sexta-feira, 6 de maio de 2016

Livro: O Declínio do Império do Ocidente.


O Declínio do Império do Ocidente.

Eric Hobsbawm

O Estado definia a área e a população sob seu controle, ampliou sua administração, acumulou conhecimento, conquistou poder, alargou ambições e assumiu mais responsabilidades. Assumiu a lei e transformou-a em leis estatais. Passou a controlar o exército desde o século XVII, pouco depois gerenciou indústrias e planejou economias. No início dos anos 1960, o Estado amplia aq capacidade e o poder de ambição. A obediência voluntária ao Estado foi um elemento essencial na capacidade de mobilizar as populações, e também na de democratização. Em meados de 1960, perde o impulso depois do ápice. 

O Estado ainda mantém sob vigilância todos os espaços públicos, o grau de vigilância hoje possível é o maior e mais agressivo de toda a história. Não houve enfraquecimento, ele simplesmente perdeu em certa medida os monopólios sobre os meios de coerção. Até pela diminuição à relutância dos cidadãos, estão menos dispostos a obedecer as leis do Estado. Princípios que estão mudando, pois antes os cidadãos tinham o dever de respeitar e o mesmo ocorre no campo da ordem pública como por exemplo: as passeatas, manifestações e etc. Em 1970 foi reforçado pela ideologia dos governos neoliberais, contra o Estado, afim de enfraquecê-lo. O fim do comunismo também significou o fim das estruturas estatais. 

A desintegração dos estados nas regiões (Afeganistão, África, etc.), é sobretudo consequência do colapso dos impérios coloniais, fim do controle das grandes potências, direta ou indiretamente, ali onde haviam encontrado sociedades não estatais e imposto a elas, certo grau de ordem interna ou externa. É o fim da obediência das populações a seus governos. As populações de muitos países do mundo não aceitavam mais o princípio, de que não vale a pena lutar contra exércitos de ocupação. Será cada vez mais difícil saber que atitude tomar no que se refere a essas regiões, pois uma intervenção eficaz exigiria uma mobilização permanente de forças que muito poucos países estariam dispostos a financiar, ou o fariam apenas se considerassem sua própria sobrevivência em risco. 

Quando os estados ruíram, exatamente como ocorreu quando outros impérios se fragmentaram depois da Primeira Guerra Mundial, todos se viram obrigados a estabelecer novas conexões e solidariedades. O problema da Guerra Fria, era que o mundo vivia constantemente sob a ameaça de uma catástrofe fatal, um conflito nuclear mundial. Que não ocorreu, mas que chegou perto a partir de pequenos conflitos que poderiam estourar numa grande guerra. Mas, a Guerra Fria, estabilizou o mundo, ela não eliminou as guerras, mas tornou no mínimo administráveis certos tipos de conflito. 

Hoje a situação é bem outra, que seja qual for o futuro, a Rússia, por exemplo, continuará a ser um dos protagonistas na cena internacional. Mesmo depois das trágicas derrotas de 1918 e 1945, que até sua existência futura está em questão. Os Estados Unidos podem continuar como a mais forte potência do mundo, mas o mundo tornou-se grande e complexo demais para ser dominado por um único Estado. 

Por que uma potência única, por maior e mais poderosa que seja, não consegue assumir o controle da política mundial. Pois há um risco por trás da aspiração dos Estados Unidos a se tornarem a política do mundo ou a estabelecerem uma nova ordem mundial.


Por: Prof. Vanessa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário