e nem exaustão física, ele está no auge da força atlética, corpo saudável, robusto, energético e viril, elegante. A pose digna representa um atleta vencedor, pois ele não é retratado fazendo esforço físico, no seu rosto aparece muita serenidade.

AS DEUSAS - representavam poses de protetoras dos outros, na época clássica eram vistas como proteção da cidade, uma pose respeitável e digna, com vestimenta pesada. Ao ser vista a imagem devia inspirar respeito, DEMETER aparece sentada com pose digna de uma matrona e seus trajes são pesados e sem decotes. AFRODITE aparece semi-nua, o tecido é leve e desliza sobre o corpo da deusa, mas a pose dela não é escrachante, é um digno suave mostrando a beleza do corpo.

Outro modelo ideal da aristocracia grega era a boa existência, a ideia dos homens gregos pretenderem ser bons em tudo, bons filósofos, bons soldados, bons atletas, bons oradores. Este ideal aparece nas estátuas como por exemplo. O ODORÍFORO de POLICLETO, mostra o corpo de bom atleta olímpico, mas no rosto a serenidade de um bom filósofo. No DIADÚMERO do artista POLICLETO, a estátua é um levantador de pesos, no corpo a musculatura mostra esforço de um levantador de pesos, mas no rosto a serenidade, assim revelam-se a síntese dos contrários. 

imagem: O Discóbolo de Míron, pt.wikipedia.org

O DISCÓBULO do artista BIRON, representa um arremessador de discos e o corpo do atleta mostra o máximo de esforço físico, musculatura rígida, mas o rosto parece estar distante, não acompanha a expressão da força do corpo, deveria acompanhar. Isto é a síntese dos contrários e esta ideia de boa existência. A obra possui síntese do contrário do repouso e dos movimentos.

Outro modelo ideal da aristocracia grega é a sobriedade e a moderação, eles procuravam ter um estilo de vida marcado pela sobriedade, então o ideal desta aristocracia era se vestir sem espalhafato, sem exageros, com muita seriedade, se alimentar sem exageros, comer com moderação, os hábitos de consumo deviam ser sóbrios, e equilibrados. O exibicionismo e a vaidade para eles era reprovável, por isso procuravam ser pessoas com medidas. Na estatuária vemos o ODORIFORO do artista POLICLETO, é um atleta que segura a lança e levemente requebra os quadris, um gesto moderado, não é um gesto espalhafatoso do atleta que vibra com a vitória, ele é vitorioso mas ao mesmo tempo ele é discreto, não tem apelo erótico sensual. As estátuas estão nuas mas com sobriedade e moderação. As deusas guerreiras aparecem com o corpo coberto de roupas pesadas, o nu explicito mostra a beleza do corpo bem atlético, com respeito a individualidade.

Outro modelo ideal da aristocracia grega é o respeito pelos iguais, nesta época a aristocracia acreditava que os homens não eram iguais e sim diferentes, mas no mesmo grupo, aristocratas com aristocratas, estrangeiros com estrangeiros e escravos com escravos. Os homens viviam e se respeitavam mutuamente, o respeito pelos iguais, a humanidade não era igual por que aristocrata era uma coisa, estrangeiro era outra coisa e escravo nem coisa era. Entre os iguais o respeito era anti-individualista, o grupo se respeitava mais, não pelo exibicionismo, não pelo espalhafato, não pela extravagância, a não ser pelas virtudes sínicas como ser o melhor soldado, ser o melhor atleta, ser o melhor filósofo, ser o melhor orador, ser o melhor político.

Essa característica aparece nas estátuas como: nenhuma estátua representa um indivíduo, o rosto destas figuras não é individualizado, ou seja, não é o rosto de um atleta específico, nem de um político, nem pecador, é sim um rosto inexpressivo, sem traços de personalidade, nenhum homem histórico era para ser lembrado, os gregos retratavam que não era um indivíduo e sim um todo, aí aparece o respeito pelos iguais, por que os homens não encomendavam estátuas com suas caras esculpidas, o indivíduo não deveria ser exaltado em um aescultura, por isso a arte grega do período clássico não retratava a realidade, não é realista, retratava uma ideia de atleta, não era um atleta que pousou para a obra, nenhum homem era perfeito com características perfeitas, é uma arte idealista. O artista tinha que corrigir, o que na natureza era imperfeito por que nenhum atleta tinha características perfeitas e equilíbrio nas formas.

A função do artista era alcançar a beleza perfeita e aparece claramente a influência do pensamento idealista da filosofia grega, uma consciência que a corrente postulava de que a verdadeira beleza não está na natureza, mas está no mundo das idéias, só a ideia pode conceber a beleza perfeita, na natureza não existe, para eles tudo que existia na natureza era imperfeito, a arte representava uma idéia e um pensamento perfeito.

PITÁGORAS estabelecia que na natureza tudo eram proporções, a beleza perfeita existe da possibilidade do homem de entender as proporções que existem entre as coisas. Esse pensamento pitagórico contribuiu para a arte e vemos na obra de POLICLETO, se a beleza está nas proporções das coisas, tu pode imaginar um corpo perfeito, imaginando proporções ideais.

 ÉPOCA HELENISTICA

Alexandre, o grande, quis garantir e proteger o comércio, na época helenística formou uma fortuna grande e surgiu a classe dos novos ricos que não tinham ligamento com as famílias dos aristocráticos, eles tinham descendência grega mas misturas orientais de asiáticos e outras raças. O helenismo provocou uma mudança nos elementos da cultura grega, a moderação e a postura foi trocada por uma visão consumista e sensacionalista. A aristocracia destendeu-se da vida pública e por isso a filosofia começou a tomar mais parte neste período, desinteresse de bens materiais. Formou-se duas partes do mundo helenístico - uma foi o surgimento do novo rico - a outra é o costume que passou de moderado para o consumista, para a diversão e prazer por temas, como os atletas, o emergente é o novo rico que prefere e gosta da escultura escrachada e da desgraça humana. As figuras possuem apelo erótico sensual, a moderação não existe mais, as deusas são liberais e sugestivas, neste período exploravam a sensualidade, uma nova postura foi adquirida.

O artista quer tirar da imagem real um apelo erótico sensual.

INFLUÊNCIAS DA ARTE GREGA NO RIO GRANDE DO SUL.

Antiga Prefeitura de Porto Alegre - HERMES representa o deus do comércio, o princípio da esperteza e da habilidade, patrono dos comerciantes, mais humano dos deuses, o gorro com asas era para subir ao Olimpo e isto representa o momento de acensão, as sandálias com asas eram para descer do Olimpo, foi considerado o deus da diplomacia, protetor dos ladrões por que ele também roubou e foi de seu irmão Apolo, Hermes traz o CADULEU que é o cedro de ouro com as duas serpentes enroscadas, traz também um saco com moedas. As figuras juntas são a união do comércio com agricultura e com a indústria.

Prédio do MARGS - Museu Atual do Rio Grande do Sul, aqui a estátua de HERMES possuí apenas uma CORNUCÓPIA que representa a riqueza e a agricultura, a outra somente carrega um saquinho de moedas representando o comércio.


PAUL LANDOWSKI é o artista que fez as esculturas do Palácio do Governo e o Cristo do Rio de Janeiro. 



fonte: resumo do Curso de História da Arte. Arquivo pessoal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário